China fecha a torneira das terras raras para a indústria bélica do Ocidente e escancara para Rússia
0Caros amigos, bem-vindos a mais um episódio de hoje no mundo militar. Neste vídeo falaremos sobre como a China está restringindo ao Ocidente o fornecimento de minerais essenciais para a indústria bélica, ao mesmo tempo em que aumenta a oferta para a Rússia. A RP Trader é a meio ao agravamento das tensões comerciais com os Estados Unidos, a China endureceu ainda mais as regras sobre a exportação de terras raras. essenciais para a indústria de defesa. Apesar do fluxo de minerais ter sido retomado após concessões feitas pela administração Trump, a China continua mantendo um bloqueio estratégico sobre os minerais necessários para aplicações militares. E quando vemos que a China é responsável por aproximadamente 90% da produção mundial dessas terras raras, vemos o quanto isso é crítico para o resto do mundo. Esse domínio torna-se ainda mais evidente quando observamos como empresas que fornecem peças para drones militares dos Estados Unidos, por exemplo, enfrentam atrasos de até 2 meses, enquanto buscam desesperadamente por fontes alternativas desses recursos, geralmente indisponíveis fora da China. As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos que, apesar do nome, não são propriamente raros em termos de abundância, mas difíceis de extrair e processar em quantidade suficiente para atender as necessidades industriais. Eles são fundamentais para a fabricação de tecnologias avançadas, como imãs de alta performance, baterias, sistemas de comunicação e radar, além de sensores e motores de aeronaves e drones. Para a indústria de defesa, essas substâncias são cruciais porque possibilitam a criação de equipamentos militares com desempenho excepcional e capacidades superiores. Por exemplo, os ímãs de terras raras são usados em motores de aeronaves, mísseis, drones e até em sistemas de armas de precisão, devido à sua força magnética e resistência a altas temperaturas. Em caças e aeronaves de combate como F35, os ímãs são usados em componentes críticos que operam a altíssimas temperaturas, como os motores a jato. Além disso, são vitais para o funcionamento de sistemas de radar, comunicação por satélite e tecnologias de monitoramento, incluindo câmeras infravermelhas e dispositivos de visão noturna. Sem um fluxo constante e confiável de terras raras, a capacidade de produzir e manter a superioridade tecnológica dos sistemas de defesa ocidentais seria gravemente comprometida. Portanto, a escassez ou a interrupção do fornecimento de terras raras não apenas aumenta os custos de produção de armamentos, mas também coloque em risco a eficácia de uma ampla gama de tecnologias militares essenciais, se os fabricantes forem obrigados a passar a usar outros materiais com propriedades inferiores. Com a redução no fornecimento, o preço de certos minerais disparou, chegando a ser de 5 a 10 vezes mais caro do que era antes das restrições. Um exemplo disso foi a oferta de Samario, um elemento vital para a fabricação de ímã usados em motores de aviões de combate. O preço desse mineral saltou para 60 vezes o valor normal, um aumento que está gerando uma pressão adicional sobre as empresas de defesa. Esse estrangulamento no fornecimento reflete uma realidade desconfortável para a indústria de defesa dos Estados Unidos, que depende da China para materiais usados em microeletrônicos, motores de drones, sistemas de visão noturna, radares e até satélites de defesa. Algumas empresas estão alertando que sem uma melhoria na disponibilidade desses materiais, a produção de diversos sistemas de defesa pode ser reduzida. A Leonardo, por exemplo, declarou que as suas reservas de germâno, um metal crucial para os seus sensores infravermelhos, estão chegando ao limite com a falta de fornecimento adequado, podendo logo no curto prazo, causar dificuldades na entrega de produtos essenciais para os Estados Unidos, como as cabeças de busca de mísseis guiados pelo calor. Além de limitar os volumes de exportação, o governo chinês tem exigido uma documentação minuciosa sobre como os minerais serão utilizados. Para garantir que esses materiais não sejam destinados a aplicações militares, os reguladores chineses frequentemente solicitam imagens dos produtos e até fotos das linhas de produção das empresas, com algumas companhias ocidentais, principalmente aquelas ligadas à produção de componentes para drones, como os motores, enfrentando longos períodos de espera e negativas nas suas solicitações de fornecimento de ímã raros, com a China justificando isso como o seu temor de que esses equipamentos sejam usados para a fabricação de drones militares para a Ucrânia. No entanto, conforme sugerem as investigações, todo esse escrutínio desaparece quando o cliente é a Rússia, com os chineses derrubando todos os entraves burocráticos para a venda de terras raras para as indústrias russas, mesmo sabendo que esse material será diretamente usado para produção de armas e bombas, como aquelas lançadas diariamente sobre cidades ucranianas. Isso reforça a percepção da aliança extraoficial entre a Rússia e a China contra a Ucrânia. Com os chineses, ao mesmo tempo em que negam a venda de armas ou componentes para fabricação de armas para a Rússia, seguem alimentando cada vez mais a indústria militar de Putin, apoiando de forma direta a sua invasão da Ucrânia. Diante dessa situação, muitas empresas ocidentais têm buscado fontes alternativas de suprimentos, como fornecedores no Japão e em Taiwã. Mas até mesmo esses ainda dependem de minerais produzidos na China, limitando a capacidade de diversificação da cadeia de suprimentos. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos tem se esforçado para reduzir esses riscos através de pesados investimentos, como os 400 milhões de dólares alocados a MP Materials, a maior mina de terras raras da América para expandir a sua capacidade de produção de ímãs. Esse bloqueio de recursos não é apenas uma questão econômica, mas também estratégica. com a dependência das indústrias de defesa ocidentais, dos materiais controlados pela China, expondo vulnerabilidades críticas. O papel da China como fornecedor exclusivo de materiais chave dá a Pequim alavancagem considerável sobre as potências ocidentais, especialmente os Estados Unidos. Apesar dos grandes contratantes de defesa, como Lockhe Martin, estarem já explorando soluções internas para reduzir a sua dependência de fornecedores chineses, o cenário geral para os próximos anos mostra-se incerto e dependerá, em grande parte, da capacidade de estabelecer novas fontes de fornecimento e de acelerar processos para garantir uma produção independente e segura de minerais essenciais. Até lá, o Ocidente e particularmente os Estados Unidos estarão literalmente nas mãos da China para produzirem as armas de que tanto precisam para que possam se proteger justamente dos avanços da China pelo Pacífico. 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