COMO O MAIOR IMPÉRIO EDITORIAL DO BRASIL DESMORONOU?
0Durante décadas, ela foi simplesmente a maior editora do Brasil. A editora Abril era um verdadeiro império de mídia que moldou gerações. Responsável por revistas icônicas como Veja, Capricho, Super Interessante, Exame, Quatro Rodas, Recreio e Tantas outras, Abril foi a maior potência da mídia impressa no Brasil durante décadas. A editora marcou presença na vida de milhões de brasileiros. Ela não apenas informava, ela formava opiniões, ditava tendências e redefiniu como o brasileiro consumia informação e entretenimento. No auge abril controlava um verdadeiro império de comunicação. No entanto, hoje está longe dos holofotes. Mesmo sendo uma das empresas mais influentes da história da mídia brasileira, tendo sucesso e poder, a editora Abril acabou se afundando em meio a crises financeiras e polêmicas. Mas o que aconteceu com a editora Abril? Como o Império da Comunicação e a editora mais influente da América Latina entrou em colapso. É isso que iremos descobrir. A história começa com o nome que se tornaria sinônimo de comunicação no Brasil, Víctor Civita, um homem visionário e apaixonado pela mídia impressa. Victor nasceu em Nova York em 1907, filho de imigrantes italianos. Ainda jovem, ele e sua família se mudaram para o Brasil, onde encontraram um país em desenvolvimento, cheio de desafios, mas também repleto de oportunidades. No final dos anos 40, Víctor teve a ideia de criar uma editora de revistas. Aquela altura, o mercado editorial brasileiro ainda era bem pequeno, uma vez que a mídia impressa era pouco acessível para a maioria da população. No entanto, Victor viu um futuro em que o país se desenvolveria e com isso o interesse por informação e entretenimento cresceria junto. E foi com esse sonho que Víctor teve uma sacada genial de trazer os personagens da Disney para o Brasil, mas não seria de qualquer jeito, não. A proposta era oferecer uma experiência completa, com alta qualidade gráfica, traduções bem feitas e, o mais importante, licenciamento oficial da Disney. Em 1950, nascia a editora Abril com sua primeira publicação Os quadrinhos do Pato Donald. Na época, os quadrinhos ainda não tinham grande espaço no mercado, dominado por revistas políticas e econômicas. Porém, o impacto foi imediato e o Pato Donald virou um fenômeno entre crianças e adolescentes. Era entretenimento leve, educativo e aprovado pelos pais. Esse primeiro passo foi decisivo para consolidar a Abril no cenário editorial brasileiro. O sucesso foi tão grande que Victor rapidamente expandiu o catálogo trazendo revistas de histórias em quadrinhos do Mickey, Zé Carioca, Tio Patinhas, entre outros personagens. No entanto, Victor queria mais. Ele acreditava que sua editora não deveria apenas entreter, mas também informar, educar e acompanhar a evolução do Brasil. Nos anos 50, enquanto o país passava por um processo acelerado de urbanização e industrialização, Victor viu uma nova oportunidade. Logo, a editora lançou a revista Manequim, voltada ao universo da moda, e representou um marco, já que Abril começava a falar com o público adulto também. Já em 1960, Abril lançou a revista Quatro Rodas, voltada ao universo dos Automóveis. Com testes e análises detalhadas, a revista foi um sucesso imediato. Era mais uma prova de que Abril sabia como ninguém entender os interesses do público brasileiro. E o crescimento não parou por aí. Em 61, abril lançou a revista Cláudia voltada para o público feminino. No início, os temas giravam em torno de moda, culinária e cuidados domésticos. Mas com o tempo, a revista passou a abordar assuntos como sexualidade, maternidade, carreira, autoestima, saúde mental e independência financeira, tornando-se uma fonte essencial de informação para milhões de mulheres brasileiras. Em 1966 surgiu a revista Realidade, uma publicação mensal com grandes reportagens, entrevistas, temas sociais, política, cultura e comportamento. Foi um avanço no jornalismo brasileiro e levou ainda mais o prestígio da editora. A cada novo ano, abril se tornava mais relevante, mais influente e mais presente na vida dos brasileiros. A empresa começou a explorar novos nichos, lançando revistas voltadas para mulheres, adolescentes, temas científicos e culturais. Mesmo lançando revistas de sucesso, para Víctor, o mais importante é que sua editora mantivesse qualidade gráfica, conteúdo de excelência e periodicidade. Esses valores foram fundamentais para transformar a editora Abril em uma verdadeira gigante da comunicação. E por falar em excelência e inovação, dois pilares que transformam negócios e mudam vidas, que tão levar esses mesmos valores para sua vida financeira. 