CASO HYTALO: HABEAS CORPUS NEGADO E NOVAS DENÚNCIAS | FELCA E CONSEQUÊNCIAS DO VÍDEO ADULTIZAÇÃO
0[Música] เฮ [Música] M. เฮ [Música] Vende o Boa noite. Como é que vocês estão aqui? Essa mesa está quente, tá todo mundo conversando, todo mundo tem informações aqui e ainda bem que vocês chegaram. Tá chegando pela primeira vez, inscreva-se aqui no canal do Paulo Matias, já manda um like na live para ajudar a chegar um número maior de pessoas e assim você está autorizado. Pode vir pro chat e pode usar e abusar com muita educação, com certeza, que é o que a gente pede aqui para perguntas. A gente tem a sorte aqui no caso a caso de sempre estarmos cercados de especialista. Sempre vocês têm um spoiler já aqui, ó, né? À minha esquerda, alguém que já compõe a mesa, o advogado Luís Durso hoje, pela primeira vez aqui no caso a caso. Seja bem-vindo. Muito obrigado. Tô muito feliz de estar aqui. Obrigado pelo convite. Vocês sabem que a minha frente fica sempre ela, minha estrela G, o meu Google do crime, Carla Albuquer, que é lá que tudo sabe, assim, qualquer caso, nacional, internacional, detalhes, ela sabe e a nossa segurança aqui para trazer todo esse expertize. Carlinha, olá. Eu aqui com a minha corrostina, né? Muito feliz e feliz ter aqui essas duas pessoas maravilhosas do ursinho, né? Virei a Google do crime do Eu ou chat de PT do crime também. Ela é, todas as tecnologias não chegam no pé da Carla, porque as tecnologias t o que foi impresso, o que foi colocado. A Carla, ela tem coisas secretas, meu amor. Ela tem a chave do vult do FBI, que a gente ainda vai trazer esses assuntos aqui. Terror da turminha do Discord é maravilhosa. É verdade, né? D. E hoje, Dr. Cristian Costa, psicólogo, ele que já perfilou tantos criminosos, ele que sabe tudo. Eu tô muito intrigada hoje. Quando o Cristian vem, é sempre um mergulho, né? Porque a gente vai, a gente tem uma oportunidade de ouro aqui para entender a mente humana, né? Então, e nesse caso, Ítalo, Dr. Cristian, hoje o senhor vai ter que trazer novidades, porque assim, a gente não aguenta mais. Eu já falei aqui, eu já sei mais sobre esse cara do que eu gostaria de saber assim, mas já passou da cota. Você sabe mais do que o Ministério Público sobre ele? Não, todo mundo. Acho que o Brasil inteiro tá sendo obrigada, né, a chafurdar aí na vida desse cara e acompanhar tudo isso. E claro que todo mundo muito interessado, porque eh é algo que vem acontecendo na internet. A Carla fala muito disso o tempo inteiro. Outros influenciadores, jornalistas também já trouxeram eh denúncias correlatas, mas acho que nenhuma com esse impacto como o vídeo do Felka e os desenrolar no caso do Ítalo, porque tem outros casos na denúncia do Felka, né? Mas o Ítalo realmente capturou a atenção do brasileiro. Por que, Cristian? Por que que a gente tá tão impressionado com esse caso? Por que que virou um fascínio de ver o que é que vai acontecer com eles, eh, o que que tinha de mais perverso do que o que a gente já viu aqui, do que o que tava na internet? Olha, Paulinha, Carla Durso, queridos, ã, eu trabalho com crimes sexuais, pesquisando como psicólogo criminal agora 25 anos. E acredite, essa história só é a ponta do iceberg. Tem mais coisa por baixo, isso que a gente sabe. E outra coisa, essa normalização, né, essa explosão com o vídeo do Felk, que ele foi muito feliz o Felk em fazer esse vídeo. Acho que a gente tem que dar bater palma pro que ele fez. Uma pessoa que tá no mundo da comédia também e traz e se preocupa com esse tema pela pela pelos números que ele tem. Acho que o resultado era esperado, não tão esperado, mas é muito positivo. Acho que houve uma mobilização social muito importante de um problema que é só a ponta do iceberg. Hoje temos uma média de mais de 40, 50.000 casos de abuso sexual de crianças no Brasil. Existe a exposição de mídia, mas existe o estupro de vulnerável. Existem crianças nesse momento sendo estupradas e mortas por abusadores sexuais. Então, quando eu digo que a ponta do iceberg, o problema é muito maior. Quando a gente olha de norte a sul, o que se faz com crianças, a gente olha pra internet, isso é um pedaço, isso é um recorte muito insignificante frente à realidade de tantas crianças e adolescentes no Brasil que são vítimas de estupradores de vulnerável e obrigatoriamente não tem que ser um pedófilo. É. E e você sabe o que é interessante que o Cristian puxou esse assunto? Me lembrou muito a série adolescência, né? Quando ela saiu na Netflix, foi aquela explosão, gente, as pessoas começaram, né, a tentar entender a gente não sabe o que são emojis, gente. Meu filho tá no quarto e ele não tá seguro. E aí eu lembro que a gente comentava, né, porque a gente já tá ness nesses casos há muitos anos, eu falava, se as pessoas iam me perguntar, mas Carla falava assim, gente, isso não é nada, vocês não sabem o que de fato é a realidade, então a série da Netflix, né, a série que é uma ficção, inclusive, ela foi muito feliz porque ela colocou o assunto em pauta, mas a gente não chegava nem na pontinha do iceberg ali. O Felka colocou o assunto em pauta, mas também não chega nem na ponta do iceberg. O problema é gigantesco. É o quê? O Cristian que lida com isso diariamente, o durso lida com isso diariamente, eu lido com isso diariamente. Então isso está na nas nossas vidas porque lidamos com esses assuntos. E é gigantesco o Ítalo estar preso. Ótimo. Ele tinha que estar preso. Ele cometeu ali vários crimes. Agora está lá à disposição da justiça. A gente até pode voltar a falar mais um pouco sobre ele ter tentado ali, né? eh, destruir provas, tava tentando empreender fuga e tudo mais. E acabou que isso levou ele aonde? A ser preso, essa prisão eh preventiva dele. E aí o que acontece? Só que o problema é muito maior, é temos muitos ítalos, não só no Brasil, fora do Brasil, porque isso é uma rede gigantesca de pessoas, né, que tá super conectada. E se a gente não pode achar que o problema é só esse aqui, o problema é muito maior do que esse e ele precisa ser travado. tem um problema nessa história toda que é toda vez que a gente vai começar a falar sobre isso, tem até as políticas das plataformas, né, que de forma errada quando você está trazendo uma denúncia, um jornalismo, essas políticas, eu entendo que assim, ah, não, mas se você falar a palavra pedófilo, gente, vai cair a live, vai cair não sei o quê, não tem isso, é uma loucura, mas nós não estamos, tem que cair mesmo se você estiver praticando, se você estiver estimulando, Mas quando você está informando é um erro. Da mesma forma quando a gente vai tratar sobre suicídio, sobre drogas. Então assim, são assuntos importantes que a gente não traz para o debate entre as famílias, explicar para inclusive ajudar essas pessoas. Olha, queria agradecer a altíssima audiência, já mais de 300 pessoas acompanhando a nossa live. Vou pedir like de novo e vou continuar pedindo até o final que vocês sabem. Érica Leite tá por aqui florescendo com Cla Valadares. Chegou Sérgio Messias, Ângela Maria, Juliano Raimundo, Érica Fiorilo também por aqui, Roberta Pereira e temos um super chat aqui de Isma e Absoluto. Vale o super chat, viu gente? Tem uma pergunta que não pode passar, usa o super chat aí como vocês imaginarem. Eu gosto de pôr um nome de de uma taxa. Depois a gente vai criar aqui pro nosso caso a caso um nome pro super chat. Taxa alguma coisa, tá? Pro pessoal que quer contribuir com o programa. Agora, agora, mas deixa só complementar. O Durso, que está aqui à minha frente, esta pessoa que eu adoro, ele já fala disso há muitos anos. Há quanto tempo, Durso? Mais de 10 anos. Mais de 10 anos. Mas eu eu assim eu primeiro tô muito feliz. A Paulinha, eu sou fã muito tempo, ela não me conhecia, mas eu já ouvia na rádio há muito tempo. E era fenômeno. É, desde o Morning Show. Sou muito fã, tô feliz, doutor. Então, tô tô tô me sentindo em casa. Então, obrigado pelo convite. Eh, e assim, eu acho que muitos alertaram que isso já era tratado tanto pelo poder público. Então, tem um monte de inquérito sobre isso, um monte de vazamento de nudes, um monte de pedófilos. Eh, desde 2009 tem uma central de denúncia da Sefernet que sempre tá no top um, pedofilia, sempre as denúncias ali públicas, né, que o mundo inteiro pode fazer, estão sempre colocando como o maior problema do mundo na internet crimes relacionados a vazamento de nú de menor, exploração sexual e exposição sexual indevida de menores. Mas não sei por, parece que o tema não tinha certa importância. E o o que eu gostei do vídeo do Felka, porque às vezes a imprensa ela consegue eleger casos que se tornaram populares. A gente trabalha no caso da Elise Matsonaga, não foi o caso que se tornou popular. A imprensa cobriu tanto que se tornou popular do Felca foi o efeito inverso. A imprensa cobriu um vídeo que se tornou popular e quem elegeu que aquele vídeo era importante e popular foram as visualizações, os usuários, as pessoas. Olha que legal, a gente inverteu a isso é primeira coisa que a internet fez, inverteu a lógica de que nós não somos obrigados a consumir o que eles querem que a gente consuma. a gente consome o que quiser e a gente tá fazendo com que ao consumir um conteúdo que é uma ofensa ou uma denúncia grave, a gente paute isso na sociedade. Isso o Felca falou, né, na participação dele na Globo, no Serginho Grosman, teve também no Fantástico, ele falou um pouco sobre isso, o poder da pessoa comum, de fazer a sua denúncia, de poder apontar o que tá errado. Foi muito, ele é muito consciente, né? O Felka, eu achei bem legal as participações que ele fez, assim, muito sensatas e sem também querer crescer na história. Uma coisa bem pé no chão mesmo. Ele já tinha feito isso com as Bets, na verdade, ele já vinha fazendo isso há algum tempo, né? Então assim, até a denúncia da base da Virgínia, aquilo é uma, na verdade, muitas pessoas levaram aquilo na base da comédia, mas aquilo é uma grande denúncia. Ele faz ali uma denúncia explicando que o produto não chegava, que o produto é um pouco estranho, enfim, do jeito dele que tá perfeito, mas ele já tinha, ele viu assim, pô, tem alguma coisa estranha e ele tem hiperfoco, então ele fica naquilo até ele, né, entender o que tá acontecendo. Ele fez com as bets isso. O que foi foi muito bacana. Eu não consegui entender. Eu acho que aquele vídeo tinha que ter estourado como estourou