Como funciona uma USINA NUCLEAR? Entenda as USINAS NUCLEARES.
0Com a alta demanda por energia que estamos vendo
e o futuro com a eletrificação dos veículos, percebemos que a nossa geração de energia pode não
ser o suficiente para garantir energia para todos. Mas um método pequeno e com
um alto poder de geração de energia pode ser uma solução para esse problema. Hoje eu vou te contar o que faz e
como funciona uma usina nuclear. Fala amantes da engenharia, meu nome é
Igor Felipe e o assunto de hoje é talvez polêmico em vários sentidos, então
bora falar sobre energia nuclear. Uma vez que os estudos da radioatividade e a
energia que ela poderia proporcionar foi se tornando mais relevantes, esse conhecimento foi
sendo usado em diversas áreas e dispositivos. Um grande exemplo que todos vocês devem
conhecer são as famosas Little Boy e Fat Man. Se vocês não sabem do que eu estou falando,
essas eram os nomes das duas bombas que foram usadas no ataque de Hiroshima
e Nagasaki na segunda guerra mundial. E a primeira ideia que temos
ao falar de radioatividade, são as tragédias e os acidentes e isso
não colabora com a energia nuclear, mas a verdade é que usar materiais
radioativos pode ter seu lado bom. Em 1942 entrou em operação o primeiro
reator nuclear com uma reação em cadeira autossustentável na cidade de Chicago. Ele foi desenvolvido pelo físico italiano Enrico
Fermi utilizando o método de fissão nuclear. Mas o que é essa fissão nuclear? Para falar sobre isso, temos que entender como podemos gerar
energia usando os materiais radioativos. Os átomos são pequenas unidades básicas
que fazem a matéria do universo. Basicamente, se formos dividindo um
elemento, o átomo é a menor parcela em que um elemento pode ser dividido
sem perder suas propriedades químicas. Dentro do núcleo denso de um átomo, temos
duas partículas, os prótons e os nêutrons. O que mantem esse núcleo estável e interligado,
é a força nuclear entre esses prótons e nêutrons, e esse núcleo possui muita energia acumulada e
é exatamente essa energia que queremos utilizar. Para conseguir essa energia, nós a
retiramos de dentro do núcleo do átomo, e é por isso que chamamos essa energia de nuclear. Para isso, nós temos dois tipos de reações
atômicas que é a fusão nuclear e a fissão nuclear. Na fusão nuclear, os núcleos atômicos
se fundem e liberam muita energia. Essa liberação de energia segue a
famosa fórmula elaborada por Einstein, que correlaciona energia e massa. E essa liberação de energia, ocorre porque
durante o processo, uma pequena parcela de massa é consumida, liberando assim
uma quantidade gigante de energia. Quer um exemplo de onde ocorre a fusão nuclear? Nosso sol é o maior exemplo de
fusão nuclear que conhecemos. Ele é composto de 73% de hidrogênio,
26% de hélio e 1% de outros elementos. O que acontece em nosso sol é a
fusão dos átomos de hidrogênio, originando assim os átomos de hélio. Isso libera muita energia, só que
o problema de usar esse método em uma usina nuclear é controlar
toda essa energia liberada, porque não adianta gerarmos muita
energia se a reação é descontrolada. Nós temos projetos para montar um reator
de fusão nuclear e temos um vídeo falando sobre os testes deste tipo de reator, e eu vou
deixar um card para ele no final desse vídeo. Mas temos um outro método de reação atômica
que produz um pouco menos energia comparada com a fusão nuclear, mas que ainda produz
muita energia que é a fissão nuclear. Do contrário da fusão, a fissão nuclear, divide
um núcleo atômico em núcleos atômicos menores. E quando fazemos essa divisão desse núcleo
atômico, isso também libera energia. Neste método, nós bombardeamos
o núcleo do átomo com nêutrons, gerando uma instabilidade e ele
se fragmenta em núcleos menores. Mas algo interessante acontece aí. Se somarmos as massas dos átomos após a divisão, vamos perceber que ela é menor
que a massa do átomo original. E essa massa “perdida” na verdade
é liberada em forma de energia. De novo, a famosa fórmula de Einstein. E a fissão nuclear é o método que
usamos hoje em dia nas usinas nucleares. Para entender melhor sobre o que
acontece dentro das usinas nucleares, vamos usar como exemplo o uranio 235.
