Como um posto de combustível vira um banco (disfarçado)
0Você sabia que o app Shell Box da rede Shell Highen registrou mais de 50 milhões de transações e movimentou mais de 5 bilhões entre abril de 2023 e março de 2024? Isso tudo em mais de 3.500 postos espalhados pelo país. E isso é só uma fatia da receita digital de um dos grandes players do setor. Imagine agora a escala total do mercado de postos de combustível no Brasil. Dezenas de bilhões de reais passando por milhões de transações todos os anos. O problema é que, apesar de todos esses volumes, quem realmente lucra com as operações são os bancos. Eles ficam no meio ganhando com taxas, com juros e antecipações, enquanto as redes de postos apenas movimentam o dinheiro. Mas e se isso pudesse mudar? E se a sua rede pudesse assumir o controle desse fluxo financeiro, capturar uma fatia maior da receita e até criar novos produtos financeiros pros clientes e pros parceiros. Nesse vídeo eu vou mostrar porque as redes de postos têm tudo para se tornarem verdadeiras infraestruturas financeiras, como isso já vem acontecendo no mercado e o que você pode fazer para começar essa transformação hoje mesmo. Pra gente ter mais clareza sobre o tamanho desse mercado, hoje o Brasil tem cerca de 42.000 postos de combustíveis ativos em operação. Esse número da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. E a movimentação financeira desses estabelecimentos é gigantesca. Só em combustíveis, o Brasil consumiu cerca de 133 bilhões em litros em 2023, segundo dados consolidados da NP. Se colocarmos aí um preço médio de R,80 por LRO, considerando gasolina, etanol e diesel, estamos falando de uma movimentação bruta, superior a R80 bilhões de reais por ano só em combustível. E isso sem contar os serviços agregados, né, como troca de óleo, lava rápido, borracharia e o que é vendido nas lojas de conveniências, que somaram, segundo estimativas da Associação Brasileira das Empresas de Conveniência, cerca de R 10 bilhões deais em faturamento em 2023. Ou seja, gente, estamos falando de um setor altíssimo em volume de transações, altíssima recorrência, afinal combustível é uma necessidade básica para as empresas e famílias e uma previsibilidade de receita, principalmente para as redes com grande presença nacional ou regional. Agora, se a gente for comparar esse cenário com setores que já se fintexaram, como o varejo, a construção civil e até o agronegócio, nós percebemos que o setor de combustíveis tem o mesmo potencial ou até mais, para se transformar numa infraestrutura de pagamentos própria. A oportunidade ela existe, o volume existe também. O que falta é o movimento estratégico. Mas para entender o tamanho da oportunidade, a gente precisa entender primeiro o modelo tradicional de pagamentos nos postos de combustíveis. Pensa comigo, hoje quando alguém paga com um cartão, o que representa mais de 70% das transações dos postos, segundo a Abigas, esse dinheiro ele passa por um caminho longo e caro, adquirente como Sielo, Stoney, que cobra sua taxa. Também passa pela bandeira como Vis Mastercard, que também cobra uma taxa, o banco emissor do cartão, que pega mais uma fatia dessa taxa, e, por fim, o banco onde o posto tem conta, que intermedia o recebimento e muitas vezes também cobra para antecipar esse valor. O resultado? Uma venda que o cliente fez no crédito em três vezes, por exemplo, pode demorar até 30 dias para cair integralmente na conta do posto. E se o dono do posto quiser antecipar esse valor, como a maioria precisa e faz, por conta do fluxo de caixa apertado, ele paga ainda mais taxas por isso. Agora, junta tudo isso aí ao fato de que a margem de lucro na venda de combustíveis é muito baixa. Segundo o Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás, a margem média dos postos gira em torno de 40 centavos a 60 centavos por litro vendido. Ou seja, em uma venda de R$ 100, por exemplo, o posto pode lucrar cerca de R$ 5 ou R$ 6. Só que nesses mesmos R$ 100, o sistema bancário pode ficar com dois, três ou até mais, sem precisar comprar, estocar nem entregar nada, só por intermediar esse pagamento. Ou seja, quem mais lucra na operação não é o posto, e sim o banco. E é isso que acontece em milhões de transações por dia, em milhares de postos espalhados pelo país inteiro. Agora imagina comigo