CRIME ORGANIZADO E POLÍTICA: RODRIGO PIMENTEL E JOEL PAVIOTTI – Irmãos Dias Podcast #210
0Bem-vindos a mais um episódio aqui do Irmãos Dias Podcast e hoje recebendo aqui o Rodrigo Pimentel e o Joel Paviote. Vamos falar muito aqui sobre história do crime, facções criminosas, né? O Rodrigão vai comentar aqui um pouquinho da história dele no BOPE, tá certo? Ele que que foi aí, ele é ex-capitão do BOP, consultor de segurança, coautor de tropa de elite aí com forte conhecimento e operações e contexto urbano. E o Joel que ele é historiador com ênfase no crime organizado, tem um canal que bomba na internet. Nós vamos falar tudo aqui também. Vamos falar inclusive onde vocês vão encontrar o Rodrigo Joel, né, Carol? Exatamente. Hoje o assunto aqui vai ser nervoso, pessoal. Fica aqui com a gente até o final. Mas antes, Andrezinho, vamos falar do nosso patrocinador que é o investidor 10. Pessoal, você que quer estudar, criatura, faça o seguinte, vai aí, baixa o aplicativo do investidor 10, você vai saber mais sobre ações, ativos no exterior, fundos imobiliários, enfim, você pode consolidar a sua carteira e tem um detalhe, Andrezinho, é gratuito, viu? Exatamente. Aliás, você também pode consolidar sua carteira lá de ações, fundos imobiliários, né, gratuitamente. Vamos deixar aqui o QR code para vocês da tela e aqui embaixo o link na descrição. Vá pelo nosso link para que você dê uma ajuda aqui pro Irmãos Dias Podcast. Quem tá chegando agora, já senta o dedo também no botãozinho de like para ajudar a gente aqui. É de graça, viu? É de graça. Rodrigo e Joel, muito obrigado aí. O Rodrigo veio do Rio de Janeiro, o Joel veio de do interior de São Paulo, né? também muito obrigado por vocês tirarem o tempo de vocês pra gente conversar um pouquinho aqui sobre tudo o que tá acontecendo no Brasil, sobre histórias do crime, enfim, o tema de hoje, facções criminosas e o território do crime organizado. [ __ ] obrigado pelo convite, viu? Esse cara aqui é o cara que mais conhece do Brasil, viu, irmão? Eu sou um, [ __ ] um Eu já assisti o canal dele, cara. Fant admirador dele. Eu ficava lá no Rio de Janeiro be, como é que os cara sabem a [ __ ] toda, meu amo? Que coisa de doido. Aí, aliás, como é que você começou, Joel? Porque, cara, como é que você pegou interesse nisso, né? Porque o Rodrigo veio do meio, né? trabalhou no BOPE, depois passou por Rede Globo, enfim, né? Mas e como é que você, cara, pegou gosto por isso? Porque teu canal, aliás, quantos inscritos tem teu canal hoje? 1.600.000. [ __ ] é gente para caramba, cara. É muita gente querendo saber de tudo. Como é que é o nome do canal pra galera te encontrar? Iconografia da história. Iconografia da história. E lá você fala sobre muito, né? Sobre crime, sobre histórias do crime, os principais personagens aí. E como é que surgiu esse interesse? Bom, primeiramente, boa tarde para todo mundo aqui. André, Carol, muito bom estar aqui com vocês. Muito obrigado e por terem me chamado. Pimental que a gente sempre tá junto aqui. A gente faz uma coisa que ninguém faz, né? Pimentação porque quer conversar, né? Debate, debate, muito tiro, cara. Eu comecei, eu sempre gostei do tema, tá? E aí a gente começou o Iconografia da História em 2017, foi rodando. Em 2022, 2023 a gente fez um canal. O canal já rodava bem de em vários temas, mas o tema de segurança pública sempre chamava atenção e era o que eu sabia falar. Aí eu fiz um primeiro vídeo sobre Gleão, que era fundador do PCC. Eu fui dormir durante a madrugada o vídeo rodou, chegou de manhã tinha 300.000 visualizações. Eu falei: “Se esse fundador do PCC deu 200.000, tem mais oito para falar, entendeu? Aí já falei de mais outros outros, começou a chegar a galera e aí você acertou o tema já era, mano. Tá na veia, já gostava. E que doido que quando você pergunta para uma pessoa em São Paulo, você pouca gente lembra do Geleão, Sezinho e Geleão, né, que foi para Bangu um, né, foi Rio de Janeiro, inclusive eles aprenderam a ficar lá e e e fizeram o primeiro Jod Ventur do PCC com Comando Vermelho, né, assim, o na época o governador do Rio de Janeiro aceitou receber esses dois bandidos, né? Sim. Em Bangu, um tava um tava so positivo. Toca do Fernand. Exato. Um tava so positivo, prestes a morrer, né? É, não, ele arrancou o coração de dois. É, pode falar isso, pode, pode. Bora, bora lá, J. Fal, quando ele descobriu que ele tinha HIV, cara, ele arrancou o coração de dois cara na sala dele e os caras mandaram pro castigo. Só que o Fernando Beiramar tinha acabado de passar o Bangu, Bangu um, aquele, aquela rebelião. Sim, sim, sim, sim, sim, sim, né? Que daqui a pouco vai ser julgada também. E aí não tinha onde enfiar o Fernando Beiramar, mas ninguém queria. E aí enfiaram o Fernandinho Beiramar, presidente Voslau, na mesma cadeia que estavam os chefes do PCC, e enfiaram o Cezinho Gile Leão em Bangu com o principal sicário do Fernando de Beiramar, que era o Chapolim. Exato. Não tinha preso federal à época, né? Então os governadores estaduais se ajudavam mutuamente. Deixa eu mandar meu bandido mais perigoso para você. Resultado, os governadores eh acabaram criando um problemão pro Brasil porque houve intercâmbio, eh associações, ligação ali para que para ali para cá. Ex. Foi o maior equívoco do Rio de Janeiro receber esses dois bandidos, Sezinho e Geleão. Até porque eu eu e e ele a polícia de São Paulo achava que o que o Gão ia morrer, né? Que ele tava para morrer. Chegou no Rio de Janeiro, teve assistência médica de qualidade na na rede hospitalar do sistema penitenciário. Daí o cara viveu mais tempo, ganhou mais tempo, ganhou mais tempo de vida. E e aquela rebelião que ele tá falando aqui, a rebelião, é rebelião que é retratada, inspirada do Tropa de Elite 2, né? Examente. É aquela rebelião que ele que ele conta aí. Mataram o E na na nessa rebelião que era o principal rival do Fernandinho Beiramar. E no filme é o é Qualé, né, Fernandão? O filme Qualé e beirada. E beirada. É, a gente a gente usa o o o o cantor é o seu Jorge, uma participação espetacular do seu Jorge do filme Tropa de Elite, né? Tropa de Elite 2. Nem sabia que ele era toca, mas mandou bem. Ele já tinha feito casa de areia, né? Mas ele mandou bem para [ __ ] seu Jorge. É aquela cena de abertura do Tropa de Elite 2, inspirada nessa história que ele tá contando. Aliás, Tropa de Elite que marcou, cara, acho que foi um dos melhores filmes nacionais que nós tivemos, Rodrigo, que trabalhou ali intensamente, né? Foi o Capitão Nascimento, foi inspirado em você, cara. Eu eu eu digo que foi inspirado. Eu fiz o filme lembrando das minhas experiências e na experiência de vários colegas. Então é muito comum eh a esposa de um colega assistir e falar assim: “Pim, você sabia das minhas dos meus problemas em casa com meu marido?” Não, esses problemas eram eram comuns. Era porque o Bob te puxa muito, ele ele te ele te ele exige muito de você eh espiritualmente, psicologicamente, eh, no contato eh com a tua família reduzido, você passa final de semana no quartel, Natal, Carnaval, Ano Novo, as operações às vezes duram 15 dias, sabe? Eh, então assim, aquilo era a verdade do BOP, né? a triste realidade. É, dizem que tem muito policial que tem até que fazer tratamento, né, psicológico, que fica com aquele trauma na cabeça por um bom tempo, né, quando acontece alguma coisa mais séria, enfim, deve traumatizar, né, a mente no se eles às vezes tem algum tratamento psicológico para isso. Afasta o dado que a gente tem aí e que é a profissão no Brasil com maior taxa de suicídios, né? Mas, mas de longe, Pimentel, de longe. Ser policial no Brasil é uma tarefa muito complexa, porque é um país que não dá nada pro cidadão, não forma o cidadão em nada e aí manda a polícia resolver qualquer coisa. De briga de criança a crime organizado, é a polícia que tem que chegar e resolver. Aí não dá, né, mano? E o policial tá sempre assim numa numa linha muito tênue entre o certo e o errado. Eh, eu eu contei esses dias eh para alguns colegas sobre a história de de policiais de Copacabana que abordaram jovens numa rua, né, filhos de embaixadores eh do Canadá e de Burquinafaso. E o policial abordou os jovens negros. Ah, tá. E os policiais eram negros e foram acusados de racismo. Eh, evidente que o Brasil é um país racista, que existe racismo estrutural. Eh, mas aquele policial era o policial que mais abordava bandidos em Copacabana e o policial que tinha a maior taxa de prisão de bandidos. E a revista pessoal, ela é legal desde que baseada em fundada suspeita, não fundado preconceito, é diferente, né? E o policial achou conveniente naquele momento abordar aquele jovem negro que tava de capuz. Aí a pergunta da imprensa é: por que que não abordou os brancos, né? Bom, então se o policial aborda o negro, obrigatoriamente ele tem que abordar um branco do lado, né? Eh, bom, se ele abordar o branco, ele tem que justificar a fundada da suspeita da mesma forma que ele tem que justificar com o negro. Sim. Sim. E a justificativa dele do jovem negro é que ele tava atrás de um jovem negro efetuando roubos naquele local, usando uma roupa igual à aquela. Eu sei que isso é confuso e eu sei que isso parece racismo mesmo, estrutural, mas esse essa é a linha tênue que é difícil. Eh, eu eu até ia perguntar pro Joel, porque aí o jornalista pode falar: “Ah, mas então você abordou porque ele tava atrás, ele é negro com gorro atrás de um cidadão branco”. Exato. E aí você achou que talvez ele fosse assaltar. Exato. Ele pode justificar assim, né? Eu já contei, acho que eu contei pro Joel, eu contei pro Joel uma vez como, como que eu já fui racista várias vezes. Eu, eu cheguei numa numa ocorrência de roubo a banco, Caixa Econômica Federal, bairro de Laranjeiras. O alarme do banco tocava no batalhão. Eu tava de supervisão, eu tava com a viatura muito próximo à agência. Eu tava com uma com uma metralhadora Tauros, eu podia fazer frente a a a ameaça. Liguei a sirena e cheguei na agência. Quando cheguei, saiu da agência um jovem caminhando branco, sorriu para mim. Tinha aparelho no dente. A minha, o meu preconceito fez em 1 segundo e meio o processamento. Bom, sorriu para mim. Tem aparelho do dente? Aparelho do dente na década de 90 era um sinal de riqueza, né? Não vou abordar esse jovem, vou continuar andando pra agência, né? Quando eu cheguei na agência, eu vi os vigilantes desarmados, sem revólver, né? E o vigilante fazia para mim assim, ó: “É aquele cara que você acabou de cumprimentar”. [ __ ] merda. Aí eu voltei e o meu motorista foi perto, pelo menos ele foi inteligente. Meu motorista foi lá e abordou o jovem, né? Ele era o ladrão da agência. Por que que eu não abordei ele? Se eu escutei eh o pedido de alarme da agência, se eu cheguei na agência logo depois do do assalto, por que que eu não abordei? Se fosse um jovem preto saindo na agência, será que eu abordaria? Possivelmente, cara, porque essa [ __ ] é uma merda mesmo. É difícil. É o é o é o tal do racismo estrutural. E depois se você jogasse numa estatística, quem é o perfil de quem assalta banco no Rio de Janeiro naquela época? eram brancos, assim como o perfil de quem pratica furto em shopping, aquele a praça de alimentação, são brancos, né? E mas o policial ele tá carregando essa essa essa informação aí eh histórica, de preconceito. É fato isso. Isso é fato. Aí eu não, cara. É porque assim, ó, quando você carrega uma farda, tá? Você não, você é o policial e você é a polícia. Sim. Certo? Você é o agente que tem que tomar decisões ali em infrações de segundo num lugar totalmente caótico, que é a segurança pública no Brasil, que é completamente seguro. E ao mesmo tempo você representa uma polícia que de fato em grande parte do tempo, ela age com certos preconceitos, porque no Brasil foi constituída dessa forma. A gente teve uma série de escravizados que foram libertos, não foram jogados ao lé, foi criado várias legislações que marginalizaram essas pessoas e a polícia, a instituição polícia, ela foi crescendo e ela foi se desenvolvendo, tendo muitas vezes os caras negros como suspeitos. Quando você é um policial e você está numa localidade, você tem que tomar as decisões. Você representa você sendo policial e você representa a polícia. Mesmo que o cara muitas vezes não tenha preconceito na hora da abordagem. pelo histórico da instituição polícia, ele acaba pagando por isso. Porque também tem isso, viu, Pimentel? Isso é uma crítica que eu faço a polícia. Ela ela quando ela precisa entregar o cara, ela entrega o cara pra mídia, né? Sim. Você tem toda a razão. É verdade. Quer dizer, gente, assim, falando de facções, né? Hoje que as que a gente mais escuta, Comando Vermelho, PCC, né? Hoje, tirando essas duas facções, a gente tem alguma terceira que já as pessoas talvez nem saibam, nem falem muito. E qual que é a diferença entre PCC, né, e Comando Vermelho em questão até de maneira de atuar? Enfim, Carol, são 88 facções criminosas no Brasil e assim tudo, vamos dizer assim, nomes diferentes. É que a gente ouve muito PCC, Comando Vermelho, mas não quer dizer que o PCC e o Comando Vermelho mande, entre aspas, nelas, não tem. No Rio Grande do Sul tem os manos no no Ceará tem os guardiões do estado. Massa carcerária. Aí em Brasília tem uns caras chamado Bonde do Cão. Meu Deus do céu. E João João Pessoa tem Nova Alqaida. Nova Alqaida, Estados Unidos. Nova Alqaida, Estados Unidos. Baseado na Alqaida, né? Nova Alqaida, né? Eh, lá no Rio de Janeiro tem o bonde do maluco que não, na Bahia Bonde do Maluco que parece o nome de banda da Xé. Tô assim, tem identidades em todos os lugares. Não fala isso nunca, mas tu bota para na Bahia, rapaz. Pelo amor de Deus. Eu nem posso botar lá porque eu fiz um dossiê lá que eu dei o nome de um monte de gente. Pelo amor de Deus. Eh, na verdade o que acontece é que o PCC e o Comando Vermelho, eles tomaram as principais rotas de fornecimento de pó, tá? E essas principais rotas, elas garantem que o comando vermelho consiga se expandir nacionalmente, porque ele fornece mais nacionalmente e o PCC fornece internacionalmente com essa rota que tem, que é a rota caipira, que sai do Paraguai e vai até Santos. Então ele tomou essa rota. Há uma disputa muito forte no Ceará, porque tem um porto lá muito forte também entre comando vermelho e PCC e o comando vermelho ficou mais internamente. Então todo toda a facção que é criada nos estados, ela tem que se alinhar ou o PCC ou comando vermelho, que os caras chamam de tudo dois ou tudo três, sabe? Que não pode fazer as sinais porque senão você fica sem pó, você não compra, entendeu? É como se você brigasse, sei lá, com a Coca e a Pepsi, você não tem um bagulho de qualidade para comprar. Não tô comparando os bagulhos, pelo amor de Deus. Então eles se são os maiores. Agora no Rio, o Comando Vermelho, ele tem conseguido dinheiro para fazer uma expansão por lá. Isso custa caro, isso custa muito dinheiro e tal. E o PCC faz uma expansão internacional que já tá em 28 países. Pô, ontem eu fiz uma até uma uma um vídeo sobre o PCC em Portugal, sabe? Como isso é como é aterrorizante? Por que motivo? Eh, Portugal tem uma estrutura de funcionários públicos semelhante a do Brasil. Então, tem o fiscal de Alfândegia o o a pessoa da receita. E o PCC conseguiu subornar cinco agentes da Duana Portuguesa, eh, do Porto, eh, em Portugal, né, de uma de um porto, né, acho até que o porto de Lisboa, para que esses agentes alfandegaros portugueses, funcionários públicos, liberassem a saída de de uma tonelada de cocaína do porto, né? A cocaína era colocada no Brasil, na lateral dos navios. Então lá em Portugal nós tínhamos um operador do PCC que era mergulhador, que retirava isso do casco do navio, né? Você não precisava utilizar o navio, o contêiner, nada disso. O mergulhador amarra no casco, chega lá e os caras retiram. E aí e seria a maior entrada de cocaína da história de Portugal. Já é, né? Portugal virou no na Europa assim a a porta de entrada do PCC em função da facilidade com a língua, eh, em função muitos brasileiros, né? e tal. E eu fiz um vídeo alertando ao cidadão de Portugal que isso é isso é um perigo irreversível, porque se o português talvez não saiba que o PCC aqui no Brasil atacou delegacias, atacou batalhões da polícia, matou policiais femininas na porta do quartel, matou um juiz corregedor, eh que o PCC organizou eh invasões de cidade através do novo cangaço, né? eh, tomada de cidade. Talvez o português não ache que o que não entenda que que é o PCC. Eu entendo sim como uma organização terrorista, sim. Ah, é uma discussão filosófica, mas eu entendo sim. E parece que que o PCC fincou eh o o digamos assim, a sua estaca lá em Portugal. Por que motivo? A gente chama de crime organizado aquele crime que consegue subornar o agente do estado. Só existe crime organizado com a participação de funcionário público. Se não tem funcionário público no meio, o crime não é organizado. É a condição se com a n. E se o PCC conseguiu subornar cinco fiscais da receita em Portugal? Ah, daqui a pouco ele vai conseguir subornar agentes da polícia, promotores de justiça lá em Portugal. Aqui já fez. Aqui já fez. vai, daqui a pouco ele vai conseguir subornar juízes, né? E eu alertei eh o o os portugueses que me seguem, eu tenho alguns seguidores em Portugal, né? 1% dos meus seguidores são de Portugal, vão estar assistindo a gente lá com certeza aqui. Eu alertei, olha, eh não contem com o Brasil, não contem com o Brasil para ajudar vocês, porque no Brasil nós soltamos o André do R, nós soltamos o Elvis também, né? As lideranças do PCC são tratadas pela justiça brasileira. nas altas cortes com extrema benevolência. O Gigi do Mang foi solto. Foi solto para morrer, mas foi solto. Sim, sim, sim, sim, sim. Foi solto e morreu. Cara, conta básica, vocês que são investidor aí tem conta, ó, só pra gente ter noção do tamanho para Portugal, tá? Uhum. Vamos ter uma tamanho da uma noção do tamanho do PCC. Eh, vocês me ajuda, tá? Claro. Vamos lá. Passou, passou do 50, eu preciso da ajuda. Seguinte, o PCC ele pega em Porto Quijarro, na Bolívia, onde tem vários PCC lá, o quilo de pó a 1.000. É commodity, é vendido a dólar. Ele coloca na porta da Europa pra máfia belga ou até em Portugal a 50.000, 000, [ __ ] O quilo do barato. 