esse o das bets era era tão importante quanto. É. E agora veio da questão da adultização, né, da erotização, da, enfim, dessa exposição indevida de crianças no ambiente digital. E é assim, de novo, é um ambiente que é incrível quando bem supervisionado, porque eu sou super a favor da tecnologia. A gente já falava isso aqui antes, eu amo tecnologia, eu amo. Mas de do mesmo jeito que tem coisas boas, tem coisas, tem o pior esgoto do mundo e assim o acesso é muito fácil, que dificilmente, por exemplo, ah, no mundo, vamos dizer real, que eu não tô no digital, para eu chegar num lugar perigoso é muito difícil. Eu tenho que saber os caminhos, tenho que saber como é que eu chego lá. Aqui não, basta três, quatro cliques, eu tô no lugar mais perigoso pior, né? A plataforma Roblox, por exemplo, agora tá uma super de uma treta acontecendo no Roblox. Quem é pai e tem os filhos que jogam Roblox sabe muito bem. Tem a Luisiana como estado processando a empresa Roblox por não coibir a presença ali de predadores, de crianças pedófilos. Eles também tiraram da plataforma alguns jogadores que faziam ali uma filtragem e descobriam alguns eh pedófilos ali, o tal do Schlep, então Free Schlepp, as enfim, os jovens que usam a plataforma tão também tomando o contato. Eu acho que o Felca também teve esse papel e a Cala trouxe isso muito bem aqui a semana passada, de falar também com os jovens, porque eu acho que os pais eles sempre estão meio preocupados com tudo, né? Os pais ficam meio sabendo e ficam preocupados e às vezes vão conversar com os filhos e os filhos, vocês sabem, né? Como são os jovens, eles falam: “Ah, mãe, para, eu sei, para, não é assim, nossa, você viaja, você também acha que tudo acontece de ruim”. Você nem conhece você tá falando. Ex. E aí agora foi um momento que o youtuber que eles acompanhavam pré virgínia, pré qualquer coisa, falou: “Ó, com eles, é verdade, aqui tá acontecendo tudo isso. Não é loucura do seu pai. Seu pai talvez nem saiba o quanto sério é. Eu achei que isso foi muito legal. O vídeo viralizou por conta dos jovens, dos adolescentes, que se viram e se entenderam como vítimas também. Porque assim, quando você para e olha, fala: “Nossa, olha o que que ele tá falando”. Entende? Sou acho, mas eu acho que tem um problema aqui. Tem duas palavras importantes para colocar na mesa, que é a banalização e a normalização da interpretação da realidade. Não querendo ser prolixo, o que que eu quero dizer? Eh, nós temos ali o boom da imagem, o boom do assunto, da discussão sobre um tema tão delicado, mas nós temos a banalização e a normalização, onde tem pessoas defendendo contra esse tipo de denúncia, dizendo: “Cara, não vejo nada de mal, né?” e olhar o vídeo de uma criança ou compartilhar. E pessoas que são vítimas, nós que trabalhamos com investigação de abusadores e vítimas reais, e às vezes a própria vítima não se percebe como vítima. Ela não entende que o ato do outro é um ato de abuso. Então, a gente tá olhando para uma sociedade que não tá interpretando isso como um problema. Observe que esses números são altos, mas não são números que equivalem à realidade de combater isso. Porque desses números, milhões, estão pessoas dizendo: “Que exagero, que absurdo, ele tá errado, todo mundo tem direito de fazer o que quiser.” Então eu vi muito. Então esses números têm que ser melhor interpretados. Esses 30, 40 milhões de visualizações tem que ser melhor interpretados. tem uma pesquisa no domingo espetacular, eles eles fizeram um levantamento de quantos apoiavam tal regulamentação ou apoiavam também a entender que ali não tinha crime e etc. a gente tá falando de pelo menos uns 20% desse a defender que o conteúdo, por exemplo, de um adolescente dançando tá tudo bem, porque eles entrevistaram, não sei se vocês viram, eles entrevistaram uma das meninas que a primeira, não sei se foi ela, porque ela tava no na na reportagem, ela ela ficou, não foi uma outra menina que falou: “Eu eu gosto de dançar, eu curto”. É, a Camilinha fez um vídeo em que ela mostrou o rosto e falou que ela tinha até vou trazer aqui para quem não acompanhou, ela defendeu o Ítalo. Ela falou que ela teve uma infância muito difícil, que ela tinha um pai que ela nem chama de pai, né? eh, que era muito violento em relação à mãe, em relação a ela, então, que era uma infância muito complicada e que ela começou a frequentar as aulas de dança que o Itítalo fazia e que ele enxergou nela um valor e que aí ela passou a dançar e que ela usava medicações e tal, ela tinha uma situação psíquica ali delicada. Ela falou até que ela se machucava, ela não deu muito contexto, mas ela chegou a falar isso e que depois que ela começou a dançar e participar dessas aulas e tá junto com o Ítalo, ela foi entendendo um valor que ela tinha. Enfim, é um vídeo bem extenso em que ela defende e diz que na vida dela ele realmente teria sido ali uma luz que enxergou um caminho para ela e tal. Então, podemos falar sobre isso. Eh, ela poderia ter tido essa exposição com uma roupa mais adequada, digamos assim, uma roupa, porque eu eu hoje basta você abrir o TikTok, tem um monte de adolescente dançando. O adolescente se filmar dançando e postar, não tem problema nenhum, concordam? Não tem cunho sexual e não tem ninguém produzindo isso ou eh eh dirigindo isso para ter um cunho sexual. Isso. Imagina que uma própria adolescente de 15, 16 anos se filma Dançando com a Vanessa Lopes. Quando começou era menor de idade. Hoje ela é maior, é muito famosa pelas suas danças. Ela começou menor. Ela se filma dançando posta. Eu não vejo problema ela fazer isso. O problema é os pedófilos enxergarem isso como conteúdo sensual. Como você evita isso? De várias formas. priva o vídeo, posta do jeito que você quiser, evita roupas mais que chamam atenção. Eu não tô querendo colocar a culpa na vítima, mas eu tô dizendo que no caso do Ítalo, provavelmente a roupa era escolhida por ele. Então ele com a máfé, ele com esse olhar de adulto que poderia ter a intenção proposital de escolher uma roupa que vai ter um cunho sensual, aí tem um problema. A questão é essa menina, ela se diz quase como uma defensora dele, mas ela não enxerga que ele poderia ter colocado ela no canal dele de várias outras formas, sem dançar. Não precisava dançar, não precisava usar, podia dançar uma dança mais tranquila da idade. Lembra, vamos lembrar do Silvio Santos, era maa, né? Era do Silvio Santos. Ela aparecia no programa encaracoladinhos. Maria Chiquinha, né? Aquela coisinha é de roupinha de criança mesmo. Enfim, para um pedófilo pode atrair. O Cristian até vai dizer aqui que sim, mas e assim aquilo tava regulado. Perfeito. Controlado. Um juiz da vara da infância da juventude ali que deu um alvará de permissão para aquela criança estar ali. Tinha um controle de hora de escola, de rendimento escolar, um monte de coisas. O caso da Maissa é o pai dela que geriu toda essa infância dela. Uhum. E eu sei que ele era super rigoroso. Rigoroso. A gente sempre quis que ela fosse no Morning Show. Ela nunca foi porque era horário de aula. Demorou assim 4 anos para num feriado aí realmente ela poder ir. Você vê que a Maí é uma menina que nunca parou de estudar e se preparar. Sim. Então, mas veja só, em nenhum momento a gente enxerga a Maissa num cunho sexualizado, erotizado, a gente, né? Mas a lógico, o pedófilo ele vai olhar de qualquer jeito. Só que por causa do pedófilo, então, como pai ou mãe, você nunca vai postar uma foto da sua filha na praia. Você talvez. Eu eu tô desse jeito, gente. Eu não tô querendo nunca. Eu quero buscar e apagar. Mas você eu sou eu sou pai e eu me vejo no direito de postar, sabendo as consequências paraa minha filha, pro meu filho e para mim. Então eu preciso controlar e pensar antes de postar. Mas você concorda que se eu postar de maneira inocente, poxa, não tenho má fé, não. Eu sei que não tenho má fé, mas do jeito que estão as coisas agora, eu confesso que eu tô assim, eu não quero postar esse mais nada nunca mais. Isso é um pensamento quase históico, né? No estoicismo a gente sabe que a gente não controla a natureza. Então a gente não controla a natureza de um abusador. Você tem o direito, mas a gente não tem um controle para a natureza do outro. Então essa esse é um grande dilema, um grande problema. E só complementando, para não perder aquele teu raciocínio eh da defesa da Camilia, então para ela tá tudo OK. Então, muitas vítimas quando você avalia, ela não se vê como vítima, que ela foi enganada, ela foi manipulada, ela não interpreta daquela maneira, ela já foi alienada por alguém, ela cresceu dessa maneira acreditando naquilo de forma equivocada. Então, olha em crenque o problema disso, não só dela, mas de tantas camilinhas que olham para isso e diz: “Olha, OK, eu tenho minha liberdade, eu posso fazer o que eu quiser, tô no país livre”. E na verdade é uma vítima sendo usada. Alguém tá ganhando em cima dessa criança, dessa pessoa, desse adolescente e ao mundo sendo mundo. Tem um tem um um caso aqui que vale até a gente abrir um parênteses para que vocês entendam o tamanho deste problema. Quem não, né, assim, lembram da do do atentado à escola de Sapopemba? A gente tinha ali uma figura de uma menina trans que queria ser uma tiktoker. Então, ela queria o que ela queria, porque ela queria ser uma tiktoker famosa. Na época, ela começou tudo com 14, 15 anos, né? E gente, essa menina fazia absolutamente de tudo, de tudo para ser. Ela chegou até praticar sexo explícito. A menina de 14 anos, 15 anos, 15, 16 anos na época, porque ela foi, né? Ela foi tentando de tudo quando não ia conseguindo. Na Avenida Liberdade, os vídeos desta menina estavam disponíveis na Rede X ali no antigo Twitter, porque quando eh acontece o atentado, então começaram as buscas e ele vai, né, abandonar a identidade como trans, uma menina trans e volta para a sua identidade biológica de menino. Quando a gente começou a receber as informações, eu lembro, eu falei assim: “Mas eu não tô acreditando as coisas que você via”. Eu falei: “Mas é uma criança”. E que que ela fazia? Ela fazia aquilo para poder conseguir dinheiro. Veja só, ela mesmo vendia o material dela de de, vamos dizer, de pornografia infantil para redes de pedofilia para conseguir algum dinheiro para frequentar as festas, para ter acesso. Veja como as coisas estão completamente distorcidas na cabeça dessas. Não, mas