Como é o Clima em Outros Planetas do Sistema Solar?
0enquanto a gente vive nossas variações de clima aqui na Terra coisas muito mais extremas estão acontecendo em outros cantos do sistema solar sim neste exato momento há planetas enfrentando tornados colossais tempestades com formas geométricas bizarras e anticiclones que duram não dias ou semanas mas séculos alguns desses fenômenos aparecem onde você menos espera até mesmo no sol lá às vezes surgem tornados feitos de plasma arrancado diretamente da superfície solar e o mais curioso eles não são causados por ventos como os nossos mas pela força insana dos campos magnéticos que percorrem a atmosfera do Sol esses tornados cósmicos são tão gigantescos que se compararmos a Terra pareceria uma bolinha de good perto deles mas vamos deixar o Sol e seus acessos de fúria de lado por um momento hoje o nosso voo é rumo aos fenômenos meteorológicos mais malucos que assolam os planetas do sistema solar em vez de ir do mais próximo ao mais distante do Sol vamos escalar o nível de insanidade e começamos por quatro protagonistas perfeitos: os planetas gigantes gasosos onde tempestades são praticamente regra começando por Júpiter o maior planeta de nosso sistema estelar basta uma olhadinha para anar a superfície do planeta é o palco de um caos atmosférico contínuo um exemplo icônico disso foi registrado pela sonda Voyager 1 lá em 1979 quando ela captou uma sequência acelerada mostrando redemoinhos colossais girando sem parar a atmosfera de Júpiter está cheia de centenas desses vórtices ciclones e anticiclones e a maioria deles tem tamanhos absurdos para ter uma ideia da escala um ciclone na Terra desses que a gente chama de furacão ou tufão costuma ter entre 500 e 1000 km de diâmetro podendo durar uma semana ou mais porém em Júpiter estamos falando de tempestades com vários milhares às vezes dezenas de milhares de quilômetros de largura e que duram anos até mesmo séculos 90% dessas formações no planeta são anticlones ou seja regiões de alta pressão e o mais maluco elas viajam durante toda sua existência sempre no mesmo corredor do planeta sem praticamente mudar de latitude e quando colidem elas podem se fundir formando tempestades ainda maiores os dados demonstram que esses vórtices têm diferentes durações de vida dependendo do tamanho os que têm entre 1000 e 6.000 km de diâmetro geralmente duram de 1 a 3 anos já os maiores estão lá há tanto tempo que ninguém sabe exatamente quando surgiram a mais famosa de todas é a grande mancha vermelha uma tempestade lendária que temos certeza de que existe desde pelo menos 1831 ano em que aparece retratada num quadro mas há indícios de que ela esteja por lá desde os anos 1660 ou até antes nas bordas dessa tempestade os ventos podem atingir mais de 600 km/h muito mais intensos que qualquer furacão registrado na Terra e ela gira no sentido antihorário dando uma volta completa em Júpiter a cada 4 dias e meio terrestres pode parecer algo superficial apenas uma turbulência na camada externa mas não é usando diferentes comprimentos de onda da luz os cientistas descobriram que a grande mancha vermelha se aprofunda por até 300 km dentro da atmosfera jupiteriana apesar de seu status de ícone essa tempestade tem diminuído de tamanho quando a sonda Voyager um passou por lá em 1979 a mancha era quase duas vezes maior que a Terra hoje ela mede cerca de 1,3 vezes o tamanho do nosso planeta e se continuar encolhendo pode desaparecer em algumas décadas ou quem sabe se recuperar ao engolir outros anticiclones por enquanto ninguém sabe ao certo o destino dessa fera atmosférica um pouco mais ao sul da lendária grande mancha vermelha em outra faixa de ventos de Júpiter algo extraordinário aconteceu no ano 2000 três enormes redemoinhos surgiram e como se fossem monstros dançando em espiral acabaram se fundindo o resultado uma nova e poderosa tempestade chamada oval bea que hoje é a segunda maior formação ciclônica da atmosfera júpiteriana mas não é só nas regiões equatoriais que a coisa é um caos em Júpiter ou melhor onde os ventos rugem nos polos de Júpiter encontramos estruturas ainda mais curiosas formações quase geométricas de ciclones gigantes dá só uma olhada nisso no Polo Norte há um vórtex de 4000 km de largura cercado por outros ciclones de tamanho parecido formando um desenho que lembra um octógono quase perfeito já no Polo Sul a tempestade principal tem cerca de 5800 km de diâmetro sendo rodeada por outros cinco ciclones organizados em um anel simétrico essa formação