Como a Pornografia Está Destruindo Seu Cérebro
0Olá, aqui é o Mateus Santana e enquanto você assiste esse vídeo, tem pelo menos 20.000 pessoas ao redor do mundo vendo pornografia nesse exato segundo. Tanto que só no Brasil uma pesquisa mostrou que 22 milhões de pessoas assumiram que assistem pornografia. Fora aquelas que mentiram, né? Porque a gente sabe que deve ser muito mais. E olha que essa pesquisa foi feita há quase 10 anos atrás. Além disso, em 2012, só pornografia gerava cerca de 30% do tráfego mundial de dados na internet. Imagina agora, 13 anos depois. E o pior é que, segundo o Estadão, um em cada cinco garotos de 13 a 17 anos no Brasil se declara viciado em pornografia ou em games. Mas não se enganem, porque isso não é uma coisa que afeta só o homem, porque 1/3 dos usuários de pornô são mulheres. Mas apesar da gente estar falando do problema do pornô hoje, o sexo representado em imagens, esculturas e textos já existe há milhares de anos. Se você olhar para civilizações antigas como a Grécia, o Egito ou a Índia, vai ver que a sexualidade já fazia parte da cultura, da arte e até dos templos. Era comum ver estátuas, pinturas ou rituais envolvendo o ato sexual. Só que aquilo, na maioria das vezes, não era pornografia como a gente entende hoje. Aquilo tinha outras intenções, tipo rituais de fertilidade, simbolismos espirituais, ensino, arte, enfim, nem sempre a intenção era excitar. O que a gente chama de pornô mesmo no sentido moderno é algo feito com o objetivo principal de provocar excitação sexual individual. E isso começou a tomar forma só a partir de uns 300 anos atrás, quando os livros começaram a se espalhar pelo mundo, porque foi aí que surgiram os primeiros romances eróticos. E aí depois, em 1895, veio o cinema. Aí foi outro grande salto no consumo, porque as pessoas começaram a ter acesso a conteúdos eróticos em vídeo e de forma explícita. Naquela época o consumo já era alto, mas quando veio a internet a coisa escalou ainda mais, porque aí as pessoas podiam acessar do computador e não precisavam mais sair de casa para alugar fita cassete. Só que a situação só foi começar a sair do controle com a chegada dos smartphones, porque a partir daí qualquer um poderia acessar em praticamente qualquer lugar, a qualquer momento e em menos de um minuto. E eu não quero nem ver o que que vai acontecer a partir de agora com a chegada da inteligência artificial, da realidade virtual e até de dispositivos de estimulação sensorial que são capazes de fazer até a pessoa sentir o toque, pressão, temperatura e até cheiro de forma artificial. Mas para entender porque a pornografia pode ser tão viciante, a gente precisa olhar para um fenômeno que os cientistas chamam de efeito colge. Esse efeito foi identificado em experimentos com ratos, mas ele pode se aplicar ao comportamento humano também. Basicamente funciona assim. Quando um rato macho é colocado com uma fêmea, ele acasala algumas vezes ali e logo perde o interesse. Mas se essa fêmea for substituída por uma outra, o interesse dele volta na hora. E isso pode se repetir várias e várias vezes, porque sempre que aparece uma nova fêmea, ele tem um novo pico de dopamina que faz ele ir atrás dela, mesmo já estando exausto fisicamente. Sua familiar, quantas vezes você já ficou ali vendo pornô por horas e horas, mesmo já estando morrendo de cansaço? Pois é, isso acontece porque o cérebro foi programado ao longo da evolução para buscar variedade sexual, já que na natureza isso aumentava as chances de reprodução e por consequência da espécie humana continuar existindo. Então esse mecanismo que faz a novidade aumentar o desejo sexual tá profundamente enraizado em cada um de nós. O problema é que no mundo moderno a pornografia virou uma forma quase que perfeita de explorar esse mecanismo ao máximo, porque agora a gente tem um arém infinito dentro do nosso bolso. Cada clique é um novo rosto, uma nova cena e uma nova fantasia. E isso mantém