tem meninas que fazem com ajuda da mãe e da avó. É, na própria denúncia do Felca tem o caso 200 casos rapidamente de crianças que tinham uma família, incluindo a mãe, tias, vós etc, ajudando e porque ganhava o dinheiro junto de levar inclusive até a porta de um motel esperar e tirar. Então, mas nesse caso é muito fácil aplicar. Você sabe que a venda desse conteúdo é criminosa. A comprar também, armazenar, não é nem conteúdo, é é levar criança, menina, prostituir próprio filho, exploração exploração sexual. Bom, mas no caso da da Carla aí, aí a gente fica num limbo muito simples de se resolver. Pega a lei e aplica e fala: “Opa, aqui é crime, armazenar é crime, armazenar”. Não tá nem sendo aplicada, né? D É, é. Agora o que eu fico preocupado é é o é o meio termo dessa história, né? Porque então o que que a gente faz com tudo isso? A gente evita que as crianças estejam nas redes ou a gente combate os pedófilos ou a gente faz os dois, né? Porque daqui pra frente essa esse é o desafio, porque o crime existe, é innegável crime cibernético envolvendo crianças adolescentes há muito tempo. Tanto é que não é só isso, né? Não é só a exploração sexual, não é o vazamento de nudes, é o sequestro. A Carla sabe bem, caso que a gente trabalhou, que a menina marcou encontro por uma rede social achando que tá falando com o menor e foi sequestrado, foi aparecer em outro estado, foi aparecer no Rio de Janeiro, foi sequestrado aqui em São Paulo. Então tem a questão da educação, né, do responsável dos pais, mas e o resto, né, a gente vai criminalizar, a gente vai impedir que eles acessem, a gente vai combater como esses pedófilos. Tudo isso é um grande problema que o Felka colocou agora pra gente lidar para pensar lidar. O problema todo é quando a gente vem agora com populismo jurídico, né, que a gente fala muito sobre isso, os advogados todos falam, não adianta porque agora virou, botou um canhão assim, tem que resolver e tem que resolver. E as pessoas acham que a resolução é criar leis, gente, a gente fala isso o tempo todo. Lei a gente tem, elas não são nem aplicadas, a gente acabou de falar, tem que responsabilizar, mas cadê? Tá indo lá. O que é assim, nós precisávamos, outro dia eu tava conversando com amigos do audiovisual, eh, de uma agência reguladora, às vezes, eu acho, sabe, para fiscalizar, regular, não é sério, inclusive ter um fundo, né, de apoio às vítimas que sofrem contra, né, crimes contra a sua dignidade sexual no meio digital, porque não são só crianças, a gente tem as mais várias vítimas de todas as idades. Lógico que as crianças, sabe, corróem o nosso coração aqui, mas a gente precisa de um órgão que fiscalize, que sabe que olhe para porque não adianta ter lei e ninguém aplica o inferno da lei. Aí vai lá, você vai olhar a pele 26, 28 com um monte de coisa repetida que já tem, é horrível, entendeu? Já tem aí não, mas estamos fazendo as coisas, estão fazendo o quê? A gente a gente de fato precisa que o que a gente já tem seja aplicado. E aí talvez algum artigo dentro de uma determinada lei precise ser o quê? atualizado, melhorado, modificado, principalmente a questão de você ter a checagem, né, etária de fato, de quem é aquela pessoa, porque a gente encontra, Paulinha, pessoas com 8 anos. É, porque se for ver é 13 anos hoje, mas é isso, né? Exato. Inglês ver. Às vezes o próprio pai faz lá o perfil do bebê recém-nascido e assim vai alimentando, né? E eu acho que essa é a questão, porque pode ter alguém que tá nos assistindo falando, mas eles estão falando uma coisa que na minha época, digamos, alguém que tá vendo com mais idade fal isso? E e o caso de estupro de vulnerável que não tem nada a ver com a internet, ele acontece também. Ele é um problema a ser enfrentado no Brasil. Mas a gente tem um um problema mais gravoso com essa denúncia, que eu acho que esse é o problemão da internet, é que o estupro de vulnerável na presença física da vítima e do agente, você tem uma repulsa social que se esse indivíduo é flagrado saindo de um de um quarto de motel com essa criança, ele é linchado. Pode até morrer pela própria população tomar medidas contra esse indivíduo. E ele, por saber disso, os criminosos, eles estão eh se isolando, é mais difícil encontrar. Você não vê estuprador todo dia andando por aí, estuprando gente. Eles estão tentando se eximir, lógico. Me permita respeitosamente discordar de você. É estupro de vulnerável. É todo dia. Não tem. Mas eu tô dizendo que Calma, mas você não Mas eu não encerrei sobre a proporção. Onde eu vou chegar na proporção? Na internet tem muito mais. É isso que eu ia falar. É assim. Então o ambiente físico inibeador pressão de você poder se esconder na internet, você não tá, mas tem também também na vida real dentro das casas, né? Sim, é um mo própria pandemia, o aumento de intrafamiliares, porque tem os casos de pedofilia de incesto, que são coisas e comportamentos estruturais diferentes. Então você tá é o tio da van no parquinho, na praia, na no curso de futebol do filho, na aula de ginástica da menina, de natação que elas estão com o maior, eles estão ali. Isso que eu não posso abrir informações mais detalhadas, porque o trabalho junto à polícia com esse tipo de investigação, né? Hoje o DHPP tem um centro de policiais altamente especializados e no combate a criminosos sexuais e e é gritante, é assustador e se multiplicam, né? Eu acho que as pessoas com mais idade aqui vão lembrar de um filme dos anos 80 que são os grêmeles, que quando chovia os grêmes se multiplicavam. Então assim, criminosos sexuais são como grêmios, é diário, é um número assustador e ainda, concordo com você, temos agora o advento da internet que eu tenho uma ferramenta mais para chegar nessas crianças. Então, em relação a isso é preocupante. Eu eu acho que o pedófilo ele ele sabe que ele tem uma repulsa social. O pedófilo morre na cadeia. Sim. Então eu acho que ele ele tenta parecer normal na vida pública e na internet ele não precisa ter tanta preocupação porque ele tá para trás de um perfil falso. Isso que eu quis dizer. Então eu acho que na internet, por exemplo, eu acho muito mais difícil a minha filha sofrer um abuso sexual físico, porque eu sei que eu seria um pai presente, rigoroso, eh chato, do que pela internet. Por quê? porque eu sei que ela vai ter um computador em breve e eu não tenho muito controle sobre isso. Então, a chance dela sofrer um abuso virtual é muito maior, porque eu não consigo controlar, diferente do ambiente físico que eu tenho mais controle. Mas é por isso que a gente precisa então da famosa colaboração das plataformas que não colaboram. E de novo, quando você tem uma verificação etária e mais do que isso, a gente precisa parar com essa coisa ridícula, né? Qual é o problema de você dizer quem você é? Por que que você tem que ter esse anonimato, gente? A gente para subir em qualquer prédiozinho meetref, você tem que dar seu nome, seu CPF, deixa eu ver seu documento. A gente entrega tudo para sistemas que tem zero de proteção. Sabe lá como é que ela vai guardar aquelas informações que ela coletou? Porque eu sempre tenho dúvidas em relação a isso. Agora, uma plataforma trilharária, quase trilharária, tem, enfim, tem sistemas de controle e assim, me dá aqui, tá bom? Você quer ingressar na plataforma? Tá certo. A juíza Vanessa Cavaliere, ela ela, gente, vamos usar o GOVBR, tá ali, senta seu GOVBR, você quer ter, então tá lá, tá ligado? Ah, mas eu preciso ter 50 contas. Você pode ter 50 contas. Essas 50 contas estarão ligadas a seu Goovber. Você pode ter a sua conta de hobby, a sua conta pessoal, sua conta de trabalho. Ah, você tem 10 trabalhos diferentes, 10 trabalhos diferentes. Você tem quantas contas você quiser e essas contas estarão ligadas ao seu CPF. Ou seja, cometeu crime, meu bem, você vai responder. A gente vai ter a informação de que você é você mesmo. O CPF tá lá, né? Porque é óbvio que vão inventar um jeito de fraldar e tal, mas aí pelo menos você deu um trabalho, né? Dific. E aí o que que acontece? fraude, né? Sempre vai existir. Você tá corretíssima, mas você vai colocando cada vez mais camadas de dificuldade. Sabe que que criminoso, ó, o Cristian tá aqui. Criminoso não gosta de dificuldade. Criminoso gosta de facilidade. É oportunidade, né? Exatamente. Então ele vai lá. Pô, tá fácil aqui, então é aqui que eu vou te pegar, entendeu? Você começa a colocar. Um detalhe importante no que a Carla tava falando, eh, eu vou acrescentar, não existe ex-criminoso sexual e todo criminoso sexual é um criminoso em série. Então esse é um grande trabalho. Então não existe um trabalho, ah, ele é preso, ele é combatido, ele é processaço, não, perdão, ele é processado e não será um reincidente. Todo criminoso sexual é um reincidente, ele só precisa de oportunidade. Então ele vai entrar, ele vai sair, ele vai ser preso ou não, vai ser um semiaberto ou não, ele vai ser criticado, mas ele vai continuar agindo. Não há exriminosos sexuais. Então isso é um problema dentro da criminologia, do pensamento, do fenômeno, do comportamento criminal, algo que não sou eu, muitos colegas do mundo inteiro estudam hoje, como que a gente freia, como que como a gente cria um processo de autodeterminação para que esse indivíduo se perceba moralmente, porque não é um quadro psicopatológico apenas, mas é um quadro moral de eu não fazer isso. Então, a grande encrenca hoje para nós que pesquisamos essa área e trabalhamos com isso na esfera técnico-científica, como é que é o freio, como é que é o trato e como que eu impeo esse indivíduo de agir, porque ele não para. Essa é uma grande questão. Tem país que usa castração química, não adianta, porque o crime sexual é pseudosexual. O o estuprador de vulnerável, estuprador de pessoas adultas não é o sexo mais importante, o controle e o poder. Ainda tem essa questão. Olha, queria dizer que a gente tá com 800 pessoas aqui ao vivo acompanhando o nosso caso a caso. Obrigado pela audiência. Saibam que o chat está aberto para quem tem perguntas. Eu tô de olho aqui e vou trazer a sua pergunta na nossa mesa de especialistas. E eu notei que vocês estão com alguma timidez, não me estão dando like. Então, por favor, façam isso. Vamos falar um pouquinho dessas atualizações na questão do Ítalo, né? Então, a gente tem aí ex-funcionários agora também relatando na matéria, por exemplo, do Fantástico, que