1000 kg eu já não sei fazer a conta mais, mas multiplica esse 1000 kg que é uma tonelada. 50.000 50.000 kg. Os caras vai ganhar R$ 50.000 e dólares a cada quilo. Cara, operação muito, muito vantajosa. Bom, você pensa que eu tô falando de Portugal, bota mais 28 países aí. E é uma operação de baixo risco, porque como disse o comandante do navio, a droga não tá embarcada, né? Então é de baixo risco, precisa de uma pessoa lá, um operador, um mergulhador, né, para retirar isso lá. A gente chama de operação torcicolo, isso aí no crime, né? Sim. Sim. O cara só tem que virar o o rosto. E agora o PCC não tá só nessa atividade. O PCC lá em em Portugal já está na construção civil, já tá também com importação de frutas exóticas, né, dominando o mercado das frutas, né, eh, provenientes até da América do Sul também. O PCC tá no mercado de barbearias também. Nossa, eles dominaram tudo. É porque como é que lava esse dinheiro? Exatamente. É muita grana. Aí eu queria perguntar um negócio para vocês. O Brasil já virou um narcostado? E a gente pode pensar, por exemplo, vamos colocar aqui em comparação, Pablo Escobar na década de 80, 90 lá na Colômbia. Cara, se não fosse os Estados Unidos, acredito eu que Escobar tava reinando até hoje. A Colômbia não conseguia dar conta mais do Escobar. Aqui no Brasil a gente tá chegando num ponto que a gente vai perder o controle ou já perdeu o controle pro PCC e o Comando Vermelho. [ __ ] isso é uma discussão muito pesada, porque assim, combate às facções a gente não tem condição de fazer mais não. Não, não é que não tem condição, não estão fazendo, mano. Não estão fazendo. A Bahia, por exemplo, é um absurdo assim. Não não não se combate facções lá. Rio de Janeiro também a a força de resposta da polícia tá cada vez menor por vários sentidos. Aí depois a gente pode até discutir isso daí. Não há. E a gente também não tem o projeto de país, né, mano? Essa é uma questão muito forte, né? Que projeto de país que a gente tem, né? Sei lá, não tem. Então é é complicado. Eu não posso falar que o Brasil é um anarestado ainda, porque eu ainda não vi uma característica que é muito mexicana, por exemplo, que que eu já considero narco estado, tá? Que é sendo ali é só aqueles tanqu tudo, né? É. Por exemplo, a Ralisco Nova Geração tem 50 tanques e tem tanques que são réplicas do Abrans, lógico que com as devidas proporções de tecnologia e eles têm condição de enfrentar o estado. Eles mandam que se prender o chefe deles, eles param o estado mexicano e param, né? É, mas perdão, ontem, ontem você viu do Rio de Janeiro o o terceiro comando, eh, sequestrando 18 ônibus e fechando um bairro, né? É. Então, colocou 18 ônibus em ruas principais e acabou com com transporte, com a circulação de pessoas do bairro durante 5, 6 horas, né? Imagina a polícia retirar 18 ônibus, né? Sem chave, tem que quebrar lá o o ônibus, tem que fazer uma ligação direta. E de novo, isso é uma ação de terror, né? Isso não é uma ação para atrapalhar a ação policial, nada disso. A ação policial já tinha acontecido. Então assim, isso é para espalhar medo, pânico e terror. Exatamente como o Zinho fez quando queimou aqueles 37 ônibus, né? Exato. Então assim, agora a quando quando tu me pergunta assim, anarcostado, eu eu eu vamos separar o Brasil por 27 estados, né? Eh, algumas características narcostado é quando o estado funciona em proveito da facção. Uhum. Perfeito. Eh, eu eu eu não sou tolo de achar que o que eu não voto no PT, eu sou de direita, mas sinceramente eu não acho que o governo do PT trabalhe a favor do narcotráfico, sabe? Por mais que eu discorde das ideias do Lewandowski, do Dino, eu acho que o governo federal não trabalha a favor do comando vermelho, tampouco do PCC, tá? Eu acho que eles trabalham errado, mas não a favor, sabe? Sim. Eh, seria uma loucura dizer: “Olha, o Dino Dino tá envolvido com CV”. Lewandowski também é besteira isso aí. Não estão, mas trabalham dando sinalizações de que não se preocupam. Essa é a minha percepção. Mas eu, quando você acompanha um estado específico, vou falar da Paraíba. Paraíba, faltando 20 dias para as eleições municipais. A polícia federal do governo federal, né, subordinada ao Dino na época, prendeu a esposa do prefeito e prendeu a filha do prefeito numa suspeita de ligação com a nova Alqaida, eh, dizendo que só os políticos do partido do prefeito poderiam adentrar aquelas periferias para pedir voto. Se isso for verdade, isso já é narcostado na marca. Uhum. Se for verdade, João Pessoa já é um narcoistado. Repito, se for verdade, porque não transitou em julgado, mas eh Bahia recentemente, eu acho que que o Joel viu isso, na Bahia nós descobrimos recentemente, no governo Jerônimo do PT, nós descobrimos um diretor de de uma penitenciária, né? Sou disso, João? Não, um diretor de uma penitenciária. Eh, alguém descobriu, alguém foi fazer a checagem, ele era expreso, condenado por homicídio, cumpriu pena na presidente da penitenciária. Caramba, o RH tá bom para caramba lá. Pior que o o RH tá de parabéns lá. Que que é isso? Será que o governador Jerônimo é ligado ao crime? Ou será que o governador Jerônimo é tão ruim, mas tão ruim, mas tão ruim, que não consegue sequer montar uma inteligência para poder avisar ele? Governador, o diretor da unidade ali, parece que ele cumpriu pena na unidade por homicídio, viu? Nossa. Eh, e assim, no mínimo não é conveniente, não é conveniente. Não ético, né? Tudo bem, o cara se recuperou, talvez, mas não ético, né? Olha, é, é, olha, isso é estranho porque ele cumpriu pena na unidade. No mínimo em cada galeria ele tem cinco, seis amigos, sabe? E pode dar dar benefícios para quem deixar. Parece parece um filme de comédia. Se eu, se eu dissesse para você que o diretor de Bangu um, de Bangu dois, foi um preso que tava preso na unidade há 3 4 anos, você falar: “Não, isso isso é uma comédia”. Tu inventou essa história, tira todo mundo amigo ali, um ajuda o outro. Mas o Joel ouviu esses dias aí uma diretora de unidade amante de um preso também. Tinha tinha um um caso em algum estado da federação parecido. Mas assim, e quando o governador vai a público dizer, eu não sabia, isso me assusta mais, porque ele deveria saber. Se ele não sabe, ele tem que afastar o chefe da inteligência dele. Alguém tem que Por que que eu não fui avisado que uma unidade penitenciária importantíssima pro estado, um diretor que eu nomeei foi preso, condenado naquela unidade. Por que que eu não fui, por que que eu não sabia disso? Exato. Então tem algumas questões que confundem a percepção do brasileiro, mas vou ser justo com você. Apesar de não de não gostar do do governo do PT, eu tenho certeza que na Bahia hoje a Polícia Militar, a Polícia Civil estão tentando fazer o melhor possível. A polícia da Bahia hoje é que mais mata no Brasil. mata muito mais que a Polícia Militar de São Paulo, muito mais que a Polícia Militar do Rio de Janeiro. Evidente que os canais de comunicação do Brasil, Wall, a Globo News, não dizem isso. Pro e para Globo News, a polícia assassina é a polícia de São Paulo, né? Uhum. Sim. É evidente que a Globo não consegue criticar um governador do PT, não tem coragem moral para fazer isso. Então é só bate no derrite. Mas a PM da Bahia é que mais mata no Brasil e mata muito, não mata mais, ela mata muito mais, mas muito mais mesmo. Mas estranhamente, apesar desse dado, se você acompanhar o número da Bahia de 2023 para 2024 no site do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a Bahia tá conseguindo reduzir a violência. Então, paraa vergonha das pessoas que dizem que matar não é a solução, infelizmente na Bahia está funcionando. O crime tá caindo, né? A Bahia tá parece que a Polícia Militar tá matando as pessoas certas, né? E eu não tô aqui torcendo pra morte, não, pelo amor de Deus, viu? Sim, claro. Eu tô torcendo pra prisão e para que essas pessoas fiquem na cadeia por muito tempo. Isso é o correto. Isso é o que nos afasta da barbárie, tá? A polícia matar todo mundo na rua não é o correto. A polícia tem que prender. Mata se for extremamente necessário. É o complicado também, Rodrigo, que às vezes o cara prendeu cinco vezes o mesmo indivíduo e a justiça brasileira, as leis não funcionam, o cara passa uma semana tá na rua. Sim, isso aí. Eu até ia perguntar isso. Eu até quero contar só um caso pessoal para vocês aqui que aconteceu comigo. Ah, eu contratei uma pessoa na minha casa que ela fazia função de doméstica e babá da minha filha. Minha filha tem um ano e meio. E aí então eu fui viajar para fora do país e dei folga para ela durante uns 10 dias. Falei: “Olha, vem aqui só dar um tapa na casa, né, tal, tal, tal”. Ela tava há um mês na minha casa e uma senhora, uma senhorinha que fala que é vó e tal, maravilhosa com a minha com a minha filha. Minha filha amava ela, cozinhava super bem, arrumava casa. Minha esposa falava: “Meu Deus, tá tão perfeito que eu tô até com medo”. Aí voltamos de viagem. Eu não tenho hábito de guardar joia. Não tenho joia, não guardo dinheiro em casa, mas eu deixei 1.000 numa gaveta. E enfim, né, como a gente faz conteúdo de finanças, passou dois dias, eu fui fazer um vídeo e falei: “Putz”, falei: “Camila, minha esposa, né? Acho que eu vou pegar umas notas de dólares para falar, pô, que investir no no exterior é legal e tal, tá tá bacana, tá propício o momento, pega lá os dólares para mim”. Quando foi lá pegar, cadê os dólares? Sumiu. Não, tá aí. Aí eu falei, a Camila falou: “Não, não tá aqui onde você deixou”. Falei: “Não, tá aí, tá aí”. Enfim, procura, procura, procura, não conseguimos localizar. E aí o passaporte da bebê também sumiu, não tava mais ali. Aí eu fiquei com a PGA atrás da orelha e a senhora veio, ela percebeu o incômodo, né? Não, mas o que que tá acontecendo? Tal. Não, tem que procurar, tem que achar isso, tem que tá aqui, tal, tal, tal. E aí eu falei: “Camila, liga na agência, procura a ficha criminal dessa senhora”. Pergunto se eles pegaram a ficha criminal, a agência que fez a a o processo seletivo para nossa. Não apareceu nada. Aí eu fiquei inconformado. Falei com o amigo meu que é policial federal lá da região que eu moro e aí ele me falou: “Cara, tá aparecendo coisas aqui, ó”. Aqui na cidade, só na cidade ela já tem acusação de furto. Vamos supor, vai, isso aconteceu agora em fevereiro, ela tinha tido no ano passado em julho e novembro e agora em janeiro na tua casa. Enfim, abrimos o BO, depois a gente foi vendo que subiu outras coisas, roupinha da bebê, outras coisas e tal. Aí meu amigo, esse policial me falou: “Cara, fui dar uma olhada no caso dela algumas semanas atrás, de novo ela fez o mesmo caso. Eh, a policial civil que fez o processo, né, tava contando para nós, é do mesmo círculo ali, cidade pequena lá que eu moro. Eh, eh, e aí falou o seguinte, que deram, foram até ela, acharam 70.000 em joias, pelo que tava no bo, que ela tinha roubado. Deram um quadro nela, acharam lá as bijuterias que estavam na bolsa, as joias já tinham sumido. Ela falou: “Não, esses essas bijuterias eu achei no lixo, foi achado, mas deu 20 minutos, o advogado dela tava na porta. Como é que pode uma senhora que poxa, nada contra assim, babado, mas depois de 20 minutos o advogado tava lá na porta resolvendo o caso dela. Então tá claro ali que é uma quadrilha, né, que já tem o receptador, já tem todo um time formado. E assim eu falei pro meu amigo, cara, e essa mulher não vai ser presa nunca? Ele falou: “Meu, é isso, cara. Essa depois tu coloca o nome dessa dessa agência que tu usou aí, né?” Sim, sim. Mas não tem jeito, porque tem tem preso aí que fez coisa muito pior. Então, como tava em investigação, pelo que me falaram, como tava em investigação, parece que não podia sair na ficha criminal dela. Aliás, fiquem atentos vocês que estão fazendo contratação aí na casa de vocês, porque acho que tem É isso mesmo, Rodrigo. Se tá em investigação, não pode sair na na ficha criminal. Se tem se tem trânsito julgado, vai sair sim. Eu acho que tá em trânsito, acho que ainda não tá julgado. Então, acho que é por isso. Não, mas tem preso aí de que fez coisa muito pior, 5 anos, 3 anos sai da cadeia. Até queria entrar nesse assunto com vocês. A gente tava falando aqui do da questão do Lula, tá? Cada um tem sua opinião, né, sobre tudo isso do governo. Por que que os presidiários ficam felizes? Eu já ouvi falar, não sei, tá, turma, isso aqui eu tô perguntando para vocês que entendem que eles gostam muito do Lula, porque o Lula diminui muito as penas. É, eu não, eu não tenho essa informação porque, na verdade, os presidiados não votam, né? Só deixa eu colocar um pouquinho aí. Desculpa quando ele ganha. Desculpa falar até retomando aqui, perdão, aqui até a minha fala. Eles comemoram lá a galera. Parece que é uma, parece que é uma escola, parece que é uma escola de samba o negócio. Já, já respondo você só, só colocando adendo. Eh, eu converso com muitas domésticas que elas reclamam um pouco assim, então só pra gente separar que a gente não tá falando mal das duas mésticas assim. 