Como é viajar na mais longa linha de ônibus do mundo entre o Rio de Janeiro e Lima no Peru

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A linha de ônibus regular mais longa do mundo! Nesse vídeo você vai percorrer junto comigo
os 6.000 km do Rio de Janeiro até Lima, no Peru. Uma viagem que dura cinco dias, atravessa seis
estados brasileiros e cruza a Cordilheira dos Andes! Vamos lá? [Música] [Música] A viagem começa aqui na rodoviária
Novo Rio, no Rio de Janeiro. E embora eu tenha feito a compra da
passagem com antecedência pela internet, eu cheguei aqui uma hora antes do
horário previsto para a saída do ônibus para poder retirar o meu bilhete
no guichê da Trans Acreana, que é a empresa que faz essa rota
aqui do Rio de Janeiro até Lima. A passagem aqui do Brasil
para o Peru custa R$ 1.350,00. Mas promocionalmente agora
está saindo por R$ 1.000,00. Como eu fiz a compra pela internet,
teve uma taxinha de serviço. Então a minha passagem custou R$ 1.140,00. Para pagar o valor promocional sem essa taxa,
só fazendo a compra aqui na própria rodoviária. Depois de pegar a minha passagem,
segui direto para o portão de embarque e tive que andar um pouquinho até encontrar o ônibus da Trans Acreana
para embarcar na maior linha regular de ônibus do mundo! [Música] Hora de embarcar e procurar o meu assento que é na parte
de cima do ônibus, bem na frente, na poltrona número três. [Música] E aqui no Rio de Janeiro embarcaram só dois passageiros,
eu e o Jorge que vai ser meu companheiro de jornada até Lima. Então eu vou conversar bastante com o Jorge.
Isso! Então vamos ao tour do nosso assento
aqui nessa viagem de cinco dias, né. Esse é um ônibus semi leito. E aqui do lado tem tomada USB,
onde dá para carregar o celular. E são duas poltronas. São duas fileiras
com duas poltronas de cada lado. Tem também um suporte para colocar
copo, garrafa ou latinha de refrigerante. Eu estou aqui na primeira fileira, então o
espaço para as pernas até que é bem bom. E também tem esse apoio para
as pernas, que ajuda bastante. Deixa eu ver agora como é a reclinação desse assento porque serão
praticamente cinco noites aqui, né. Então, é bom que seja razoável. [Música] Hum, acho que vai dar para
dormir com um certo conforto. Olha aqui como fica o assento todo
reclinado em comparação com o normal. Não é exatamente uma poltrona cama que
reclina 180º, mas chega bem perto disso. Tem também essa cortininha aí
para proteger melhor do sol. [Música] Dessa vez a viagem está sendo em um ônibus de dois andares, mas às
vezes pode acontecer de ser em um ônibus simples de um andar só. Embarcamos em dois passageiros lá no Rio de Janeiro e a
previsão é de que embarquem mais 15 pessoas lá em São Paulo. Entre as comodidades que a gente tem na viagem, aqui no fundo
do ônibus tem um bebedouro com água gelada ou água natural. E o cinto de segurança aqui é de três pontos, como se
eu estivesse praticamente em uma classe executiva. Deixa eu aproveitar para conhecer o banheiro do ônibus
enquanto está limpinho, né, enquanto somos só dois. Depois deve ficar meio complicado, ao longo dos dias. [Música] Está bem limpinho o banheiro. [Música] Toalhinha aqui;
a pia. E o papel higiênico aqui do lado da porta. Acho que eu já vou aproveitar
para inaugurar aqui o espaço. [Música] Ir na frente é bem legal para poder ver a paisagem. Pena que o vidro fica meio sujo com
os insetos que vão batendo nele. [Música] No início da noite já estamos em
São Paulo, a segunda parada da linha. O ônibus chegou um pouco mais cedo
do que o previsto aqui em São Paulo; e aí tem uma hora de intervalo agora até ele
pegar os outros passageiros na rodoviária. Então a gente aproveitou para vir jantar em um restaurante
bem pertinho da garagem onde ele ficou estacionado. A refeição por pessoa aqui, livre, custa R$ 39,90. Então tem mais esses gastos com alimentação
para ir acrescentando no valor da viagem. E ainda tinha pizza no valor incluso. Eu vou pegar
só uma doce mesmo porque não tem mais espaço. Bom, alimentado, agora é hora de voltar ao
ônibus para seguir para a rodoviária do Tietê. [Música] O pessoal já está embarcando aqui na rodoviária do Tietê. E o grande diferencial da viagem de ônibus em
relação à de avião, é a capacidade de levar bagagem. Cada passageiro tem direito a
levar até 50 kg de bagagem. E aí o pessoal aproveita para levar televisão e várias
coisas que de avião seria um pouco mais complicado. Como a maior parte dos passageiros embarcava aqui, os motoristas
aproveitaram para dar algumas orientações importantes para a viagem. “Cinto de segurança, pessoal, é obrigatório.