os adolescentes viviam em condições degradantes na mansão em João Pessoa, que tinham ali festas com bebidas à vontade, celulares confiscados, só podia usar na hora de produzir o conteúdo. Depois ele guardava esses celulares, rotina de gravações exaustivas, controle até sobre comida e banheiro. Famílias recebiam entre 2 e R$ 3.000 mensais para deixar os filhos lá à disposição. Há relatos de um adolescente que engravidou e perdeu o bebê durante a estadia na casa. A história da Camilinha. E também a gente tem advogada de e seguranças classificando o ambiente como degradante. Então você sabe que eu esse final de semana também conversei com uma pessoa que trabalhou lá no Ítalo, que conta exatamente, né? Conta sobre anonimato, pede o sigilo e tem o direito ao sigilo da fonte, né? a gente tem esse direito. Ela conta exatamente eh as mesmas coisas que o Fantástico trouxe. Ou seja, quando a gente olha tudo isso é um ambiente criminoso, não tem nem o que se dizer, né? Par, ela tava relatando o pedido da Paraíba. Qual que você quer? Qual qual ele vai querer? É porque ele foi ticando, não foi, Durs? Bebida. Você não pode oferecer bebida. Ah, tá emancipado, dane-se civilmente, não, não penalmente. Você não pode dar bebida alcoólica para menor de 18 anos de forma nenhuma. E é uma emancipação com acordos financeiros. Um outro problema, né? É. É vinculado a esse pagamento aos pais. Uhum. Né? E aí você Porque é uma é uma dúvida, né, que surgiu muito a respeito da responsabilidade dos pais. Eh, no caso da própria Camilinha, a mãe apoia muito, né? É, inclusive tá sempre junto. É, vai ter vai ser muito difícil assim. A responsabilidade do Ítalo é uma coisa. Agora os pais o estado, né, o poder público vai ter que entender profundamente qual é o grau de consciência desses pais, né? Eh, qual era a situação financeira dessa família, porque às vezes não tem saída, né? Então você precisa olhar, porque é difícil você dizer, não, que pai irresponsável, como pode deixar de fato a os primeir a primeira vista tem uma responsabilidade tremenda, um absurdo que acontece ali, mas tem uma diferença entre ser coautor de um crime e você às vezes querer um futuro melhor pra sua filha, pro seu filho. Então isso é muito complexo, não é uma resposta tão óbvia assim. Não é importante falar isso? Porque que acontece em casos assim, o pré-julgamento tá todo mundo errado, todo mundo criminoso. E eu concordo que tem muitos ali que não tem dúvida sobre sua conduta e a justiça vai comprovar isso sobre a sua intenção criminosa. E tem mais, porque quando a gente pega toda essa rede, não tem esse, você tava lá, você viu essas crianças de alguma forma eh consumindo bebida alcoólica, eh tendo essa explora e você não fez nada. É isso. Isso é é um outro problema. Não é só dos pais, é de todo mundo que tava torno ali. A gente volta, é, é a história do pedir. A gente tá o pedire da Paraíba ali, tá lá, ele tá, tem muitos pedires no Brasil que estão fazendo a mesma coisa. A quantidade, Paulinha, você mesmo me mandou um vídeo. A Paulinha me mandou, Carla, olha isso. Tem vários perfis que estão apagando os vídeos. É aquele dia mesmo. Eu mandei para cá lá de manhã, a noite já tava apagada. Eram outros ítalos. Ah, também fazendo a mesma coisa mesmo com dancinha, com não sei o qu, com menina de 11, 12 anos. Esses vídeos estão e aí, tipo, menina flertando, essa menininha pequenininha, gente, não vai sentar na novinha, que essas letras que eu não sei guardar porque, credo, mas era meio isso e produzido não era coisa com celular, não era coisa de câmera, maquiagem, coreografia, porque o ítalo querendo ou não, virou modelo de produção de conteúdo por um tempo. Ganhou milionário. Muito bem. Exato. Então o pessoal olhava fal: “Opa, isso aqui tá dando certo, vou fazer igual”. Sem pensar nas consequências, porque ele tá, olha, isso é uma loucura, né? Muito, acho que sei lá, acho que chegou a 21, mais de 12, não era uma coisa assim, mas acho que no total 21 milhões. Eu vi assim que plays que pessoa plays dos vídeos, mais de 1 bilhão e tanto de play. Então, é, é isso que eu falo dos pais, né? Então imagina que esse cara chega um dia para uma família e fala: “Eu tenho 1 bilhão de views, eu tenho 21 milhões bilhões de pessoas que me acompanham, eu não faço nada de errado”. Ele usava esse argumento com certeza para convencer os pais. A Carla a Carla bem destacou, se teve lá um pai e uma mãe que chegou e viu essa baderna com bebida alcoólica, etc. tem uma missão muito grande que provavelmente será responsabilizado criminalmente. Agora, o Ítalo conseguia vender essa ideia porque ele foi ele foi aprovado pela sociedade por muito tempo. A gente tem que falar isso. E não é só isso. Ele tinha ele outro. Exatamente. No início a gente fala da normalização, da banalização. A gente tem ali outros influenciadores, a gente tem Deolane, Virgínia, a quantidade, gente, porque ele foi eh uma foi madrinha de casamento, a outra tava lá fazendo maquiagem na Então assim, quando você olha tudo isso, então assim, não, mas tá todo mundo dando OK, então isso deve estar normalizado, é lícito. esto, mas se ninguém, se o Ministério Público não fez nada, se a polícia não fez nada, se tem uma investigação, é porque pode. Essa é a premissa. Olha, tem um monte de gente aqui no no chat. A gente tá chegando a 1000 pessoas na live de hoje e pessoas com dúvida. Então, vou trazer um pouquinho do que as pessoas estão perguntando, tá? A Jéssica Fai pergunta: “Falem mais sobre essa questão do contexto moral versus pedofilia”. Eu achava que era uma condição relacionada somente à psicopatia. Não tem nenhum dos três conversa. Psicopata é uma coisa, pedofilia é outra e abusador sexual com contextos morais é outra completamente diferente. Há um grande equívoco de que todo mundo, e tem muitos profissionais que falam isso, que não são da área, que todo pedófilo é um psicopata, não chega nem a 10%. E mais, dos abusadores sexuais de crianças, nem 20% são pedófilos, tem transtorno pedofílico, que é uma parafilia. A grande questão, e isso eu dediquei muitos anos de pesquisa, inclusive meu doutorado foi com esse tema pesquisando exatamente para dar essa resposta. E a gente percebe que abusadores intra e extrafamiliares que são antigamente entendidos como pedófilos incestuosos, não são os quadros que melhor explicam esse fenômeno. A questão moral é uma questão de eu olho paraa minha realidade, eu tenho uma crença específica, eu interpreto aquilo como certo, errado. Então, é certo eu, é, botar um veneno agora no copo da Carla para ela morrer, porque a Carla me beliscou aqui embaixo e ninguém viu. É uma decisão moral. É certo olhar para você e te difamar? É certo ir lá e quebrar o carro do durso porque ele olhou feio para mim. São questões automáticas que eu tenho interpretações imediatas, éticas e morais que eu vou dizer isso é certo, isso é errado. São as normas que me levam. Você olha uma criança numa foto, num vídeo e tem tesão nessa criança, que é algo repugnante. Lembre que é repugnante para alguns, para outros é um incentivo. E moralmente o meu freio moral não, opa, você tá errado, não pensa isso, que besteira, muda a direção. Então, a questão moral, o que é o que explica o crime em todos os fenômenos hoje, do assassinato ao estupro, ao tráfico de drogas, a todos os fenômenos comportamentais. Porque o ato de cometer um crime não é um ato psicopatológico. A pedofilia é uma doença. O pedófilo não é um criminoso. O pedófilo é um doente que tem um transtorno parofílico, um transtorno pedofílico. E a minoria desses indivíduos serão abusadores, tocarão numa criança. Muitos pedófilos ficarão na sua angústia, no seu sofrimento, dentro de um tratamento e dentro da pornografia infantil. Eles param ali. Outros que são pedófilos associam o comportamento de abusadores e chegam perto de uma criança. São quatro níveis até o que efetivamente, infelizmente estupre que isso vem aumentando e estupra com requintes de maldade e crueldade, inclusive matando crianças. É necessário falar isso. Então, a questão moral, nós temos freios e conflitos morais, dilemas e conflitos. Nós somos moldados e e o princípio da filosofia do direito é o princípio do conflito. Se eu penso fazer algo errado, eu tenho que ter um conflito. Eu tenho que ter uma etapa, eu tenho que ter uma caixinha dentro de mim que diz: “Opa, não, não é dessa maneira. Eu tenho que ter o dilema, mas eu tenho outras possibilidades que é o que psicopatas não tm”. Psicopatas, eles não têm conflito nem dilemas. Eles conseguem manipular toda uma área comportamental para fazer aquilo que ele quer que o outro faça por ele. Porque o psicopata ele tem três metas, que é sexo, dinheiro e poder. E ele vai passar por cima de qualquer um para isso. Então, alguns psicopatas vão cometer crime de natureza sexual, sim, contra crianças, sim, mas não chega a 10%. Alguns indivíduos que são que tem o diagnóstico, psicodiagnóstico, transtorno pedofílico, parafílico, vão chegar numa criança e abusar, não chega a 20%. Então nós temos aqui 80% de universo de 50 a 60.000 casos por ano dos notificados de indivíduos que agem, que não tem uma psicopatologia específica e simplesmente decidem cometer cometer aquele ato, sabendo que é repugnante socialmente, que existem leis específicas para isso e que a sociedade não aceita e mesmo assim o fazem. e fazem com planejamento cognitivo de aproximação, de aproacho dessas crianças dentro de casa, com filho do vizinho, com os amigos em churrasco. Semana passada eu peguei um caso de um abusador que tinha 40 pessoas no churrasco num sítio e ele espera a criança entrar no banheiro e ele vai, o pai e a mãe estavam a 20 m dessa criança, ninguém imaginou ele entra abuso dessa criança. Então isso é um exemplo de agora, de semana passada. Então a questão moral hoje é o grande foco de estudo da psicologia criminal, da psiquiatria forense no mundo e da neurocriminologia criminal. O que me faz freiar hoje, saigamente se acreditava que eu cometia o mal porque eu era possuído na idade média. Hoje, antigamente, pensávamos que qualquer ato de maldade era doença mental. Então, dá-lhe transtorno mental. Então, é esquizofrênico, é psicopata, aliás, psicopata não é doença mental, uma forma de ser um transtorno de personalidade. Todo mundo é borderline. Então, a gente tem hoje um hiperfoco de psicodiagnósticos equivocados