se parte desse lucro pudesse ficar dentro da própria rede de postos. E é exatamente aí que começa o potencial da fintexação. Mas Letícia, o que que você quer dizer com se fintexar ou ter uma estrutura, uma infraestrutura de pagamentos própria? Quando a gente fala em infraestrutura de pagamentos própria, estamos falando de criar um sistema financeiro dentro da própria empresa, como se fosse um mini banco capaz de capturar uma parte do dinheiro que antes ia todo pros bancos e pros intermediários. Na prática, é como se o posto deixasse de ser apenas aquele ponto de venda de combustível e passasse a ser também um hubiro com soluções como carteira digital própria, onde o cliente abastece e paga direto por um aplicativo do posto. Dessa forma, o dinheiro entra na hora sem passar por bandeira, por adquirente, por banco, enfim. A adquirência própria, o posto vira o próprio intermediador das vendas com cartão, reduzindo assim as taxas e ganhando mais com a operação. Ou um crédito direto pro consumidor. Clientes recorrentes podem parcelar direto com oposto, com ou sem uso do cartão tradicional, cashback e programas de fidelidades inteligentes. O cliente abastece, ganha saldo e usa esse valor de volta, ali mesmo, gerando ainda mais recorrência. Tudo isso gira em cima de duas grandes vantagens. Fidelização do cliente, porque obviamente o consumidor passa a ter vantagens financeiras reais para voltar sempre. Captura de dados, porque o posto passa a saber exatamente quanto cada cliente consome, quando ele volta, qual é o ticket médio e com isso dá para criar vários novos produtos e serviços muito mais eficientes e estratégicos. Ou seja, gente, não é só uma questão de reduzir custo da taxa de cartão. É uma maneira de transformar um posto tradicional em um negócio de dados, de relacionamento e de serviços financeiros. E o mais importante, isso já tá acontecendo no Brasil, só que quem chegar antes leva vantagem. Quer ver alguns exemplos de players grandes que já estão fazendo isso aqui no Brasil? Vamos lá. A Hen, por exemplo, que opera a marca Shell no Brasil, vem investindo pesado no Shellbox, um aplicativo que permite o cliente pagar um abastecimento com QR code direto pelo celular, sem passar cartão físico, acumulando pontos e acumulando descontos. Mas o mais estratégico aqui, gente, é o controle que eles passam a ter sobre a jornada do cliente. Eles sabem onde o consumidor abastece, com que frequência, quanto gasta, quais produtos da loja de conveniência ele tá consumindo. Então é realmente uma grande oportunidade. A Ipiranga também tem seu próprio ecossistema com abastece aí, o que começou com um programa de fidelidade. Hoje já funciona como uma carteira digital, permite pagamento, cashback, acúmulo de pontos. Nos bastidores, eles estão evoluindo para se tornar uma fintec completa, com serviços financeiros embarcados, inteligência de dados para rentabilizar ainda mais e melhor a operação. A vibra que comanda a antiga BR distribuidora também não tá parada. Além dos apps de fidelização, eles testam integrações com soluções de pagamento, inclusive pensando na antecipação de recebíveis, algo que historicamente sempre foi controlado pelos bancos. A Edenhe incluiu a opção de pagamento por QCode no app, minha mobilidade, usando mais de 9.000 e postos conveniados. Clientes corporativos e frotistas agora pagam diretamente via aplicativo, reduzindo intermediários e levando parte do valor do abastecimento ao operador do aplicativo. E o mais interessante é que não só os grandes grupos que estão nessa corrida, mas também redes independentes e regionais estão buscando soluções white label, muitas vezes em parcerias com FINEX especializadas para lançar suas próprias carteiras ou seus terminais inteligentes, modelo de crédito direto ao consumidor final e por aí vai. Ou seja, o movimento já começou. Quem não se mexer vai ficar dependendo dos mesmos intermediários de sempre, enquanto vê os concorrentes ganharem margem, dados e uma lealdade com o cliente. Tá, Letícia, mas então como é que eu começo a implementar isso na minha rede de postos? Bom, gente, a fintexação ela não começa com tecnologia, ela começa com a estratégia. Antes de pensar num aplicativo, num QRC code, num cashback, você precisa entender profundamente como o dinheiro flui dentro do seu