Para a segurança de todos nós. A respeito do dia a dia: três paradas
durante o dia; café, almoço e jantar. Nós vamos informando onde vai
ter um local bom para tomar banho, se vai ser na parada do café, na parada
do almoço ou na parada do jantar. Aqui vai ser a casa de vocês, para quem for até
Lima, durante os próximos cinco dias e meio. Então, façam o melhor uso possível.
Aqui vai ser a casa de vocês. Qualquer dúvida, nós estamos aqui para ajudar vocês. Agora está na hora de sairmos.
Boa viagem para todos nós. Muito obrigado pela atenção e
qualquer dúvida podem falar com a gente.” Seguimos então, rumo ao Peru. Meio dia de viagem já foi, faltam
só mais cinco dias de estrada. [Música] Quando o dia amanhece, já estamos cruzando a divisa dos estados
de São Paulo e Mato Grosso do Sul, o terceiro estado do trajeto. [Música] As paradas para comer não têm
um horário exatamente muito fixo. Mas eu fui prevenido e levei
algumas frutas e snacks na bagagem. E aos poucos a gente vai se acostumando
com a rotina de viver em um ônibus. [Música] Passei bem a primeira noite,
até que consegui dormir no ônibus. Amanhecendo o dia passamos a ponte
que liga São Paulo ao Mato Grosso do Sul. E agora, uma paradinha para café da manhã e jogar uma
aguinha no rosto né, que ainda tem chão pela frente. [Som ambiente] Peguei um pãozinho com ovo e um café com leite. E mais uma água mais geladinha porque a do ônibus não
está muito fresca, e um espetinho para completar o café. Está frio. O motorista já está fazendo a manutenção
do banheiro aí para ficar cheirosinho? “É isso aí.” [Risada] “Cheiroso”. [Música] O ônibus tem wifi, mas nem faz tanta diferença porque ele pega nos mesmos lugares que têm dados de celular. [Música] Mais uma paradinha, para o
almoço agora, perto de Campo Grande. [Música] O primeiro dia de viagem já foi,
agora faltam só mais quatro. Pois é, ainda tem bastante chão pela frente. E até aqui a viagem tem sido bem tranquila, eles têm parado em alguns
lugares bem acessíveis e bem baratos para fazer as refeições. Muito mais barato do que parar em Graal, por exemplo. A única coisa que eu não gostei,
que me incomodou até agora, foi que quando eu fiz a compra da passagem, o mapa de assentos
que aparecia lá no site da empresa era de um ônibus menor, que tinha uma fileira com dois assentos
e uma fileira com um assento. E eu escolhi justamente o assento da
frente da fileira que tinha só um assento, para ficar sozinho, mais tranquilo e mais confortável,
já que seriam cinco dias na estrada. Como eles trocaram de ônibus para esse
que tem duas fileiras com dois lugares, agora eu tenho uma companheira, uma
adolescente, que está sentada do meu lado. E ela vem escutando músicas e assistindo filmes com
o celular num volume alto, sem usar fone de ouvido. E isso chegou a incomodar depois de algumas horas. Eu até pedi
para que ela pudesse colocar o fone de ouvido, com educação. Então fica a dica aí, se você for fazer essa viagem
fique de olho nisso porque eles podem trocar o ônibus. E se você for fazer uma viagem de ônibus, de avião, qualquer coisa,
use sempre fone de ouvido em respeito aos coleguinhas. Eu até podia ficar mais tranquilo e mais folgado