bizarra foi registrada com detalhes pela sonda Juno em 2016 usando sensores infravermelhos que captam radiações invisíveis ao olho humano nessas imagens o amarelo representa as áreas mais quentes cerca de -13º e o preto indica as regiões mais frias que chegam a -83º a 1500 km do centro de cada um desses redemoinhos polares os ventos chegam a velocidades próximas de 350 km/h e o mais surpreendente mesmo com toda essa violência atmosférica durante os s meses de observações da Juno tudo indicava que essas tempestades nos polos de Júpiter são estáveis e nada leva a crer que elas deverão no futuro se fundir mas isso não significa que estão lá desde sempre perto do equador do planeta por exemplo já vimos estruturas que pareciam eternas desaparecerem do nada ou se fundirem em questão de dias mesmo depois de anos inteiros praticamente imóveis a verdade é que a atmosfera de Júpiter se parece muito mais com uma pintura viva e caótica como se alguém tivesse derramado tinta demais sobre uma tela em movimento constante essa impressão fica ainda mais forte quando vemos animações em timeelapse que mostram as nuvens se deslocando ao longo de 24 dias jupiterianos o que equivale a quase 10 dias aqui na Terra agora considere que Júpiter gira sobre seu próprio eixo em apenas 10 horas isso significa que as camadas de nuvens por lá estão se movimentando em velocidades absurdas nem todas as tempestades em Júpiter duram séculos o gigante gasoso também é palco de fenômenos explosivos e curtos que nascem e morrem em poucos dias elas geralmente aparecem em zonas mais quentes e secas da atmosfera e podem se estender por até 1000 km de largura e um detalhe bizarro é que essas tempestades costumam vir acompanhadas de raios azuis verdeados um fenômeno que ainda intriga os cientistas e curiosamente parece haver uma espécie de ciclo tempestades mais potentes surgem em média a cada 15 a 17 anos mas talvez o que mais impressione nessas tempestades seja a verticalidade delas em vez de apenas se espalharem na horizontal muitas se erguem por quase 100 km de altura formando verdadeiras torres de gás em meio ao nuvens esse relevo atmosférico é cheio de altos e baixos com cristas vales e colinas formadas por hidrogênio hélio e amoníaco inclusive ao contrário do que vemos nas ilustrações mais comuns a grande mancha vermelha se projeta 8 km acima das nuvens que a rodeiam é como se fosse um Everest gasoso flutuando sobre o mundo em constante revolução se você quiser realmente entender a profundidade e o relevo das nuvens que cobrem Júpiter o melhor jeito é enxergá-las com outros olhos mais precisamente através da luz infravermelha é aí que entra o poder do telescópio espacial James Web que nos oferece uma visão única do planeta nas imagens as regiões mais escuras revelam áreas mais profundas da atmosfera ou seja pontos onde as nuvens estão mais baixas em relação ao nível médio de Júpiter já as áreas mais brilhantes mostram onde as nuvens se elevam a altitudes altíssimas e é justamente aí que reencontramos figuras familiares o polo a grande mancha vermelha que nesse espectro aparece branca a faixa equatorial e uma infinidade de pequenas tempestades convectivas cada uma com seu próprio drama atmosférico graças aos dados da sonda Juno os cientistas conseguiram diferenciar com precisão as regiões mais quentes enterradas fundo na atmosfera daquelas mais frias que se projetam para o espaço ou seja Júpiter é tudo menos liso seu relevo atmosférico é um espetáculo à parte com base na análise da luz que nos chega pesquisadores criaram mapas incríveis que mostram com destaque o relevo dos vórtices e das formações nubladas em relação ao nível médio do planeta mas agora vamos deixar o gigante Júpiter para trás e seguir viagem até Saturno à primeira vista Saturno parece mais calmo sua aparência esbranquiçada suave e uniforme não entrega muito mas não se engane por trás dessa fachada tranquila se esconde uma atmosfera tão enérgica quanto imprevisível acontece que Saturno acumula uma enorme quantidade de energia que libera de tempos em tempos de maneira dramática mais precisamente uma vez a cada ano saturniano o que equivale a quase 30 anos aqui na Terra nesses momentos em apenas algumas semanas surge a famosa grande mancha branca uma tempestade monstruosa e caótica que pode durar até 3 anos terrestres ela cresce tanto que pode dar a volta completa no planeta chegando a mais de 300.000 km de extensão e no topo dessas nuvens altíssimas os ventos são tão violentos que já foram medidos