que tentam explicar o comportamento criminal a partir de um fenômeno de loucura, de monstruosidade, lembrando que o comportamento criminal e a maldade é algo muito humano. E aí entra a questão moral. Então, hoje o grande eh obstáculo, o grande fenômeno, o grande desafio que nós que pesquisamos essa área, temos que responder por que conflitos e dilemas morais não conseguem frear comportamentos criminosos e violentos. E hoje o abuso de crianças tem muito mais a ver com questões morais do que com a psicopatologia. Tem mais pergunta aqui, ó. Adoro CR. Tá vendo, pessoal? Foi, tá sendo uma aula, hein? Dê o seu like, apoia o programa, porque aqui só especialistas na mesa, inclusive para responder as perguntas de vocês. Roselie, pro durso essa, ó. O Ítalo não chegou a aproveitar da situação precária de algumas famílias? É, não sei dizer. Eu acho que ele eh se aproveitou da imagem das crianças. ele ele tirou um ganho financeiro, eh, abusando, sem dúvida nenhuma, do comportamento absurdo daquelas induzido, né, daquelas crianças. Então, que o comportamento dele é inadmissível, sim, que ele deixou a casa dele se tornar um ambiente absurdamente indigesto para se ter crianças. Sim. Agora se ele aproveitou da porque pode ser uma, poderia ter uma menina ali que a família é rica e a menina se apaixonou por ele, gosta de dançar, gosta do canal dele e o sonho era uma fã que sonhava em dançar com ele e poderia deixar. Então, porque senão a gente parte de um raciocínio preconceituoso, né? só por causa de dinheiro, aquela família deixaria os seus filhos participarem do vídeo. E não necessariamente. O, eu assisti ontem a entrevista da dessa mãe, né, que apareceu no Domingo Espetacular e ela fala, ela fala até hoje, ela fala: “Eu vi os vídeos e não não vejo nada demais”. Então, não necessariamente ela falou: “Não, eu quero fazer isso porque eu preciso do dia, não, porque minha filha tá trabalhando, minha filha tá conquistando pão, tá?” Pode ser esse, pode ser esse o raciocínio dos pais. E é interessante ouvir esse esse seu essa sua análise, porque porque onde fica o Ítalo nessa história, né? Porque o caso dele, quando a gente olha pro conteúdo, não é um conteúdo imediatamente interpretado como criminoso, né? São pessoas dançando numa festa, tirando a parte de bebida, meio óbvio, vamos pro conteúdo em si. a gente ter que interpretar para ver que aquilo pode ser visto por um conteúdo, por um pedófilo ou por alguém que se interesse por esse conteúdo e que provavelmente o Itítalo sabia disso e por isso que ele tinha tanta visibilidade, né? Concorda? Porque onde o Italo tá nessa história, ele é quem dessas dessas figuras que você quem é Itítalo? tem que ser avaliado o Ital, ele e o marido dele. Aí que entra a perícia psicológica forense para responder tecnicamente, obviamente eticamente, qual o princípio, né, o princípio comportamental, a estrutura comportamental de ação interpretação dele da realidade, que ele pode, como você muito bem falou, ele pode simplesmente acreditar que aquilo não é criminoso, não é criminoso, é normal. Aí a gente entra no conflito moral. Entendi. É, então, talvez no campo do talvez da acheologia aqui, não da sabe por eu interpreto isso? Mais dentro da moral, cara, um cara que tem 1 bilhão de visualizações, 1 bilhão, ele não é possível que ele olhe pro vídeo dele e tenha certeza que ele tá cometendo um crime e desde que tem essa exposição até sentir validado como se aquilo fosse bom, porque não é possível ou não, né? Porque tem que perfil for um psicopata que só tá ele é psicopata. Por isso que eu tô questione, né? Pode ser. Eu aguardo os que ele olhava pro vídeo dele e falava assim: “Puxa, isso aqui uma hora eu vou ser preso”. Não, provavelmente olhava e falava: “Poxa, eu tô me tornando umaidade”. É, no começo talvez ele tenha se preocupado, mas como ele já estava tanto tempo fazendo aquilo e nada acontecia e como ele também foi validado por outros grandes nomes, porque existia ali uma validação. Então, logo, se, por exemplo, se Cristian é meu amigo, se você é meu amigo, então Paulinha também, então aqui estão me validando, entende? Então assim, nós somos iguais. Então, se essas outras pessoas também são amadas, então tá tudo certo que eu tô fazendo. Então, você vai entrando na Agora é óbvio que tinha, ele sabia que estava cometendo crimes, tanto que ele esconde celulares, ele não deixa ninguém ninguém gravar, é pós repercussão. Eu acho que não não foi antes, não, não foi antes da, por exemplo, já era proibido dentro da estrutura dele que não podia filmar, ó. não podia filmar, ele guardava os celulares porque isso já vinha, ele sabia que estava fazendo coisas erradas. Talvez ele não tivesse eh o conhecimento do quão errado aquilo era. E qual é o maior problema com essas pessoas? Até uma, que eu falo isso muito, né? O direito ele tem eh muitas áreas, é como a medicina. Então ele vai lá, contrata um bom advogado na área cível para fechar contratos, enfim, patrocínios, exatamente a empresa dele que era Itítalo Santos, youtuber, whatever, né? Aí só que essa pessoa, este advogado, não é um especialista na área criminal. E aí? E aí é que vai de novo tendo os problemas, porque se ele tivesse talvez um bom, vamos dizer ali, advogado nesta área, talvez tivesse dito para ele, falou: “Olha, isso você não pode fazer”. É, mas talvez ele tenha ouvido e tenha falado: “Tenho 20 milhões de pessoas me vendo, não tão falado”. Porque por um bom tempo não deu nada, né, gente? por muito tempo. Eu acho, porque o cara, o cara que tem um vídeo, se ele tivesse um vídeo viralizado e fosse pego, eu falaria que o estado respondeu de mane posso estar enganada, mas parece que a denúncia original foi uma pessoa anônima em 22, não foi? É, e que foi em relação à exploração do trabalho infantil. É, por isso é interessante falar, talvez a a consulta com o advogado também, ele tem uma uma questão que inclusive eu eh tô me manifestando dizendo da da necessidade de alterarmos o estatuto da criança do adolescente. Por quê? Porque todos os crimes do ECA quando fala de conteúdo envolvendo criança do adolescente, ele fala de eh pornografia, nudez ou ato sexual. Ele não fala de sensualização, não fala de erotização, erotização, não fala de adottição, não fala de nada disso. Não tem isso em lei. Agora, claro, eh, com a cobertura desse caso pela empresa, a gente viu que tinha outros crimes paralelos que ele vai responder e provavelmente será condenado. Mas o conteúdo em si, você pega aquele vídeo e fala: “Esse vídeo hoje tem enquadramento legal?” Não é tão fácil enquadrar. Falar, não, isso aqui é é o artigo tal do ECA, talvez não, porque não tem explicitamente um conteúdo sexual. E a lei fala de conteúdo sexual, não fala de conteúdo sensual. Então, talvez ele tenha, ele tenha se apoiado, apoiado muito dizendo: “Eu não cometo crime porque contudo não tem sexo”. Então, mas aí a gente vai entrar numa outra questão, porque qualquer criança, se você tinha uma troca financeira ali e tinha esta troca financeira, as crianças estavam trabalhando, trabalho infantil. Você precisa de um alvará. Perfeito. Mas, mas você concorda que perto, mas você concorda que perto da denúncia do Felca e isso perde um pouco a Isso é seria o menos importante, porque uma coisa é uma criança trabalhar que o pai tá autorizando, que a mãe tá autorizando, que nem uma escrava, ela quer trabalhar mesmo não podendo, ela não conscientiza, ela não pode consentir. Mas perto de uma exploração da imagem que a menina tá sendo vista por um monte de pedófilos, aquele conteúdo vai pra vida inteira se perpetuar, tem o conteúdo sensual, ele tá ganhando dinheiro em cima disso. O trabalho infantil seria o proporcionalmente o menos relevante, criminalmente falando, talvez até absorvido pel um crime mais grave, mas não. Como nós não temos exatamente o crime, tanto é que veio e exploração sexual de situações físicas, né? Não pelos vídeos. Eh, tráfico de pessoas por causa dele levar de uma cidade para outra para morar com ele, trabalho infantil, mas não, ninguém falou ele está sendo investigado porque esse vídeo é tal crime, porque realmente não há. Ainda não há. A gente vai mudar isso rapidamente, espero, né, que a lei coloque isso mas quando a gente olha tudo isso, eh eh enfim, teve muita negligência porque aquelas crianças de fato, não só no caso do ítolo, mas em vários outros casos, elas não poderiam estar fazendo o que estão fazendo. Você precisa de um alvarar, de um juiz que permita, que diga, se você quiser agora fazer uma propaganda para vamos passar protetor solar porque vai chegar o verão. Então ensinar que é importante, vamos passar aqui, né, o protetor solar no rostinho da criança. Ah, eu vou usar uma, eu preciso de um alvará. O juiz tem que permitir que aquela criança faça aquele comercial. Então, então, então o Fel, o Felca, na verdade, ele não, ele não acusou só Ítalo, ele acusou todo, todo o sistema. Porque como vem agora, inclusive no Fantástico, no Domingo Espetacular, na na imprensa, os próprios agentes que receberam essa denúncia há dois anos no Ministério do Trabalho e fala: “Não, nós estamos trabalhando”. Agora eles vão resolver em um mês. Mas por que em 2022, quando já tinha as denúncias realizadas, isso já tinha sido instaurado porque não teve a Clara tá perfeita, você tá perfeita sua análise. Não tem que trabalhar um dia, não tem o vará. Ah, mas eles estão sem Isso seria mais um mais um problema. Bebeu, mais um problema. Usou droga, mais um problema. Mas começava por aí, não tem que trabalhar. Eu fico também. Uma coisa que eu tenho bastante dúvida do quem sabe você consegue trazer um caminho aqui de pensamento. Você tava falando, por exemplo, no caso de pais que querem postar lá uma fotinha do seu filho de um jeito inocente, enfim, porque é isso que a gente faz, a gente compartilha a nossa vida nas redes sociais. Essa é a norma de hoje. Mas eu fico me perguntando, no caso, é que falaram muito também da Virgínia, quiseram começar a entrar na Virgínia, que tudo também pegam a Virgínia, que tem os filhos. Ela é uma grande influenciadora, ela vende sua base e todas as coisas, faz suas danças. Uhum. E tem os filhos como personagens também de um reality, né? E aí eu fico me perguntando, não é só ela, tem um monte de gente, eu mesma tô questionando aqui, é que meus filhos são adolescentes e hoje se eu quiser