aqui para trás que tem vários lugares vazios. Mas eu comprei justamente o lugar bem na frente para
poder ficar com uma boa visão, gravar a estrada e tal. Então eu vou ter que continuar com a minha vizinha. [Música] Mais uma paradinha para jantar e
aqui tem lugar para tomar banho. Vou aproveitar porque eu estou meio azedo já,
depois de quase dois dias sem tomar banho. Custa R$ 10,00 o banho e não tem água quente. [Música] Banho tomado, agora mais cheirosinho para seguir
viagem, mas ainda vou comer alguma coisa por aqui porque a noite vai ser longa. [Música] Hora de voltar para o ônibus, a gente está
quase na divisa já com o Mato Grosso. E esse aqui foi o lugar mais caro que a gente comeu até
agora, o jantar foi R$ 40,00 e não era lá essas coisas. Não tinha muitas opções de lanche, então eu acabei
optando pela comida mesmo, que era mais saudável. Aí o jeito é aproveitar a noite para dormir o
máximo possível, o que nem sempre é muito fácil. [Música] O ônibus também para em Campo Grande, Cuiabá e Porto
Velho, caso haja passageiros para embarcar rumo a Lima. Então também é possível sair dessas cidades. [Música] Uma paradinha básica aqui na estrada, para obras. Tem várias paradas assim no meio do
caminho, como é uma estrada muito longa. Ontem a gente também foi parado pela
fiscalização da ANTT e perdeu uns 40 minutos. Então vai tendo alguns pequenos atrasos. Liberados para seguir viagem! [Som ambiente] Parada para o café hoje aqui em
Pontes e Lacerda, ainda no Mato Grosso. Ainda tem um chãozinho
até chegar em Rondônia. Tomar um cafezinho com leite
e um pão com ovo no café. Hora de voltar para o ônibus. Ainda temos
quase 300 km até chegar em Rondônia. Uma curiosidade é se o banheiro vai
ficando muito sujo durante a viagem, né. Já foram dois dias, praticamente. Mas em todas as paradas eles limpam,
então vai ficando bem organizado. O pessoal também está colaborando, fazendo só o número
um e deixando para fazer o número dois nas paradas. Por enquanto não teve nenhuma emergência,
assim, tipo: ninguém vomitou no ônibus. E eu não tinha mostrado, mas aqui na parte de baixo do
ônibus, tem mais oito assentos que não estão ocupados e os motoristas estão usando como ponto de apoio. Quando o ônibus está bem lotado, eles também
vendem essas poltronas aqui de baixo. Até Rio Branco a gente tem três motoristas se
revesando na direção: o Valdecir, o Sandro e o Jonathan. Depois de Rio Branco a equipe troca
e vão outros motoristas até Lima. Também tem alguns monitores no ônibus mas eles não
estão exibindo nada durante a viagem, estão desligados. [Música] A parada para o almoço ainda vai ser aqui no
Mato Grosso, perto da cidade de Comodoro. Ainda falta um trechinho pra gente
entrar no estado de Rondônia. [Música] Uma comidinha caseira aqui, no fogão a lenha. Meu pratinho aqui no quilo deu R$ 30,00 e o pessoal aqui está dividindo
uma Tubaína, uma gazozão. “Matar a saudade da infância!” Tem uma redinha aqui fora do restaurante
para descansar depois do almoço, muito bom! [Música] Um dos principais entretenimentos na viagem
é conversar com os outros passageiros. E está rolando uma discussão acalorada
aqui atrás sobre o Ceviche do Peru. Afinal de contas, qual é o melhor Ceviche?
