Como Parar de ser Preguiçoso e Passar a Gostar do Desconforto
0Olá, aqui é o Mateus Santana e hoje eu vou mostrar não só como parar de ser preguiçoso, mas também a como até a gostar do desconforto de fazer coisas difíceis e nada melhor para ilustrar a ideia do desconforto do que a atividade física. Então eu vou começar por aí. Olha só, a maioria das pessoas têm uma relação conturbada com a atividade física. E não é porque elas não sabem que faz bem, todo mundo sabe. O problema é que quando elas pensam em exercício, elas pensam só no desconforto, em suar, em sentir dor muscular no dia seguinte, em respirar ofegante, em parecer desajeitado na frente dos outros, enfim, elas criam toda uma nuvem mental negativa em volta do treino e com isso elas acabam empurrando isso com a barriga. Mas o mais curioso é que esse tipo de aversão normalmente acontece no começo, porque quando você passa da fase inicial, quando começa a se adaptar, aí as coisas mudam. Você começa a esperar pelo treino. Ele deixa de ser um fardo e vira uma válvula de escape. O que antes parecia desconfortável, agora parece necessário. E aí quando você não treina, você sente falta. O ponto é que a maioria das pessoas nunca passa da fase inicial. Elas vivem nesse ciclo de começar, parar, se sentir mal, tentar de novo e parar de novo. E grande parte disso acontece porque elas criam associações mentais erradas. Elas associaram em exercício com punição, esforço excessivo, sofrimento e não com tudo que ele realmente traz de bom, que é clareza mental, aumento da autoestima, redução do estresse, sensação de controle, disciplina e bem-estar. E tem mais, a maioria das pessoas ainda vivem no modo mental de evitar o desconforto a qualquer custo. Só que isso é uma armadilha, porque tudo que realmente transforma sua vida exige algum nível de desconforto. O crescimento exige esforço, a disciplina exige dor, tudo bem, mas é uma dor que constrói. E o exercício físico é uma das formas mais simbólicas de mostrar isso para você mesmo. É por isso que eu digo, exercício físico não é só sobre estética, não é sobre postar foto no espelho ou seguir uma modinha na academia, é sobre construir uma mente forte dentro de um corpo que acompanha. Quando você se compromete com um treino, mesmo estando cansado, mesmo sem vontade, você tá mandando um recado para si mesmo que diz: “Quem manda aqui sou eu, não meu impulso, não minha preguiça”. Entende? Porque o treino em si é só um espelho. A forma como você se comporta ali dentro reflete exatamente como você lida com o resto da sua vida. Então, se você é do tipo que desiste na primeira dificuldade, você vai desistir de manter o treino e, provavelmente, vai desistir também quando enfrentar problemas no trabalho, no relacionamento e nos seus projetos pessoais. Agora, se você começa a se provar que é capaz de seguir firme, mesmo com preguiça, mesmo com dor, mesmo com o tempo apertado, isso cria um novo padrão, um novo caminho neural. E aos poucos esse padrão se espalha para outras áreas da sua vida. Você passa a tomar decisões melhores, a lidar melhor com a frustração, a procrastinar menos, a confiar mais em si, a sentir que de verdade você tá no controle. E isso não vem de simplesmente lançar autoafirmações na frente do espelho e nem assistir vídeos motivacionais. Vem do simples ato de cumprir as suas promessas, de fazer coisas desconfortáveis mais benéficas, como a de levantar cansado pela manhã e ir treinar mesmo sem vontade. Por quê? Porque foi você quem disse que faria isso. Ninguém colocou isso nos seus planos. Você quem colocou. Então, uma vez que você definiu o que vai fazer, você precisa fazer, porque você não tem ideia do quanto cumprir com a sua palavra é algo importante para sua autoestima. E quanto mais você se acostuma a cumprir com esses combinados, mais o seu cérebro se adapta. É o que é conhecido como neuroadaptação ao esforço, que, em outras palavras, é quando o seu sistema nervoso aprende a não reagir com tanta resistência ao desconforto. E isso é real. Tanto é que isso já foi observado em estudos com atletas, com meditadores e com praticantes de atividades físicas intensas. E o que a ciência mostra é que essas pessoas não simplesmente nasceram mais disciplinada do que os outros. Elas só se expuseram ao desconforto por tempo suficiente para que o cérebro parasse de vê-lo como uma ameaça. E isso vale para todo mundo. Não é sobre ser fitness, é sobre ser funcional, forte, centrado, porque quando o seu corpo funciona bem, tudo