a 100 km/h velocidade simplesmente impensável aqui no nosso planeta e não para por aí saturno também é palco de fenômenos únicos em seus polos um deles é um verdadeiro mistério da natureza um vórtex com formato de hexágono com cerca de 30.000 km de largura espaço suficiente para caber duas terras inteiras com sobra dentro desse hexágono surgem constantemente redemoinhos menores porém ainda assim gigantes para se ter ideia um desses tem 3.500 km de diâmetro o que é duas vezes maior do que o maior furacão já registrado na Terra desde que foi identificado lá nos anos 1980 esse hexágono de Saturno não para de deixar os cientistas intrigados ele gira sobre si mesmo em pouco mais de 10 horas como o próprio planeta e observações em infravermelho revelaram algo ainda mais surpreendente um olho no centro como se fosse o coração da tempestade esse olho tem cerca de 50 vezes o tamanho dos ciclones terrestres e abriga ventos que chegam a 500 km/h subindo até 50 km de altura acima das nuvens ao redor e assim como acontece com a grande mancha vermelha de Júpiter tudo indica que essa estrutura penetra profundamente na atmosfera de Saturno descendo centenas de quilômetros e não contente em possuir uma forma geométrica alucinante o hexágono muda até de cor ao longo do tempo sim ao longo dos anos ele se transforma em imagens feitas em 2013 e 2017 por exemplo é possível ver o padrão hexagonal mudar de um tom mais azulado para um amarelado intenso essa mudança provavelmente está ligada às estações do ano em Saturno durante o verão o aumento da radiação solar nas latitudes mais altas faz com que se formem nuvens de hidrocarbonetos que deixam a região com esse tom amarelado para nós que estamos acostumados a ver nuvens se espalharem de forma caótica sem qualquer simetria evidente a presença de tempestades em formato geométrico e angular parece algo vindo de outro mundo e de certa forma é mesmo mesmo parecendo um mundo calmo e homogêneo Saturno guarda segredos que desafiam o nosso entendimento o planeta recebe 100 vezes menos luz solar do que a Terra é aberto aos quatro ventos sem montanhas nem vales os furacões seguem regras próprias totalmente diferentes dos que conhecemos por aqui nessas condições extremas os redemoinhos saturninos são alimentados pela rotação do planeta e por correntes profundas de hidrogênio hélio e ventos supersônicos o resultado tempestades que por algum motivo misterioso ganham formas geométricas simétricas perfeitas como se tivessem sido desenhadas com régua e compasso aliás cientistas da Universidade de Oxford conseguiram reproduzir algumas dessas figuras em laboratório usando uma mistura de água e glicerina sobre uma mesa giratória a simplicidade da experiência contrasta com a complexidade dos fenômenos que ela representa outro fenômeno fascinante de Saturno é a chamada beco da tempestade uma região no hemisfério sul onde por razões ainda desconhecidas surgem de forma recorrente enormes tempestades elétricas é lá que acontece a famosa tempestade do dragão um fenômeno violento e impressionante que nasce a partir de camadas profundas da atmosfera saturnina durante essas tempestades sondas espaciais já registraram raios até 10.000 mil vezes mais poderosos do que aqueles que vemos aqui na Terra embora ainda não tenhamos imagens desses raios já que eles ocorrem dentro das nuvens conseguimos captar suas ondas de rádio que depois foram traduzidas para frequências audíveis por humanos ou seja conseguimos literalmente ouvir as tempestades em Saturno depois de conhecer esse espetáculo de fúria atmosférica em Júpiter e Saturno os outros dois gigantes gasosos Urano e Netuno podem parecer menos empolgantes mas isso não é culpa deles o problema é que foram pouco visitados por sondas e sua grande distância do Sol dificulta muito as observações mesmo com os melhores telescópios ainda assim Urano mostra sinais de atividade ele apresenta vórtices anticlônicos detectáveis no infravermelho que ganham ou perdem força conforme as estações mudam pode parecer que essas manchas são pequenas mas cuidado com a ilusão a escala engana aqui vai um lembrete visual olha o tamanho da Terra comprano não dá para chamar de pequeno né já Netuno ainda mais distante às seis vezes a distância de Júpiter em relação ao Sol é o campeão de velocidade dos ventos em algumas regiões os ventos em Netuno atingem 2400 km/h o que equivale a duas vezes a velocidade do som quando a Sonda Voyager 2 passou por lá em 1989 registrou uma tempestade gigante a grande mancha