Vocês já chegaram a uma conclusão? [Falas sobrepostas e risos] “O da minha casa!” [Risos] “Eu preparo melhor!” “Sim, cozinheira, né!?” [Som ambiente] [Música] Uma paradinha agora aqui em Cacoal, em Rondônia. E aqui tem lugar para tomar banho e para jantar. Hoje a parada é um pouco mais cedo
porque o ônibus está um pouco atrasado. Às vezes pega trânsito ou
tem muito caminhão na estrada. Então, por isso que as paradas não vão ser
exatamente as mesmas em todas as viagens. Depende muito dessas variáveis. Basicamente o banho aqui também era frio, mas está
bem calor e pelo menos não tinha que pagar nada. Agora vou ver se eu consigo alguma coisa para jantar
porque tem pouco tempo pra gente voltar para a estrada. Aí nas paradas o esquema para não perder
o ônibus é ficar de olho nesses rapazes aqui. Porque se eles saírem, é porque o ônibus está indo! Aqui até tinha umas opções interessantes de lanche. Mas como é meio cedo ainda
e eu não estou com muita fome, eu só comprei um sanduíche de frango
para levar e custou R$ 12,50 reais. Mais uma água que custou R$ 2,50 reais,
então, no total foram R$ 15,00 reais. E eu tomei banho, mas coloquei a mesma camiseta porque eu
preciso dar uma economizada, que não tenho muita roupa, não. [Som ambiente] [Música] Atravessamos Rondônia durante a noite. Passamos de madrugada lá em Porto Velho.
Eu estava dormindo e acabei nem vendo. E acho que esse foi o pior trecho da estrada. Durante a noite e a madrugada deu para
sentir bastante a “turbulência” dos buracos. Só que estava muito escuro para mostrar alguma coisa. De manhã chegamos em Rio Branco, no Acre, que é a sede
da Trans Acreana, a empresa que faz esse trajeto do ônibus. E ficamos em uma padaria para tomar café, enquanto o ônibus
foi fazer uma limpeza geral para seguir viagem rumo ao Peru. Agora a gente já está pertinho da fronteira e acho que logo mais à tarde,
a gente já passa para o território peruano e deixa o Brasil para trás. Estou realizando um sonho que era conhecer o Acre.
Sempre quis vir pra cá e nunca tinha tido oportunidade. E quem diria que eu viria de ônibus! O ônibus não ficou pronto ainda, e agora a gente vai com
outro ônibus da empresa até a rodoviária aqui de Rio Branco para esperar a limpeza ficar pronta. [Som ambiente] Vamos ter mais um tempinho de espera agora,
na Rodoviária Internacional de Rio Branco, até o ônibus ficar pronto, até eles terminarem
toda a limpeza para seguir viagem. Para mim a viagem até agora tem sido bem tranquila.
Não passei mal, não tive nenhum tipo de enjoo, nem dor, nada. A gente se acostuma um pouco com essa rotina de ficar ali
deitado um tempo, escuta um podcast, conversa com as pessoas; eu fico atento nas imagens para o vídeo; dá uma circulada pelo corredor; tem as paradas também,
para comer e tomar banho. Então o tempo vai passando e a
gente nem percebe tanto assim. Claro que é exaustivo porque a gente fica o dia
inteiro no ônibus, né, desce só poucas vezes. Mas eu vou saber agora dos meus colegas
de viagem como que está sendo para eles e por que eles resolveram vir de ônibus e
não de avião, para essa viagem para o Peru. Então seu Jorge, o senhor embarcou lá no Rio de Janeiro junto
comigo né, fomos os únicos dois que saímos lá do início da linha. “Exatamente.” E por que o senhor resolveu fazer
essa viagem tão longa de ônibus? “Depois que eu fiquei viúvo, o que me dá
prazer é viajar pelo Brasil e pelo mundo.” Tem sido sofrido?