99,9%. Vistir isso, né, que é uma as exceções, cara. Eh, eu acredito que porque como o Lula ele é aliado à esquerda e a esquerda tem mais essa pauta sobre os direitos humanos, os direitos dos presos e etc, e ela tá mesmo focada nessa parte da esquerda, eh, eu acredito que boa parte dos caras que estão presos se alinhariam a isso, porque obviamente que o outro lado prega o aumento de pena, uma punibilidade muito maior. Esse é um grande problema do nosso país. A gente não chega no equilíbrio de como prender direito à pessoas e quais pessoas prender direito. Uhum. Vamos lá. A gente tá dentro de uma, vamos pensar numa cadeia. O número de assassinos que tem dentro de uma cadeia, quando a gente fala de prisão, o cara pensa que é 90%. E a gente tem uma quantidade de assassinos que não são 90% lá e aqueles crimes mais bárbaros, ediondos e etc. O que que acontece no nosso país é que a gente prende muito mal. Vou falar para você que falta punição. Muitas vezes falta. A gente prende muito mal e a gente prende muito errado. A saidinha, por exemplo, eu nem gosto de entrar nesse assunto porque eh que que era a saidinha? A saidinha era para era para ter uma análise de cada preso. Se esse preso ele tem uma conduta correta, um bom comportamento, tem o tempo, tudo certinho e tal, você poderia sair. Que que acontece no Brasil? Não tem efetivo dentro da cadeia, não tem como fazer, passa a lista, sai todo mundo, entendeu? Só, só lembra que a saidinha é uma lei de 83, ministro da justiça é Ibraim Biquel, que é a lei de execuç execuções penais, né? É, era o Figueiredo, né? Figueiredo. Então, muita gente, muita gente, olha, a saidinha é um absurdo. A saidinha com 1 da pena, eu acho um absurdo. Eu acho que a saidinha tem que acontecer sim, mas lá no final da pena, é minha opinião. Mas a saidinha, como tem hoje no Brasil, que a esquerda defendeu comidente há pelo menos 12 meses, né, quando Derit apresentou lá a proposta de mudança da lei, é uma saidinha inventada pelo governo militar brasileiro, sabe? E poucos conservadores sabem disso. A saidinha é foi da esquerda, foi o governo conservador que propôs essa medida. Exatamente. Talvez o presidente Figueiredo tivesse mal assessorado a época. Talvez o Ministério da Justiça já tivesse. Você pesquisou isso, né? Você pesquisou isso? Não, o o PCC nasce desse contato que eles têm com as leis de execução penal. Depois é cortado esse contato, porque eles, muitos presos ajudaram a constituir isso e na verdade não foi cumprido nada de estudar, assim como nossa constituição não foi cumprida boa parte dela, né? Pimentel. É muito complexo essa discussão, gente, porque assim, mas acabou a saidinha, não tem mais agora. Não, isso continua continua, mas não, n, mas quem tem, quem está, quem já está cumprindo pena não vai retoragir a lei para é da frente. Agora vamos falar da punibilidade, que é aí onde eu entro e aí eu eu me posiciono como alguém de esquerda e eu apanho bastante quando eu falo disso. Daí vamos falar sobre punibilidade aqui no nosso na nossa discussão, certo? A esquerda ela defende a não punibilidade. Tem gente que defende abolição mas é o público bem pequeno. Defende que a punição não resolve. Mas quando aumentar a pena pro feminicídio, que é uma pauta feminista muito forte, o que teve de comemoração na esquerda, meu amigo, por conta de 40 anos que subiu, né, de 20 de 20 anos para 40, a esquerda comemorou a punibilidade daquele crime que ela acha aberto. Uhum. Quando a Bruna, a bça que estudava na mestrado, foi sequestrada por um cara no meio da rua, foi violada, uma moça que lutava pelo feminismo e o Tribunal do Crime pegou a o cara que fez isso, picou o cara. Uhum. Eu vi muita gente de esquerda também comemorando. Uhum. Então assim, ou a gente entra numa discussão racional que deixa afetos de ódio de lado pra gente conseguir discutir sobre isso daí, senão cada um vai puxando pro seu lado, porque também tem punibilidade na esquerda. A esquerda não é totalmente, lógico, eh, abolicionista penal e não punição. Lógico, a a esquerda tá defendendo a manutenção da prisão das pessoas que invadiram os palácios, né, do 8 de janeiro, né? Tem, você não vê uma pessoa de esquerda falando, isso não é razoável, uma pena tão, tão elevada assim para essa turma. A esquerda tá defendendo anistia, hipótese alguma, né? Então você vê que tem que tem muita gente na esquerda que que abraça a punibilidade também, né? Tem agora o inferno, pimentão, que a gente vive no país é o populismo um pouco. Sim. Tudo que é governador agora e prefeito tá ligando lá pro pro secretário. Eu sei porque eu entrei em comunicação com eles para ir visitar o CECOTE para fazer um episódio e a gente tá já é o Salvador que ele tá falando, viu? É, a gente já tá conversando porque assim, tem que tirar muita coisa da da frente aí, né, para para ir fazer a visita lá, tudo certinho, a gente já tá pá trocando ideia e os caras não aguenta mais político brasileiro enchendo o saco para ir lá. Porque que que o cara faz? O cara vai na porta do secote, que é o centro de isolamento do terrorismo, que é onde os caras colocaram todos os membros de gang lá. E o cara fica falando lá que vai fazer isso no Brasil, que vai fazer isso no Brasil, que vai fazer isso no Brasil. Já tem político de esquerda prometendo e falando isso. Eduardo Pais disse que ia lá. O Eduardo o Eduardo Pais, prefeito do Rio de Janeiro, que eu já votei nele várias vezes, que aliás foi um bom prefeito do primeiro segundo mandato, eh, o Eduardo Pasta disse nas redes sociais: “Eu vou em El Salvador buscar soluções pro Rio de Janeiro, né?” Mas o Eduardo Pao PSD e o PSD na votação das saidinhas votou a favor da manutenção das saidinhas. Olha, olha que incoerência. Porque o que o que tá funcionando lá em El Salvador, bom, tá funcionando até o momento, é a prisão em massa, né? Eu não consigo enxergar, eu não fui a El Salvador eh depois de Buquelli, eu não consigo enxergar uma outras ações porque a gente não consegue ter material, ele vai buscar esse material, mas o que eu estou vendo em El Salvador é a manutenção de 1,4% da população presa, né? 48 66.000 presos agora agora baixou agora baixou para 40 porque os processos começaram a andar. Uhum. E os algumas pessoas que estavam presas ali sem necessariamente ter cometido crimes graves, não quer dizer que não eram de gangs, mas sem ter cometido os crimes graves que eles consideraram, eles estão soltando agora. Demorou um pouquinho de tempo. A questão é que ele tem um apoio e eh tem coisas que não dá para negar proposição política, tá? E eu não vou fazer isso porque eu vou seguir com meu sempre equilibrando a conversa. Ele tem 90% de apoio no Congresso. Hoje as pautas que ele coloca na segurança pública é votada pela esquerda amplamente. É como se o PT tivesse 56 candidatos eh eh deputados e 50 votasse com ele. Então eu não posso dizer, se não estaria mentindo, que parte da esquerda significativa não apoio o na Ibu Bukel. E pela questão da autodeterminação dos povos e da soberania, eu entendo que os caras podem fazer isso e eu, enfim, que que eles fazem. Aqui no Brasil há uma crítica muito grande ao lance dele por conta dos direitos humanos, de prender o que seriam alguns inocentes e tal, mas o o Elso Salvador é diferente, porque que que ele fez? Só só para eh deixar claro para pro pessoal aqui, porque eu acho eu acho importante abordar isso no podcast, porque a bucalização da sociedade brasileira, o exemplo del Salvador, vai ser a principal pauta do Brasil no ano que vem. Veja, eu nem tô falando da segurança pública, eu tô falando do Brasil. O Naib Buquele era um cara de esquerda, tá? Ele é neto, parêntese de Palestinos, descendente de Palestino. E nos anos 80 é o Salvador, que é um painho pequeno, ele é do tamanho do Sergipe, viveu uma guerra civil entre esquerda e direita. Muita gente foi expulso ou fugiu do país porque de uma guerra, foi paraos Estados Unidos lá. Esses caras montaram um uma identidade entre eles e eles aprenderam com os blodes e com os creeps a se organizar em gangs. Então vibraram as gangs salvadorenhas. Foram duas gangues, a MS e a Mara Salvatrusta e a bairro 18. Quando o Clinton entra no poder, o Clinton coloca uma legislação que é três strikes, você tá e três jogados, você tá fora. Uhum. Se o cara cometesse três crimes graves, ele nunca mais sai da cadeia. O Clinton começa a prender muita gente. Como não tem mais espaço nas cadeias, os caras pegam esses membros de gang Salvador e manda de volta para Salvador. Uhum. Só que esses caras não nasceram lá, André. Não nasceram lá, Carol. Eles não têm uma territorialidade com El Salvador. Que que eles começam a fazer, El Salvador? Eles começam a fazer um arregaço no país. Catar mulher. E isso, cara, eu não admito que pessoas defendam isso na minha frente. Os caras catavam moleque, menina dentro da casa com 7, 8 anos e levava para colocar em gang. Tatuava o moleque inteiro, pô. Meu Deus. Botava um fogo em ônibus. Aqui a nego ainda, aqui gente ainda manda descer algumas pessoas, mas lá o cara trancava o ônibus com todos os passageiros dentro, trabalhador e tacava fogo, entendeu? teve guerras de gangs por conta disso. Daí o Naiberi ele entra e ele faz um acordo tácido com os membros dessas gangs, os chefes. Assim, ó, eu dou uma regalia para vocês, vocês deixam sossegado até a eleição e tal, que todo presidente fazia, seja de esquerda e direita. E novamente aqui a direita tava no poder com o Bolsonaro muito tempo, não resolveu um démo das coisas. 32 organizações criminosas nasceram e cresceram no governo de direita também. Sim. Então a gente ter essas questões, que que acontece lá? Ele começou a socar a gente dentro da cadeia, mano. Fez uma movimentação com polícia, tudo, meteu gente na cadeia, construiu uma cadeia gigante, colocou 60.000 presos. O país ficou seguro, mano. Ficou seguro. Eu não tenho como negar isso. Eu fui perceber isso há pelo menos 2 anos e meio que um que um colega meu eh que foi foi policial, não é mais em El Salvador, ele ele mandou para mim: “Ah, ah, estamos a em São Salvador, estamos há mais de três meses sem homicídio, pô”. E naquela época São Salvador era a capital mais violenta do mundo, capital de El Salvador. Eu, calma aí, o que que tá acontecendo? Que que fenômeno é esse? E e aí quando começa a buscar os jornais de lá, porque os jornais do Brasil e demoraram um pouco para tentar o que tava acontecendo. Quando tu começa a buscar os jornais, você via lá o comerciante dizendo: “Ó, eu era estorquido três vezes por dia, de manhã, de tarde, de noite, por gangues diferentes”. E e e e o que é impressionante e ele falou sobre a autodeterminação dos povos, sobre a soberania do povo de El Salvador, que votou no Bukell duas vezes. É, é impressionante que que boa parte da esquerda brasileira chama o Buquell de ditador, que aquilo é um absurdo. Cara, quem sabe o que é bom para El Salvador é o eleitor de El Salvador. Exato. Que vive lá, né? Que vive lá. Não é o não é o jovem da USP, da PUC, da UnB, estudante de história ou geografia ou de sociologia. Ele não conhece o El Salvador. Ele não teve a filha dele retirada de casa com 8 anos de idade. Ele não teve o comércio dele atacado três vezes por dia por gangues rivais. Então, respeitando o princípio da soberania dos povos, da decisão do povo de El Salvador, eh, Buquell tá tá resolvendo o problema. O que pode virar lá na frente? se ele vai virar um ditador, se ele vai virar um Hugo Chaves, se ele vai virar um Maduro, eu não sei o que pode acontecer. Espero que não. Eh, o perigo à frente é realmente existe, né? Porque você acaba eh eh pulverizando as instituições democráticas, né? A mídia, o o judiciário, né? E é o que acontece que o Levitsk fala que é a morte da democracia. Que que acontece? o cara consegue resolver um assunto, não necessariamente democraticamente, porque é óbvio que ele passa por muitos direitos fundamentais para resolver isso. E aí ele fala assim: “Se eu resolvi isso daqui, eu tenho que resolver o reto, aí ter que fazer educação, tal, tal e etc. E aí os mecanismos democráticos acabam barrando ele em certo sentido e ele vai desgastando isso de forma popular. Isso é um movimento que tem acontecido no mundo inteiro, tá? Seja de esquerda ou seja de direita. Isso tem acontecido muito que a gente tá tendo que rever até os mecanismos democráticos do fato. Uhum. Mas o que às vezes as pessoas não entendem é isso. Muitas vezes o cara cria um pobre metafórico na cabeça, que é o pobre que convive muito bem com o bandido na porta de casa. E isso era uma coisa que acontecia em determinados lugares nos anos 80 e 90. Cara, hoje o cara que trabalha, irmão, ele não quer sair de casa e ter esses problemas. Ele é o que mais sofre com isso. Eu tava, eu fui lá no Mano Brown, a gente tava debatendo lá, roubo de celular, mano, roubo de celular. Que que vai ser que vai desencadear no Brasil? A boquelização rouba de celular, eu acho, irmão. Um pobre para comprar um celular e ó, não veio com essas histórias que às vezes o cara fala assim que pobre que é celular de 700 conto, não. Pobre quer o celular de 4 conto, iPhone status, pô, celular bom, então o cara paga dois conto no celular, cara. Isso é tempo de vida do cara. O cara parcelou em 12 vezes, às vezes é três meses trabalhado inteiro pro cara comprar. Em três meses assaltado, leva embora também o celular. O moleque passa, pega o celular do cara e tá assim um uma peste isso daí. Tá, cara, principalmente em São Paulo aqui, né? Esse cara vai apoiar quem chegar e vai e falar que vai que vai acabar com tudo isso. Daí ele vai apoiar e é o cara da periferia e é o cara pobre. Se a gente não entender isso, essa própria ideia de buquelização, ela vai vir de baixo, gente. Ela não vai vir de cima. Eu repito isso e em que é a massa, né? Exatamente. É que tá revoltado na porta de casa. Eu repito isso. O fenômeno Buquelli no Brasil, eu já conversei com com Joel Sobrso, ele vai surgir no Nordeste de um governador de esquerda ou centro-esquerda. Eu acho que é na Bahia. Eh, ou vai ser o Jerônimo ou vai ser o o o Elmano, Ceará, porque são os estados que mais sofrem. Hoje no no Ceará hoje existem 19 bairros na capital, você não consegue mais usar a internet. Eu tô cobrando taxa de coxeia que o cara vive na rua, mano. De eh garota de programa da rua que já é vulnerável, os caras cobra R$ 30 para mina fica lá. Aí, mas isso vem de facção ou vem de milícia? Facção. Facção. Facção. É que é que as facções é que as facções do Nordeste e elas elas adotaram uma estratégia de de de ganho de dinheiro semelhante a das milísticas, né? O que que na verdade o que tá no Brasil como um todo. Eh, é muito louco isso aí. A gente tem apagão de dado sobre isso, né? Sim, temos temos apagão porque é invisível isso, né? Isso é invisível. O o bandido quer território, território, território, né? Vender cocaína é um plus. E que normalmente ele tá até terceirizando. Ele chama equipe, ó, coloca tua cocaína aí e me dá um dinheirinho aí disso aí. Isso. Ele é renda da boca. Mas o que ele quer é território, porque território ele vende o que ele quiser. Ele vende mercadoria roubada, ele vende cigarro, ele coloca o sinal de de internet que ele quiser, ele coloca o bujão de gás, o preço que ele quer. Então o território hoje e aí porque por isso que eu falei contigo lá na sala de estar sobre barricadas. A barricada é não é só para evitar a ação policial. A barricada começou no Rio de Janeiro, mas hoje ela já tem em algumas capitais do Nordeste. Salvador já tem Florianópolis, já tem algumas barricadas e o bicho tá pegando lá em cima da Catalina também. Você diz a barricada é o bandido dizendo pro morador: “Daqui para trás é tudo meu. Você tá no meu feudo”. Fisicamente, né? E e eu escutei uma pesquisadora, até pedi pro Joel dar uma lida na no trabalho dela de doutorado. Comecei já, viu? Eh, ela ela é uma pesquisadora, cara, que ela nasceu, ela é doutora em em em sociologia, antropologia, e ela nasceu numa favela do Comando Vermelho. Então, ela é cria, ela tem muito mais legitimidade do que eu e que o próprio Joel para falar do assunto. E ela diz que aquele aquele aquelas barricadas pequenininhas que o morador levanta o ferro para tirar o carro é extremamente humilhante, mas é pro morador entender que aquele território não é dele, né? Aqui queimando porque tem barricadas gigantes Uhum que são de trilhos, né? Onde nem o blindado caveirão passa, ele ele é obstaculado. E tem a barricada pequenininha e tem barricada em periferia onde a polícia não atua. Ou seja, a barricada não é para evitar a ação policial, é para dizer pro morador: “Você é meu é meu vassalo, né? Eh, você eu posso tomar o teu dinheiro do do IPTU, do aluguel”. A dinâmica é tão difícil de entender. Eu eu conversei com o morador de um bairro do Rio de Janeiro, da zona oeste, que um bairro de milícia, tá? A milícia simplesmente eh não deixa a companhia de luz ir lá fazer a medição do relógio. Falando, esses dias atrás os cara mandou uma mensagem para mim com o negócio. Os cara fez uma assembleia de um condomínio. Eu te vi. Eu vi que os caras pôs em assembleia para pagar 1200 conos pros trfic pros caras do movimento para poder voltar à luz a energia. Então você tá pagando pros caras não cortar energia. Ó, o público de vocês acredito que boa parte é de investimento, né? Eles gostam, mas não, mas eles gostam desse assunto também. Mas vamos falar de uma questão econômica, né? Igual o olha só a fase. Eu acho que é interessante isso a gente colocar porque é pouco falado, mas tem que ser mais falado. Pó não é todo mundo que usa, certo? Internet usa sim, todo mundo. Então concorda comigo que se o cara fizer uma conta assim, se eu vender internet, que é só se apostar dos cabos, eu vou ganhar mais dinheiro do que vender pó no varejo. Vou mais facilidade, né? polícia enche menos o saco, não deixa o cara entrar aqui, etc. É um roubo de energia, é um roubo de fios que é muito mais fácil de você controlar, certo? Então, bota lá o CVnet, certo? Certo? Agora, e isso vai movimentando uma economia informal dentro dos lugares que t esses territórios dominados, que chega o momento em que você não consegue controlar mais, porque a economia ela já tá funcionando de modo sistemático com várias atividades plurais, que é um exemplo pesado disso daí que a a já estão a polícia já tá investigando, o Ministério Público é uma investigação do Ministério Público do Ceará com o Rio de Janeiro, mano. Olha que fita. A favela da Rocinha fica do lado do São Conrad na zona sul. Tocatilá é um problemão absurdo. Pimentel sabe disso. 