escura do tamanho da Terra ao redor dela havia nuvens brancas formadas por cristais de metano além de outro fenômeno poético mais ao sul um redemoinho chamado de Olho do Mago mas Netuno é um planeta de mudanças rápidas apenas 5 anos depois em 1994 o telescópio espacial Hubble apontou suas lentes para o planeta e as duas tempestades haviam sumido isso porque em Netuno tempestades de grande escala raramente duram mais de 2 anos desde então apenas quatro novas manchas surgiram e na maior parte do tempo o planeta exibe uma aparência de azul profundo e imaculado o mais curioso mesmo recebendo apenas 0,1% da luz solar que chega até a Terra as nuvens menores de Netuno parecem seguir um ciclo que se alinha perfeitamente com o ciclo solar de 11 anos ou seja mesmo tão distante Netuno dança conforme a música do sol deixando para trás a calmaria azulada de Netuno é hora de pousarmos pelo menos com a imaginação na superfície turbulenta de Marte o planeta vermelho lá tempestades de poeira gigantescas são eventos relativamente comuns e embora esse tipo de fenômeno não seja estranho para nós terráqueos afinal tempestades de areia acontecem com frequência em regiões desérticas da Terra em Marte a coisa escala para outro nível na Terra mesmo as tempestades mais intensas são geograficamente limitadas e por mais que partículas de poeira possam ser levadas por ventos de altitude para o outro lado do planeta o evento em si é localizado já em Marte algumas tempestades de poeira conseguem engolir o planeta inteiro quase todos os anos o planeta vermelho é varrido por tempestades que cobrem áreas do tamanho de continentes inteiros e em média a cada três anos marcianos o que equivale a aproximadamente 6 anos terrestres essas tempestades locais crescem e se transformam em monstros atmosféricos de escala planetária quer um exemplo visual veja essas duas imagens de Marte a primeira tirada em 28 de maio e a segunda pouco mais de um mês depois quando uma tempestade de poeira de escala global tomou conta do planeta durante eventos como esse os ventos podem atingir até 100 km/h parece pouco certo mas é aí que entra um detalhe crucial a pressão atmosférica de Marte é apenas 1% da terrestre o que significa que esses ventos conseguem levantar apenas as partículas mais finas com textura parecida com a do talco e como a atmosfera marciana é extremamente seca essas partículas permanecem suspensas por semanas criando uma cortina de poeira que bloqueia a luz do sol quase completamente conseguimos um registro impressionante disso em 2007 quando o Rover Opportunity registrou com sua própria câmera o escurecimento progressivo do céu marciano enquanto uma dessas tempestades se intensificava no auge da tempestade apenas 1% da luz solar ainda conseguia alcançar o solo mas o pior viria em 2018 quando uma tempestade ainda maior cobriu 35 milhões de qum qu ou seja cerca de 1/4arto de toda a superfície marciana em questão de horas o dia virou noite e esse apagão solar durou semanas tempo suficiente para prejudicar gravemente os sistemas do Opportunity que dependia de painéis solares para se manter ativo sem luz sem energia resultado após 14 anos de serviço o Rover se despediu silenciosamente de Marte a tempestade não o destruiu diretamente mas o silenciou para sempre no entanto nem só de tragédias vive o clima marciano a superfície de Marte também abriga fenômenos menores mas igualmente fascinantes chamados de diabos de poeira pequenas ou nem tão pequenas assim colunas de poeira giratória parecidas com os redemoinhos que vemos em desertos terrestres eles se formam da mesma maneira que os nossos mas em Marte são muito mais frequentes e em média três vezes maiores alguns chegam a atingir até 8 km de altura e podem durar quase uma hora girando pela superfície um deles observado por um satélite em órbita media 30 m de largura e se elevava a 800 m do solo e aqui vai uma curiosidade esses diabos de poeira por mais caóticos que pareçam às vezes ajudam isso mesmo alguns deles passaram por rovers marcianos e com seus ventos turbilionantes limparam parte da poeira acumulada nos painéis solares permitindo que os robôs recuperassem parte de sua energia e prolongassem suas missões os chamados diabos de poeira de Marte não deixam sua marca apenas enquanto estão ativos muitas vezes meses depois de desaparecerem suas trilhas ainda podem ser vistas do espaço desenhadas como se fossem cicatrizes na superfície do planeta Vermelho eles perturbam a poeira fina acumulada no solo e deixam rastros em