Como o senhor está se sentindo na viagem? “Não, eu estou me sentindo muito bem. Eu estava até
preocupado de me cansar muito e de não me sentir bem. Mas pelo contrário, não estou sentindo dor nenhuma. Estou me sentindo um jovem e tenho 74 anos.” E por que a opção pelo ônibus e não pelo avião? “Pelo ônibus é porque eu tenho
bastante tempo e é mais prazeroso. Eu não tenho pressa de chegar,
então acho que é uma opção viável.” Uma informação legal que eu descobri
aqui na Rodoviária de Rio Branco, é que se você não quiser fazer todo
esse trajeto do Rio de Janeiro até Lima, você pode vir de avião até Rio Branco
e comprar passagem saindo aqui do Acre. Aí custa só R$ 450,00 reais. Pode ser uma experiência interessante para quem quer passar menos dias
na estrada e viver essa experiência de atravessar a cordilheira de ônibus. “Eu vi uma matéria sobre essa essa viagem
e falei: ‘Ah, essa eu não vou perder.’ Já marquei para a semana seguinte. É o tipo de coisa que eu gosto, que
eu aprecio, que eu curto bastante. Não tem sido sofrido não, é bem aceitável. Claro que existe um ou outro contratempo.
Às vezes você não para a hora que gostaria de parar, etc. Mas no geral está bom, o ônibus é confortável.
Está atendendo plenamente as expectativas.” “Eu embarquei em São Paulo, capital. E eu optei em ter essa viagem, quando a vi pela internet, pela rota, que é uma rota bastante longa; por conhecer as três capitais que me faltavam, que eram
Rio Branco, Rondônia e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul; e optei por ônibus porque ônibus é viver, ônibus é vida, e eu precisava
um pouco dessa liberdade para mim e para o meu cérebro descansar. Evidentemente por avião seria melhor pela questão do
conforto, porém a vivência não tira preço, o ônibus é raiz. Tem sido boa a viagem.” Pelo que eu pude perceber, tem dois perfis de viajantes
bem distintos que fazem essa viagem de ônibus. Os brasileiros geralmente vão pela experiência e
pela aventura em fazer essa viagem por terra. Já os peruanos aproveitam pela quantidade de bagagem
que eles podem levar, que é maior do que no avião; e também por, às vezes,
comprar a passagem de última hora, que de avião seria bem mais caro do que
fazer essa viagem de ônibus, mais longa. E nessa viagem os passageiros estão bem divididos. Somos
19 passageiros, metade é peruana e metade é brasileira. Um detalhe é que a Rodoviária
aqui de Rio Branco é toda aberta. E embora seja arejada e passe um
ventinho, não tem ar condicionado. Está bem calor e eu já estou suando bastante aqui. E pelo que eu ouvi dizer, acho
que não deve ter banho hoje. Então pode ser que a coisa fique um pouco
complicada no ônibus durante a tarde e à noite. Talvez vou ter que usar os
lencinhos umedecidos que eu trouxe. Hora de voltar para o ônibus e seguir viagem! [Música] A parada para o almoço foi aqui
em Capixaba, no interior do Acre. E no restaurante mais antigo
aqui da região, que tem 60 anos. Eu peguei comida no quilo e gastei R$ 17,00 reais.