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A Nômade também possui inúmeras vantagens e vai revolucionar sua vida financeira e internacional. [Música] Depois do sucesso do lançamento das revistas, Víctor Civita continuou transformando a editora Abril em uma potência que moldou a comunicação, o entretenimento e até o pensamento do brasileiro por décadas. Inclusive, Abril foi pioneira em criar uma rede própria de distribuição, algo raro na época. Isso fez com que suas revistas chegassem a todos os cantos do Brasil, aumentando a visibilidade da editora. Em 1967, Abril surpreendeu mais uma vez com o lançamento da revista Exame, voltada para o mundo dos negócios. Focada em economia, mercado financeiro, perfis de empresários e notícias corporativas, a exame logo se firmou como uma leitura indispensável no universo empresarial. O sucesso foi tanto que na década de 80 a Exame já contava com uma circulação de 100.000 1 exemplares mensais, mas foi em 68 que surgiu o verdadeiro símbolo do poder editorial da Abril, a revista Veja. Diferente de tudo que já havia sido feito antes, a Veja nasceu com uma missão ousada de ser a principal fonte de notícias do Brasil. Com uma tiragem que chegou a 1.200.000 1 exemplares semanais, a Veja se tornou uma das maiores revistas do país e uma das mais influentes da América Latina. Com reportagens investigativas e capas impactantes, a Veja rapidamente passou a ser lida por políticos, empresários, estudantes e professores, além de influenciar o debate público. A essa altura, a editora Abril já dominava quase completamente as bancas de jornal brasileiras, com revistas para todos os gostos e públicos. Contudo, a era de ouro da Abril viria entre os anos 70 e 80. Nesse período, a editora se consolidou com a principal referência da imprensa brasileira e Víctor Civita era visto como um dos maiores empresários da comunicação do país. Além disso, a editora expandiu ainda mais seu catálogo com revistas como Boa Forma, Placar, Saúde, Manequim, entre muitas outras. Cada uma voltada para um nicho, desde esportes e moda até bem-estar e estilo de vida. atingindo desde o público infantil até o adulto. Já em 1975 veio mais o marco, o lançamento da versão brasileira da revista Playboy. O sucesso foi estrondoso. Na década de 80, a revista vendia em média 800.000 exemplares por mês, se tornando uma das versões mais bem-sucedidas da publicação fora dos Estados Unidos. A Abril era uma verdadeira fábrica de revistas. contava com centenas de jornalistas, editores, tradutores, fotógrafos e revisores. Era líder absoluta do mercado, recebia prêmios internacionais e estava presente em praticamente todas as casas de classe média do Brasil. No final da década de 80, a abril tinha 52 revistas em circulação com uma tiragem anual superior a 400 milhões de exemplares. Seu faturamento ultrapassava 500 milhões de dólares, se consolidando como uma das maiores editoras da América do Sul, com mais de 5.000 funcionários. Entretanto, a ambição da Abril e Além do Papel. Em 1989, ela expandiu seus negócios para televisão e lançou a TVA, sua própria operadora de TV. a cabo e logo no início dos anos 90 foi a responsável por trazer ao Brasil um dos maiores ícones da cultura pop, a MTV. A essa altura, as revistas da editora Abril influenciavam decisões, moldavam opiniões e alimentavam discussões dentro da sociedade. Mais do que isso, Abril foi pioneira na segmentação editorial no Brasil. Ela enxergava nichos de público e criava revistas voltadas para interesses, idades e perfis específicos. Um exemplo marcante disso foi o lançamento da revista Capricho, voltada para o público adolescente. Nos anos 90, a Capricho atingiu seu auge. Ela abordava temas como moda, autoestima, sexualidade, escola, namoro, música e cinema, tudo com uma linguagem leve e divertida. Um verdadeiro fenômeno entre os jovens, especialmente entre as meninas. Outro grande sucesso foi a revista super interessante lançada em 1987. Com a proposta de tornar a ciência, a história e a tecnologia acessíveis a todos, a revista apostou em uma linguagem simples, curiosa e visualmente cativante. Transformou o conhecimento em entretenimento e conquistou o público de todas as idades. Já nos anos 2000, veio a Mundo Estranho, uma publicação derivada da Super Interessante, focada em curiosidade sobre ciência, cultura