Uma vez que posicionamos o uranio 235 dentro do reator de uma usina, nós bombardeamos
o átomo desse uranio com um nêutron. Dessa forma, o uranio 235 captura
esse nêutron e se torna instável. Com essa instabilidade, o átomo de
uranio sofre a fissão nuclear se fragmentando em 1 átomo de bário, 1 átomo
de criptônio, 3 nêutrons e muita energia. E a questão toda é que como lançamos
apenas 1 nêutron contra o átomo e essa reação libera 3 nêutrons, isso gera uma reação
em cadeira em outros átomos de uranio vizinhos. Se pensarmos, essa reação gerando vários neutros acaba sendo uma reação descontrolada
enquanto tivermos átomos de uranio. Pra conseguirmos controlar essa reação, nós
precisamos de um material moderador e para isso, se utiliza alguns elementos químicos
como o ácido bórico ou o metal cádmio. O que esses elementos químicos fazem é absorver os nêutrons da reação nuclear do
uranio controlando a reação. Isso faz com que esses elementos sirvam
como acelerador ou freio da reação. Por exemplo, se inserirmos o
metal cadmio dentro da reação, ele absorve os nêutrons da reação de
fissão do uranio e freia todo o processo. Agora se queremos acelerar o processo, nós retiramos o cadmio, e deixamos
a reação em cadeia tomar o controle. E todo esse processo é usado pra
produzir energia de reações nucleares, mas essa energia não é bem
a que chega em nossas casas. Lembra quando eu disse que a
reação de fissão gera energia? Pois é, toda a energia gerada pela
reação nuclear produz muito calor, e é aí que entra as usinas nucleares. Nós achamos que essa energia já é
convertida na energia elétrica que usamos, mas a verdade é que uma usina nuclear
funciona como uma usina termoelétrica. Sim, uma usina nuclear não deixa de ser
uma usina termoelétrica, só que ao invés de queimar combustíveis fosseis para produzir
calor, elas usam o calor da reação nuclear. Uma usina nuclear é composta normalmente por três
fases: a primaria, a secundaria e a refrigeração. A fase primaria, temos um reator
dentro de um vaso de pressão blindado, onde ocorre exatamente aquela reação
em cadeia que eu já expliquei. Nesse processo se utiliza elementos
químicos como o cadmio para fazer o controle da aceleração e
desaceleração da fissão nuclear. No caso, se inserirmos hastes
metálicas de cadmio dentro do reator, nos diminuímos as reações
nucleares e o reator esfria. Agora se retirarmos as hastes de cadmio, as
reações nucleares aumentam e o reator esquenta. Com isso o calor desse reator pode
esquentar líquidos como a água, como se fosse uma panela de pressão
em um sistema também blindado. Na fase secundaria, essa água que foi aquecida pelo calor do
reator se transforma em vapor de água. Então, esse vapor em alta pressão
é canalizado para uma turbina. Essa turbina então é ligada
em um gerador elétrico, e é através desse gerador que se produz
a energia elétrica que podemos utilizar. Depois que o vapor de água já passou pela
turbina, ele entra na fase de resfriamento. Nessa fase, queremos transformar o vapor de água, em água liquida para ser
reutilizada novamente no processo. Então, um sistema de resfriamento
funciona como se fosse um radiador de carro gigante e que normalmente também
utiliza água como liquido refrigerante. Essa água de resfriamento, pode vir de
rios, lagos e até mesmo dos oceanos. Quando vemos aquelas chaminés das usinas
nucleares, é exatamente essa água do sistema de resfriamento que está sendo evaporada. Nós chamamos essas chaminés gigantes de torres de
resfriamento, que serve tanto para armazenar água, quanto para evaporar a água do resfriamento.
Mas Igor, essa água não é radioativa? A água que é utilizada para movimentar a turbina
e tem contato com o reator fica em um processo blindado, ou seja, ela fica re-circulando lá
dentro e não tem contato com o ambiente externo. Já o vapor que vemos das torres de resfriamento, é simplesmente uma água que foi usada para
condensar e resfriar o sistema secundário. Ou seja, o vapor que vemos de uma usina
nuclear, não é radioativa e é simplesmente água. E a questão é que esse
modelo produz energia limpa, pois não libera no meio ambiente nenhuma
fumaça proveniente de combustíveis fósseis. O resultado desse processo, produz
basicamente vapor de água no meio ambiente. Porém, não podemos esquecer
também do rejeito da radiação. O material que é descartado dos reatores
nucleares e até mesmo os materiais usados pela equipe da usina como aventais, luvas e
máscaras formam o que chamamos de lixo nuclear. Esse lixo nuclear não é jogado no meio ambiente, e no caso do rejeito da reação dos reatores
são armazenados em bunkers de concreto e os materiais descartáveis das equipes
são enterrados em valas profundas. Existe um grande receio de se utilizar usinas
nucleares, muito por causa dos desastres famosos que conhecemos como o de Chernobyl na Ucrânia
e o mais recente o de Fukushima no Japão. Mas a questão é que se tivermos controle
dos sistemas de segurança dessas usinas, elas podem representar uma forma
interessante de geração de energia mundial. Só que tem outro problema que é o custo. As usinas nucleares possuem os maiores
valores de geração de energia por megawatt-hora (MWh) se comparado com os
outros modelos de geração de energia. Ou seja, quando se usa a energia nuclear, tenha certeza de que o valor da
sua conta de luz vai sair bem cara. A questão toda é sobre investimento, tempo,
recurso e principalmente a área de instalação. Uma hidrelétrica, que hoje é o
método mais barato de produção de energia que temos no Brasil, exige uma
área gigante para formar seu reservatório. Parques solares e usinas eólicas também exigem uma área grande para instalar os
painéis e turbinas eólicas. Já uma usina nuclear, precisa de uma
área muito pequena para ser instalada. Ou seja, a ideia é produzir uma grande
quantidade de energia, em um espaço pequeno. E quem sabe veremos novas usinas
nucleares surgirem aqui no Brasil com o aumento da demanda por energia elétrica. Aqui do lado tem dois vídeos, um sobre o reator
de fusão nuclear que eu falei, e outro explicando como funciona uma usina hidrelétrica,
então aproveita para conferir um deles. Esse é seu momento para deixar seu
like no vídeo, compartilhar em suas redes sociais e considera se inscrever
no canal pra acompanhar nosso trabalho. E isso aí meus amigos, um grande
abraço e te vejo no próximo vídeo.