forma de longos corredores com dezenas de quilômetros de extensão são verdadeiras estradas naturais que revelam por onde passaram nasceram e desapareceram esses redemoinhos empoirados e por falar em registros surpreendentes veja só essa imagem ela pode até ter uma qualidade técnica modesta mas o que mostra é simplesmente fascinante capturada pelo telescópio espacial Hubble em 1999 a primeira vista parece um ciclone mas não é na verdade essa estrutura não gira trata-se de uma gigantesca depressão polar com um centro de cerca de 300 km de largura cercado por faixas de nuvens enroladas que lembram uma tempestade mas sem potência de verdade em Marte acredita-se que formações assim se criem rapidamente ao amanhecer nas regiões polares e desapareçam horas depois assim que o sol sobe agora antes de nos lançarmos às nuvens sufocantes de Vênus vamos fazer uma parada no planeta mais próximo do Sol mercúrio mercúrio é um caso à parte o planeta não tem clima como conhecemos isso porque Mercúrio não possui atmosfera significativa sua camada gasosa é tão rarefeita que nem chega a ser uma atmosfera de verdade os cientistas a chamam de exosfera é um ambiente formado por átomos dispersos de hélio oxigênio sódio e potássio que são arrancados da superfície pela radiação solar e como não há uma camada espessa de gases para reter o calor ou gerar ventos não existem nuvens chuvas ou tempestades por lá mas isso não significa que Mercúrio seja inediante pelo contrário a ausência de atmosfera torna o planeta um dos lugares mais extremos do sistema solar em termos de variação de temperatura durante o dia que aliás dura quase dois meses terrestres a superfície chega a 430º mas assim que o sol se põe a temperatura despenca violentamente podendo atingir -170º isso mesmo uma diferença de 600º em poucas horas mercúrio é ao mesmo tempo uma fornalha e um congelador sem ventos sem nuvens sem trovoadas mas com muito impacto a superfície de Mercúrio é repleta de crateras causadas por colisões com meteoritos muitas das quais permanecem intactas há bilhões de anos e por não haver erosão ou atividade atmosférica significativa cada marca deixada por essas colisões fica eternamente exposta como se o tempo ali tivesse parado curiosamente algumas crateras nos polos abrigam regiões em sombra eterna vales tão profundos que a luz do sol nunca alcança seu interior e é nessas zonas congeladas que sondas espaciais encontraram indícios de gelo de água preservado por milhões de anos apesar da proximidade com o astro rei ou seja em Mercúrio não há meteorologia ativa mas o planeta nos presenteia com contrastes brutais uma história geológica congelada no tempo e um lembrete constante de como a presença ou ausência de uma atmosfera pode transformar completamente a paisagem e o destino de um mundo agora para fechar com chave de ouro nosso passeio pelos fenômenos meteorológicos mais insanos do sistema solar vamos visitar um lugar onde o inferno parece mais acessível do que o céu vênus vênus para quem gosta de extremos é um verdadeiro paraíso infernal sua atmosfera é absurdamente densa composta quase inteiramente de dióxido de carbono o que gerou um efeito estufa descontrolado resultado temperaturas constantes de cerca de 465º tanto de dia quanto à noite nos polos ou no Equador não importa tudo isso sob uma pressão atmosférica esmagadora cerca de 90 vezes maior que a da Terra não é à toa que a sonda soviética Venera 5 lançada em 1969 parou de transmitir sinais ainda a 18 km da superfície já a corajosa Venera 13 muito mais reforçada conseguiu algo histórico resistiu por 2:07 na superfície venusiana tempo suficiente para tirar algumas fotos e mandar dados antes de ser derrotada pela fornalha do planeta mas nem tudo em Vênus é calor absoluto em seu ponto mais alto o Monte Scad a 10.700 m de altitude a temperatura cai para cerca de 380º o que parece refrescante para os padrões venusianos e a pressão ali equivale a 44 vezes a da Terra ao nível do mar curiosamente acredita-se que neva nesse ponto elevado mas não qualquer neve estamos falando de neve metálica formada por cristais de sulfeto de ferro e chumbo uma verdadeira chuva de metais pesados o que não posso deixar de comentar aqui é a dinâmica bizarra dos ventos de Vênus que não tem paralelo em nenhum outro lugar do sistema solar nos dois polos do planeta foram identificados imensos redemoinhos duplos como olhos gigantescos que giram eternamente o mais impressionante é que a atmosfera de Vênus gira muito mais rápido do que o próprio