melhora, sua concentração melhora. seu humor, sua energia, sua paciência. E o contrário também é verdadeiro. Quando você tá sedentário, com dor, com tensão acumulada, tudo vira um gatilho. Você fica mais reativo, mais impaciente e mais irritado com pequenas coisas, cara. Por isso eu falo, não treine só pela aparência física, treine pelo que o treino te entrega depois, a clareza, o bem-estar, a autoconfiança, enfim, essas coisas são ainda mais importantes do que o aspecto físico. O problema é que quando você pula um treino que estava planejado, isso não afeta só o corpo, afeta a mente, afeta a sua relação com você mesmo, porque naquele momento você tinha uma escolha, fazer o que você disse que faria ou ceder ao conforto. E o que parece só um dia de descanso extra, na verdade é um voto. Um voto que você dá pra sua versão preguiçosa vencer. E cada voto conta, cara, mesmo quando parece algo inofensivo, porque é assim que a mente funciona. Ela aprende pelo padrão, pela repetição. Ela observa o que você faz com frequência e transforma isso em referência. Se você cede toda vez que tá com preguiça, o cérebro entende que é assim que a gente faz e acabou. Se você quebra sua palavra toda vez que o dia aperta, o cérebro aprende que a sua palavra não vale muita coisa. Então não importa o quanto você diga que você quer mudar, se o seu comportamento mostra outra coisa, o seu cérebro vai confiar no que você faz, não no que você diz. E com o tempo, isso vira parte da sua identidade. Você começa a se enxergar como alguém que tenta, mas não consegue, que planeja, mas não cumpre, que até se empoga no começo, mas não sustenta a constância. E com isso a sua confiança vai sendo corroída em silêncio, porque no fundo você sabe que a sua palavra não tem mais peso. E aí quando surge uma nova meta, um novo plano, um novo desafio, você já parte desacreditado, porque tem um histórico mal resolvido de você consigo mesmo. E é aí onde muita gente se perde, porque elas tentam resolver isso com motivação, com frases de autoafirmações prontas ou com promessas do tipo: “Agora vai, dessa vez eu vou mudar minha vida”. Só que nada disso adianta se a sua base continua fraca, porque a base da autoconfiança tá diretamente relacionada com o quão consistente você consegue ser em cumprir com a sua palavra. é você se tornar alguém que faz o que diz que vai fazer, mesmo quando não tá com vontade. Na verdade, principalmente quando não tá com vontade. É isso que fortalece a sua autoestima de verdade. Não é o resultado final, é o processo que você constrói enquanto ninguém tá vendo. E claro, eu não tô dizendo aqui que você precisa ser perfeito. Óbvio que vai ter dia que você vai estar cansado, sobrecarregado mentalmente, esgotado e vai acabar faltando. Isso é normal. O problema não é a exceção. O problema é quando a exceção vira regra, quando você sempre encontra um motivo para faltar, quando o padrão vira hoje não dá, amanhã eu compenso e esse amanhã nunca chega, porque é isso que mata a constância. E sem constância você nunca vai ver o que realmente seria capaz de construir. O que muda a sua vida não é um treino incrível num dia aleatório. É a soma dos treinos normais feitos com regularidade, mesmo quando você não tá 100%. Porque quando você treina mesmo nesses dias, você se respeita mais, sabe? E esse autorrespeito respinga na forma como você trabalha, como você se relaciona e como você toma decisões. Porque uma pessoa que treina com consistência não é só alguém que tem um corpo mais forte e saudável, é alguém que tem mais domínio próprio, que consegue olhar pra preguiça, pro cansaço, pra vontade de procrastinar e agir mesmo assim. Imagina o quão poderoso é isso. Isso cria uma casca diferente, sabe? Você deixa de ser alguém refém do seu estado emocional e passa a ser alguém que age baseado em princípios. E isso no mundo real é algo raro e valioso. É por isso que fazer exercícios físicos, principalmente de alta intensidade, é tão poderoso. que fora os imensos benefícios pra saúde, você manda uma mensagem para seu cérebro de que você é capaz de buscar o desconforto intenso voluntariamente, simplesmente porque você quer, porque você é quem manda e que, portanto, você também é capaz de passar por qualquer outro desconforto que precisar para alcançar um objetivo valioso. E construir essa percepção sobre si mesmo é algo que te fortalece demais, porque quanto mais você repete esses comportamentos desafiadores, mais você se vê como alguém forte. E quanto mais você se