negócio. O primeiro passo aqui é mapear o seu fluxo de caixa, onde o dinheiro entra, onde o dinheiro sai e principalmente onde ele tá ficando parado. Algum fornecedor exige pagamento à vista? Seu cliente parcela em três ou em seis vezes? Quanto tempo esse dinheiro fica fora da sua mão? Depois disso, olhe pro seu cliente. Como ele se comporta no seu posto? Ele abastece e vai embora ou ele passa na loja de conveniência, usa cartão, Pix, dinheiro. Cada ponto de contato pode virar uma oportunidade de gerar receita financeira ou de fidelizar ou de coletar dados. Com esse diagnóstico em mãos, o próximo passo é escolher o modelo certo paraa sua realidade. Pode ser uma carteira digital simples que acelera o checkout e retém o cliente, ou pode ser um programa de cashback inteligente que devolve parte do valor como uma forma estratégica. Ou você pode pensar em adquiriência própria, antecipação de recebíveis, ou até começar a oferecer crédito pros frotistas. Por fim, e só então chega a hora de escolher os parceiros certos. Isso inclui tecnologia, regulação, meios de pagamento e toda a infraestrutura financeira necessária para essa operação rodar com segurança e com escala. Mas lembre-se, gente, o parceiro certo não é o mais barato, é o que entende o seu negócio e compartilha a visão de longo prazo. No final das contas, pessoal, fintexar sua rede de postos não é só sobre tecnologia, é sobre mudar o jogo financeiro do seu negócio. O primeiro benefício é aumento real de receita. Ao oferecer os serviços financeiros próprios, como recebimento via wallet, crédito direto ou antecipação interna, você passa a capturar parte do valor que antes ficava com os bancos, com as adquirentes e com as bandeiras. Segundo, retém mais clientes. Quando o consumidor usa seu aplicativo, por exemplo, acumula pontos ou recebe cashback direto na carteira, ele tende a voltar. Isso gera recorrência, que é um ativo cada vez mais valioso no varejo. E terceiro, reduz custos com taxas financeiras. Em vez de pagar para antecipar recebíveis, você pode antecipar com capital próprio e usar sua operação estruturada com taxas muito menores. O mesmo vale para as tarifas de adquirência e intermediação. Quarto, você fortalece a sua marca. Ser um posto que oferece uma experiência digital, benefícios financeiros e agilidade no atendimento vai te diferenciar num mercado extremamente competitivo. E por fim, talvez o mais importante, você assume o controle do seu ciclo financeiro. Você passa a enxergar o dinheiro circulando dentro do sistema com mais clareza, previsibilidade e margem pra tomada de decisão. Ou seja, sintexar não é um modismo, muito menos uma mera especulação. É uma estratégia de eficiência, crescimento e posicionamento. E acima de tudo, a combinação de fatores nunca foi tão favorável. O setor financeiro aberto no Brasil evoluiu, a regulação mais madura, as tecnologias de integração se tornaram mais acessíveis e os consumidores estão cada vez mais dispostos a usar soluções digitais diretamente no ponto de venda. Enquanto isso, os bancos seguem lucrando alto, justamente em cima de ineficiência dos fluxos financeiros de diversos setores, inclusive de combustíveis, margens apertadas, dependência de antecipação, taxas escondidas. Tudo isso poderia ser transformado em oportunidade de ganho direto pro posto e não pro intermediário. A grande virada, gente, tá aqui. Os postos que antes só abasteciam carros, agora podem abastecer carteiras digitais, crédito, cashback, antecipar recebíveis, fidelizar cliente, gerar dados valiosíssimos sobre os hábitos dos seus clientes. E quem aproveitar esse movimento antes, vai ocupar uma posição de liderança difícil de ser copiada. E se você tem uma rede de postos grande ou pequena, esse movimento já tá ao seu alcance. Aqui na Fincale você tem acesso a um time que entende profundamente a infraestrutura financeira. Ajudamos você e a sua operação a criar do zero uma estrutura própria de pagamentos, de crédito, de fidelidade. Tudo com segurança, velocidade, foco no resultado e no que realmente faz sentido pro seu negócio. Clique no link aqui da descrição e fale com o nosso time. E se você gostou desse conteúdo, não deixe de se inscrever aqui no canal, deixar o seu like aqui embaixo para ficar atento nos próximos conteúdos. Vejo você no próximo vídeo.