Como Era a Vida em um Apartamento Médio na Roma Antiga?

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Quando nós pensamos na Roma antiga, logo vem à nossa mente a imagem de imponentes monumentos, aquedutos e anfiteatros. Mas para a grande maioria da população, a vida era muito diferente daquela retratada nos filmes. Em uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes, um romano da classe média não vivia em uma vila luxuosa com jardins. Eles viviam em prédios altos, apertados e muitas vezes perigosos. A palavra ínsula, que em latim significa ilha, era o nome dado aos grandes edifícios de apartamentos que dominavam a paisagem urbana de Roma. Assim como uma ilha cercada por água, uma ínsola era um bloco de construções cercado por ruas, abrigando centenas de pessoas em um espaço relativamente pequeno. E esse era um dos problemas principais na Roma antiga. Muita gente e pouco espaço. A solução foi construir para cima. As ísulas eram arranha céus da época, com construções que podiam chegar a vários andares. Elas abrigavam a maioria da população, desde a classe média de comerciantes e artesãos até os mais pobres e sem teto. Mas nem todos os apartamentos eram iguais. A ínsula era um reflexo perfeito da hierarquia social romana, com os melhores apartamentos no térrio e a qualidade caindo drasticamente a cada lance de escada. A vida em uma ínsola era uma experiência de extremos. Os apartamentos do andar de baixo ou primeiro andar eram os mais desejados. Eles geralmente tinham acesso à água encanada e, em alguns casos, até mesmo a banheiros privativos. eram maiores, mais arejados e, por estarem no nível da rua, tinham fácil acesso a lojas que funcionavam na parte da frente. Esses apartamentos eram ocupados pela classe média mais rica, como comerciantes prósperos ou funcionários do governo. O dono do prédio muitas vezes também morava ali. A partir do segundo andar, a vida piorava. Quanto mais alto você subia, mais perigoso e insalubre o apartamento se tornava. As escadas eram estreitas e íngremes. Não havia água encanada e a única forma de se aquecer era com braseiros, o que aumentava muito o risco de incêndio. Os apartamentos do topo eram o inferno romano, pequenos, claustrofóbicos, quentes no verão e congelantes no inverno. Eles ficavam mais expostos aos elementos e aos perigos de um desabamento. O aluguel, no entanto, era o mais barato. Esses apartamentos eram ocupados pelos mais pobres, que precisavam se contentar com o que podiam pagar. A falta de saneamento era um problema grave. O lixo e o esgoto muitas vezes eram jogados pela janela, causando um cheiro terrível e sujando as ruas. Apesar da grandiosidade da cidade de Roma, viver em uma ínsola era uma experiência cheia de desafios e as fontes históricas da época nos dão uma visão sombria da realidade. As ínsulas eram feitas de materiais baratos, como madeira e tijolos de baixa qualidade. Isso as tornava extremamente frágeis e suscetíveis ao fogo. O grande incêndio de Roma em 64 depo de. Cristo durante o reinado de Nero é a prova mais dramática disso. O incêndio destruiu grande parte da cidade e serviu como um lembrete do perigo constante que esses edifícios representavam. Os prédios eram construídos às pressas, sem seguir padrões de segurança. O poeta e satírico romano Juvenal, que viveu entre o primeiro e segundo século depois de Cristo, escreveu de forma hilária, mais assustadora, sobre o medo de desabamento. Ele dizia que os incêndios e o colapso das casas eram um terror para quem morava em Roma. A frase mais famosa dele é: “É preciso ser louco para viver em Roma. A qualquer momento, um teto pode desabar sobre a sua cabeça. Para a maioria dos moradores, não havia banheiros. Para fazer as necessidades, eles usavam vasos de cerâmica e jogavam o conteúdo na rua, ou tinham que usar as latrinas públicas. A água potável era obtida em fontes públicas e precisava ser carregada escada acima para as tarefas diárias. Juvenal também reclamava do barulho incessante da vida em uma ínsola. O barulho da rua, os vizinhos conversando, as crianças brincando e os comerciantes gritando para vender seus produtos tornava sono uma tarefa difícil. A vida era caótica e barulhenta. Por isso, o governo romano sabia do problema e acabou tentando criar regras. O imperador Augusto, por exemplo, estabeleceu um limite de altura para as ínsulas em 70 pés romanos ou cerca de 20 m, para tentar evitar desabamentos. Mais tarde, após o grande incêndio, o imperador romano Trajano diminuiu esse limite para 60 pés ou cerca de 17 m. Mas apesar de todas essas dificuldades, a vida na ínsula não era só de sofrimento. Para os romanos, a vida social era muito importante e acontecia nas ruas, nos banhos públicos, nos teatros e também no fórum. Muitas vezes os romanos usavam a ínsola apenas como um lugar para dormir. Mas eu também quero saber, com tudo isso que você viu aqui, você viveria em um apartamento na Roma Antiga? Deixa aí sua opinião nos comentários e se você gostou desse vídeo, não se esqueça de deixar o seu like e se inscrever no nosso canal. Então, a gente se vê no próximo vídeo.

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