planeta a rotação de Vênus é lentíssima levando 243 dias terrestres para dar uma volta completa mas a camada superior da atmosfera dá uma volta em apenas quatro dias terrestres com ventos que atingem cerca de 400 km/h ou seja a atmosfera venusiana gira cerca de 60 vezes mais rápido que a superfície e é justamente essa diferença absurda de velocidade que segundo os cientistas dá origem a essas correntes turbulentas e aos misteriosos vórtices polares quando olhamos as imagens de Vênus feitas em infravermelho que nos permitem enxergar através da camada superior da atmosfera percebemos o quão complexas e profundas são as formações de nuvens no planeta ali não é perto do solo que as tempestades acontecem elas surgem a cerca de 30 km de altitude nas camadas mais altas da atmosfera é nesse ambiente hostil que se formam trovoadas violentas acompanhadas por relâmpagos e por uma chuva absolutamente insana ácido sulfúrico corrosivo e não pense que essa chuva atinge o solo nada disso as temperaturas extremas de Vênus aumentam tanto conforme se desce pela atmosfera que o ácido simplesmente evapora antes de tocar o chão é como se o planeta tivesse criado um filtro infernal que impede qualquer gota de sobreviver até a superfície mas nem tudo é destruição esses cúmulos tempestuosos desempenham um papel curioso eles contribuem para tornar a atmosfera venusiana altamente reflexiva isso faz com que Vênus seja depois do Sol e da Lua o objeto mais brilhante do nosso céu um brilho que ironicamente esconde por trás de si um dos ambientes mais inóspitos do sistema solar e é justamente sob a luz da lua que encerramos essa viagem pelos fenômenos meteorológicos mais bizarros que existem por aí você pode estar se perguntando mas espera aí a lua não tem atmosfera então como poderiam existir fenômenos meteorológicos por lá em princípio você está certo não há nuvens nem ventos nem chuva mas curiosamente raios de luz súbitos já foram observados por diversos astrônomos ao longo dos séculos esses eventos são chamados de fenômenos lunares transitórios o primeiro registro conhecido de algo assim data de 1178 e desde então relatos esporádicos vêm sendo feitos em tempos mais recentes já tivemos até astrônomos amadores com a sorte e a câmera ligada no momento certo para capturar um desses clarões misteriosos na superfície lunar a maioria desses raios não são descargas elétricas como os que vemos nas nuvens da Terra o que geralmente acontece é o seguinte: pequenos meteoritos colidem com a lua e liberam uma explosão súbita de luz visível da Terra é algo tão rápido quanto brilhante hoje em dia quando um desses eventos é registrado astrônomos conseguem até localizar a cratera recém formada nas imagens da superfície lunar mas nem todos os casos são tão simples alguns desses flashes ainda permanecem sem explicação clara existem hipóteses: liberação de gases ao redor de crateras descargas eletrostáticas causadas por poeira lunar entre outras ideias em debate mas por enquanto o mistério continua e como em tudo na ciência esse tipo de incerteza é combustível para mais descobertas resumindo da próxima vez que você sair de casa com um guarda-chuva na mão reclamando do tempo fechado lembre-se em Júpiter tempestades podem durar séculos em Saturno furacões desenham hexágonos perfeitos em Vênus chove ácido e na lua brilhos misteriosos piscam sem explicação de repente um chuvisco aqui na Terra nem parece tão ruim assim não é e se você quiser explorar os mistérios e o lado explosivo do sol assista este vídeo aqui link no card e no comentário fixado quer aprender mais sobre o sistema solar temos o e-book perfeito para você o guia definitivo do sistema solar neste e-book você terá acesso exclusivo a imagens incríveis e conhecimentos fascinantes sobre os nossos planetas vizinhos suas luas o sol e claro nossa casa a terra combinando explicações acessíveis com visuais impressionantes esse guia foi cuidadosamente elaborado para proporcionar uma experiência de aprendizado imersiva temos também o Explorando o Cosmos um guia para iniciantes em astronomia se você está dando os primeiros passos no estudo do universo este e-book é perfeito para você nele abordamos desde os fundamentos da astronomia até estrelas constelações galáxias e eventos astronômicos que fascinam a humanidade há séculos os links para adquirir ambos os e-books estão na descrição e no comentário fixado deste vídeo não esqueça de se inscrever no canal deixar sua opinião nos 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