postar qualquer coisa deles, eles eles não querem já nem sair nenhuma foto e tal. Ainda bem, fiquei um pouco até aliviada. Achei que eles me colocaram um freio, né? Porque às vezes a gente vê uma coisa fofinha e a gente quer compartilhar na inocência, mas a minha rede também é um trabalho, né? Tá ali porque tem números, tem engajamento e tal. E eu agora, por exemplo, é isso, eu não tô querendo compartilhar mais nada, não só porque vai cair nesse negócio, mas porque os meus filhos não fazem parte da minha profissão. Eles não são personagens de um reality show. Eu não tô gerando Paulas reality aqui, vem todo mundo, o que que vocês estão comendo, do que é que você gosta. Uhum. E eu vejo que é uma questão, porque por muito tempo a gente seguiu influenciadores até de maternidade para ver essas crianças fofinhas. Tô falando eu que gosto desse conteúdo. Eh, e agora fiquei pensando, caramba, mas essas crianças também não estão de certa forma participando de um reality que a mãe vai ganhar uma roupinha, vai vender uma coisinha, né? Vai ter um assuntinho, não sei. A rifa tá na moda, né? Talvez se, por exemplo, eu fiquei pensando o que que é, isso também é um caso complicado ou não? Como que é? A gente vai continuar mostrando os filhos. Do ponto de vista legal, não é um caso muito complicado, porque o estado ele consegue interferir até um certo ponto. Sim. O resto depende um pouco também de liberdade, livre arbítrio. E você como mãe, o pai ele tem uma certa liberdade também sobre a educação do seu filho, sobre a exposição, quer postar, posta. Se você não comete crime, de alguma forma, expondo essa imagem, sexualizando, não tô postando um dia a dia ali, não tem problema. Aposta muito, problema é dela. Ah, mas a vida dela é um reality, os filhos aparecem. Problema é dela, a Virgínia do P. Agora, amanhã se vem uma campanha publicitária que tem regulação do CONAR e aí vem uma rifa em cima do carro tem um bebê, aí começa possivelmente ter problema. No caso de uma campanha publicitária, aí também entra na lei, né? Sim, com certeza. Então, por exemplo, uma coisa é ela postar lá a foto dos filhos dela. Se você me perguntar o que que eu acho, eu, Carla, depois de ter conversado já e e trabalhado mas isso muitos há muito tempo atrás já assim para mim era não não posto foto, né, da minha família, mas não é nem dos meus filhos, nada, eu não posto foto do de parente porque o seguinte, a gente tá se expondo demais num universo de pessoas que a gente não conhece. Tem muitas pessoas legais, lógico que tem pessoas maravilhosas, mas tem um monte de pessoas que são ruins. Então o seguinte, você uma coisa é você querer se expor, você tem todo o direito. A esse você é maior de idade, não é? É imputável, sabe o que você tá fazer. Outra coisa você sair expondo todo mundo. Então eu parti do princípio que não. Agora você pegou o seu filho aqui e fe tá fazendo público teu filho. Ele é você precisa de uma autorização judicial. Você não pode fazer. Mas é meu filho. Dane-se. Eu quero. Mas eu quero. Não, Dani, você não tem. Você pode querer o que quiser. O juiz vai perguntar. Você vai deixar? Tá ótimo. Deixa eu ver como é que essa campanha. Quera um minutinho. Até porque tem que ter uma autorização judicial. Isso que eu queria entender. Até porque essa publicação, essa publicação, por ser pai vai ser de alguma forma monetizada ou remunerado, mesmo que seja uma oração indireta. Ah, mas eu não ganhei nada, mas você ganhou uma blusa, mas você ganha um sapato. É uma publicidade. É uma publicidade. Publicidade é publicidade regulada pelo Conar. É outra história. Veja o problema. A lei existe, gente. Ela não é aplicada porque parece que nesse universo das redes é terra mesmo, né? É, é, parece que a gente tá no Far oeste, né? Não tem lei. A lei existe, ela não é, não é aplicada. E você, a gente, por isso que a gente precisa de fiscalização mais do que novas leis. Agora deixa eu colocar uma pimentinha aqui no nosso papo que continuando esse raciocínio que eu fiz lá no início da que eu posso até ser ter sido mal interpretado pela audiência. Eh, aliás, cuidado, a audiência aqui tá falando que você tá passando um pano pro Ítalo, pros crimes. Ele tá explicando os mecanismos legais, gente. Eles podem não ser ideais, infelizmente. Até pra gente pedir mudança. Exato. Eu dei uma entrevista outro dia falando desse caso, falando: “Olha, com relação ao conteúdo, ainda não há previsão legal, tem que ter.” E o pessoal falou: “Tá passando po.” Não, é uma análise técnica. Se tá na lei, tá na lei. Se não tá, tem que tá. Ah, mas ele cometeu outros crimes, vai responder pelos outros crimes e deve responder. O Ítalo fez algo que é inadmissível para mim? Sim, acabou. Agora o resto vamos avaliar tecnicamente. Agora, sobre aquele aquela situação do que postar, como postar, eu eh acho que todo post raciocinado, pensado, né? O aquele que vai apostar, ele ele calcula a razão da postagem, o alcance e tudo mais. Agora eu também tenho muita preocupação sobre essa esse temor que n puxa, mas eu não posto mais nada sobre sobre os meus filhos. Se você quiser postar, eu não vejo tanto problema você postar por uma simples razão. Você fala, muita gente fala: “Ah, mas então eu vou postar os meus filhos, mas eu não posto de jeito nenhum na praia, de jeito nenhum usando uma sunga, de jeito nenhum de biquíni.” Só que provavelmente, provavelmente não, já existe mais isso em 2, 3 anos. Qualquer imagem de qualquer filho nosso colocado no MIA vai apresentar um corpo nu. Então ele vai produzir aquela o o corpo. É, vai produzir o o até a nossa imagem, né? A imagem de todo mundo. Não faz a minha com corpo bom, tá gente? Eu tô corpo r não tô aceitando não. Mas somos adultas, Paula, entendeu? Não, mas é apavorante adulto é uma coisa, a gente tem casco grosso. Não, mas onde eu quero chegar? Eu quero, eu quero dizer que se a gente for sempre por causa de eventual consequência de terceiro evitar fazer, a gente não vai fazer nada. A gente vai, aí sim a gente vai acabar com a nossa liberdade, porque daqui a pouco não vai precisar ter um vazamento, porque eu não, eu eu dou palestra de bullying escola e falo: “Não mandem nudes, pelo amor de Deus”. Claro, um nude real vazado é um problemaço de um adolescente. Não tem que existir esse nude de jeito nenhum. Só que aí esse esse esse jovem falou: “Ah, então eu não posso fazer uma selfie porque se ele pegar esse rosto e pôr num corpo nu, vai ser um Então ele vai, uma coisa é o nude, que é um conteúdo que é innegável, é verdadeiro, é péssimo, outra coisa é uma foto dele que vai gerar um conteúdo falso.” Aí ele pensa: “Então não vou pôr meu rosto na internet nunca. Daqui a pouco ele vai precisar pôr, porque ele vai ter um liquedinho para conseguir trabalho, para se colocar no mercado de trabalho, para de alguma forma.” Então, talvez pela preocupação dos pais fala: “Não, eu não vou postar, tudo bem, eu respeito. Acho que é uma é uma é uma iniciativa de preocupação importante e interessante a depender. Mas para aqueles pais que desejam postar, eu acho que, lógico, tem o limite da exposição na dança, na na vestimento, seja qual for, mas vai ter um momento em que pouco importa qual será o conteúdo, porque com o rosto qualquer conteúdo poderá ser criado e é incontrolado. Mas aí, deixa eu fazer uma pergunta aqui até pro Crisha, né? Porque assim, nós todos aqui viemos do universo analógico, né? E caminhamos pro digital. Nós, nenhum de nós aqui é nativo digital. Uhum. Passamos adolescência anônimos. Exatamente. Ah, eu dou graças a Deus. Coisa boa, gente, não é? E aí, Cristian, quando a gente olha essa essa questão, né, do de até de nós mesmos que somos imigrantes, né, dos nativos com essa super exposição, como é que a psicologia vê tudo isso, né? Porque a gente nunca teve, quer dizer, pelo menos não, essa necessidade de se expor tanto o tempo todo. Eu até entendo uma pessoa que tá ali, não, isso aqui é meu trabalho, eu preciso, né, mostrar aqui meu trabalho, o que que eu tô fazendo. Mas a gente chegou num num nível de exposição que, sabe, que eu olho e falo assim, as coisas não eram assim. E e assim tinha tinha até aquela questão que você tinha que descobrir mais coisas daquelas daquelas determinadas pessoas, mas hoje tudo tá muito exposto. Eu tava conversando hoje com um investigador digital eh que mora nos Estados Unidos e ele me contou um caso que eu fiquei fiquei devastada por essa pessoa. uma pessoa que, enfim, abastada financeiramente, ela foi fazer uma viagem, quando ela chegou, a casa dela tava tava completamente raspada, tinha sido assaltada. O assaltante, né, a pessoa quadrilha que fez isso ainda ainda escreveu na rede social dela: “E aí, trouxa, quando é que você vai viajar de novo?” Ou seja, a pessoa sabia que o outro tava viajando, sabia como era a tua casa, sabia de absolutamente tudo. E a gente vai deixando isso tão aberto que vem lá o predador, o agressor e aí é uma oportunidade. Então assim, como você enxerga isso tudo, Cristian? São várias coisas. É jogo de poder, jogo de ego, de vaidade, de identificação, de mostrar o que gostaria de ser, que não é. Quantas pessoas não batem foto no iate que não é seu, no carro que não é seu, cenário, né? Tem um serviço, você pode num hotel tirar fotos no hotel que você nunca ficou. As explicações são são várias fotos. As explicações são várias no campo psicológico, mas a grande a grande questão aqui é perguntar por eu quero mostrar isso. Eu, por exemplo, sou low profile também como a Carla. A gente, eu faço isso há muito tempo. Imagina, eu sou um cara que trabalhou 15 anos no sistema penitenciário, então imagina quantas pessoas eh do mal, literalmente eu periciei, eu avaliei e continuo fazendo isso até hoje. Então eu tenho medo, né? Então não vou expor a minha família, as pessoas próximas a mim. Claro, eu vou expor o meu trabalho. Meu trabalho, ele ele tem um motivo de ser ele público. Agora, por que que eu quero expor alguém da minha família? Por que que eu quero expor a minha casa? Por que que eu quero expor o local que eu estou? Às vezes eu faço uma viagem, nossa, tô num cenário tão legal, quero compartilhar isso. Por quê? Para quê? Que que eu ganho com isso? Então, são perguntas que a gente tem que se fazer. não tem resposta para tudo. É interessante isso, que a gente não tem resposta para absolutamente tudo. Mas a grande questão, a gente pode