77.000 habitantes. Que que o Johnny Bravo, que é o principal chefe de lá, tá fazendo? Construindo apartamentos, Arbnbs do crime, resortes, para alocar chefes do crime de outros estados. Então, o que que ele ofereceu pros caras? Ele ofereceu várias mansões para chefes do Comando Vermelho do Ceará, que vieram para cá e trabalhavam de home office mandando matar os outros. Então o cara tava aqui, ele falava: “Mata o cara aí, joga futebol com a cabeça dele que eu quero ver tal”. E ele tinha a mansão que o cara ficava do Ceará e um prédio pros seguranças dos caras. Era R$ 100.000 por semana para você ficar dentro desse prédio. A polícia do Ceará descobriu porque um prefeito tava fazendo, um candidato a prefeito tava com envolvimento lá. Os caras fizeram uma investigação lá, vieram para cá, a polícia foi pegar os caras, mano, saiu umas 150 pessoas caminhando assim com mochila, geitoredia de tudo. Então, o crime ele tá oferecendo resorts para você trabalhar em home office. Ele tá falando, tem imagem disso na nas redes sociais, porque o o era uma operação do BOP com a Polícia Civil, com o Ministério Público do Janeiro, com a Polícia Civil do Ceará que veio apoiar. Eh, porque o governador do Ceará, o Elumano do PT, ele descobriu óbvio, eu só consigo combater o crime no meu estado se eu for o Rio de Janeiro prender essas lideranças, porque as mortes no Ceará, as as ordens partiam do Rio de Janeiro, né? Então, o Elmano deve ter ligado possivelmente pro Cláudio Castro, ó, me ajuda aí. Possivelmente essas ligações acontecem via Ministério Público Estaduais e via polícias civis, que estão muito integradas. Aí a operação foi lançada na Rocinha e muita gente criticou o fato do BOP não ter eh cercado e matado esses bandidos. Ele fala 150, mas os colegas do BOP disseram para mim até talvez 300, né? Nossa. E era uma área de mata atlântica lá em cima da Rocinha que tinha uma equipe do BOP infiltrada na mata com fuzis de sniper e tal, mas se o BOP tentasse alguma coisa ia morrer muita gente, Ia ser uma tragédia no Rio de Janeiro. Que bom que você tem essa essa essa que bom que o BOP também teve essa lucidez. Eles iam descer ali pel aquelas ruas de São Conrado, iam invadir hotéis, talvez não sei o que ia acontecer. Iam sequestrar um monte de carro na rua morméia morrer policial. Mas o colega do BOP fez uma avaliação. Olha, não dá não. E aí a imagem foi, acho que foi exibida na Rede Globo. E muita gente, ué, por que que a polícia não fez nada? As mesmas pessoas que criticam a polícia quando faz, por que que não fez? Sabe porque não dava para fazer? Senão vai sair morte para todo lado, vai ser imprensa também, né? Vocês lembram quando teve aquela, não sei, no começo dos anos 2000 que o exército subiu os morros e a gente viu um monte de a Globo filmou helicóptero vindo bandido 2010, né? 2011, né? 2010 2010 os bandidos fugindo e teve uma uma cena muito assim que foi muito divulgada que acho que era até uma Hilux, não era uma caminhonete, os bandidos correndo tal, a caminhonete saindo, cara, o helicóptero vindo, era da vila Cruzeiro pra pro complexo da alemão. Então, e aí falaram: “Pô, mas por que que a polícia não sentou o dedo ali, matou todo mundo?” Só que aí tem a questão da imprensa. E não é tão simples fazer isso. A gente tinha uma dificuldade. Eu fui lá nesse local 250 vezes. Eu fui, eu fui. Foi muito louco isso. Inclusive, o livro do Eduardo, do Rogério Greco. Acho que do Eduardo Betini também. Sim. Do Betini também. Do Betini também. E e e do Monteirinho também, que é um policial também que escreveu sobre esse assunto. Esse esse esse Agora o que o que é muito doido que tu não sabe, eh, lembra dessas imagens? O tiro caía. Você via alguns tiros caindo, né? Uhum. Tinha uma equipe do BOP do outro lado do vale. O fuzil 762, quando você atira para cima, o projétil faz uma parábola. É. Então tinha um policiais do BOPE numa que ela chama de jogar o tiro, né? Exato. Tinha uns policiais do BOP vendo televisão aqui e coordenando o tiro pela televisão, porque o Globocop tava sobrevoando. O Globocop tinha uma câmera muito poderosa, tava muito longe o Globocop. Mas se o helicóptero da polícia, era o Adones, o piloto à época, tentasse realizar um sobrevoo ali naqueles bandidos, o helicóptero seria batido. Você imaginar ali 200 fuzis atirando num num esquilo, né, que era o helicóptero da polícia, a aeronave ia abaixo. Então assim, ali não tinha capacidade bélica da polícia para agir naquele momento ali. Essa imagem eu tava ao vivo no RJPV. Fquei, eu fiquei ao vivo nesse dia. Eu entrei no jornal às 2as da da 10 da manhã, saí eh, no outro dia, fiquei 17 horas ao vivo. Uma cob foi uma cobertura jornalística do Brasil, tá? Eu conversei com gente que tava fugindo, tava lá fugindo. Conversei com essas, é, conversei com pessoas que estavam lá fugindo fugindo e esse cara falou: “Meu amigo, quando o estado chega e resolve fazer mesmo é tanque em cima de negócio passando por cima de tudo, você bota a barricada, derruba aquela barricada como se fosse papelão e tal”. Ali é a força do estado se fez presente. É, mas tu imagina o desespero, ó. O Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, aliado ao governo federal, que era que era a transição do Lula para Dilma, né? Beltreme no auge. É, Beltrame no auge. As olimpíadas chegando. Se a gente não resolvesse aquela [ __ ] a gente tava sinalizando ao mundo que não tinha menor condição de fazer uma olimpíada no Rio de Janeiro. Então, a decisão foi muito rápida. Eh, a Marinha do Brasil emprestou os blindados. Aqueles blindados não eram do exército brasileiro, da Marinha, né? Marinha. E o BOP invadiu. A gente, eu tava ao vivo aplaudindo porque eu pensei assim, dessa vez a gente resolve a [ __ ] do problema do Rio de Janeiro. E é isso que eu queria entrar no entra toda hora. Mas o que eu ia perguntar é o seguinte, gente. Da onde eles arrumam tanta arma, né? Armas assim nível a a a esses criminosos? Porque cada hora é uma arma, né? É muita arma. Da onde que eles conseguem tanta arma? É, hoje aumentou bastante, né? Eu no livro que eu vou lançar, a gente chega um momento que a gente fala sobre a inserção do fuzil no Rio de Janeiro, né? Sim. Eh, fala D Rinha lá atrás. Isso, isso, isso. O é o Naldo que deu tiro para cima, tal. Quando os caras é usavam pistola, revólver, a polícia conseguia chegar muito perto e pegar o estoque, conseguia conter. Quando você coloca o fuzil, você cria um perímetro gigantesco, porque um tiro de fuzil dá conta 800 m. Olha só, o alcance máximo do Fal, ele vai perder na letalidade. É 3.000 m. O alcance útil é 600 m. O Fal quer passar cinco caras 762, tá? 762. Então, se você entender aquela uma avenida, o bandido consegue fazer uma barricada e evitar que o BOPE ou a Polícia Militar chegue lá na base do da favela, né? O fuzil realmente estabeleceu o domínio territorial. Se se o bandido do Brasil tivesse só de pistolinha ou de calibre 12, a polícia esmagava eles, né? É. Tanto que você vê nos anos 90 os cara entrava sem colete, sem nada. Bom, o que que acontece nesse ponto? Até alguns anos atrás, a gente tinha os matutos paraguaios, que eram caras que controlavam a rota histórica do Paraguai ali e eles traziam pro Rio de Janeiro. Você tinha que esperar os caras trazerem ou senão você tinha que comprar de policial corrupto, certo? Dessa forma. Mas nós tínhamos policiais matutos também, tá? Tinha policiais matut, isso que era matutos também, que é o cara que faz o serviço de sair do Rio, ir pro Paraguai e buscar o barato e trazer para cá. Cara, Pedro Cabaleiro quase sempre, tá? Quase sempre. Éa comé. Só que o que acontece é que lá tinha um cara que controlava isso, que era o Jorge Rafatomani. O PCC e o Comando Vermelho fazem um plano e matam esse cara e aí eles controlam essa rota. Uma vez controlando essa rota, eles trazem tudo contra a arma que tiver lá para cá. E aí, cara, você vai ter a K47, que foi usada em 1950. Uhum. Na guerra da Coreia, você vai ter a K47, que foi usada na guerra do Congo muitos anos atrás. Você vai ter arma de 100 anos que tá chegando um dos caras, você vai ter fal, você vai ter fuzil e tal. O professor do comando vermelho era um dos caras que fazia um domínio dessa rota e aí ele trazia pro Rio de Janeiro e mano, é uma quantidade infinita de armas. O número foi divulgado hoje de manhã, tá? O número de hoje de manhã eh dos últimos 10 anos, 4.000 fuzis aprendidos. Quant você acha que lá no complexo de Israel de fuzil? Tem gente que fala em 200 fuzis, 300 fuzis, né? Eu eu eu eu não eu não tenho certeza se essas informações são chutadas. E por que que eu por que que eu digo isso? Deixa eu te explicar o motivo. Quando você pega um fuzil, vou dar um exemplo de um fuzil que foi apreendido pelo pela PM do Rio, o SIG, não é SIGSer, tá? A pistola é Siguer, o fuzil é SIG, é suíço. Você, a PM do Rio aprendeu em torno de seis ou sete fuzis SIG. É um fuzil lindo de polímero, com carregador transparente. É um fuzil que a Suíça usa o exército suíço. O cara põe nome de mulher no fuzil, inclusive. Quando pega o fuzil, ele tem uma numeração. Você checa a menor numeração do do lote. Fuzil lote 14 28 12. É o primeiro fuzil do lote. Lote de 50. E você pega o fuzil 14 28 61. Aí você sabe que que o tamanho do lote. Bom, esse lote tem 50 fuzis aí, então, já que é um lote de 50 fuzis, você espera capturar os 50 fuzis do lote. É. E muito doido que você tem o fuzil 14 281 numa favela do comando vermelho, certo? E o 1428 62 uma favela terceiro comando. Ou seja, quem leva fuzil leva para as duas facções. Você sabe isso pelo lote. Aí você liga pro governo suíço e pergunta pro governo suíço, um governo que se diz preocupado com os direitos humanos. Governo suíço, para quem você vendeu esse fuzil? Ah, nós vendemos esse fuzil para uma loja de arma em Pedro Juan Cabaleiro, Casa Agrícola, o nome da loja de arma, né? Então, bom, essa loja comprou quantos fuzis? Logística comprou 50 fuzis, ou seja, todos os fuzis dessa loja. E nós tínhamos já o acordo do Mercosul. O Brasil poderia utilizar o acordo do Mercosul à época para chamar o governo paraguaio e falar assim: “Gente, pelo amor de Deus, não tá dando mais”. Até mesmo as pistolas Tauros que nós aprendimos, eu eu servi num batalhão de Botafogo, nós aprendemos em um ano 10 pistolas Tauros no Santa Marta, que era a favela do Marcin VP, né? Ela é desse tamanho, é uma favela de um 4000 habitantes na frente do batalhão, inclusive. Aí nós pegamos as pistolas, todas as pistolas talas que nós aprendemos, fabricadas em São Leopold do Rio Grande do Sul, né? Eh, todas essas pistolas vendidas pro Paraguai, ou seja, as pistolas que nos matavam no Rio de Janeiro, que matavam, ia fazer um tour lá e voltava. Brasil, por que que o governo brasileiro a essa época não chegou pro governo paraguaio, meteu logo uma uma uma alíquota de exportação, sabe, de 200%. Ah, mas se a gente faz isso, o Paraguai para de comprar taça a comprar coach, SIG, começa a comprar eh bersa, Bereta, Glock, que se dane. Eu não vou permitir que as minhas armas matem os cariocas, os brasileiros. Então, eu acho, tem lobby, tem lobby do Batista pesado. Isso aí Paulos, em algum momento no Rio Grande do Sul, ela pagou campanha de deputados da direita e da esquerda também. É bom deixar isso claro, tá? E e eu não sou crítico a Tauros, não. Ela tem que existir. É importante pra segurança nacional, para nossa soberania. Um país tem que ter uma indústria bélica, tem que ter. Eh, inclusive na minha geração do BOP, eu usei pistolas tauras e elas funcionavam muito bem. Mas questão, eu tenho que fazer com que essas armas parem chegar no Brasil. Você falou como é que elas chegam? Ele falou dos matutos. Eh, esses matutos eles eh às vezes trabalhavam sozinho, viu? É. Eh, Senhor das armas, os caras ch senhor das armas. Matuto pegava um carro e em Pedro Cabaleiro, os matutos que nós prendemos, né? Eles abriam aquele painel do carro, colocavam as pistolas ali na lateral do carro, o fuzil, e vinham de noite pelas rodovias federais, Paraná, São Paulo, quem trafega a noite numa rodovia federal de carro não é abordado pela PRF. Não dá pra PRF colocar um agente na pista à noite. É muito perigoso. Sim. Às vezes ele tá no posto com dois colegas, não dá. E alguns ficavam atrás de um caminhão ou de um ônibus, eh, justamente para passar no posto, né, para camuflar um pouco sua, a sua passagem. Hoje a PRF dispõe de mecanismos que ela consegue controlar placas de carro, ela sabe se você foi pro Paraguai, quanto tempo teu carro ficou, tem uma inteligência artificial aplicada. A PRF a borda um carro, opa, porque por que que você tava fazendo em Ponta Porã há 5 dias, né? Encosta teu carro aqui, vamos dar uma olhada. Hoje tem a tecnologia, mas ainda assim eu eu eu tenho que confessar que não é só pela rodovia federal. A Polícia Civil do Rio de Janeiro chegou a prender 100 fuzis chegando pelo aeroporto Tom Jobim, pelo terminal de cargas, pelo Teca. Dentro de tem que ver dentro de colchão e foi a polícia civil do Rio de Janeiro, não foi a Polícia Federal. Se a arma tá vindo dos Estados Unidos, é um crime que tá claro pra gente que é competência da Polícia Federal. Se a Polícia Federal não achou e se a Polícia Civil do Rio de Janeiro achou, é, é claro que a Polícia Civil tá mais preocupada com o assunto do que do que a PF, né? Mas hoje a gente não consegue resolver o problema do Rio de Janeiro do Brasil sem retirar esse fuzil de circulação. Só isso cara, 10 fuzil que você traz numa caminhonete, você domina um morro, cara. E, e, e, eu não sei se o J concorda comigo, o, o, o ministro Dino, ele na época, ministro da justiça, ele deu duas ou três entrevistas eh culpando os CAC do Brasil por essas armas, né? Que que seria CACS? São colecionadores de armas e caçadores, né? caçadores e atiradores. É, então assim, camarada, não é verdade. Com todo respeito ao Dino, assim, com respeitando a trajetória dele como juiz, como ministro da justiça, sabe? As armas não são de CU. Eh, a Polícia Militar do Rio de Janeiro eh desenvolve o relatório anual. A Polícia Militar tá quebrando todos os recordes de apreensões de fuzis. São, esse ano vai bater em torno de 700 fuzis apreendidos. Ano passado bateu 700, esse ano pode bater 800. Imagina quando você vai ver o fuzil, ele é quase sempre do América, é um coach ou então um fuzil, um fuzil com a plataforma coach, eh, o AR15, né? AR, né? Eh, é um fuzil fabricado há menos de 12 meses. Eh, esse corresponde a 90%, 10% são fuzis do Leste Europeu, eh, fuzis da Tcoslováquia, da Polônia, utilizados em guerra, como ele falou, na África. E algum tipo de fuzil assim perdido, roubado das Forças Armadas, dos quartais do Rio de Janeiro. Algum tipo de fuzil aí que veio da Argentina na década de 90, né? A Argentina era muito irresponsável com as armas de fogo, né? Mas hoje o que nos choca é o bandido utilizar a arma muito nova. O bandido tá usando a arma que o BOP tá usando, cara. E assim, já estão usando drone, pô. Sim, é isso aí. Ou seja, mas assim, o que eu não entendo, né, por exemplo, a gente a gente pegar o exército, a força nacional brasileira. Hum. Por que que o governo, vou fazer uma pergunta, pode ser leiga da minha parte, tá? Mas por que que não coloca marinha, exército para dominar ali, subir morro e ou tá tá difícil de subir, vamos sei lá, vamos fazer um um esquema aqui, vamos cercar tudo para que uma hora os caras morram de fome, digamos assim, né? E não não chegue mais armamento, corte todo o o o o esquema deles. Não tem como fazer uma estratégia. O governo não é má vontade do governo isso eu acho que falta efetiva e treinamento, porque eu não sei, cara, o exército ele tem que fazer ou seria medo do PCC do Comando Vermelho? Porque se a gente fizer isso, os caras vão parar a cidade, vão tacar fogo em todo lugar. Primeiro é é bom esclarecer para quem tá nos vendo que o complexo do alemão, se você somar as 14 comunidades, 13 comunidades, né, inclusive colocar baiana e até o adeus, né, é que também para mim é o você vai chegar ali