Do Oriente à Lua: O Salto Espacial da China Revelado em Detalhes

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[Música] Desde os anos 1960, a humanidade tem voltado seus olhos para o céu. E entre todos os corpos celestes que nos cercam, nenhum fascina tanto quanto a lua. Ela, silenciosa e constante foi palco das mais ousadas ambições humanas e cenário de uma corrida que mudou a história. Naquela época, várias nações competiam para conquistar seu lugar no espaço. As famosas missões Apolo permitiram que os Estados Unidos não apenas se tornassem o primeiro país a pisar na lua, mas também trouxessem de volta centenas de quilos de amostras lunares. Mas o tempo passou, décadas se seguiram e agora uma nova força se ergue no firmamento. A China, com estratégia, paciência e tecnologia de ponta, ultrapassou os Estados Unidos na exploração lunar, realizando feitos inéditos. Pela primeira vez na história, a humanidade poôde tocar o lado oculto da lua. Este é um marco. Uma nova era de corrida espacial começou. No documentário de hoje, você vai acompanhar como tm sido as missões lunares da China e, principalmente, o que elas trouxeram de volta, porque o que a China descobriu pode mudar tudo. Antes de mergulharmos nas descobertas mais recentes, precisamos voltar no tempo até outubro de 2007. Foi então que a China enviou ao espaço sua primeira sonda lunar. Achang. Seu objetivo era ambicioso, entrar na órbita da Lua e mapear sua superfície, coletando dados sobre composição mineral, relevo e ambiente. O nome Changer vem da deusa da Lua na Mitologia chinesa, uma homenagem que também sinaliza o elo profundo entre ciência, cultura e sonho. A Tangue orbitou a lua por um ano e meio até março de 2009, quando foi propositalmente desativada e colidiu com a superfície lunar. Era apenas o começo. Nos anos seguintes, novas sondas foram lançadas, mas foi em 2020 que ocorreu um verdadeiro salto. A missão Tang 5 não só chegou à Lua, como retornou à Terra com cerca de um berver 8 kilar de amostras lunares, tornando a China o segundo país com maior volume de material trazido da lua, atrás apenas dos Estados Unidos, que desde os anos 60 acumularam cerca de 360 kg. Mas como já sabemos, nem sempre a quantidade é o que mais importa. Em setembro de 2022, a Administração Espacial Nacional da China, CNSA, anunciou uma descoberta surpreendente, um novo mineral lunar jamais identificado por humanos. Ele foi batizado de Shange Sait e I, mais uma reverência à deusa lunar. Este cristal, fino como um fio de cabelo e transparente foi formado a cerca de 1,2 bilhão de anos numa região da lua, marcada por intensa atividade vulcânica. Mais do que uma relíquia geológica, trata-se de um tesouro energético. Ele é rico em Hélio 3. O Hélio 3 é um isótopo raro do hélio e, para muitos cientistas, é o combustível ideal para gerar energia limpa, quase ilimitada e com baixíssimos resíduos radioativos. Um sonho energético para o planeta Terra. Mas há um, porém, o Hélio 3 praticamente não existe em nosso planeta. Ele se forma no vento solar, mas a atmosfera e o campo magnético da Terra impedem que ele nos alcance. Já a lua, sem essas barreiras naturais, é um verdadeiro repositório desse material. Estimativas apontam que a lua possui cerca de 1 milhão de toneladas de Hélio 3 e bastariam 200 toneladas por ano para abastecer toda a terra com energia. Isso representa mais de 1000 anos de suprimento. E quanto valeria isso? Se considerarmos que uma tonelada de petróleo custa cerca de 400 e que uma tonelada de Hélio 3 é equivalente a 15 milhões de toneladas de petróleo, então estamos falando de algo em torno de 6 bilhões de dólares por tonelada, um verdadeiro ouro espacial. Essa descoberta fez com que a China redirecionasse seus esforços para a Lua. Para extrair Hélio 3 em larga escala, seria necessário construir fábricas diretamente na Lua. E esse é um dos objetivos declarados da China. Mas antes era preciso conquistar o próximo grande desafio, acessar e estudar o lado oculto da lua. Em 2024, a sonda Changer 6 fez história. Retornou à Terra com amostras do lado escuro da Lua, algo que nunca havia sido feito antes. Mas afinal, o que é o lado escuro da lua? Apesar do nome, essa região recebe luz solar normalmente. Ela é chamada de escura porque nunca está voltada para a Terra devido à rotação sincronizada do satélite. Isso torna sua exploração muito mais difícil, inclusive em termos de comunicação. Para superar esse obstáculo, a China posicionou o satélite kequal na órbita lunar, garantindo o controle da missão mesmo quando a sonda estivesse fora da linha de visão direta da Terra. Em junho de 2024, a Xang 6 retornou com 1,9 kg de amostras lunares do lado oculto. Jin Pin, porta-voz da missão, afirmou que as amostras eram mais densas e compactas do que as anteriores, e os resultados já começaram a surgir. As rochas vulcânicas trazidas do lado oculto são mais jovens, com 2,8 bilhões de anos e curiosamente livres de elementos radioativos. Algo raro nas amostras coletadas pelos Estados Unidos nas missões Apolo. Durante do anos, as amostras ficam sob exclusividade de análise dos cientistas chineses. Após esse prazo, pesquisadores internacionais podem se inscrever para estudá-las. Um deles é o professor americano Clive Neil, que mesmo enfrentando a emenda wolf, uma legislação dos Marbons Arna que limita a cooperação científica com a China, está colaborando com o projeto. A CNSA declarou publicamente que está aberta a cientistas de todo o mundo. Seu objetivo promover a cooperação internacional na exploração lunar e no espaço profundo. E o futuro. A primeira missão tripulada chinesa para a Lua está marcada para 2030. Mas diferente da Apolo 11, o objetivo não é apenas plantar uma bandeira, simar a construção de uma base permanente. Entre os planos está a impressão 3D de tijolos lunares para construir estruturas habitáveis. Com tudo o que já foi descoberto e com o que ainda virá, parece inevitável. A China está determinada a fincar sua presença na Lua. E uma vez que o lado oculto da lua já não está mais oculto, só nos resta imaginar para onde eles irão a seguir. Este é o começo de uma nova era, a era da lua pic da humanidade além da Terra. Oh. [Música]

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