o cérebro em estado constante de excitação, porque é como se ele tivesse sempre diante de uma nova parceira. Então, cada vídeo que você abre é um pico de dopamina e mais um reforço de um hábito que eventualmente pode se tornar um vício. É por isso que tanta gente entra nesse ciclo sem nem perceber, porque o que começa com um vídeo esporádico vira uma busca constante por novidade. E na internet, meu amigo, a novidade não tem fim. O fato é que com o tempo o cérebro se adapta a esse excesso de prazer rápido e o que antes parecer excitante começa a ficar normal ou até sem graça. E aí a pessoa começa a abrir 20 abas de uma vez, começa a buscar estímulos cada vez mais intensos e muitas vezes até bizarros só para sentir alguma coisa. O nome disso é dessensibilização. É quando o cérebro se acostuma com tanto estímulo que ele precisa de cada vez mais intensidade só para gerar o mesmo nível de prazer. E é triste saber que de forma geral o jovem de hoje tá literalmente crescendo com o cérebro moldado por esse hiperestímulo sexual e sofrendo sérias consequências que às vezes ele nem percebe de onde vem. Porque ele acha que tá assistindo pornô porque tá se sentindo mal, mas ele não consegue perceber que na verdade ele tá se sentindo mal porque não para de ver pornô. Inclusive, segundo o autor Gary Wilson, existe um paradoxo na geração atual. A maioria das pessoas acha que por serem jovens, eles têm mais facilidade para quebrar esse vício. Mas o que tá acontecendo é justamente o contrário, porque muitos jovens estão tendo mais dificuldade de sair do vício do que homens mais velhos. Sabe por quê? Porque eles começaram muito cedo. Eles foram expostos a vídeos com cenas pesadas numa idade em que o cérebro ainda tava em formação, cara. Porque durante a infância e adolescência, o cérebro é muito mais plástico, ou seja, ele muda com muito mais facilidade em resposta aos estímulos do ambiente. Então, imagina só, num período tão sensível de desenvolvimento, o sistema de recompensa do cérebro começa a ser treinado com estímulo digital pesado, acelerado e irreal. E aí a formação do desejo sexual, que deveria acontecer com base em experiências reais, acaba sendo desviada para um modelo artificial e repetitivo. E isso deixa marcas profundas, cara, porque quanto mais jovem, mais o cérebro é sensível a estímulos externos. E quando certos padrões são repetidos nessa fase com muita frequência, eles acabam se consolidando de forma muito mais intensa e sendo mais difíceis de serem quebrados na fase adulta. E não é que não dê para mudar depois, até dá, mas esse tipo de aprendizado fica mais entranhado, mais automático e mais resistente à mudança. Ou seja, ao contrário do que muita gente pensa, o jovem de hoje não tem mais facilidade para mudar. Pelo contrário, ele é o mais vulnerável porque o cérebro dele foi moldado cedo demais e por estímulos extremamente pesados. A verdade é que o pornô pode parecer inofensivo no começo, mas ele tem a capacidade de ir te viciando de forma silenciosa. Porque pelo fato de não ter consequências imediatas e de você conseguir esconder isso dos outros, você só vai perceber que tá viciado sabe quando? O dia que você resolver parar. E no momento em que você resolver parar por entender que isso tá te fazendo mal, é aí que você vai começar a travar uma das batalhas mais difíceis da sua vida. Porque diferente de outros vistos, como cigarro, jogos, bebidas e outros, a pornografia seguida de masturbação é muito mais acessível que qualquer outra coisa. Porque é como se um fumante que tivesse tentando parar de fumar tivesse que ficar andando com um cigarro dentro do bolso o tempo todo. Mas se você quiser conhecer um método para te ajudar a mudar esse ou qualquer outro hábito usando como base a neurociência e os livros mais renomados sobre o assunto, clica no primeiro link da descrição e assiste o vídeo que preparei para você lá. Tenho certeza que vai te ajudar muito. Bom, essa indústria