em 200.000 habitantes, a Rocinha tem 77.000 habitante. Se você chegar aí eh para cercar a Rocinha, sinceramente, um efetivo inferior a 5.000 homens, você não resolve [ __ ] nenhuma. Imagina você revistar e essa revista não seria legal revistar todos os moradores. E se eu fosse morador da Rocinha também, eu não queria ser revistado, não. Uhum. Calma aí. Por que que eu tenho que ser revistado todos os dias? Sou trabalhador, tem muito mais trabalhador, né? É. E aí, imagina cercar o alemão. O alemão tem centenas de acessos e vielas e becos. você pode entrar para por uma casa de avenida e pular pelo pelo quintal e cair dentro do alemão, jacarezinho também. Então, eu acho que humanamente impossível você realizar essa esse tipo de operação. E aí tem mais uma questão. Quando o exército brasileiro é aplicado, a gente utiliza uma legislação de GO, de garantia da lei da ordem. Eh, o exército brasileiro não tem permissão legal para realizar vasculhamento em casas, tá? Eu eu sou muito amigo do Coranel Montenegro que tá lá em Portugal hoje, é professor, né? Ele já tá tá na reserva, tem o seguidor, é, comandou o batalhão, comandou o batalhão Sampaio no complexo alemão. Eu sei. E eu sou um admirador dele por ele comandou um efetivo de três companhias de infantaria e durante um ano ele reduziu a zero o número de homicídios. Ninguém morreu em 19 meses na região que ele ocupou. Então isso foi muito muito bacana. Se a gente, se a nossa missão é preservar vidas humanas, o exército brasileiro conseguiu durante 19 meses que ninguém morresse naquela região. Proibiu balifunk, proibiu menor bebendo em btiquim. Isso aí não podia, né? Isso gerou algum tipo de transtorno. Mas os homicídios cessaram e ele realizou alguns vasculhamentos em casas para tentar achar fuzis. E a justiça do Rio de Janeiro disse: “Não, não.” Bom, se o exército brasileiro está no complexo do alemão para reduzir a violência, para prender bandidos, para retirar fuzis e não pode entrar numa casa, não tem o que ser feito, né? Ah, mas pode entrar mediante autorização judicial. Eh, quando você vai despachar com o juiz, o juiz tem que ser justo. Ele pimenteu, mas qual é a casa que tem fuzil? A essa casa aqui? Aí o juiz fala assim: “Mas me consegue o número dessa casa? O número da rua, do lote?” Tem. Não tem. Juiz. O que eu quero do senhor é que passe um compasso assim, ó, e 25 casas no entorno, o senhor me dê autorização. Ah, isso eu não faço. Isso aí é você expor 23 pessoas honestas a um constrangimento. Tá bom, então tudo certo. Então não vou pegar fuzil nenhum porque não dá para fazer o que o senhor quer. Não dá para fazer. Então o fuzil vai ficar lá e [ __ ] né? E veja que isso aí a gente entra no maior problema do Rio de Janeiro para mim, cara. Uhum. Que é o problema fundiário. Problema fundiário do Rio de Janeiro. Desde que começou, as favelas do Rio de Janeiro não começam com o favelado, com com a favela do Rio de Janeiro, ela começa com caras que eram da própria guarda e foram combater em canudos. Os caros prometeram pros caras que eles iriam receberiam uma cota em dinheiro e terrenos. Quando eles voltaram, o governo deu balão nos caras. Eles mudaram pro morro, que é o morro da providência. Providência, é morro da providência. E construíram lá. Ao longo do Rio de Janeiro, eles foram fazendo obras e a população que veio para trabalhar nessas obras de qualquer lugar, inclusive do próprio Rio de Janeiro, foi indo pras encostas e pros morros. Uhum. Isso criou boles de pobreza, mas também criou bolsões geográficos muito difícil de acesso do estado. O estados acessou aquilo muitas vezes, a maioria das vezes com a polícia. Uhum. Não com a educação, com uma série de outras coisas. O Rio paga o preço disso até hoje. São Paulo não existe uma periferia que a polícia não entre, tá? Você pode dizer até que o PCC comanda tal região, tal região, tal região, mas não existe BH também, cara. BH também. BH também. Não existe uma periferia hoje que um carro de polícia não entre com dois homens dentro. Então a desculpa não é o morro, porque o que eu ouvia falar é a polícia no Rio de Janeiro não consegue invadir porque lá as favelas estão em morro. Aqui em São Paulo é mais plano e invadir o morro é muito mais difícil. Então não tem nada a ver isso. Não é só não tem não tem. E André, o que ele tá falando é que você não tem número na casa. Ah. Não tem rua, você pega um beco da rocinha, você sabe disso. Tem becos lá que não bate sol, que tá gelado. Você bota a mão assim na na parede, ela é gelada. Uhum. Passa uma pessoa às vezes com botijão de gás. Já foi na roxinha? Já foi? Não, nunca foi. Nunca foi. Foi. Pô, é uma experiência interessante. É, é um comércio punjante. É uma cidade, é, mas aí lá entra. Por exemplo, se eu chegar lá, eu como é que funciona para entrar? Tranquilidade. Passeio turístico. Parece negócio acontece lá para trás. Ah, entendi. Assim, é, você pode andar lá às vezes duas ou três horas e não ver bandido nenhum armado, sabe? Ô, do lado do Vidigal que tem o bar da Laja ali, é o lugar que a Playboizada vai lá o Bar da Lja é um lugar maravilhoso, uma comida gostosa, uma vista maravilhosa do vista das vidas mais bonitas do Rio de Janeiro, né? Eu até ia tocar nesse assunto porque puxando o gancho do que o Rodrigo falou, essa questão de baile funk, né, a gente tá vendo muito essa questão Oruan, todos esses esses cantores, né, que falam: “Ah, teve um outro que foi preso agora recente, é o POS”. E aí depois saiu que vocês acham disso? Vocês são vocês acham mesmo que eles têm essa interferência que é ruim, né, do comando de armas? Enfim, isso tem que ter uma, digamos assim, parar? Que que vocês pensam sobre isso, né? Ouan, que tem um pai aí, né? Marp e tudo mais comando vermelho. E aliás, quero até pegar mais uma respa, uma pergunta para vocês, é, vocês acham que essa, esses shows do Ouan, vocês não acham que o crime tá lavando muito dinheiro em cima desses shows, não só do Oruan, mas de outros cantores? Cara, porque, cara, a gente ouve falar em números eh estratosféricos de shows assim, muito caros, assim, casas enormes, mansões deles, né? Olha, eu eu gostaria que a polícia utilizasse o argumento o seguinte: eh vou investigar em função da lavagem de dinheiro das facções. Esse argumento eu acho muito válido e precioso e possivelmente verdadeiro. Quando alguma autoridade policial fala em questão cultural, eu fico preocupado, sabe? Bom, é para enfrentar a cultura do funk ou para enfrentar o dinheiro lavado pelo funk? Porque são duas coisas bem diferentes. Eh, eu eu vou lembrar, esse cara aqui é historiador e ele ele ele ele tem isso fresco na cabeça. Década de 70 no Rio de Janeiro, o funk era no Canecão, em Botafogo. E era um funk legal, né? [ __ ] [ __ ] a própria o próprio sistema foi empurrando funk de branco e de rico, né? Aí depois o funk passa na década de 80 pros clubes. É, é o CCI do Bangu, Maquense, Magnatas, eh, o Pavunense, o Chaparral. Era um, era um funk era um funk lá do A, lado B que tinha uma ensinação de luta, mas não tinha luta. Era, não era violento aquilo. Aquilo era uma ensinação mesmo. Uma dança. O primeiro cara a trazer uma bateria elétrica para fazer funk o Viana. Reveranas. Aí depois você tem eh uma uma uma violência extrema fora desses bailes, né? Do lado de fora tem em 95, ele vai lembrar, uns jovens saindo do Pavunense, foram metralhados no ônibus, né? Isso chocou o Rio de Janeiro, né? Era era facção disputando território fora do ba fora do baile. Aí depois teve uma ocorrência também bom sucesso com jovens mortos na porta de um baile. E depois o Ciro Darlan, que é um que é um um juiz que depois foi condenado aí por corrupção, tal, o Ciro Darlan, ele ele ele ele ele proibiu alguns bailes de clube porque tinham menores de idade nesses bailes, menores de 14 anos. Aí tinha um discurso da erotização desses bailes, né, mas eram bailes de clubes, né? E simplesmente esses bailes foram procurando as favelas. Na década de 90 convivem bailes de clube com de favela, tá? Em algum momento você tinha baile na favela e no clube. Em 95, no Rio de Janeiro, tem a CPI dos baile funks, eh, um deputado estadual que morreu chamado Albano Reis, Papai Noel de Quintino, né? Exatamente. Esse deputado estadual foi presidente de uma comissão que visava a proibição dos bailes, mas o filho do deputado frequentava baile, tinha 14 anos e frequentava os bailes do Chapéu Mangueira. Chapéu Mangueira onde o Tropa de Elite foi filmado. Aquele baile do Tropa de Elite é no Chapéu Mangueira, Tropa de Elite 1. Então assim, boa parte da culpa do baile ter ido pra favela é da própria sociedade da justiça da justiça do Rio de Janeiro, né? Nós empurramos os bailes para as favelas. Uhum. Se os bailes tivessem hoje nos clubes, eles eles estariam fora da arma de fogo, fora do proibidão, né? Então, hoje a gente tá colhendo o que nós plantamos na década de 90. Eu acho que uma das preocupações é que o funk tem chegado na classe média, na classe média alta de novo pela voz desses MCs. Agora, eu falar que o problema do Brasil de narcoultura é um MC que tá ali do lado que eu tenho que prender por conta disso, isso para mim é cortina de fumaça, cara. Sou contra apologia ao crime. Eu sou porque eu sou professor, cara. Eu sou professor. E eu às às vezes a gente dá aula e a gente acompanha moleque do sexto ano ao terceiro ano do ensino médio. Você nunca quer que o aluno seu entre no crime, velho. Claro. E quando ele começa a romantizar, que é bonito, né? Assim como as meninas estão romantizando, por exemplo, o muitas meninas querem fazer only fans muitas delas. Uhum. Eu não desejo isso para elas como eu não desejo. E lógico que é totalmente diferente do crime, tá? Claro, não é crime, né? É, pelo amor de Deus. Mas, por exemplo, esses moleques ficam falando de crime, tráfico, mais um monte de coisa. Você você tem pavor de que esses moleques entrem nisso. Uhum. você tem muito medo de que eles entrem nisso. E eu jamais vou concordar com apologia ao crime. Agora você falar que o problema de um local que você não consegue retomar o território, que você não consegue combater facções, que o problema é o MC que tá na ponta e você prendendo ele, você vai resolver isso daí. Você não vai resolver isso? Você vai transformar essas pessoas em heróis que você não quer que elas se que muita gente não quer que elas sejam. Uhum. Então assim, é muito válido que você investiga essas pessoas por lavagem, por lavagem de dinheiro ou qualquer coisa. Todo mundo tem que ser investigado se há uma suspeita desse ponto. Mas aí eu deixo a crítica. O jeito que trataram o MC Pose do Rodo, prendendo ele num condomínio na barra, não fizeram isso com qualquer outra pessoa que foi presa ou foi levada sob custódia. É impressionante tirar tirar o cara descalço sem camisa. Eu, sinceramente, eu achei aquilo um gol contra da Polícia Civil do Rio de Janeiro. E eu eu sou um admirador da polícia civil do Rio de Janeiro, todo mundo sabe, mas eu achei aquilo desnecessário, né? Nós nós prendimos assassinos nas favelas do Rio de Janeiro, ó, bota uma camisa, bota um tênis, né? Isso isso é isso é o básico. É digno, né, cara? Pelo menos dá um pouco de dignidade pro cara. Agora o Ouran e o Pose eles já começaram a sacar que isso algumas coisas que eles fazem só atraso de vida, mano. Não, só atraso de vida, porque o P já apareceu com Bíblia na mão. Uhum. Oro já já tá puxando para um outro lado também e tal, porque os caras viu que isso aí é problema, velho. Vocês acham que o Oruan é um menino inteligente assim ou ele é bem orientado? Eu acho que ele é um estrategista digital absurdamente bom. Hum. Assim como o MBL da vida, por exemplo, que tá disputando com ele. Ele como figura assim, cara, é genial. Ele pa o debate, mano. Como cantor, acho ruim, mas é uma opinião minha. Eu não gosto, eu não gosto de pagode também, não gosto da música do Ran, mas ele como caricata, e é uma figura que chamou muita atenção, acho que mais pela pelo visual dele no começo do que pela música, né? Ó, hoje eu posso falar para você que existe três pessoas nesse país que são muito boas de pautar debate e são eh a palavra genial não quer dizer inteligência em tudo, tá? Genial nessa estratégia é a sacada, né? Oruan, Nicolas Ferreira e Érica Hilton. Para mim são três pessoas que hoje qualquer coisa que fala no Brasil, eles são jogados na hype lá em cima. E aí isso tem uma resposta. São essas três pessoas para mim hoje, tá? São Érica Hilton, Nicolas Ferreira e Oruan. O MBL tem pegar numa carona com aquela moça, Amanda. Foi absurdo que fic fizeram com ela aquelas ameaças e tal. Eu defendi ela nesse ponto e muita gente que poderia ter defendido ela, que defende uma pauta, não defendeu. Uhum. Mas ela ela consegue hoje e rivalizando com oan ela táando a carreira dela. Por quê? Tudo que o Oruan faz joga hype lá em cima. Então eu acho que ele é um estrategista nesse ponto. Estão todos surfando nesse debate. Estão todos surfando nesse debate. E eu eu fico triste porque a gente foge da objetividade. Eu eu me posicionei contra essa lei antiuruã. Na verdade, ah, Pimentel, a lei não é antioruan, é o apelido da lei. Bom, mas quem apelidou essa lei de antioruan já buscava marketing, né? Já buscava mídia. Porque foi o Kim Catagui? Não, não foi a Porque qual foi a questão? Eu até falei com Kim, porque eu gosto do Kim, acho, eu acho o Kim um cara muito inteligente. Aliás, eu vou deixar claro aqui na minha opinião, tá? O Kim é um dos únicos e poucos deputados que trabalham efetivamente no Brasil. Eu sempre que eu acompanho o trabalho dele, cara, e ele é fantástico. Mas vamos lá, vamos à questão prática, objetiva. Eh, o que eu li da lei a época, não sei se ela foi mexida, uma prefeitura que contratar um show de um cantor que faz apologia, eh, tem que devolver o dinheiro, né? Calma aí. Bom, como apologia é um fato tipificado no Código Penal, então para que eu diga que é apologia tem que ter um inquérito policial. Inquérito policial tem que ter um processo penal. Eu tenho que ter o trânsito julgado em três instâncias. Então eu vou saber se aquilo é apologia de fato daqui a 11 anos, sabe? Então essa lei me parece inexequível, me parece uma lei muito boba. Ah, é só para gerar debate. Bom, eu não quero que o meu representante gere debate. Eu quero que ele proponha coisas verdadeiras, factíveis, né, que possam ajudar a sociedade, né? Mas, por exemplo, pelo MC, esse MC, esse isso, isso é muito difícil, mas o MC, como que vocês falaram? Desculpa o nome dele. Pose. O pose lá foi diferente do Ouruan, pelo que eu entendi. No no show dele eu não acompanho eles, tá gente? Nada contra. Mas assim, tinham armas lá e ele me parece ter feito o sinal do comando vermelho. Sim, eles faz eles fazem shows na favela. Que é? E aí, na verdade o que deveria ser feito na minha visão e que você falou é: “Beleza, vamos investigar se tem alguma coisa a ver com lavagem, etc.” Porque a gente sabe que muitos, não eles em si, mas que muitos artistas de milhares de categorias, digamos assim, tem essa questão de lavagem de dinheiro. Mas fato é, você falou o seguinte, Andrega, às vezes a gente corta o baile fun melhora, eh, melhorou, né, pelo que eu entendi numa em algum determinado momento, essa questão de de de matança, de tráfego. Por que isso? Duas duas questões aqui bem bem razoáveis. Eu eu assim como ele, eu tenho essa questão de cinema, né? Eu tenho possibilidade de conhecer jovens que abandonaram o Comando Vermelho e alguns de fato abandonaram mesmo, possuem ódio, raiva do Comando Vermelho e mágoa do Comando Vermelho. Alguns até se tornaram conservadores, né? Eles odeiam o crime. E quando você conversa com um jovem desse, ele diz pra gente: “Olha, o baile serve pra gente para network. É o momento que você recebe as pessoas da facção ou de outros de outros bairros, né, para você trocar ideia. Serve pra gente como relaxamento. Pô, tivemos uma semana estressante aqui com fuzil na lajem e tal e a gente tá ali, pá. Isso servia pra gente lá atrás para potencializar a venda de cocaína. Claro. Hoje não mais, tá? Na época, em alguma época sim, para potencializar. Bom, se é verdade isso, eu já tenho um argumento para entender que o baile é ruim. Hoje em dia, esses bailes não cobram ingresso e as equipes de somosíssimas. É caixa de som gigantesco, amplificador de primeira qualidade. Quem tá pagando essa [ __ ] Quem está pagando? Quem está pagando a ida do MC lá? Exato. Fonte do negócio. Exatamente. Quem tá pagando