Com a água, o total saiu R$ 19,00 reais. E tinha um peixinho bem gostoso! [Música] Chegamos em Assis Brasil, que é a última cidade
brasileira antes de entrar em território peruano. E pegamos o posto da Polícia Federal aberto por muito pouco,
ele fecha às 17:20 da tarde e a gente chegou aqui às 17:10. Isso porque o ônibus atrasou um pouco. A gente
está com umas três horas de atraso acumulado, com trânsito e algumas paradas
que excedem um pouco o planejado. Se já tivesse fechado, a gente teria que dormir aqui e esperar abrir
amanhã às 7:40 da manhã, para aí sim poder seguir viagem. Por sorte deu tudo certo. Para sair do país é só apresentar algum documento válido, que
pode ser o passaporte ou um RG emitido nos últimos dez anos. A entrada para o Peru a gente faz
na próxima cidade depois da fronteira, e lá fecha às 19:00, então vai dar tempo. Saída do Brasil registrada,
agora é só dar entrada no Peru. E olha, aqui tem até um cilindro de oxigênio se acaso alguém
passar mal na Cordilheira, para socorro de emergência. [Som ambiente] Pronto, passaporte agora
carimbado para a entrada no Peru. E eles só perguntaram quantos dias eu iria ficar e
se era a primeira vez que eu estou vindo para o Peru. E sim, é a primeira vez que eu
estou vindo para o Peru! Eu nunca tinha vindo para cá e estou
chegando já em grande estilo, por terra! Com esse atraso, infelizmente
hoje não vai rolar banho. Então o jeito vai ser se virar mesmo com um lencinho
umedecido para tirar um pouco da nhaca do dia. O cheirinho aqui no ônibus não está dos mais agradáveis. [Música] São onze horas da noite do domingo e a nossa primeira
parada aqui no Peru é em Puerto Maldonado, para jantar. Eu escolhi um frango assado
com batata frita e salada. E custou S/. 15,00 sóis que dá
uns R$ 20,00 reais, mais ou menos. Como eu não comprei sóis, que é a moeda aqui do Peru,
para pagar eu estou usando o meu cartão da Nomad, E aí o jeito é dormir mais um pouco. Boa noite. [Música] Quando o dia amanhece, encontramos
uma paisagem completamente diferente. Estamos em meio à Cordilheira dos Andes. [Música] Nesse trecho eu fui convidado para ir na
cabine e acompanhar o trabalho dos motoristas. [Música] Dirigir nessas estradas sinuosas exige muita atenção,
já que cada curva reserva uma surpresa. Às vezes até bem mais de uma,
como esse bando de alpacas. [Música] A parte da travessia da cordilheira com
certeza é o momento mais esperado da viagem. Tem paisagens muito legais. E hoje a gente deu sorte de pegar um dia bem aberto,
com bastante sol e sem neblina. Foi bem especial. De madrugada caiu uma pedra das montanhas e acabou quebrando uma parte do ônibus aqui e amassando a porta. Deu um barulhão, assustou todo mundo,
mas por sorte não aconteceu nada. E aqui aonde não bate sol, tem
um pouco de gelo que não derrete. Tá bem duro. [Música] Paramos aqui na cordilheira agora para tomar um café,
mas comentaram que o café aqui do Peru não é muito bom. Então os motoristas estão preparando
um café próprio aqui, trazido do Brasil. Um fogareiro ali e o café Pilão, que é o melhor, né. “Esse é o melhor café que está tendo, o extraforte. Estamos fazendo um café aqui porque o
café do Peru é diferente, é mais fraco. E nós brasileiros somos acostumados
com um café mais consistente. E vamos oferecer para o nosso amigo aqui.” Demorou para esquentar porque estava muito gelada, né. “A água estava quase congelando.” Vai esquentar a mão. Está bom o café, está bem quentinho. Aqui eu não comprei nada.