cresceu tanto que muita gente nem faz ideia. Para você ter noção, hoje cerca de 12% de todos os sites da internet são voltados para conteúdo adulto. E por ano ela movimenta 100 bilhões de dólares e produz cerca de 11.000 filmes só nos Estados Unidos. E olha só, só esse site aqui, que é provavelmente o maior do ramo, recebe mais de 3 bilhões de visualizações por mês. Mas se for somar todos os maiores sites, esse número passa de 10 bilhões fácil. Isso mostra o quanto esse mercado explodiu, principalmente depois que as pessoas começaram a criar o próprio conteúdo e vender diretamente na internet. E boa parte dessa audiência vem das redes sociais, porque muita gente usa o Instagram e o TikTok para chamar a atenção com postagens provocativas e depois direcionar o público para plataformas como Only Fans, que é onde o acesso ao conteúdo é pago. E aí lá dentro eles oferecem conteúdo exclusivo, cobram assinaturas e consequentemente acabam ganhando muito dinheiro com isso. Só que o mais curioso é perceber como a visão das pessoas em geral em relação a esse tema mudou com o tempo. Porque eu tenho a percepção de que há alguns anos esse tipo de conteúdo era visto majoritariamente como algo sujo, imoral e fútil. Mas parece que hoje em dia ele não só passou a ser cada vez mais aceito, como também tá sendo tratado como parte de uma vida sexual saudável. Porque tem até celebridades defendendo essa ideia e entrevistas dizendo que consumir esse tipo de conteúdo deveria ser encarado como uma forma produtiva de prazer, tanto para homens quanto para mulheres. Mas segundo a Dra. Ana Lempk, que é uma psiquiatra de Stanford, o nosso cérebro funciona como uma balança, onde de um lado tem o prazer e do outro tem a dor. E quando a gente vê pornografia, o lado do prazer pesa mais e desequilibra a balança. O problema é que depois que o prazer passa, é o lado da dor que começa a pesar, porque o cérebro vai sempre tentar manter essa balança nivelada. E esse desequilíbrio é o motivo pelo qual muita gente começa a sentir irritação, ansiedade, falta de foco e desânimo. Porque toda vez que você exagera nos prazeres intensos, rápidos e fáceis, é como se você fosse punido com dor e sofrimento logo depois. Só que da mesma forma, se você se autoimpor uma dor e sofrimento benéfica como a da atividade física intensa, você vai ser recompensado com prazer e bem-estar logo depois. É assim que funciona. Agora, voltando àquela constatação de que a pornografia pode ser saudável e até produtiva, não é difícil esbarrar por aí em matérias ou pessoas afirmando coisas parecidas na internet. Mas olha só, o Dr. John Gottman, que é um baita especialista em relacionamentos, estudou mais de 40.000 1000 casais ao longo de 40 anos, só para entender o que de fato faz um casal permanecer junto ao longo do tempo e o que acaba resultando em divórcio. E uma das coisas que ele percebeu foi que quando um dos dois ou ambos assistem a pornografia, a primeira coisa que acontece é que a frequência do sexo entre o casal diminui. Lembra do efeito college que eu expliquei? Pois é. E quando isso acontece, é natural que o nível de satisfação e felicidade entre eles diminua também. E é complicado porque tem muita gente que acha que assistir pornô junto com o parceiro é uma coisa boa, mas o Dr. Gotman diz que isso na verdade afasta o casal porque cria um distanciamento tanto emocional quanto físico, já que ela aumenta o desejo por outras pessoas. Afinal, a pornografia coloca seu cérebro em contato com vários corpos e cenas extremamente estimulantes, mas ele afirma que a intimidade de verdade só acontece quando os dois parceiros estão conectados, tanto emocional quanto fisicamente. Então, quando alguém assiste porno com muita frequência, ela inevitavelmente vai acabar se afastando da conexão real, porque ela vai preferir muito mais a fantasia. E tem mais, quando a gente vê a pornografia, a gente controla totalmente a experiência, mas no sexo real, o