isso? É, é, então a investigação precisa ser em cima dessa questão da fonte do barato, né? Mas o que eu falo é que eu sempre falo isso, é muito fácil um político ou um candidato chegar aqui e falar que vai mandar fuzilar o Doca. Uhum. Que hoje é general do comando vermelho na rua. Outra coisa é você morar, morar no complexo alemão e fazer um show lá e você falar que você vai fuzilar o Doca. Sim. Entende? Então assim, as pessoas elas são frutos e elas se locomovem e se movem de acordo com os lugares. Vamos pegar uma quadra de escola de samba. Quem que são os também tem lavagem para caramba, né? Grandes quem são os grandes criminosos do Rio de Janeiro que comandam coisas que nem traficante mexe? Coloca uma maquininha caçanicro caçanicro dentro de uma favela e pega o principal chefe do comando vermelho, vê se ele coloca a mão lá. São os bicheiros. Bichiros. O cara que colocou a mão nisso, que foi o na época o Gangã do São Carlos, que roubou maquininha do maninho, não durou se meses e é um cara que fuzilou a prefeitura. O bichiro tá lá no palco, tem ator da Globo, tem juiz, tem todo mundo junto com o cara, certo? Uhum. E aí é o cara que tá bancando tudo, não é? O cara que tá bancando tudo. E aí, como é que a gente fica? criminalisto também faz apologia, chama o cara lá na frente e fala: “Esse é nosso padrinho, esse é o nosso patrono, eu amo ele, tal jeito.” E aí eu faço uma analogia do que ele colocou aqui. Do mesmo jeito que o tráfico de drogas no Rio de Janeiro abraçou o funk, porque o funk foi expulso dos das dos clubes, o jogo do bicho abraçou o carnaval, o carnaval, sabe? Então, e aí? E aí, que que eu faço? Eu vou apontar o dedo pra cara da Deolane e falar: “Deolane, você não deveria estar numa favela do lado de um vagabundo com fuzil, mas eu vou apontar o dedo para outra atriz da Globo que estava no carnaval de um bicheiro, de uma escola, que o dono da escola é assassino, sabe? [ __ ] é hipocrisia, né? É, é porque a Grande Rio, tu chegava lá em algum momento, era todo o elenco da Globo na Grande Rio, né? Exatamente. E aí você chegava também nos nos camarote das escolas de samba, você via lá desembargadores, juízes e deputados, né? Mas eu vou apontar o dedo só na cara da Deolane e vou dizer que ela não presta porque ela foi frequentar um baile na favela que pertence a uma facção ou eu vou repetir isso na cara das pessoas também que são nossos amigos. Nós temos vários amigos aqui em comum aqui que frequentam quadras de escolas. Sabe que também estão no meio dessa sujeirada aí, puxa um saco, tiram foto, né? Olha. Ah, no bambã na festa ali, todo mundo quer quer est junto, bicho. Os cara parece dançando no final da avenida. Tá escrito lá contra ventor, [ __ ] Não, contra ventor barra assassino. Tá, pô. Não, não, mas contraventor não é o serviço do cara, entendeu, mano? Isso é o quê? É uma contravenção, é, é uma manfação penal, né? Vamos fazer sem culpa, né? A a na você se você lembrar do do Cassino de Chacrinha, tudo bem, vou falar de três décadas, OK? Quatro décadas, mas você lembrar que quando tinha chuvas do Rio de Janeiro, o Abelardo Barbosa recebia lá no Cassino de Chacrinha, lá no Teatro Fênix, 15 bicheiros no auditório e eles entregavam um cheque na mão do Chacin. Ó, isso aqui é a nossa contribuição para combater as enchentes do Rio de Janeiro, né? E o dinheiro vinha da onde, né? Eles já eram assassinos naquela época. Eles, aliás, a época que eles mais matavam, né? É justamente nessa época. E a gente não a gente, bom, o o o recentemente eu posso até dizer que a Globo fez uma culpa disso nos últimos documentários que ela realizou, né? É o vale escrito. Ah, mas também, cara, minha culpa leve, mas fez, né? Ah, mas é é embaçado porque, tipo assim, pô, cara, mostra o piruinha, é como se fosse o Papai Noel, o capitão Guimarães, aquele cara bonachão e tal, que troca ideia, sabe com que fala, etc. Era muito glamoroso no carnaval e tal. E aí, lógico, em cima do Rogério, do Bernardo Belo, os cara pega mais pesado, é a cúpula mais nova ali e tal. Rogério tá preso no presídio federal, mas cara, tem mais de 50 mortes envolvendo os caras aí, só que se sabe na Barra da Tijuca, quase toda aquela pistolagem que você tinha na Barra da Tijuca. Barra da Tijuca para quem é de São Paulo é o Alfaville de vocês aqui. Sim, é o bairro. Não, os novos ricos. Os novos ricos. Isso. Os novos ricos eles estão nesses locais. E a a Barra da Tijuca. Ontem o jornalista me perguntou por que tudo acontece na Barra. Porque eles moram ali. Sim, eles eles são da zona oeste, mas eles e é jogador futebol, miliciano. Miliciano, eh, influencer, policial corrupto. Tem uma uma é um absurdo. Às vezes você tem no bar o MC que canta na favela metendo louco, você tem o miliciano que é chefe, você tem o bicheiro, a influenciadora que também é rouba que eh eh que promove bet, é anunci o o L o Little Tiger. Você tem todo mundo ali, cara, você tem juízo, médico e tal, todo mundo tá no mesmo lugar ali na barra. Quando fala miliciano é policial? Nem sempre. Algum momento já foi, mas mudou bastante. Os pés inchados, né? A a po leste tem que ler. Vou deixar aqui aqui. Eu eu eu terminei de ler o livro da da Cecília. Nossa Senhora. O livro porque ela fala é como nasce o miliciano, né? E ela deixa muito claro eh como a milícia do Rio de Janeiro ainda hoje é muito poderosa. Como é? Você conheceu o Cabo Benê? Conheci de nome, pessoalmente nunca tive com ele. É um assassino da milícia que na verdade na Polícia Militar nunca foi um policial de frente, sempre trabalhou em refeitório, em rancho, né? era o rancheiro do quartel, cozinhava no quartel, né? Que ele falou do Bené. Por quê? Porque a durante a pandemia a Polícia Rodoviária Federal e a Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil cercaram um bonde de milicianos e mataram 13 milicianos, né, num confronto. E esses 13 milicianos, só um era policial, que era o Bené. Sim. Se se isso acontecesse há 10 anos, possivelmente cinco ou seis seriam policiais. Policiais. Eu uso esse fato para provar pros meus amigos cientificamente que tá que já ocorreu uma mudança do tipo do miliciano. No filme Tropa de Elite 2, os milicianos eram policiais, mas de lá para cá as corregedorias expulsaram muitos policiais. Hum. E os policiais sabem que não vale a pena mais se associar à milícia. É, mas assim, pode, desculpa. E o Bené? O Bené virou um miliciano que também roubava carga, né? Era ladrão de cerveja, tal. Ele é clínica geral, né? Clínica geral. E graças a Deus foi morto pela polícia, porque era um cara muito mal, matava candidatos a a vereador e tal. Graças a Deus ele partiu dessa aí porque um bandidos e a Cecília fez uma investigação sobre isso. É uma é uma professora jornalista que é nos Qual o nome do livro? Só pra gente dar o crédito aqui. Como nasce o miliciano. Como nasce o miliciano. Tá quentinho. Saí do Ford agora, esses dias atrás. Cara, é uma obra muito importante de Ela faz um organograma assim de dos casos. Porque como é que nasce a milícia? Já que vocês perguntaram, o barato era assim, ó. S já é antigo no Rio de Janeiro. Eh, a região, principalmente região oeste do Rio de Janeiro, ela começa a crescer muito dos anos 90, dos anos 80 paraa frente. Região de Jacar é Paguá, Campo Grande e é muita gente ali. E o estado simplesmente não dá conta de fazer tudo. Se muitos policiais moravam na área. Primeira coisa que eles abriram foram batalheiros e essas coisas. Cada região ali tinha um cara que eles chamavam de quebra, que era geralmente o policial da região que era procurado pelas pessoas. Então aconteceu alguma desorganização, o cara não não ia lá na na zona norte para poder fazer um bo na delegacia, não. Ele procurava o policial que tava perto dele e o policial seques, né? Sargento Pereira, Falco, era dos quebros. Eles resolviam o assunto, mano. Por exemplo, ah, roubaram meu carro. O cara aí falou que roubaram seu carro onde? Tal coisa. Eu juro por Deus, o cara ia em 40 minutos ele voltava com o carro, o cara pedia desculpa. Então era desse jeito. Esses caras começaram a ver que você se quando você pedia uma contrapartida, a hora que você prestava esse serviço, o cara te dava porque ele se sentia agradecido. Os caras começam a se juntar e eles começam a fazer esse serviço de segurança em troca de dinheiro e tal e poder, né, de certa forma. E de repente esses grupos começam a ficar maiores e eles começam a ver que falta van, que falta iluminação, que falta uma série de coisas. Eles começam a olhar aquilo e falar assim: “Bom, eu posso acho que fornecer esse serviço aqui e fica em contra partida também como de segurança.” E aí começam a crescer esses grupos ali dentro. Primeiro com policiais, realmente tinha uma certa legitimidade porque a população enxergava no cara mesmo, porque o policial ele não deixa de ser policial. 24 horas ele é policial. Só que depois esses policiais eles vão ficando mais velho ou vão sendo presos e aí os caras mais novos começam a entrar e esses caras não são necessariamente ligados à polícia, mas eles também não são faccionados. E aí eles começam a entrar, aí quando entra o Carlinhos Três Pontes, aí mistura tráfico com milícia e aí aí junto o grupo todo. Mas se a gente fosse falar, é uma pergunta assim, pessoal, que eu eu faço para muitas pessoas, porque eu tenho muita dúvida sobre isso. Se a gente falar em pena de morte no Brasil, né? E quero saber até a opinião de vocês, se puderem falar, claro, o que que eu penso para alguns casos que são provados e que são mais do que provados, porque a gente sabe que tem muitas pessoas que respondem, são inocentes, né? Daria certo no Brasil, por exemplo, estuprador, não é provado, realmente sabe, pena de morte, assim como tiver nos Estados Unidos, etc. Daria certo aqui no Brasil? Pô, cara, é que e é que Carol, quando a gente fala aprovado tudo, eu tenho um grande problema de discutir isso no Brasil quando o primeiro deputado da história desse país foi preso em 2004. Pô, é verdade. Mas calma aí, mas pô, é [ __ ] Mas assim, ó, estuprador, deixa eu, deixa eu ser a posição clara aqui. Estuprador é cara que mexe com criança. Eu quero que vá pros quintos dos infernos, tá? Exato. Você sabe que a gente tem um amigo que ele é da Polícia Federal e ele é da da área de pedofilia e ele contou para nós que assim eles já têm tudo provado porque eles fazem um estudo daquilo ali muito tempo antes de ir. E ele falou: “Carol, eu vou lá e eu ainda apanho.” Ele falou: “Os caras me chutam, apanho e eu tenho que ficar quieto”. Então quer dizer, a polícia que é uma pedofilia é um absurdo, né? Que nem a gente tá falando. E o cara ainda tem que chegar lá e apanhar do pedófilo e falar: “Não, não fui eu”. e sair o policial sai como ele tem que aceitar. Isso é um absurdo. Ô Carol, eu não confio na justiça brasileira, nem na polícia brasileira, na capacidade de elucidação da polícia para que a gente tenha pena de morte no Brasil. E se você puder assistir lá um documentário dele, acho que foi o primeiro documentário que eu vi dele foi do do do lá da do fazendeiro lá do Rio de Janeiro, do da morte do da época do Pedro II, condenado à morte. Ah, o fera de Macabu, se puder assistir. Tá na tirou. Tá lá ainda? Não tá lá, mano. É um dos mais. Ele fala sobre a última pena de morte do Brasil. Branco, né? O negro ainda foi executado. Depois você vai investigar. Não tinha, não tinha sentido. Não foi ele que fez, foi ele que matou. Ele só tinha inimigos poderosos que ele eram desafetos dele e ele acabou se e o Dom Pedro I se arrepende depois, né? É, ele nunca mais manda executar um E nos Estados Unidos acho que é alto índice de pessoas que vão pra pena de morte, acabam morrendo, mas que depois descobrem que elas eram inocentes. Então, se não, se se nos Estados Unidos tem problema, aqui no Brasil pode ser pior. Agora eu queria entrar em um assunto com vocês agora, só um segundo. Cumprir a pena inteira, por exemplo, 60 anos de pena, 70 anos de pena, eu sou a favor para um estuprador e tal, etc. Só que no Brasil sai muito antes, né? Se acontecer na periferia, não, não vai nem preso, tá? Uhum. Não vai preso não. O crime não deixa ser preso. Não, não, não. É que eu falo que Ah, o crime resolve lá. Resolve. E é isso que eu queria entrar agora com vocês. É sim. Tribunal do crime. O que que a população que mora na comunidade pensa sobre isso? Muitas vezes resolve a vida do cidadão que mora lá ou eles têm medo do tribunal do crime? E assim, vamos supor que a pessoa seja julgada culpada. a gente já viu chicoteamento, qual que são a a a assim as as decisões mais cruéis assim que eles fazem? Cara, é uma das das em certas localidades, uma das formas de você entender se o traficante faz uma boa gestão ou não faz na localidade ou o chefe do crime é a habilidade dele de resolver problemas cotidianos que tem muitos lugares. A gente tem problema aqui para definir uma sociedade, a gente não manda o pistoleiro. Algumas pessoas mandam o pistoleiro de aluguel, mas a gente entra na justiça, a gente consegue pagar, dá um processo aqui, outro processo ali e tal e etcô, eu tô recebendo processo de sócio. Beleza? a gente resolve dessa maneira. Na periferia o cara não vai na polícia, não vai na delegacia, muito longe, não resolve tal. Os problemas cotidianos são resolvidos por quem tem o poder lá. Quando exacerba e vira um crime muito grave, como por exemplo o estupro, alguma mexida com criança e tal, o tribunal do crime vem e já era, mano. Ele passa o rodo de verdade. Não tem segunda instância. Não tem segunda instância. Os cara passa o rodo mesmo. É rapidão você se reúne com os cara, faz uma, os caras faz ata. Inclusive tem uma ata que os caras faz, porque os caras tem que justificar depois lá para cima que tá fazendo. Caiu no Tribunal do Crime, já era. Aqueles três médicos. No Rio de Janeiro teve um caso na Barra da Tijuca que quatro médicos, eles foram num congresso, ortopedistas e eles estavam ali no quiosco na barra, né? Tinham uma cerveja, o cara, dois caras descem no Fiat Pus e pum, fuzila os caras. O irmão da deputada Sam, inclusive, né? Inclusive. Você me ligou um uns minutos, depois você falou: “Mano, isso não é crime de polícia.” Falei para ele na hora. É na hora. Falou na hora. Eu já tava falando de polícia e tal. Olha só que que doideira. Aí ele já falou assim: “Mano, isso não é crime de polícia, o cara não fez bagulho de confere e tal e sair e tá errado.” Os cara confundiu. Eles confundiram os médicos com milicianos. Armando Samia Bolfim tava no meio disso. Daí ele era médico, né? E ele foi executado, infelizmente era irmão da deputada federal. Que que aconteceu? O tribunal do crime achou os cara e matou os cara em 45 minutos depois do do do do acontecido. Acho que ainda mandou chamar, né? Mandou chamar ainda, né? Mandou chamar, né? Mandou chamar. Dizem aí, a Vera falou que talvez supostamente esses caras tenham feito uma videoconferência até dentro da própria cadeia e resolver. Dizem e resolver. Era o BMW, Jean e Leco. Leco, não é isso? É só que o o Leque e o esqueci o outro Leque, o Philip. É, Philip. E aí os dois foram executados e colocados, rapaz. Um deles era filho de um porteiro do meu do meu prédio antigo, sabe? Caramba. Que era que e que ele me contou meses antes, ó, meu filho era miliciano e fez a transição pro Comando Vermelho. Olha o pai me contando essa história, né? Então assim, e depois o pai me contou, meu filho tava naquela pistolagem e e e morreu. Foi, foi, foi pro tribunal. E e aí lá ele é fuzilado. Ele foi fuzilado, né? Foi fuzilado. É, no caso porque tinha que fazer o serviço rápido, né? Em algumas situações os caras fazem outras coisas com acho que era uma resposta do Comando Vermelho pra sociedade, viu? Acho que era uma resposta do Comando Vermelho era bem assim, não? Deixou os caras num car, no mesmo carro que aconteceu barato para não ter problema, deixou os caras no porta-mala e ó, é aqui, já julgamos, já condenamos, já o erro foi inadmissível, a gente não queria fazer isso. Mas deixa eu dar um outro um outro contexto disso também. Quando você tá no teu num prédio da zona sul do Rio de Janeiro, na Tijuca, em São Paulo, Salvador, e teu vizinho de cima deixa uma infiltração entrar na tua casa, você vai acionar o síndico e depois você vai partir pro pro juizado especial cívil, né, pro pro juizado. Vai ter uma decisão favorável. O vizinho de cima vai ter que fazer a obra, vai falar que pode fazer a obra só em 24 vezes a perder de Exato. Agora imagina