Dra. Ana Beatriz e Felca abrem o coração sobre BULLYING que sofreram na INFÂNCIA | ANA BEATRIZ
1Eu já sofri bullying. Eu também. Perseguição.
Ah, CDF e quatro olhos que usava óculos e pá pá pá. Quando você sofre bullying,
você adquire uma empatia pelo próximo, porque você tava na pele ali, né? Você tava
sofrendo humilhação. E daí o trabalho do psiquiatra é um trabalho muito empático,
né? Tem que ser de cura mesmo, de ajudar, de de acompanhar a pessoa. Você já sofreu
bullying, como que foi para você? Olha, me deu essa sensação porque eu nunca fiz parte
da turminha populares. Eu era aquela pessoa que gostava de ficar quietinha, gostava de ficar
lendo. Eh, então eu era uma pessoa meio esquisita, né? E que eu me interessava por coisas que a
maioria não se interessava. Eu achava tão idiota ficar jogando papelzinho na cabeça do outro.
Falei: “Porra, não ia que perder esse tempo.” Ficava lendo enquanto as pessoas estavam fazendo
isso. E eu me lembro que aquilo eu falava, mas porque eu não tô incomodando ninguém, entendeu?
Hum. Não tô incomodando, não tô querendo chamar atenção. E eu me lembro que na minha cabeça, na
adolescência, eu falava assim: “Um dia eu vou fazer alguma coisa que seja tão legal, que essas
pessoas vão se arrepender de não ter me visto.” que legal. Mas eu fico pensando que se
alguém tivesse me oferecido naquela época, eu achava tão injusto que do tipo eh, as pessoas
eh algumas meninas falam assim: “Ah, se você não pertencer o grupo da gente, eh, você nunca vai ser
querida, você nunca vai ter os meninos populares.” Eu falava assim: “Não tô nem pensando nisso nesse
exato momento. Ah, não, mas você vai ver, você vai ser excluída de tudo.” Falava: “Você não vai no
aniversário”. Quase que eu falei, “Graças a Deus”. Entendeu? Eu sempre fui meio fóbica social, então
eu falava, é um bem que me faz, mas eu não sabia. E eu me lembro que e eu nessa vulnerabilidade eu
comecei a me afastar mais, ficar mais quieta. E eu me lembro que deixei de frequentar a escola
uma época assim, não aguentei de tanta de tanta perseguição por nada. Eu só queria ficar quieta,
só queria ler. Eh, e aí e tirava nota boa. Não sei, talvez eu causasse algum desconforto. Uhum.
E e eu me lembro que eu na minha cabeça eu ficava assim, eu um dia vou fazer alguma coisa tão
bacana que essas pessoas vão se arrepender. Mas isso era uma coisa de resiliência interna.
Uhum. Tá. Mas eu fico pensando, se eu tivesse sido seduzida por alguém que falasse, [ __ ] vamos
dar um jeito nisso, ó. você, você fizer isso aqui, essa maldade, vai provar que é que é pior que
ele vai poder mostrar poder. Aquele momento de sofrimento, é porque não tinha acesso a isso tudo.
Eu tive uma coisa que era uma coisa interna minha. Eu sempre digo quem sofre bullying e você tem
duas possibilidades. Ou você sofre bullying, você detona, né? detona e pode até chegar ao suicídio.
Ou você em algum momento você descobre um talento, cria uma resiliência e você consegue ver no
futuro as coisas mudando. Para mim foi assim e eu me lembro que quando eu comecei a estouri como
escritora, não sei que lá, foi muito engraçado, teve gente que me ferrou inteira encontrar com
gente assim no aeroporto e falar: “Nossa”. E eu olhava, eu falava: “Cara, você é cara de pau”.
Eu teve gente que eu tive esse prazer, não fui indelicada não, mas eu falei assim: “Se fosse
você não falava comigo, você sabe que você não foi legal comigo.” A pessoa chegou pedindo foto,
chegou rependim? Eu falei: “Claro que eu lembro. Você me excluiu disso, disso, disso.” Agora,
aqueles que que quando eu quando eu fiquei um tempo sem a aula, falei: “Pô, Aninha, volta não,
a gente tem que resistir. Esses caras são babaca mesmo, não sei qu tá tá”. Esse quando eu encontro,
cara, é um abraço. E eles falaram assim, bem que você dizia que um dia eles iam se arrepender. Quem
apanha não esquece, né? Quem apanha não esquece. E quando a gente tá sofrendo humilhação e alguém
estende a mão, a gente vai ser a pessoa mais fiel para aquela pessoa. Vai levar você sim, eu
vou levar comigo. Isso é muito legal porque tem, mas também a gente, eu nunca quis vingança com
ninguém. Eu só queria tipo assim, deixa de ser babaca. Aquilo, o bullying que você sofreu,
humilhação, serviu de combustível para você trazer algo pro mundo, ajudar pessoas que passam
inclusive pelo que você viveu. Foi, foi tanto que, tipo assim, quando eu fui chamar fazer o a
cartilha antibullying do Supremo Tribunal Federal, eu falei assim: “Cara, eu nunca pensei que
chegaria a esse ponto que eu nem existia bullying. A palavra não era bullying na minha época era
tipo assim, perseguição, ah, CDF e quatro olhos que usava óculos e pá pá pá”. Sabe? Aí eu fiquei
pensando assim, quando você tem essa, mas como despertar essa resiliência? O desafio a gente
tem que ajudar, dizer: “Olha, tem dois caminhos”. Uhum. Perfeito. É sempre que eu digo, o banco de
quando você identifica o talento, por exemplo, eh eh o Michael Felpsu bullying para caramba.
Chegou uma hora que deixou de ir pra escola. Aí que que aconteceu? descobriu a natação por acaso
para faltar aula e aí começou a faltar aula e ia lá paraa natação. Um dia a irmã deu deu foi,
ele não tá indo à escola, irmã deu que tá indo, a irmã foi no caminho e o professor de natação
falou assim: “Esse garoto tem talento”. Porque assim, quando você descobre o talento de alguém e
você investe nisso, investe horas, vai dar certo. E aí aquilo que seria da violência é outra coisa,
porque o prazer de ser reconhecido pelo que você faz não tem prazer igual. Porque ser reconhecido
por uma violência, por uma coisa, esses meninos que mataram aí a mãe, o pai planejando, cara, eles
não tem noção. Se um dia eles fizessem uma coisa muito legal e e ser reconhecido por isso é outra
coisa. Sabe uma frase que condensa exatamente o que você, tudo que você falou? É uma frase de
Frank Sinatra. Ele diz assim: “A maior vingança é o extremo sucesso.” É verdade. Perfeito. Não
merecia essa frase. Mas é isso, exatamente isso. Quem tem TDH não deixa de ser TDAH. O TDAH é um
transtorno do neurodesenvolvimento. Isso significa que é um jeito de funcionamento cerebral que é seu
e é único. Então você sempre terá TDH. Agora, ele pode nunca te deixar na mão. Esse cérebro pode ser
transformado de tal maneira que você só vai lidar com o que tem de bom. Não fique com essa questão
do tipo assim: “Ah, eu nunca vou conseguir”. vai conseguir, porque a gente tá disponibilizando
nesse curso todas as condições, as tecnologias mais avançadas, os remédios, tudo que vão te
favorecer. Vai precisar de remédio, talvez não. Agora esteja disposto a se transformar e fazer de
você a melhor versão de você de todos os tempos. Vamos juntos nessa jornada de autodescoberta. Faça
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