vê como alguém forte, mais fácil fica repetir esses comportamentos. É um ciclo, um ciclo virtuoso, mas também pode ser um ciclo destrutivo se você alimenta o oposto. Porque do mesmo jeito que a disciplina fortalece a identidade, a fuga constante do desconforto a enfraquece. Então, se toda vez que você planeja algo, você mesmo sabota esse plano, a sua mente começa a desconfiar de você e isso vai te corroendo por dentro, porque você sente que não consegue mudar, que tá travado, que tudo na sua vida é difícil, quando na verdade o que tá faltando é você voltar a honrar a sua palavra, voltar a ter um compromisso real com aquilo que você diz que é importante, mesmo que você comece. E esse é o ponto mais importante. Não adianta criar metas gigantescas se você não consegue nem sustentar o básico. Começa com um treino a cada dois dias, se for o caso. Mas cumpra, faça chuva ou faça sol, estando animado ou não. Porque não é sobre o treino em si, é sobre reconstruir a credibilidade que a sua palavra tem. É sobre fortalecer a ponte entre a sua intenção e a sua ação. Portanto, para mim hoje, treinar é muito mais sobre fortalecer uma identidade do que sobre estética. E é exatamente essa mesma visão que eu te recomendo a começar a ter também. Não tô dizendo que você não pode começar mirando a estética. É claro que pode. Eu comecei mirando isso também, mas se com o tempo você não agregar esse outro ponto de vista sobre os efeitos do exercício físico e continuar focado somente no fator estética, você corre o risco de acabar perdendo a mão, porque você pode começar a buscar atalhos em drogas, cirurgias, dietas malucas e tudo que estiver disponível só para você continuar evoluindo esteticamente ou pelo menos para ter a sensação de que tá evoluindo, né? Mas quando você coloca o seu foco em mudar a sua identidade e passar a se ver como um certo tipo de pessoa que tem um padrão de comportamento que te inspira, os resultados acabam vindo como consequência, porque você não tá mais treinando para atingir um número na balança ou um percentual de gordura. Você tá treinando para se tornar alguém que se respeita, que se ama, que honra seus compromissos e que tem disciplina. E isso com o tempo inevitavelmente transforma o seu físico também, só que de forma sustentável, saudável e progressivamente, sem queimar etapas. Quando você foca em construir quem você quer ser e não apenas como você quer parecer, os resultados eles vêm mais devagar, mas eles vêm para ficar. Porque você não tá mais alimentando só o ego, você tá alimentando o caráter. Você tá criando um alicerce profundo e esse alicerce é o que vai sustentar os seus resultados a longo prazo. Porque beleza física vai e volta, a performance varia o tempo todo, o corpo muda com o tempo, mas a identidade que você constrói permanece e é ela que te mantém constante mesmo quando a motivação não tá presente. Então, se você tá recomeçando agora ou se tá tentando achar uma motivação nova para voltar, talvez a resposta não esteja no espelho, talvez esteja na forma como você quer se enxergar, porque no fim é isso que sustenta a jornada, é a clareza de quem você quer ser e o compromisso diário com essa versão. Então, não treine só para mudar o seu corpo. Treine para se provar que você consegue se autoimpor desconforto por um bem maior. Treina para reconstruir a autoconfiança que talvez você tenha perdido. Treina para lembrar todos os dias que você não é refém dos seus impulsos ou desejos passageiros. Treina para você lembrar que você tá acima deles. Porque cada treino que você cumpre, mesmo sem querer, é uma pequena declaração de que você é quem tá no controle. E quando isso vira hábito, também vira parte da sua identidade. E quando isso acontece, você não precisa mais se esforçar tanto para continuar. Você simplesmente continua porque agora esse é quem você é. E essa questão da construção de identidade é tão importante que eu tenho uma aula só sobre isso dentro do treinamento Hábitos 360. Porque isso não é só um detalhe, isso é vital num processo real de mudança de hábitos, não só para começar uma mudança, mas para sustentá-la ao longo do tempo. E para isso, ela tem que se tornar parte de quem você é e não apenas algo que você faz de vez em quando. Então, se você quiser conhecer esse treinamento que é totalmente baseado em neurociência e nos livros mais renomados sobre o assunto, clica no primeiro link da descrição e assiste o vídeo que eu preparei para você lá. Um forte abraço e até a próxima. Yeah.