CHINA: onde AS COISAS (automotivas) ACONTECEM

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Salve salve galera, estamos retomando os nossos quadros de estúdio aqui numa programação especial de férias, férias e trabalho, né? Muito conteúdo muito bacana vindo por aí. Gravamos o tão sonhado sonho de guiar um Fórmula 1. Gravamos de novo em Nurb Green. Voltei a Nurbogre depois de 18 anos. Enfim, vem muita coisa bacanuda nas próximas semanas aqui no canal, mas também oportunidade da gente fazer uma programação especial aí de quadros de estúdio com alguns assuntos que estavam quicando há algum tempo. Eu tô devendo há algum tempo falar para vocês. Um deles é esse aqui. É uma breve pensata sobre a China. Sim, a China sempre um assunto muito polêmico, desperta muitas paixões, muitos preconceitos também. Eu vou tentar não entrar tanto no mérito da política, não deixar algo tão convoluto assim, mas fato é que a China é o lugar para se estar em matéria de indústria automotiva hoje. Se você trabalha com isso, olha, eu estaria muito buscando eh uma transferência pra China ou tentando cavar uma vaga em alguma montadora que opere na China, justamente porque lá é onde você tá com o dedo no pulso de onde as coisas acontecem, é onde realmente eh a velocidade das modificações no mercado automotivo chega a ser quase vertiginosa. e fiquei bastante impressionado com muita coisa que eu vi nessas duas viagens que a gente fez, né, em novembro do ano passado, pro salão de Guanzou e mais algumas coisinhas e em abril desse ano pro salão de Shangai e também mais algumas coisinhas. Falando um pouquinho de política, assim, né, eu sou um cara moda antiga, né, cada vez mais fora de moda no Brasil, pessoas que se preocupam com coisas como democracia, imprensa livre, consideram isso valores inegociáveis, né? E a China é um é um lugar que quando você passa lá 10, 15 dias, como a gente já passou duas vezes, no meu caso, eu começo até a ficar meio incomodado com esse negócio da internet ser controlada, com a forma que quando você pega um jornal eh uma coisa elogiosa sobre o presidente atrás da outra, enfim. Eh, mas eu acho que isso não tem nada a ver com um fato innegável, que é hoje a China é o estado da arte em matéria de engenharia automotiva, em matéria de desenvolvimento, em matéria de tecnologia. Como eu falei, é onde as coisas estão acontecendo no mundo carro. Ainda que ela ainda busque encontrar personalidade, a gente pode dizer assim, né? Ainda falta um pouco de de daquele que se em francês se chama de genê sequa, né? Eu não sei o quê. É aquela coisa intangível que faz com que grandes marcas ocidentais tradicionais, Porsche, BMW, Volvo, Jaguar, as Americanas, Ford, enfim, que gerem esse desejo do consumidor e as chinesas, até por terem uma história muito curta, né? Se vocês forem ver aquele vídeo, os dois vídeos, né? A gente fez muitos vídeos nessas duas viagens, mas tanto eh mostrando um pouco da história da BID ano passado, como um pouco da história da Sherry esse ano, você vê que são histórias muito recentes, né? 20 anos atrás eram empresas que estavam fazendo carros eh tosquíssimos, vamos chamar assim, e em apenas 20 anos se tornaram aí eh marcas capazes de competir com as melhores do mundo. Mas vamos resumir um pouco então de toda essa pensata, se você também não acompanha tanto assim o canal, o que que foram essas duas experiências? Eu recentemente estive em duas viagens separadas, cada uma de mais ou menos 12 dias, indo pro salão de Guangzou em novembro passado e agora o salão de Shangai em abril. E nessa viagem do salão de Shangai em abril, a gente foi o primeiro grupo de jornalistas brasileiros a dirigir pela China. A gente foi no Detran da China, que é bem complicado, e dirigimos aí coisa de 1000 km, país adentro, vimos muita coisa e tem muitos insightes pra gente distribuir aí, compartilhar com vocês. Primeiro, eu acho que vocês conhecem os números, né? A escala não só do mercado automotivo chinês, mas da China como país. É uma loucura. tentar exemplificar para vocês. Na viagem do ano passado, a gente pousou em Hong Kong, que é uma ilha que tem quase 10 milhões de habitantes. Não tem mais porque não cabe, é maior densidade eh demográfica do mundo. Aí você cruza um rio, você tá em Shenzen, que é a cidade da Biadi, o Vale do Silício chinês, cidade da tecnologia da Xiaomi também. Shenzen tem 20 milhões de habitantes, é uma São Paulo, né? Hong Kong, 10 milhões, é o Rio de Janeiro. Aí você anda 100 km de Shenzen até Guanzou, onde existe o maior centro de convenções do mundo, salão de Guanzou, mais 20 milhões de habitantes. Ou seja, grosso modo, é como se a gente tivesse assim entre São Paulo e Sorocaba, um Rio de Janeiro e duas São Paulos. Isso dá uma ideia da escala, não só de gente, mas de mercado, de economia que tá rolando ali. E aí falando de mercado automotivo, anota esse número aí. São mais de 200 marcas no mercado chinês e eles estão indo para um caminho de estratégia de nichar cada vez mais essas marcas, né? Eu tive a oportunidade de ir até a sede da Sherry lá em Wuhu, a fábrica mesmo. Foi aí que a gente dirigiu até lá. E a Sherry tá aí com portfólio de 10 marcas. Então são, você olha, parecem produtos muito parecidos, né? Não, mas esse aqui tem mais cromado, é mais talhado pro mercado do Oriente Médio. Esse aqui é mais sobrio, mais esportivo, mais talhado pro mercado latino-americano. Eles estão