isso numa laje de favela. O que que a que que a gente viu na época da UPP? A, o PP foi estabelecida no Rio de Janeiro e o morador comprou uma laje. Aí ele comprou a laje de uma de uma de um barraco por É muito comum você vender sua laje para que alguém levante uma casa em cima. Aí o morador comprava a laje por 50.000, 60.000. Na hora que ele ia fazer a casa dele, o cara que vendeu a laje dizia: “Ó, te vendia a laje, mas não te vendia servidão para tu fazer a escada”. Ué, então é, perdeu, vendia laje, mas não vou te franquear a servidão. Uhum. Aí o morador procurava. [ __ ] hein? E o policial da UP não é juiz. O policial da UPva pro morador: “Olha, procura a justiça, né, porque você foi vítima de uma fraude, né?” Aí o morador dizia pro policial da UP: “Porra, vocês são os bundão, hein?” Uhum. Era o dia inteiro resolver unidade de polícia pacificadora, né? Que é aquela quando o tráfico tava aqui, eles resolviam isso na hora. E realmente o tráfico chamava o meu irmão, que [ __ ] é essa? Tu vendeu a [ __ ] da lagem? não vendeu a C. Você é cauzeiro, você agora você vai você vai construir a escada até semana que vem. Então, e mas isso é o sinal claro de perda da soberania do Estado, porque uma das funções do Estado é levar à justiça, né? Claro. Agora pergunta se o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, aqueles desembargadores, juízes, aqueles promotores, quando a Polícia Militar do Rio de Janeiro montou as bases das UPs, nós montamos o PP no alemão, no Jacarezinho, no Santa Marta, pergunta se o o Tribunal de Justiça queria colocar um juiz dentro da favela, um fórum dentro da rocinha, um fórum dentro dado negativo. Isso não é pra gente não. Inclusive os juízes do Rio de Janeiro fizeram uma proposta de ensinar mediação de conflito pros policiais militares para que os policiais resolvessem isso. Mas isso não é função do policial. Nossa, eu conversei com o policial da PP, ele falou: “Cara, era o dia inteiro resolvendo problema.” Isso masculembação. E é é ausência de um plano de de país, como esse cara falou aqui, como o Joel começou falando, Pimentel não tem um plano de país. Então, para pra gente recuperar a soberania é importante o policial lá no terreno, a justiça no terreno, o promotor no terreno e assim vai. Eh, e você, que que a gente recebe todo dia? O Joel, a gente até deleta essas porcarias. Eu recebi um morador em Salvador queimado pela uma facção. Ele roubou. botaram fogo no cara e ninguém podia pagar e as pessoas tinham que assistir pessoa queimando. Car, eu gostaria de mandar esse vídeo paraos meus amigos de direitos humanos. Olha, olha o que que acontece quando a gente não recupera território. Olha o que que acontece quando eu deixo o comando vermelho, o BDM tomando conta de um território. E ele viu um caso também, não sei se você já fez vídeo sobre isso, cara, de três crianças do Rio de Janeiro que furtaram um passarinho de uma gaiola. Um absurdo, né? Elas foram torturadas e degoladas, sabe assim, criança pelo comando vermelho. Elas tinham 9 e 10 anos. 9 10 anos de idade. Passaram numa numa numa gaiola, viram o passarinho. Pô, vamos furtar esse Rio de Janeiro ainda tem aquela cultura do passarinheiro. Tem São Paulo. É isso não, né? Aí furtaram o passarinho e o traficante era dono do passarinho. Então conhecia o dono do passarinho do comando vermelho. O traficante resolveu na mesma hora resolveu o problema, né? Então o tribunal ele vai resolver o cara que é pego em flagrante abusando e fazendo essas coisas, mas ele também vai fazer esse tipo de coisa com criança que vai fazer uma coisa que tenha sentido e uma coisa vermelho matou com ele depois depois nesse caso os dois os dois que envolveram isso eram um casal que era do do negócio do tráfego e depois os caras apagaram eles apagaram também. Ou seja a justiça, os os traficantes promoveram a justiça, mataram os meninos, né? E depois o comando vermelho provocou a segunda justiça, matou os caras, né? É, se considerou uma decisão errada dos caras, irreversível, foi lá e apagou os caras, né? É. Então, agora voltando ao PCC, né? Eh, o Marcola é o líder do PCC. É, teve um racha. O pessoal tem falado o que que tá acontecendo. É difícil, André. É, é que assim, ó, vamos lá. Esses caras do PCC, que são sintonias finais que estão dentro da cadeia, eles estão dentro do presídio federal já faz muito tempo, entendeu? Tipo assim, 10, 15 anos, eles são caras que são conselheiros, que são chefões, mas na verdade quem toca tudo aqui fora são outros caras, porque esses caras estão em regime muito fechado lá. O máximo que eles conseguem dar é uma ou outra ordem, tal. Exatamente. E eles começam a brigar entre eles por certas questões. Nesse caso foi o seguinte, eh, o presídio federal ele é uma trancadura absurda, tá? É uma trancadura mesmo. A gente pode falar de impunidade, mas se vocês conheceram o presídio federal, é um negócio sinistro. Esses caras do PCC, boa parte dos líderes deles estão internados lá. Internados não, estão cumprindo pena lá na no localidade. E chegou uma época que os caras mandaram tirar vida de dois funcionários da presídio federal. O Alex Belarmino, que era um policial penal, tava fazendo uma um treinamento e foi barbaramente executado, covardemente. E [ __ ] isso aqui foi foi embaçado, cara. A Melissa Alves, que era uma psicóloga dos caras, psicóloga, tá? Ajudava os caras na saúde mental, com a criança de colo, se meses, foi executada na porta de casa com tiros de fuzil. Absurdo. Só não mataram a filha porque o marido era policial civil, tava com uma gloca e trocou com os cara, salvou a criança. Só que o presídio, a, o sistema federal, ao invés de amolecer, ele endureceu. Uhum. Tirou visita íntima, colocou a visita agora só para falar na frente do daquela tela blindada lá, que eu esqueci como é que chama daquilo, parlatório, tal. E o Tirista, que é um dos chefões do PCC, foi julgado por isso. No tribunal, os caras pegaram um áudio do Marcola conversando com um policial penal falando assim: “Ó, cara, ele tava sendo, ele tava sofrendo uns problemas lá e aí ele fala assim pro policial penal: “Ó, eu gostaria que vocês parassem de mexer com a gente nesse sentido, porque eu sou um cara perigoso, todo mundo aqui sabe disso, mas eu não sou psicopata de ficar mandando matar alguém por qualquer coisa”. Uhum. O advogado que é o Daledor, que é o advogado, Daledor é um dos advogados mais genial, genial, mais aguerrido do Brasil, né? Genial também no trabalho dele. Ele pegou essa parte do Marcola falando e usou na, na verdade, o promotor usou na na defesa dele, né? Não, na na acusação do do Tiriça. Do Tiriça e do e tirando a anulação do Marcola. Isso. Isso. Como se o Marcola, que é companheiro dele, tá falando que ele é psicopata. Isso. Entendi. Entendeu? E aí isso criou um racha dentro da facção absurda. O Marcola já tava eh com a liderança desgastada e os caras resolveram rachar lá. Só que aqui fora, se você rachar aqui, todo mundo perde dinheiro. Então o que aconteceu? Os caras racharam lá e não racharam aqui fora. Uhum. Para continuar a coisa funcionando. Porque o cara fala assim: “Ah, nós vamos rachar, mas tem 50 kg. Tem uma tonelada para colocar em Portugal para todo mundo ganhar dinheiro. Sim, verdade. Os caras racha lá, mas aqui fora os caras continuam. Esses caras do DEPEN são muito sérios, viu, cara? Assim, eu tenho eu tenho uma admiração pelo DEPEN. DEPEN é o departamento penitenciário nacional, né? São cinco unidades, né? São cinco. Mossoró e Porto Velho, Atanduvas, Mossoró, Porto Velho, Campo Grande, eh, Brasília. São cinco. São cinco. Esses caras são realmente sérios. Você você não vê ao longo catanduvas, eu falei catanduvas. Você não vê ao longo da trajetória do DEPEN e casos de corrupção, fuga não teve. Ah, teve fuga de Mossoró, né? É, mas sim foi muito muito pontual, né? Mas se até o caso de Mossoró você não tinha nenhuma fuga no DEPEN e e e virou a pena dentro da pena você chamar um bandido do Comando Vermelho do PCC, tirar ele de São Paulo do Rio de Janeiro e mandar pro para uma para um para um DEPEN, né, para uma unidade federal, é a pena dentro da pena. Serve como ameaça dos governadores estaduais. Olha, se tiver problema aqui, eu te mando para pro sistema federal. E é pesado, viu, mano? É. É. E gente, eu vou fazer uma pergunta saindo um pouco do que a gente tá falando aqui, porque eu fiquei curiosa nesse caso. Teve um caso de um de um empresário que ficou passando muito na televisão atualmente aí de um tal de Vinícius, Vinícius Grois, alguma coisa assim. É, alguma coisa assim. E o que que eu queria entender? É porque eu sou curiosa mesmo desse caso, porque ficou passando muito, muito. Eu nunca vi um caso passar tanto na TV. Teve a morte lá de dois líderes do PCC, né? Cara preta e mais um. Você aí é nesse caso aí depois mataram ele no aeroporto, esse empresário. O eh de fato, vocês a, eu só tô perguntando porque eu fiquei pensando muito nesse caso, vocês acham que esse empresário matou de fato esses líderes do PCC e aí teve uma vingança ali ou não? uma foi uma confusão e e realmente foi uma vamos dizer assim, uma deduração, não sei falar a palavra, é uma caguetação. E aí a polícia mesmo ajudou ali a matar o cara por grana. Então essa fita aí, eu só perguntei porque me ouvi tanto isso, eu fiquei curiosa, sabe? Ó, deixa eu te falar, Carol, agora a coisa que você perguntou eh vai me trazer problemas e certamente eu vou correr perigo. Tô brincando, não vou, não. Fala tudo, não. Eh, cara, o caso Vinicius GZ Bar, ele demonstra como o comando tá se infiltrando para fazer lavagem de dinheiro. Ele era simplesmente o corretor e aprendeu a fazer um sistema de lavagem de dinheiro e de repente aparece pessoas do PCC e falam assim: “Se você fizer mais dinheiro, o dinheiro”. E o cara preto aparece para ele, fala isso e começa a dar dinheiro na mão dele e começa o dinheiro ser lavado. E o cara preto começa a trazer dinheiro de mais pessoas para ser lavado. Chega uma hora que o GRDP chega e fala assim: “Cara, agora vamos lavar com Bitcoin”. É criptomoedas ou Bitcoin? É, foi, foi, foi com cripto. Mas que que é, qual que é a diferença de criptomoedas? Existem várias criptomoedas. É isso. Bitco é uma cripto. Eu não tenho isso aí. Se eu tivesse qu uma cripto dentro de um sistema que existem várias outras moedas digitais. Perfeito. Ele foi fazer lavagem com isso daí de uma forma bastante complexa e ele falou pro cara preta que quando ele precisasse do dinheiro ele pegava. Pô, coisa simples. O cara preta precisou de dinheiro. O dinheiro não era só dele. Ele chegou pro gritar, não tem como tirar agora. Deu bo. Deu bo. Eu não manjo nada disso daí, mas tem enfiada em pirâmide. E aí uma empresa de pirâmide, aí daí acabou. Aí a casa caiu a pirâmide, a pirâmide estourou e ele ficou sem a grana para devolver. É. e tal. Ele disse isso daí, mas parece que ele arrancou o dinheiro e comprou umas paradas. Teve um monte de coisa, trocou o negócio. Bom, que que acontece? O cara preta falou para ele, irmão, ou é você ou porque se você não me devolveu dinheiro, já era, né? E levou ele pro tribunal do crime. Mas antes dele ir pro Tribunal do Crime, o Vinícius Gritba Bratou um pistoleiro e o pistoleiro foi lá e matou o cara preta. Aí ele matou dois caras de P, um chamado cara preta e um chamado Sem Sangue. Achou que não ia dar nada. Nossa, Zé, era era mais um, eu só não sabia o nome. Só que ele chegou pro tribunal e falou pros caras: “Beleza, vocês vão pagar eu, vocês não pegam o dinheiro”. O cara fez a conta de 200 milhões que já tinha investido entre matar o cara e falou: “Vou pegar os 200 milhões, depois eu me livro desse maluco”. Aí que que ele fez? Procurou a polícia. Uhum. E aí procurou a polícia civil. O que que a polícia civil começou a fazer? Pera aí, mano. Você tem 200 milhões em quê? Bitcoin. Tem Sío, tem tem Rolex, tem tem Felipe. É Felipe. Ah, como relógio de de rico, que é aqueles Felipe Patec. É, eu acabei de descobrir que Rolex é coisa de de rico ascendente. Quem tem tem Felipe Patê, não sei o que, Cartier e sítio. E ele passou sítio pr pra pra polícia. Tem um cara que era policial do Da Cunha, que foi inclusive preso porque tava estorquindo o cara supostamente, né, um Roger Impuni, Purirus, sei lá. E aí, cara, o GRP procura a polícia e a polícia começa a fazer isso com ele. Aí ele vai e procura o Ministério Público. Uhum. Então, tipo assim, ele foi ele foi virando um cadáver ambulante. Ambulante. Que roteiro pronto, né, meu irmão? Roteiro pronto. No Ministério Público os caras chegam e fala: “Beleza, você vai fazer delação, mas eu preciso de um tempo pra polícia aceitar tal coisa, tal coisa, tal coisa”. Ele não satisfeito porque os caras ainda tava estorquindo ele. Ele foi procurar o Cabrini, mano. Aí chegou no Cabrine, o Cabrine fez uma reportagem com ele, explodiu. Beleza. Tudo isso foi 2021. Ele foi morto agora em 202 24, né? Desculpa, André. Aí, cara, que que acontece é que ele tava voltando de Alagoas numa viagem que ele tinha ido. Ele tinha ido vender umas joias para poder pagar um dinheiro que ele devia aqui pro pessoal do PCC. Ele chega aqui, os caras executam ele no maior aeroporto da América do Sul. Mas aí o PC da sexta-feira, então ninguém sabe aí que ninguém sabe que a polícia se indiciou é um cara chamado Cigarreira, que seria um cara que não era filiado nem o PCC, ele seria uma espécie de matuto que levaria a droga e fazia essa intermediação que mexeria com a intermediação entre o comando vermelho e o PCC. Então ele não seria filiado. Esse cigarreira teria matado o Gritzbach, porque o Gritzbach matou o o cara preta e o o cara preta que era muito amigo dele. Os caras eram parceiros, tinham sociedade envolvido. Só que no meio dessa fita começou a cair um monte policial. E diga-se de passagem aí, a polícia do do estado de São Paulo fez um trabalho violento porque o Derrite cortou na própria carne. O Tarcis apareceu e falou: “Irmão, vocês vai descobrir isso aí, já era. Não tem não pode acontecer isso. Não pode ser executado com 10 tiros um cara”. E aí descobriram que supostamente policial que tinha tirado o o carro era tipo uma viatura de polícia. Tinha quatro policial dentro do carro que executaram o serviço. Supostamente. Não, conversei com a advogada, ele disse que não tem nada a ver e tal, etc. E aí começou a cair um monte de policial. Nessa parada envolvida aí tinha pelo menos 30. Ô louco. E essas investigações ainda continuam. Então foi uma amostra de que há uma contaminação também na polícia de São Paulo em relação a isso. Porque realmente quando a gente tá falando de R milhões deais é muita grana. Brilha o olho de muita gente, né? Lógico. Para vocês terem uma ideia, o maior roubo da história do Brasil, o segundo maior roubo, não, o primeiro foi no aqui de São Paulo de Fortaleza, Banco Central, né? É que não chegou 300 milhões. Veja, os caras estão lavando 200 milhões em dinheiro. É muita grana. É muita grana essa coisa. Rodrigo, uma pergunta pessoal assim, eh, qual foi o o o caso mais tenso que você enfrentou dentro do BOP na sua carreira? O o o eu brinco com os amigos dizendo que o BOP não sai do quartel para tirar gato de árvore, né? Quer dizer, o BOPE é uma unidade de intervenção. Então, quando chama o BOPE, é quando os meios da polícia local estão esgotados. Então, todo dia quando você tava no BOPE pela manhã, tocava sirene lá, que era o nosso alarme, você corria pra viatura, você já tava com fuzil no alojamento, com colete a prova de bala e na viatura tu recebia a informação do que tava acontecendo. Ó, normalmente uma equipe cercada do batalhão convencional na favela tal, eventualmente uma ocorrência com refém. Então, não tinha não tinha dia suave todo dia. Mas o meu o meu cagaço, o que me dava medo, receio, nervosismo, era operar numa favela onde você não tinha colocado o pé. Quando você volta pra mesma favela cinco vezes, Vigário Geral era mais perigosa. Onde tava lá o o é na na época Vigário Geral roubava carro forte, onde tava o Flávio Negão. É, Flávio Negão. Nessa época era mais perigosa de todas. Para chegar em vigário geral tinha que passar por uma passarela e era tiro de fuzil de de o bandido tinha ponto 30 tirando na passarela. Tu tinha que passar engatinhando, mas quando você ia lá pela quinta vez tu já sabia o que ia acontecer. Então meu medo no BOPE era aquela favela desconhecida. Tocava à noite, uma favela pequenininha, às vezes você nunca colocou o pé. Onde de onde que eu vou tomar