prazer é construído a dois. com vulnerabilidade, tempo e conexão. Só que aí a expectativa da pessoa viciada nisso começa a ficar distorcida, porque ela assiste algo hiperestimulante no vídeo e depois sente que o sexo real não tem a mesma graça, pelo menos não com a pessoa que tá ali do lado dela. E olha só, mesmo que você esteja solteiro agora, o consumo exagerado de pornografia pode afetar seus futuros relacionamentos. Pelo menos é isso que a sexóloga Emily Nagosski explica muito bem no livro Come as You. Ela diz que a gente aprende sobre sexualidade da mesma forma que aprendemos a nos comunicar, ou seja, observando o ambiente. Então, se você cresce vendo determinado tipo de pornografia, aquilo molda o seu desejo e você acaba desenvolvendo fantasias que não se conectam com a vida real. E como você pode imaginar, isso pode trazer muita frustração nos seus relacionamentos futuros, porque muitas dessas fantasias promovidas pelo sites porno reforçam ideias horrorosas, como o desejo por menores de idade, pessoas da família e até comportamentos violentos. E se a pessoa consome esse tipo de conteúdo há muito tempo, as expectativas que ela cria também vão ser moldadas por isso. E aí a tendência é que ela se torne mais agressiva, pervertida e com uma visão deturpada sobre a sexualidade, o que é muito perigoso. E um outro efeito colateral do pornô que muita gente ignora é o fato de que você começa a enxergar a outra pessoa como um objeto. Porque a pessoa que tá ali na tela deixa de ser um ser humano e vira só um corpo que existe pura e simplesmente para satisfazer um desejo seu. Tanto que o ator Terry Cru, que já foi viciado em pornografia, já falou sobre isso abertamente. Ele disse que esse hábito muda a sua forma de ver o mundo e você passa a tratar as pessoas como se fossem produtos, ferramentas para gerar prazer e não como alguém com uma história, com sentimentos, etc. E ele conta que mesmo casado ele não conseguia se conectar de verdade com a esposa, porque a mente dele estava sempre presa na fantasia. Afinal, pornô alimentava essa busca constante por novidade e controle. Então, nada realmente para ele. E quando você se acostuma a viver nesse padrão, o mundo real começa a aparecer sem graça, porque a vida exige conexão e presença. Só que o cérebro viciado não quer isso. Ele quer estímulo fácil, rápido e sob demanda. E com o tempo isso afeta a sua forma de se relacionar com todo mundo, parceiros, amigos, desconhecidos, etc. E aí você vai perdendo empatia, vai se tornando mais fechado, menos sensível e isso para muita gente vira um buraco muito profundo e difícil de sair, sem contar o estrago que isso causa na sua autoestima, porque no fundo ninguém sente orgulho de si mesmo depois de ejacular olhando para uma tela. Pelo contrário, se você é uma pessoa que tem um mínimo de dignidade e já sabe o quanto isso vai prejudicar a sua vida, a tendência é que você sinta vergonha de si mesmo, porque você sente que tá indo contra seus próprios valores e tá jogando fora seu tempo e sua energia. E segundo a escala Hawkins, que foi criada pelo psiquiatra David Hawkins, a vergonha é o estado emocional com a vibração mais baixa que um ser humano pode sentir, abaixo até da culpa. Então isso tende a ser o estado que mais te destrói por dentro. E o pior, isso acontece num ciclo, porque a pessoa sente vergonha, tenta fugir dessa dor e acaba se afundando ainda mais no próprio hábito que a causou. É assim que esse hábito vai se enraizando até se transformar num vício, porque ele mexe com sua identidade. Primeiro ele te faz se sentir fraco e a partir do momento em que você acredita que é fraco, você começa a agir como alguém fraco. Então, se você tinha alguma dúvida de que você deveria mudar esse hábito quanto antes, eu acredito que esse vídeo já tenha te dado essa resposta. E se quiser me ajuda para vencer isso, clica no link da descrição que lá eu vou te mostrar o caminho. Um forte abraço e até a próxima.