apostando muito no Brasil. O Brasil é meio que a bola da vez em matéria de próximo grande mercado a ser aberto, até porque sem aprofundar muito as questões econômicas, né? Mas a gente sabe que os elétricos chineses vão sofrer tarifaços, né? Estão sofrendo já na Europa e nos Estados Unidos. Então, o Brasil, sexto mercado do mundo, acaba sendo o maior mercado dentre os possíveis dos chineses entrarem. Alguns números de escala desse mercado, para vocês terem ideia, a China hoje é o maior mercado tanto de produção quanto de venda de veículos no mundo. Mais de 30 milhões de carros vendidos e mais de 30 milhões de carros produzidos. Desses 30 milhões produzidos, 5 milhões exportados. da China. Ano passado finalmente passou o Japão. O Japão historicamente era o maior exportador de carro do mundo. Ano passado se tornou a China. Então a China produz 30 milhões, exporta 5 milhões, vende 30 milhões, ou seja, também importa mais ou menos 5 milhões. Para ter uma ideia de escala, aí a gente tá falando mercado americano, um mercado de 20, 23 milhões de unidades nos seus melhores anos. Só que aí você olha pros Estados Unidos, um país com 300 milhões e poucos de habitantes, e a China, um país com 1.ão400 milhões. Então a gente tá olhando ainda pra China como um país que vai ter um crescimento sustentado desse mercado automotivo por décadas, a gente pode dizer, né? Ainda existe um potencial de consumo imenso, inexplorado lá. Isso é outra coisa muito legal. A gente normalmente, né, os jornalistas automotivos têm ido muito pra China, ido para essas cidades, né, para Shenzen, para Shangai, para Pequim, mas não vem um pouco da China real. Existe uma China real, vamos chamar assim, não sei, né, se é todas as Chinas são reais, vai, mas existe uma China muito parecida com o Brasil. Quando você sai dos grandes centros, quando você vai para dentro, você vê eh cidades de interior em que a renda média ainda é baixa, mas essa renda tá crescendo, o país tá crescendo a passos largos. Então, existe todo um mercado de consumo potencial que ainda não tá inserido nessa economia automotiva na China e vai inevitavelmente ser inserido. Esse crescimento do mercado interno alavanca essas empresas chinesas para que elas se expandam mundialmente, exportem foco muito em exportação. E aí, como eu falei, Brasil é a bola da vez, porque é o maior mercado top seis do mundo, mas é o maior mercado em que o produto chinês vai conseguir entrar sem sofrer grandes barreiras. E não é à toa que Bid, GWM, os grupos grandes chineses já estão investindo em fábricas do Brasil. Isso, sem sombra de dúvida, vai alimentar ainda mais a cadeia de suppliers chineses para essas fábricas de carros chineses no Brasil. Em resumo, a sensação quando a gente anda pela China, principalmente para nós que trabalhamos com a indústria automotiva, com a cadeia da indústria automotiva, é que é o lugar para se estar. Eu imagino que é a mesma sensação se você trabalhava com tecnologia, com eletrônicos, de ir pro Vale do Silício no fim dos anos 90, no início dos 2000. Ou se você trabalha com carro e para Detroit nos Estados Unidos nos anos 50, é aqui que as coisas estão acontecendo, é aqui que a vanguarda tá acontecendo. Existem muitas tecnologias que já se tornaram banais no mercado chinês, coisas como comando de voz nos carros, condução autônoma nível trê, nível 4, coisas que mal e mal estão sendo introduzidas no mercado, nos mercados ocidentais, como features de carros premium em volume pequeno. Na China já viraram carne de vaca. Isso vale não só para carros, vale para tecnologia em geral. Dá uma olhada no telefone que dobra três vezes que a Huawei lançou recentemente. Dá uma ideia aí do quão na frente em matéria de tecnologia de produtos para o consumidor e produto para consumidor, a gente tá falando também de automóvel a China. Então é isso, né, galera? Resumo da ópera é esse. A China é, acima de tudo, fascinante para quem trabalha com carro, para quem se interessa com isso. Por isso, eh, tá podendo ver as coisas de perto, acompanhar as mudanças, ver a cultura do país e como isso influencia a cultura de carro que eles têm, né? Até fiz um corte aí que deu uma viralizada no no nosso podcast falando como, por exemplo, com moto o chinês não tem a relação de de passionalidade, né? E não só com a moto, com o carro em geral, né? O carro, acima de tudo, na China é um device, né? é um é um item, um eletrônico, como se fosse um computador, como se fosse o celular que tá filmando isso aqui. E isso não quer dizer que não seja um bom produto, ao contrário, eu diria que quando você olha pro carro como um consumer good, né, como um produto pro consumidor eletrônico ou tecnológico, talvez a China hoje faça os melhores do mundo. Só que o carro pra boa parte das pessoas, principalmente pra boa parte das pessoas que assistem um canal como esse, é muito mais do que apenas um device, apenas um produto eletrônico que entrega algo. O carro também eh tem toda uma questão e material de conexão emocional, que aí é esse pontinho aí onde a China ainda ainda não está na vanguarda automotiva. Concorda, discorda? Diz aí nos comentários, deixa o like nesse vídeo, se inscreve no canal, que isso sempre ajuda a gente demais e vai fazer com que você não perca nada das muitas coisas bacanas que estão vindo por aí. Valeu demais, C bem e aquele abraço.

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