tiro? Da onde que a gente tem medo do A gente tem medo do desconhecido, né? Mas o BOP tinha uma coisa legal. Eh, a nas equipes eh sempre tinha um soldado da equipe que tinha servido no batalhão de área e ele dizia assim: “Capitão, tenente, eu já vim aqui sete, oito vezes, eu conheço isso aqui, porque o Rio de Janeiro não dá para conhecer todas as favelas. Sim, nenhum policial no Rio de Janeiro conhece 1000 favelas, né? E tem favelinha pequenininha que tem 20 fuzis que tem. Então assim, agora agora o meu pior, meu meu dissabor, meu meu meu momento mais mais merda da minha vida, eu já tinha saído do BOPE, eu tava num batalhão de olaria e eh o comandante pediu pra gente recuperar recuperar um carro à noite, aí tava 5 da tarde, o sol ia se pôs 6:20 mais ou menos e nós ficamos cercados. Eu perdi um colega nessa operação, ele tomou um tiro, eu fiquei grudado num poste, não tive coragem de sair do poste para para puxar o corpo do colega. E isso me marcou muito. Me marcou porque de manhã, pela manhã, eh, esse, esse policial que não era meu amigo, veio falar comigo: “Ô, capitão, hoje é o dia mais feliz da minha vida”. Eu falei: “Pô, que que legal, por quê?” Voltei para Jesus e voltei para minha esposa, né? [ __ ] isso foi 10 da manhã, cara. Um sol lindo, sabe? Um céu azul. Quando foi 18:30, o cara tava morto, né? [ __ ] merda. Isso marca qualquer pessoa. E aí, [ __ ] aí isso me me abalou. Eu eu fui muito criticado porque eu dei uma parte, a gente chega da operação, você vai colocar a operação do papel contando os detalhes. E tem menor vaidade. Eu falei: “Ó, o colega caiu morto e eu não saí do poste para ajudar.” Porque a gente a gente vê o sangue arterial, aquela a força de sangue gigantesco, não tem possibilidade, o cara tá consciente. Já tinha morrido. Já tinha morrido. Aí o e o e o e e realmente um pastor evangélico. Eh, depois eu voltei lá para conversar com o pastor, tá? Ele ele atravessou a linha de tiro para chegar nesse policial e para levar esse policial para dentro do templo religioso, né? Aí depois o pastor eh disse para mim, não sei se aquilo é verdade, mas eu tomo como verdade. Ah, Pimentel no, ele ainda chegou vivo no templo, sabe? E ainda ainda consegui perguntar se ele aceitava Jesus, mas eu eu não sei bem se isso é verdadeiro, mas eu gosto que seja. E e eu contei isso e e na época o governador Garotinho utilizou isso contra mim, sabe? Ah, Pimentel se covardou, mijão se mijou na operação e tal, tal. Eu não tava fácil falar, né? Eu eu não tava no BOPE, eu já tinha saído do BOPE. E o Batista, que é o personagem do Matias, né, eh que é eh realmente estudou na PUC, fez direito na PUC, eh o Batista tava no BOPE de plantão. A Polícia Militar do Rio de Janeiro, para efeitos de corregedoria era proibida de utilizar celulares. Policial militar não podia utilizar o telefone de celular. Era proibido, tinha que deixar o celular no quartel. E eu corri para um barzinho onde tinha um orelhão dentro da favela. E eu peguei esse orelhão, puxei o telefone, liguei para 190. Falei: “Ó, sou o capitão Pimentel, tô no alto do complexo alemão, eh, tô cercado e tem cinco, seis policiais aqui comigo, tem um colega baleado e eu preciso que o BOP venha aqui e me tirar daqui, né?” Eh, e o colega do 90, o operador de 90, você tá mais ou menos aonde? Falei: “Ó, tô olhando a rua, eu tô mais ou menos em frente à fábrica da Plusvita, né? Tem uma um acesso na rua assim, só para ter uma referência no terreno, mas o BOP tinha que chegar chegando, senão eu não ia conseguir sair. E e eu fiquei nesse bar alguns minutos abrigado e tava passando RJTV. O RJTV tipo SPTV daqui, segunda edição. O Márcio Gomes, que hoje tá na CNN, tava apresentando o RJTV e o Márcio Gomes tava falando assim, ó, nesse momento tem uma equipe da polícia cercada do alemão. Eu eu tô vendo a notícia, né? Talvez a Globo tivesse com a escuta, né? E o colega da escuta já passou pro jornal e já começou a avisar. Uhum. E e o e o Márcio Gomes diz: “Ó, já tem um policial baleado. Você já tava dando a notícia que já tinha um colega baleado.” Pô, cara, deu meia hora, o o BOP chegou e o BOP subiu. Eu cumprimentei o Batista, né? Falei: “Batista, olha, colega morreu e tal”. Então, tenho uma admiração do Batista da [ __ ] sabe? O cara é muito [ __ ] Ele ele ele é o era o comandante do COID, o comando de operações especiais até mês passado, né? Aí teve uma operação da polícia do Rio de Janeiro numa favela chamada Santa Mara, no bairro do Catete, no meio de uma festa junina. E o governador achou por bem exonerá-lo do comando do comando de operações especiais. Ele não era o comandante do BOP, ele comandava uma unidade acima do BOP. E o governador Cláudio Castro entendeu que é uma operação no meio de uma festina. É algo absolutamente equivocado. Eu também concordo. Eu não sei como é que que não sei a dinâmica, mas lá no BOP a gente aprendia. que uma operação no meio de uma festa junina no baile funk era perigoso demais, era um risco desnecessário que a gente não devia assumir. Ah, Pimentel, mas no filme Tropa de Elite 2 tem uma imagem do BOP, tropa de Elite 1, né, entrando no meio de uma festa junina. Sim, uma equipe cercada, aí não tem outra opção. E o Batista perdeu, foi afastado funk, né? Não funk. Foi bale funk. O o o e e o e o e o Batista é a inspiração do do Matias, que foi representado pelo André Ramiro, que é um excelente ator, né, que já depois já fez mais um filme comigo, fez intervenção comigo. Uhum. Intervenção, filme que tá na Netflix, foi Marcos Palmeira, Babu Santana, eh Reiner Cadete, BA Comparado, que é [ __ ] Zezé Mota. Zezé Mota. E nós fizemos um filme com baixo orçamento, ficamos em top dois da Netflix. [ __ ] que isso é uma vitória, meu irmão. Tu não imagina porque a Netflix, ela ela faz a opção de divulgar os filmes dela, produção original, né? Então eu lancei o meu filme no mesmo dia que a Netflix lançou Não Olhe para cima do Leonardo DiCaprio, né? Uhum. Então não dava para concorrer com com o DiCaprio, mas era um filme que ficou no top dois durante mais de um mês e é um filme sobre o fracasso das UPs. Eh, e e o filme não tem cocaína nem maconha no filme, João. A gente coloca no filme cigarro e carga roubada. É justamente para dizer pro brasileiro que cocaína e maconha não é mais o principal eh fonte de renda deles, né? Então, dessa forma, a pessoa assiste o filme e fica, pô, calma aí. Então quer dizer que se o Brasil aprender toda a maconha e cocaína do mundo na rodovia, nada para eles dá na mesma, né? Se a PRF hoje triplicar o efetivo da PRF, se a gente conseguir obstacular todo o acesso da maconha e da cocaína no vai mudar em nada. Não vai mudar nada a receita deles. Agora para finalizar, que que vocês acham hoje o maior inimigo do estado ou se tem um terceiro que é mais perigoso? Eu traria aqui pra mesa o Fernandinho Beiramar e o Marcola. São pelo menos as figuras mais faladas assim que eu ouço assim, né? Nós que não temos tanto conhecimento. Fernando de Biramar hoje é um risco, tem uma opção aí poder judiciário, alguma coisa assim. Partido, partidos políticos. Você me colocou, Marcoli e Beiramar, mas a ameaça maior pra soberania do país hoje, na minha opinião, é a venda de sentença pelo Brasil. E o CNJ tá investigando hoje sete tribunais do Brasil, desembargadores vendendo sentença e vendendo sentença para facções. Você mandou para mim lá. E esses desembargadores não vão paraa cadeia, eles perdem a posição, né? Não colocam sequer tornozeleira, né? Eles perdem o emprego, mas continuam ganhando a aposentadoria, né? Não é isso? E vendem sentenças para pessoas como Marcola e pessoas como Beiramar. Então, essas pessoas são 1 milhão de vezes mais perigosas que Beiramar e Marcola. Sim, estão soltas e são muito bem tratadas pelos seus pares, porque o CNJ, Conselho Nacional de Justiça, quase sempre se acovarda ou se omite impunir os seus pares. Então, se você pudesse incluir Marcola, beamar e e a corrupção no poder judiciário do Brasil, né, seria bem legal aí que eu já colocaria certamente o poder judiciário como mais perigoso, tá? Juízes v aqui corruptos, tá? Sim, sim. Amor de Deus. Tá claro. Tem. Eu conheço uma porrada de juiz, eu e ele, que são juízes sérios, seríssimos, corajosos demais, que acho que é a maioria até, né? Que Sim. Que colocam a vida aí em risco em sentenças corajosas e e audaciosas, né? Aí, mas aí ganhar. Eu preciso ganhar uns processos. Eu não concordo com nada que o Pimental tá falando. Eu não vou falar pessoas não, cara, porque eu acho que hoje ninguém tá fazendo nada sozinho nesse ponto, né? e instituições. Mas eu acho que são coisas assim, eu acho que privilégios, cara, eu acho que privilégios é uma coisa que a gente precisa rever nesse país aqui, mano. É, e o poder público tem muito privilégio para si, judiciário também, executivo, legislativo, enquanto a população tá perdendo muito poder de compra. E eu acho que o mais perigoso é isso, cara. é desigualdade e privilégio. Para mim é o mais perigoso, [ __ ] Não é não é possível que num país como o nosso, que a gente, pô, o cara sai todo dia para trabalhar tentando voltar com um pacote de carne e ter que comprar carne de segunda e perdendo valor de compra. Não é possível que as pessoas eh que políticos tenham esse privilégio, cara. Pô, tá me dando nojo para caramba, viu, velho? Nunca me deu tanto nojo. São mais bem pagos do mundo, né? Nosso jarrio, nosso jar mais bem pago do mundo. O cara vai viajar com, sabe, as pessoas vão viajar para vários lugares com dinheiro público, com um monte de coisa e não importa o lado, você tá passando pano para todo mundo, enquanto a população, trabalhador mesmo tá se ferrando para tudo quanto é lado. Eu acho que é isso mesmo. É o privilégio, cara. O crime tem que ser combatido de qualquer maneira mesmo. Mas eu tô muito puto com isso aí. Eu acho que o Tropa de Elite dois não, mas eu tô contigo. Eu tô contigo. Bagulho. O Tropa de Elite do deixa, deixa isso exposto, né? Que o problema é o sistema brasileiro também, né? Não é só não é só figuras como Fernandinho Beiramar ou Marcola, a a falta de um projeto pro Brasil, as leis federais, corrupção, políticos, cara, se a gente for ver políticos são sempre os mesmos, né? São sempre uns dinossauros que ela estão lá 30, 40 anos e mandando no país. Aí não não dá para ser, não dá para escolher um lado, hein, cara. Não dá. Porque vou te dar um exemplo que tá acontecendo comigo hoje. Eh, o partido que eu de esquerda, que eu não concordo com ele na questão da segurança pública, ele tá hoje defendendo o meu interesse em Brasília de não deixar aumentar o número de deputados. Perfeito. Então, aqueles caras que eu aponto o dedo, pô, esses caras são apoiam bandido, eles estão defendendo o meu interesse, porque o hoje eles querem aumentar os deputados do Brasil, né? os deputados mais caros do mundo que custam que vão custar mais R 46 milhões deais. É lógico, [ __ ] É lógico. Metade não faz nada, mais da metade. Então assim, eh eh é o que ele falou, é privilégio e é privilégio. É é e e é ministros de cortes viajando pro exterior, sacando de área em eventos que não não são importantes pro Brasil. é policial militar condenado, demorando 10, 12 anos para transitar em julgado, para ser expulso, né? Isso, isso acontece. Então, então quando eu falo do privilégio do juiz, eu tenho que ser correto e dizer que também tem privilégios também para policiais militares, oficiais e praças, né, que demoram às vezes uma década para serem expulsos em questões disciplinares e de crimes, né? Então é, ele tem toda a razão. O problema do Brasil é o privilégio no passado, ainda antes das redes sociais, o cara tinha que trabalhar, político que tinha que trabalhar. Nunca trabalharam muito, mas eles tinham que render, porque o que fazia eles se darem bem era projeto. Hoje, com tudo ideologizado, os deputados viraram influência. Pô, o cara não faz nada. O cara só fica lá fomentando briga para tudo quanto é lado, fomentando discussão, crescendo nas redes sociais. Pô, irmão, desde quando que a gente quando que a gente naturalizou um deputado ficar perguntando coisa pra população que devia fazer era o contrário, a população e interrogar o deputado. Se di um político que sai, político sai da rua, ficou o dia inteiro falando e hipocrisia da esquerda, hipocrisia da direita, não sei o quê. Falei, irmão, vai trabalhar, pelo amor de Deus, para trabalar, não para ficar opinando aqui. Exatamente. Então, o que que acontece, André Carol? Atualmente quem vai se eleger daqui paraa frente é o influencer, não é mais o político. E esse cara não vai trabalhar. Quem vai trabalhar ou fingir que tá trabalhando é o cara que vai entrar na legenda. Mas o cara que vai puxar a volta não, ele tá lá com 10 assessores de Instagram e ele sempre tá arrumando um fantasma, um demônio, alguém, uma polêmica para viralizar e uma propondo uma uma lei assim proibido atender bebê reborne no posto de saúde. Não, isso pelo amor de Deus, né, cara? Mas calma aí, mas precisa de lei para isso, [ __ ] Aí você vai checar, teve algum caso do Brasil? Não teve. Então o cara gastou o meu dinheiro, gastou o meu tempo. Olha a pauta que o cara me leva pr pra frente, né? Tem muitos, tem muitos assim, viu? Tanta pauta para se ocupar e tem muitos assim. Meu Deus, Rodrigo, Joel, quero agradecer vocês. Mais de duas horas aí de podcast, né? Eu sei que o Rodrigo ainda tem que voltar pro Rio de Janeiro hoje. Tem tem aéreo, o Joel também tem que pegar a estrada. Quero agradecer vocês. Recados finais aqui. Onde encontrar vocês? Onde as pessoas que estão nos assistindo encontram vocês nas redes sociais? @joelpaviote e canal economia da história. Eu joga Joel Paviote lá porque o nome é difícil mesmo, tal. Ninguém vai falar. É. E é isso. E é isso. Tamanho aí. Vai deixar na des o melhor e mais completo do canal do Brasil sobre a história do crime, sobre para conhecer segurança pública e polícia em vários estados, viu? Tu já é suspeito porque nós é parça. Mas eu gosto muito do seu canal também. Eu assisto muito o conteúdo do seu canal, cara. É histórias, é vem lá de trás e puxa toda a identidade. Eu acho sensacional porque eu também gosto desse desse assunto. Por isso que eu trouxe pro nosso podcast essa essa essa questão, porque meu, eu acho que tem que ser abordado, tem que ser falado do seu canal, tá? Legal, muito legal. Parabéns, Rodrigo, onde que a gente acha você? Eh, Rodrigo_line Pimentel no Instagram, né? Todo dia eu faço um videozinho contando uma história, né? E e as pessoas já perguntam: “Ah, eh, tem pretensão política?” Não tem. Eu quero realmente contar histórias de segurança pública e quero continuar produzindo roteiros e e e filmes aí, se se tiver tempo no no próximo, tem cinco roteiros prontos aí e continuar fazendo palestras pelo Brasil, né? Acho que dessa forma a gente ajuda mais, né? Contando história do que gerando debate, reflexão, né? Pelo menos a gente conversa, né, cara? A gente fala de alguma coisa, porque no fim das contas, eu já tô cansado também, sabe? Uhum. O Joel fala para mim que é de esquerda, mas o cara é ele fecha comigo uma porrada de coisa aí, irmão. De esquerda. Eu sou de esquerda, mas a gente precisa dialogar porque precisa do trabalhador, mano. Trabalhador respeitar, né? Tá infiltrado na esquerda, amigo meu. A gente infiltrou ele lá. Não, mas é, mas eu entendi falta, falta um projeto de longo prazo pro país, né, cara? Infelizmente, eh, quando fazem alguma coisa, querem fazer algo de curto prazo para tentar se reeleger e tomar o poder de novo, né? Então, é, o Brasil, infelizmente, tá difícil. Eu entendo seu seu pensamento, Joel. E, enfim, mas muito obrigado por vocês estarem aqui. Tenho certeza que o público gostou bastante. Não deixa de apertar o botãozinho de joinha que tá aqui embaixo para ajudar a gente também, né, Carol? Exatamente, pessoal. E antes de acabar, investidor 10, pessoal, para você que quer estudar ou criatura, sai dessa poupanza, vai estudar. Investidor 10, melhor aplicativo. Eu, André usamos aí nas nossas redes, tá aqui embaixo, entra pelos irmãos Dias Podcast que você vai dar uma bela força pra gente. É gratuito, tá bom pessoal? Obrigada por estarem aqui e acho que vocês, né, espero que vocês venham muitas vezes porque o pessoal adora esse assunto e é muito importante a gente saber disso, tá bom pessoal? Da minha parte, um beijo para vocês. Eu sempre falo, fiquem com Deus e até o próximo episódio. Valeu, galera. Até a próxima. M.