pop, videogames, música, filmes e comportamento. Ela trazia uma abordagem informal e interativa com muito humor e participação dos leitores. Além das revistas voltadas para o público adulto, a editora Abril não esqueceu do público infantil e publicou quadrinhos da Marvel e mangás. A realidade é que Abril cobria literalmente todas as fases da vida de um leitor brasileiro. Da infância com as histórias em quadrinhos, passando pela adolescência com a Capricho até a fase adulta com a Veja ou Exame. Nessa época, o império da editora Abril parecia indestrutível. [Música] Durante décadas, a editora abril foi sinônimo de sucesso editorial. Suas revistas dominavam as bancas, suas reportagens movimentavam debates, influenciavam decisões e pautavam discussões no Brasil inteiro. Entretanto, o tempo passou, o mundo mudou e abril não conseguiu acompanhar. A crise começou a se desenhar logo após a morte de Víctor Civita em 1990. Seu filho, Roberto Civita, assumiu o comando da empresa. Embora também fosse um executivo brilhante e tem ajudado a consolidar o império de mídia, o cenário da comunicação já não era mais o mesmo. O mundo estava entrando em uma nova era, a era digital. No início dos anos 2000, a internet começava a ganhar força no Brasil. A forma como as pessoas se comunicavam e consumiam informação estava passando por uma revolução. Com poucos cliques, era possível acessar notícias, conversar em chats e participar de fóruns. Tudo em tempo real e muitas vezes de forma gratuita. Nessa época, os portais de notícias começaram a surgir e o monopólio da informação por grandes editoras como Abril começou a ruir. O público deixou de esperar por uma reportagem semanal e passou a buscar atualizações instantâneas. Abril até tentou se adaptar, lançando versões online de suas principais revistas e criando portais de conteúdo. No entanto, a transição foi lenta demais. Por décadas, a empresa havia operada com modelo impresso estruturado em prazos longos, processos caros e planejamento tradicional. Essa estrutura simplesmente não acompanhava o ritmo acelerado e flexível da internet. Enquanto Abril ainda organizava sua transformação, o público já havia migrado. As pessoas trocaram as revistas físicas por sites, blogs e redes sociais. Adolescentes, antes fãs da Capricho, agora passavam mais tempo no YouTube, Orcut, Facebook e depois no Instagram e no Twitter. Logo o modelo de negócios da editora abril começou a ruir. A publicidade, que era a principal fonte de receita das revistas, migrou para o mundo digital. Os anunciantes passaram a investir no Google, em redes sociais e plataformas digitais, onde o alcance era maior e o custo menor. Assim, a Abril viu sua receita despencar. Em busca de equilíbrio financeiro, ela acabou aumentando os preços das revistas, fechou publicações menos lucrativas, reduziu a equipes editoriais e iniciou uma série de demissões. Porém, isso não foi o bastante. A empresa enfrentava dívidas crescentes, processos trabalhistas e atrasos salariais. Um dos símbolos mais marcantes da crise foi o fechamento da revista Capricha em 2015, a mesma que anos antes era líder entre o público jovem. Logo depois, outras revistas foram encerradas, como Mundo Estranho, VIP, Boa Forma, Placar, entre tantas outras. O império de títulos começou a desmoronar. Além da lentidão na transformação digital, mas decisões estratégicas e resistência interna ao novo cenário contribuíram para a queda. A qualidade editorial caiu, o investimento em conteúdo foi reduzido e as versões digitais das revistas não conseguiram gerar receita suficiente para sustentar a operação. Enquanto isso, novos veículos digitais surgiam todos os dias mais conectados com o público atual. A crise era tão profunda que em 2006, abril vendeu seu canal de TV por assinatura a TVA para Telefônica por R22 milhões deais. Uma tentativa desesperada de levantar caixa. A situação se agravou ainda mais em 2013, quando Roberto Civita veio a falecer e com ele se foi a liderança forte que sustentava abril. Embora seus filhos têm herdado a empresa, a direção estratégica de Roberto não foi continuada. Nos anos seguintes, a abril passou a viver uma instabilidade interna grave, com quatro se diferentes em apenas 5 anos. A falta de continuidade e visão agravou a crise. A empresa passou a vender ativos, encerrar operações e buscar investidores. Tudo indicava que o império construído por Víctor e expandido por Roberto estava à beira do fim. Se você já curte os nossos vídeos, aprendeu algo novo por aqui ou