ter uma reflexão das questões egoicas, das questões de jogos de poder, de mostrar eu tenho e na verdade eu não tenho, a gente teve o caso agora em Belo Horizonte daquele indivíduo que dizem que é empresário enado. O cara mentiu não o currículo inteiro. Ala muito esperta, já leu com a chamar ele de empresário. Não é nada. Teve um juiz aqui que fez igual aqui em São Paulo. Nossa, não. Tem muita gente. Então você vê uma situação dessa que a pessoa volta pra rede social e diz: “Cara, eu fiz Harvard, eu fiz, eu fiz, eu fiz isso, eu falo eu sou poliglota, trabalhei em sei lá quantos”. É, eu trabalhei quase é quase o currículo que fala inglês fluente aí na prova. É não, verdade, Cristian, bem lembrado. Você vê a pessoa vende algo, por quê? Qual o interesse? Então tem tudo tem interesse na vida. Então quando você olha alguém expondo alguma coisa, você realmente você vê meninas que dançam muito sensuais, muito bonitas. Tem um propósito, é você ver hoje antigamente, né, nós somos do analógico. Eu lembro que a minha primeira faculdade que foi filosofia, minha monografia eu fiz com máquina de escrever. Imagina depois da psicologia lá no meio do curso que chegou o computador. Enfim, mas imagina internet de escada. Nossa, né? Não, internet era aquele discador, você então assim, entrando na rede, a gente consegue, são dois mundos, a gente, né, nós vivemos dois mundos. Nós que temos mais de 40 anos, vivemos em dois mundos. E você olha, eh, essa pessoa que mostra o que é, imagina quantas pessoas no passado, no mundo analógico, mentiram e conseguiram passar isso uma vida inteira. Então, a gente tem psicopatas de sucesso no passado que não estão tendo sucesso agora pelas mentiras. Então, indivíduo como esse é um exemplo agora, eu tô trazendo ele porque estourou agora a semana passada de alguém que enganou todo mundo e vinha enganando todo mundo. E aí você começa a ver os perfis da mitomania, que é um grande fenômeno hoje das redes sociais, é a mitomania. É o mentir quem eu sou, o que eu sou, a qualificação que eu não tenho, o conhecimento que eu não tenho, mas de alguma maneira proporcionar e me identificar daquela maneira e passar essa mensagem pro outro, eu ganho algo. Fake it until you make it. Exatamente. Então, a mito mania hoje tá aí. Então você vê essas pessoas, então eu falei do passado, eu lembro que antigamente eh nós tínhamos ali nas locadoras a questão da pornografia que a gente tratou aqui hoje na nossa conversa. Eh, não sei, não sei qual é tua idade, você lembra da da salinha, tinha uma salinha escura, né? Aquela salinha que tinha um pala do desejo, constrangedor sair, né? Devolver essas fitas. entrar que tinha que devolver rebobinado, senão dava m, né? Rebobin bo tinha que rebobinar e tinha aparelho só de rebobinar o vídeo cassete para vídeos pornos. E aí imagina que hoje a pornografia, que é uma das grandes indústrias financeiras e predatórias do mundo, que rende milhões, você pode pegar um celular e abrir se tem pornografia a qualquer hora. A as pessoas podem produzir os seus vídeos. antes você tinha que ir para uma eh não quero citar revistas, mas revistas famosas como a Playboy, que era uma revista no mundo inteiro. Eh, então algumas pessoas eram escolhidas, eram muito bem remuneradas, depois não eram mais. Então hoje uma menina do interior de qualquer cidade que queira ter o seu vídeo, a sua produção, ela faz isso ainda legalmente, legalmente e ganha muito dinheiro e vende isso. Então olha onde nós estamos hoje. Então estou vendendo algo que pode ser muito errado para alguns, mas é o meu corpo e a minha vida eu sou maior. Não estou preocupado com o julgamento de terceiros. Estou ali fazendo algo que é meu trabalho. E a gente hoje isso isso é normalizado. Antigamente era mal visto, hoje é normalizado. Mas algo que não vai ser normalizado nunca é a questão de você olhar para uma criança e sentir desejo, vontade. E a gente entra de novo na questão da liberdade. Eu posso ter um filho, ter um sobrinho, ter um neto, uma criança que eu gosto muito, estar ali com ela e divulgar como uma mensagem de carinho, de afeto, de amor, de dizer até para essa criança ver, olha o que eu tô te homenageando. É uma homenagem aquela imagem, porque hoje é uma homenagem, né? As pessoas reconhecem isso como um carinho. Mas sabe quem me cobra de postar foto do meu filho na minha mãe? É, você não postou essa semana, mas tem que postar só para ela. Aí ela quer mandar mandando no grupo. E antigamente nós tínhamos o álbum em casa. A gente aniversário de chegar na sala e abrir o álbum de fotosade do teu melhores amigos eles criaram. Não, mas aí os melhores amigos só serve para aquele stories. Tinha que ter dentro do teu perfil que é olha aí, né? Melhores amigos. Então assim, aquelas fotos são para pessoas que realmente você conhe são da sua família que você vai lá. pessoas e mesmo assim, né? Porque, ó, vou trazer aqui o que a Lindalva colocou. Eh, ela vai mais além, né, que ela diz assim: “Quem defende é porque consome o conteúdo de crianças”. Meu padrasto falava mal de pedófilos quando descobrimos lá na frente que ele era um deles. Enfim, não confia em ninguém. A sociedade é hipócrita porque estão escondidos, então também, né? A gente nunca sabe. Eu tô assim um pouco paranoica, gente, mas eu acho que todo mundo em casa tá um pouco também, porque sou a paranoica. Eu não vou. Quanto mais você tem conteúdo contato, mas é difícil porque a liberdade de você viver sua vida aquelem São Paulo, então sai sem celular. Eu eu saio sem celular, eu acho uma droga. Eu concordo com você. Eu não gosto sair sem celular. Mas o que acontece não adianta, porque o crime vai acontecer. Os criminosos estão aí. Só que acontece, pera aí, nós temos ferramentas, nós conhecemos, você conhece super bem, imagina ele, advogado que trabalha nessa área, eu trabalho com isso. Então, assim, eu sei o os perigos. Então, assim, eu não consigo mais me colocar numa posição de que, ah, tudo bem, eu não tô nem aí, não, eu conheço o perigo. Concordo. Entende? assim fácil analisar qual conteúdo aí assim é diferente de uma pessoa que não conhece o perigo. Então assim, ela não conhece, ela eu, eu entendo isso, ela não tá vendo maldade. Mas assim, eu não vou fazer isso. Depois eu convivo com vocês, imagina eu convivo com Cristian, que é um grande professor, gente. Então assim, ele me explica, Carla, como é que é a cabeça de um pedófilo, né, de um predador sexual, de Então que ele só precisa de novo de uma oportunidade. Então, aquela criança que tá com a uma roupinha super OK, tá com a roupa de pra escola, uniformezinho escolar, você não tá vendo nada de errado. OK. A mãe, pai tirou porque olha para ele até lembrar como que ele era na escolinha. A gente não gosta de olhar as nossas aula e assim, mas pro lembro do caso do professor que gravava os alunos dentro de sala de aula. Então aí você tira, isso que me incomoda, a clausura social pela criminalidade. Porque aí você pensa, uma criança foi estuprada na escola, vou tirar meu filho da escola, uma criança teve um um nude na aula de balé, uma criança teve o nude criado em cima de uma foto, não posso mais, meu filho. Não é isso. A discussão tem que ser como a gente vai conseguir ter essa liberdade e eh combatendo a criminalidade, prendendo o pedófilo para poder apstar, prendendo o pedófilo pra sociedade. Mas você concorda que a gente não sabe onde todos eles estão? Se a gente soubesse, a impunidade é se a gente tivesse a nossa lei aplicada, a gente tem lei, tá? O cadastro, né, de agressores, predadores sexuais. Algumas pessoas perguntaram aqui se isso facilitaria aplicado, não seria maravilhoso. Sei uma coisa, todo mundo falar nos Estados Unidos, ai que absurdo é essa lei que diz, por exemplo, sei lá, de repente você tem um um estuprador, né, e ele é teu vizinho, só vai aparecer e aquilo, infelizmente, gente, isso é uma realidade, desvaloriza a casa das pessoas, porque a pessoa fala: “Nossa, mas eu não quero morar do lado de um, né, de um agressor sexual.” Mas por outro lado, você fala assim: “Gente, eu sei que é, sei lá, duas casas da minha tem um um estuprador”. O que o Cristian falou, não existe exestuprador, ele só precisa de uma oportunidade, uma oportunidade para conseguir a vítima dele. E qualquer pessoa pode ser vítima, entende? É assim, não tem ele, opa, vou capturar. Então, a gente não consegue nem aplicar aquilo que já foi colocado e posto na lei. De novo, eu falo no eh ou até o Santoro também tava falando da questão do sigilo à vítima, né? todas as vítimas desses crimes sejam e principalmente vítima, criança, tem é a questão do sigilo, da identidade. As mulheres têm direito ao sigilo, as adultas podem abrir mão do direito ao sigilo, a criança não pode abrir mão. Uhum. Mas quando você coloca o sigilo, quem se dá bem? O agressor. Mas tá dito na lei, não o sigilo é pra vítima, não é pro agressor. Mas é que o segredo de justiça vai pros altos. Exatamente. E aí o que acontece de novo? Você vai lá, como é feito nos Estados Unidos, você que eles chamam de reducted, que que é isso? É uma tarjona, né, preta em nome de vítima, de de tudo, todos os dados da vítima e todo o resto do processo junto com o nome do agressor tá disponível, porque nós temos o direito de saber quem são esses agressores, como é que você vai combater se ele ainda falar: “Ai, obrigada, senhor, ninguém diz onde eu tô”. mesmo ele ele já parte da premissa que não será encontrado. Exatamente. Aí se ele for, ele ainda tem os benefícios legais todos como se fosse um crime comum, né? A gente talvez tenha que por lei distinguir alguns crimes, destacar alguns crimes. Inclusive essa foi uma ideia com com os crimes deionos, né? Nós tivemos essa ideia lá em 1990, mas não teve muito efeito no Brasil, não fi, não tem muita diferença. Quem sabe diante, né, dessas novidades aí por causa do, acho que é por causa da tecnologia em si, né? crimes sexuais virtuais envolvendo menores. A gente destacar esses crimes para que não só aumente a pena, tem que aumentar, mas algumas algumas condutas melhores, mais eficientes, né? Porque o que a gente hoje reside muito aumenta a pena. Então vai lá, ah, vamos aumentar para 10 anos apenas e continua tendo estupro e continua tendo abuso e continua tendo o nudes, vazamento de nudes. Precisa melhorar polícia, investir para ter delegacia maior, especializada, às vezes fazer