Já tinha comido fruta e estava sem fome. Mas eles não aceitavam cartão, só dinheiro. No interior isso é bem comum,
então é bom ir prevenido. [Música] Algumas curiosidades sobre
atravessar a cordilheira de ônibus: A primeira é que o motor do ônibus perde potência porque
tem menos oxigênio para fazer a queima do combustível. Então precisa ser um motor potente
para poder fazer essa travessia. E outra curiosidade é que aumenta a vontade de
soltar pum por causa da diferença de pressão. E é algo que os motoristas já alertaram. [Música] Chegamos em Cusco, que é a principal porta de entrada
para quem vai fazer o passeio de Machu Picchu. Alguns peruanos já ficam por aqui também. Então boa parte dos passageiros
já encerra a viagem aqui na cidade. E a gente segue até Lima ainda. Tem chão pela frente. A minha vizinha de assento ficou por aqui. Então o último dia de viagem vai ser um pouco
mais folgado, um pouco mais confortável. [Som ambiente] Paramos para comer em um
restaurante já fora de Cusco e ele serve o Cuy, que é um prato
bem tradicional aqui do Peru. É tipo um porquinho da índia assado. Eu achei muito feinho no espeto, parece um ratinho. Mas acabei pedindo um Chancho, que é carne
de porco assada, acompanhada de batata assada e de uma massa à base de milho que
também é bem tradicional daqui. Aproveitei também, para tomar uma Inca Kola, que é o
refrigerante tradicional aqui do Peru, distribuído pela Coca-Cola. Já tinha tomado antes, acho
muito doce e não gosto muito, mas como o pessoal queria dividir uma grande,
então aproveitei para tomar um copinho. E agora, antes de seguir viagem, uma notícia boa:
vai ter uma paradinha para banho daqui a pouco. Estou precisando! Enquanto a gente vai tomar banho, os meninos vão dar
uma limpadinha no ônibus; no banheiro, principalmente. Teve um pessoal que passou mal lá na cordilheira
e aí o banheiro não ficou muito legal. E esse banheiro aqui é bem bonitinho. Parece que tem até banho quente, né seu Jorge? Cheirosinho outra vez. E hoje o banho foi quentinho, olha só que luxo! Agora vamos voltar para o ônibus. [Música] A estrada aqui de Cusco para Lima
é bem sinuosa, cheia de curvinhas. E por isso a viagem não rende muito,
leva pelo menos umas 20 horas. A gente acabou chegando muito tarde aqui em
Abancay, que era a cidade mais próxima para jantar. Já eram 22h00 da noite. E aí a maior parte das coisas já estava fechada. A gente conseguiu um único restaurante aberto
em um lugar que o ônibus conseguia estacionar. E não era muito bom. Eu pedi um Arroz de Chaufa, com
uma omelete de verduras por cima; e acabei comendo só a omelete e pescando
alguns frangos que tinha no meio do arroz. Custou S/. 11,00 sóis. E eu não tinha dinheiro para pagar,
eles não aceitavam cartão. Eu não saquei, podia ter sacado com a Nomad. E aí acabei emprestando
de um colega aqui do ônibus. Acho que essa foi a parada para
refeição mais decepcionante até agora. O jeito é dormir. E amanhã chegamos em Lima, finalmente. [Música] O dia mal amanheceu e já temos surpresa. Fomos parados em um bloqueio aqui na estrada. São 6h00 da manhã e a previsão
é de que eles vão abrir só às 9h00. Então vai ser um bom tempo de espera. Por sorte tem alguns vendedores de comida
aqui para o pessoal comprar um café da manhã. E agora a nossa previsão que era de chegar lá em Lima
pelas 15h00 – 16h00 da tarde, já vai para o início da noite. Porque vão ser mais três horas de atraso. Coisas que acontecem em uma viagem longa
como essa, então tem que estar preparado. Já que vai demorar mesmo para abrir e são três horas
de espera, eu resolvi fazer um pedacinho caminhando. Continuei pela estrada, passei pelo bloqueio
e vou ver até onde eu consigo chegar. [Som ambiente] É um trecho bem pequeno
que está fechado para obras. Eles vão fazer um recape no asfalto
e está fechado nos dois sentidos. [Música] Essa noite fez um pouco mais de frio, foi a noite mais
fria da viagem até agora, chegou a fazer três graus. Claro que o ônibus tem calefação né,
não passa frio lá dentro. Mas como eu estava bem mais a frente, perto do