simplesmente gosta do que compartilhamos, que tão apoiar ainda mais o nosso trabalho. Você pode se tornar um membro a partir de 1,99 por mês. Ao virar membro, você terá acesso a benefícios exclusivos, como selos personalizados, figurinhas e vídeos exclusivos. Com seu apoio, conseguiremos investir ainda mais na produção de conteúdo e melhorar ainda mais a sua experiência aqui no canal. O seu suporte faz toda a diferença. Então, se você quer ajudar o conhecimento disruptivo a crescer, não perca tempo, vire membro e faça parte da nossa comunidade agora mesmo. [Música] Após anos de sucesso, influência e presença em praticamente todas as casas brasileiras, a editora Abril começou a desmoronar. Em 2017, os sinais da crise se tornaram impossíveis de ignorar. A editora passou a encerrar publicações icônicas como Boa Forme e Ele, além de demitir cerca de 800 funcionários, a gigante editorial já não conseguia sustentar a estrutura enorme que havia construído ao longo de décadas. E em agosto de 2018 veio a confirmação do colapso. A abril entrou com pedido de recuperação judicial, tentando evitar a falência. As dívidas da empresa já somavam R 1.ão690 milhões de reais. A editora, que por tanto tempo foi referência em jornalismo, cultura e inovação, agora lutava pela sobrevivência. A família Civita já havia demonstrado sua intenção de se afastar e entregou o controle da Abril ao mercado financeiro. Contudo, a situação era crítica e Abril possuía dívidas com fornecedores, bancos e governos. A estrutura da Abril era cara e lenta. Além disso, o faturamento já não cobria os custos. Logo, a empresa iniciou cortes radicais com revistas encerradas, departamentos inteiros fechados, imóveis vendidos e centenas de jornalistas demitidos. No início de 2019, o que restava de abril foi vendido para o empresário Fábio Carvalho, o investidor especializado em reestruturações de empresas em crise. O valor simbólico da venda foi de R$ 100.000. Sob sua gestão, Abril passou por uma reestruturação ainda mais rigorosa e diversos títulos foram descontinuados. A proposta era enxugar operações, modernizar a empresa e tentar torná-la rentável novamente. No entanto, a essa altura, a abril já estava quebrada e sua relevância diminuía a cada mês. Revistas como a Veja, que por muitos anos ditaram o ritmo do jornalismo brasileiro, tentaram se reinventar no digital, mas não conseguiram competir com agilidade e diversidade dos novos veículos online. Exame, uma das publicações mais importantes da casa foi vendida ao banco BTG Pactual por 72, milhões de A icônica sede da editora Abril também foi vendida por cerca de R8,7 milhões deais. Outras revistas, como Super Interessante tiveram suas equipes drasticamente reduzidas e algumas publicações simplesmente desapareceram. Diversos críticos, ex-funcionários e analistas passaram a questionar os rumos da nova gestão. Muitos diziam que os novos donos focavam exclusivamente no lucro de curto prazo, deixando de lado a essência da editora, seu conteúdo e inovação. Logo, a promessa de salvar Abril não se concretizou. Hoje, a operação da empresa é extremamente reduzida. Poucos títulos sobreviveram. Dentre eles, Veja, Cláudia, super interessante, quatro rodas de saúde, todas ainda publicadas em versões impressas e digitais, mas com tiragens muito menores, equipes mais enxutas e uma presença muito mais discreta. Em fevereiro de 2022, abril finalmente encerrou seu processo de recuperação judicial. A dívida, que um dia foi de quase R 2 bilhões deais, foi reduzida para R7,8 milhões deais. Abril ainda existe, mas é uma sombra do que já foi um dia. Atualmente, a empresa foca em conteúdo digital, licenciamento de marcas e na publicação de poucos títulos selecionados. A editora abril não acabou e sim se transformou drasticamente para sobreviver. Seu legado permanece, mas o império como conhecemos chegou ao fim. Agora me diz, você acompanhou o auge da editora Abril? Sente falta de alguma revista que hoje não existe mais? Deixa aí nos comentários a sua opinião e não esqueça de curtir o vídeo, se inscrever aqui no canal para apoiar nosso trabalho. E lembre-se de baixar o aplicativo da Nômade para abrir sua conta internacional. Acesse o primeiro link na descrição ou aponte a câmera do seu celular para o QRC já aqui na tela. Usando o código CD40 no cadastro da sua conta, você vai ganhar até 40 de cashback na primeira conversão de real para dólar. Obrigado por ter assistido até o final. Um forte abraço e até o nosso próximo vídeo. Ciao. Ciao. [Música]