uma delegacia especializada só para isso, né? Porque nós temos o atendimento, mas não tem uma especializada só para conteúdo virtual envolvendo trans muito honestos, ele sabe muito bem quando a gente, por exemplo, a gente tá aqui em São Paulo, tá? Isso vai valer para outros estados. Essa nossa delegacia que a gente tem aqui, a DC Cyber, ela, o foco dela são crimes patrimoniais, cliente, banco, gente, lê esse banco, nós precisaríamos de uma delegacia, acho que de um departamento, não é? Para de de um para crimes eh cibernéticos, mas pro para todos os mortais e não só para, né, quem botou dinheiro para construir aquilo ali, porque isso é uma realidade, tá gente? Tô errada. Exato. Não é? E é assim, e ter e assim cada vez mais nós precisamos de recurso humano, porque assim os crimes no ambiente digital não param de crescer. A gente tá falando desses aqui agora, mas e contra idosos? E contra mulheres, contra homens, contra tudo, gente. É uma E agora com esses chat bots, eu tava vendo até no perfil da Sheily um vídeo que ela postou de uma mãe questionando o Instagram, porque parece que meninos de 13 anos estão sendo impactados por chatbots de meninas, mas que são inteligente artificial, eh, com conotação sexual, já querendo engajar em conversas, chamando para engajar em conversas esses meninos. Eh, e os nomes já dão a entender que para conversas aí de conteúdo sexual e que são publicidades dentro da plataforma, dentro do Instagram, muito provavelmente tagueadas para por idade, né, que é como eles fazem as publicidades. Realidade no e crua, essas plataformas são uma vársia. Essa é uma real ali é o seguinte, tô fora do Brasil, quero, né, na lei do meu país é diferente assim, gente, dane-se dá, você não tá no Brasil, você tem que responder as leis brasileiras. E nós, como adultos, inteligentes e capazes, precisamos defender as nossas crianças, independente se você tem filho ou não tem filho, independente se seu filho já é adulto, entende? Porque assim, essas crianças são futuro de amanhã e de novo. A gente faz muito pouco, eu acho que pelas nossas crianças, em detrimento de, ah, então como é que dá pra gente dar uma travada no negócio que deveria ir para adiante? Porque não adianta lei, o que a gente precisa é de regulamentação, responsabilização e fiscalização dessas plataformas. E de novo, a gente precisa saber quem tá do outro lado, porque meu filho, se você sobe num prédio mequetref, dá seu CPF, dá seu nome inteiro, qual o problema de você dar aqui também para uma empresa que tem obrigação, porque já tá na LGPD, também da proteção dos dados, correto, Durson? Perfeito. É, e eu acho que esse toda essa esse questionamento da da Carla, ele ele reside numa questão muito simples. Eh, tem crime cibernético envolvendo adulto, idoso, mas a criança, o adolescente, ele tá sendo inserido nesse mundo de maneira muito inocente. E aí fica muito fácil pro criminoso usando IA, usando artifícios da própria tecnologia para se blindar, não só pela impunidade, mas também para conseguir o resultado criminoso, porque ele se passa dentro do Roblox por um adolescente, ele usa uma uma inteligência artificial para indexar voz como se fosse uma voz de menina, de menino, de adolescente e tal, fala que tem 15 anos, simula a imagem, ele tem tudo prontinho para enganar aquela aquela criança que tá além disso, sendo inserida nesse mundo, sem a educação necessária, sem fiscalização, com uma liberdade absoluta das plataformas que deveriam fiscalizar, porque assim, pensea, eu concordo, os pais têm dificuldade também de controlar os filhos, tal, mas se a gente tivesse uma plataforma, puxa aqui, a plataforma receber uma denúncia, ela suspende, receber uma denúncia, ela vai banir, ela não vai deixar perder o controle porque ela tá preocupada, porque ela sabe que tem um monte de criança e mesmo assim não. O lucro fica em primeiro lugar pras plataformas geral. Porque se a gente transferir isso pro mundo real, eh, se você vai dar uma festa, é isso. Você precisa de alvará, você precisa de ambulância, você precisa de segurança proporcional ao número de pessoas que estão ali. Então, eu expliquei isso um pouco pro meu filho, porque eu tava falando do Roblox e ele ficou meio reativo. Ele, ah, mas todas as plataformas são assim, mas em todos os lugares é desse jeito também. No Discord também é desse jeito. Eu falei: “Tudo bem e todos estão errados. É aí que tá. Não é o Roblox, eu não ligaria. Se fosse só um jogo maravilhoso, vai lá jogar seu jogo. Mas a gente tem que exigir, jovens, adultos, todo mundo que tenha um mínimo. Você vai num lugar, tem coisas que t asseguradas para você e as plataformas não asseguram. Eu eu sou gamer, né? Porque eu fui pro direito por quase por acaso, porque o meu negócio era tecnologia, né? E eu jogo até hoje. Eu jogo até hoje. E eu jogo um jogo que chama Counter Strike. Conheço nesse jogo, quando você cai em servidores internacionais, principalmente com argentino, o que tem de racista? É, é absurdo. A primeira coisa que você fala: “Sou brasileiro, eles te ofendem”. Igual mostrou o documentário do do Vini Júnior, tem muito no futebol. Isso tem igualzinho no esporte eletrônico. Eu tô jogando, o cara acabou de ser racista em texto, ele escreveu, não é que ele falou que fica mais difícil controlar, ele acabou de ofender ali, eu e quem tiver no grupo ali, que seja brasileiro, você denuncia, sabe quando esse cara vai ser banido? Nunca. Nunca. Então não é nem responder pelo crime, porque ele deveria responder pelo devia estar preso. Não, tudo bem, é difícil controlar, tem jurisdição, ele tá na Argentina, tô no Brasil. Eu entendo a complexidade, mas minimamente eu esperava que a Valve, que é a empresa do Counter Strike, banisse esse cara, porque ele tá cometendo crime dentro da plataforma de um joguinho virtual. Isso é normal, isso é a regra geral. Você perguntar para qualquer um que joga, ele vai saber. Se tiver alguém aí que assiste, que jogue, por favor, comente. E ninguém faz nada, não. E tudo, no fundo, a gente tem que ser bastante honesto também, tem uma questão de interesse econômico, né? É dinheiro. E isso estimula porque esse menino, eu sou adulto, mas tem lá um moleque de 15 anos tá jogando e ele vê o argentino fazendo isso, ele acha que é normal e ele vai chegar na escola e fazer a mesma coisa muitas vezes, né? Ele é influenciado ainda pela impunidade, pela normalização, que é de novo o início da conversa. Vocês falavam sobre a prevenção, né? O que que a gente faz? Eh, o Pierrot, que escreveu a história da Chapéuzinho Vermelho na França no século X7 escreveu esse conto para proteger crianças de abusadores sexuais, porque na história original do a Chapeuzinho é morta e abusada e ao contrário, abusada e morta. Então os contos ali já era uma mensagem Europa século X7 para proteger crianças. Então olha só, a coisa vem caminhando. Já havia uma necessidade ali de proteção, de criar recursos, não audiovisuais, mas recursos de contos, de fábulas para proteção dessas crianças. Na verdade, a floresta ali é a vida, é o mundo. A Chapeuzinho na floresta, ela no mundo sozinha, sem a proteção dos pais. Então, hoje, eh, eu, eu escrevi um livro exatamente sobre isso, que é o dilema das crianças de vermelho, que é uma alusão ao chapeuzinho vermelho. Porque muitas crianças que são vítimas de adultos que deveriam protegê-las, elas entram num dilema, mas nossa, meu pai, meu avô, meu amigo, meu que me protege, deveria me proteger, tá fazendo isso comigo. Então, tem muitas crianças que têm medo de denunciar porque entram nesse dilema moral ainda enquanto jovens prepúberos. porque tem medo de destruir a família. Então você imagina lá no século X já havia uma iniciativa, nós aqui nesse momento é uma iniciativa de de proteção, de falar, de prevenção e a coisa não para. Então, temos que entender que existe dentro da natureza humana o mal, as condições de destruir o outro, de sobrevivência, destruição, que são inatas à nossa natureza, que foram, que é e que serão reveladas em qualquer tempo na história. Então, isso é preocupante. Acho que a gente não deve cruzar os braços e dizer: “Olha, não tem o que fazer, não tem jeito, tem.” Eu acho que a nossa missão aqui hoje, o nosso desejo de estar aqui é esse, como de outras pessoas que têm as melhores intenções, trabalho na justiça e no controle desse tipo de conteúdo. E vamos continuar, vamos conseguir, não sei, mas a gente vai continuar a nossa parte, a gente tem que fazer, não é isso? Isso aí. Olha, terminou e vocês acompanharam até o final, então deixem like para que o programa chegue a um número maior de pessoas. Acho que várias informações muito interessantes aqui a respeito da realidade das plataformas digitais, muitas discussões pro futuro também trazidas pelo Dursel e agora também fechadas com essa história incrível do Cristian que elucidou aqui. Até um cara colocou uma coisa meio, acho que chegou no meio da live, né? Vocês estão chamando o Itítelo de pedófilo? Não, ninguém chamou o Ítalo de nada mesmo, porque ele não foi avaliado por ninguém. Aqui não existe nada sobre se ele tem uma filia ou se ele cometeu esse crime. A gente não tá especulando sobre o Ítalo. A gente tava falando sobre um comportamento virtual sobre a existência de pedófilos, tanto na realidade como também na internet e que consome esse tipo de conteúdo que ele e outros possam. Então, assista desde o começo. Acho que hoje foi um dia muito interessante pra gente se aprofundar um pouco mais eh em paralelo ao que tá acontecendo com o caso Ítalo e outros casos que também foram denunciados aí por esse vídeo do Felca. Queria agradecer muito a companhia de vocês, a presença do Durs aqui com a gente. Muito obrigada. Várias pessoas já tinham pedido a sua presença, a Cris Canazal inclusive que tá todos os dias com a gente. Um beijo especial para você, Cris. E Cristian, o pessoal aqui batendo palmas e agradecendo muito também o seu expertice. Muito obrigado. É isso aí, Cristian e Durso. Aqui são dois feras. A gente só traz fera aqui, gente, não é, Paulinha? É isso. E amanhã tem muito mais, a partir das 18 horas aqui no canal do Paulo Matias. Não se esqueçam, de manhã tenham além da notícia, a Carla sempre também por lá junto com o Paulo Matias atualizando todos os fatos para vocês. Gostou? Inscreva-se no canal. 18 horas. Caso a caso a gente espera por vocês.