vidro frontal, dava para sentir um pouco mais do frio. Eu estava bem agasalhado e foi tranquilo. Mas se você costuma sentir muito frio, vale a pena trazer um cobertor
e um travesseiro porque a empresa não fornece para a viagem. Principalmente porque a maior parte do
trajeto é em áreas quentes lá no Brasil. Então por isso que eles não fornecem. Consegui dormir relativamente bem em todas as noites
da viagem, em torno de quatro a cinco horas de sono. Claro que acordando algumas vezes. A poltrona reclina bastante,
então deu para descansar. A única coisa ruim é que a perna
fica um pouco para baixo. Então, no primeiro dia eu tive um pouco de dor no joelho
por ficar forçando a perna na parede do ônibus. E depois eu descobri que o jeito mais confortável para dormir era colocar
a minha mochila ali embaixo das pernas, para fazer um apoio, e aí fazer uma cama um pouquinho mais flat. Mas no geral a viagem foi bem tranquila,
eu não passei mal com as curvas. E são muitas curvas. Se você costuma ficar enjoado,
já se prepare e traga um remedinho. E também não passei mal com a altitude, que era
algo com o que eu estava um pouco preocupado. Acho que como a subida é
gradual, ficou mais tranquilo. Algumas pessoas no ônibus, sim,
sofreram um pouquinho mais. [Som ambiente] Já liberaram e o ônibus já me alcançou aqui. Mas liberaram só um trechinho por enquanto,
porque ainda tem outras partes de bloqueio. [Som ambiente] Não tem muito jeito, a gente andou
um pouquinho e já parou de novo. São vários bloqueios na estrada e
só deve liberar depois das 9h mesmo. [Música] Finalmente voltamos a andar. Foi umas três horas e meia de parada
nesse trecho, contando desde o início. [Música] Acabamos de chegar em Nazca
e o almoço hoje vai ser por aqui. Esse último trecho de estrada, de Cusco até aqui, com
certeza foi o mais emocionante da viagem até agora. Eu até fiquei meio nervoso com aquelas curvinhas
e o ônibus passando raspando nos precipícios. Suei frio, viu! Mas o importante é que estamos
bem e chegamos inteiros aqui. Meu almoço hoje vai ser esses snacks que eu comprei
na loja de conveniência do posto de gasolina. A gente ia almoçar em um
restaurante do próprio posto. O dono falou que aceitava cartão de crédito e tal. Mas ele queria o pagamento antecipado
de todo mundo antes de pedir os pratos. Quando eu cheguei no balcão para pagar, ele simplesmente recolheu a
maquininha, disse que não iria aceitar cartão de ninguém, apenas dinheiro. E aí eu não curti a grosseria
e resolvi que não iria comer lá. Por isso eu fui comprar os
snacks na loja de conveniência. Ainda falta uns 450 km até Lima, mais ou
menos umas sete, oito horas de viagem. [Música] E ainda deu tempo de dar uma passadinha
aqui nas Linhas Arqueológicas de Nazca. E tem um mirante que você
pode pagar para ver de cima. Custa S/. 6,00 sóis. [Música] A chegada em Lima foi oito
horas além do horário previsto. E o desembarque, na Estação Terrestre Atocongo, que é
relativamente perto para quem vai ficar em Miraflores. Além do custo da passagem, eu gastei mais
R$ 425,00 reais em alimentação e banho. Fazer a viagem de ônibus mais longa do mundo com certeza
foi uma experiência incrível e uma grande aventura. Mas o retorno vai ser de avião. Eu levei cinco dias e meio para chegar aqui
em Lima e o retorno vai ser em cinco horas. O valor da passagem de avião para
voltar também ficou mais em conta. Eu aproveitei uma promoção e paguei só
R$ 780,00 reais, com a bagagem de mão. Com certeza essa viagem de ônibus é interessante para
quem precisa levar muita bagagem; decidiu ir de última hora; ou quer ter história para contar! Se você não é nenhuma dessas pessoas,
baixe o aplicativo do Melhores Destinos e fique ligado em todas as ofertas de passagem
aérea aqui para o Peru e para outros lugares. E se você chegou até aqui, aproveita e comenta aí #MELEVAMD
para concorrer a uma almofada de pescoço bem gostosa como essa daqui que eu sempre levo nas viagens. As instruções vão estar aí em um comentário fixo. Espero que você tenha gostado de
acompanhar toda essa aventura. Obrigado por escolher o Melhores Destinos e a gente se vê! [Música]

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