“É claro que voltarei a atacar!” A ameaça de Trump de voltar a atacar o Irã se Teerã não negociar
0Caros amigos, bem-vindos a mais um episódio de hoje no mundo militar. Neste vídeo falaremos sobre uma declaração dada pelo presidente Trump, que prometeu voltar a atacar o Irã, se terã e insistir em não negociar um novo acordo nuclear nos seus termos. Conheça a bota programa nuclear iraniano tema novo, é uma saga que atravessa décadas. Começou nos anos 50 em uma época em que o Irã era governado pelo chá Mohamad Reza Palav, um programa que contava com total apoio dos Estados Unidos através de uma iniciativa batizada de átomos para paz. Na época, os americanos forneceram ao Irã reator de pesquisa e conhecimento técnico, imaginando um aliado nuclear em uma região rica em petróleo. Nos anos 70, o chá sonhava alto, com planos para construir 23 usinas nucleares, exportar mais petróleo e modernizar a sua economia. E para afastar temores, o Irã assinou o tratado de não proliferação nuclear, comprometendo-se a manter o seu programa nuclear apenas para fins pacíficos. Mas a revolução islâmica de 1979 mudou tudo. O regime do Ayatoláini interrompeu o programa durante a guerra com o Iraque, mas o retomou em segredo no final dos anos 80, impulsionado pelo medo dos ataques químicos de Saddam Hussein e pelo receio de que os iraquianos desenvolvessem primeiro uma arma atômica. Para acelerar o programa, os iranianos firmaram acordos secretos com os paquistaneses, obtendo tecnologia de centrífugas para o enriquecimento de urânio, oferecendo em troca tecnologias avançadas de mísseis que o Paquistão não dominava naquela época. No início do século XX, vieram as revelações sobre instalações secretas como Natãs e Ford, gerando alarme global com a inteligência americana e israelense descobrindo que o Irã tinha um programa bem estruturado de armas que abriu o caminho para um esforço concentrado de enriquecimento de urânio. E então, em 2015, sob o governo Obama foi assinado o plano de ação conjunto global, mais conhecido como o acordo nuclear do Irã, com Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia, China e União Europeia, concordando em aliviar algumas sanções contra o Irã, desde que Teiran limitasse o enriquecimento de Urânio a no máximo 3,67% e restringisse o tamanho dos seus estoques de mater Nuclear em 98%. Mas em 2018, o presidente Trump retirou os Estados Unidos do acordo, chamando-o de o pior já feito e reimpondo sanções sob a doutrina de pressão máxima, com a resposta do Irã vindo sob a forma da aceleração do enriquecimento, chegando aos 60%, muito próximo ao nível para armas, que é de 90%, e impondo fortes restrições às inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica. Avançando agora para 2025, com Trump de volta à Casa Branca, as tensões com o Irã explodiram diante de sinais cada vez mais claros de que os iranianos estão cada vez mais próximos de uma arma nuclear. E é em um contexto geopolítico altamente crítico com grupos pró-iranianos e o próprio Irã atacando diretamente Israel. E foi nesse contexto de guerra aberta entre Israel e Irã que os Estados Unidos viram a oportunidade para dar um golpe final nas pretensões nucleares do Irã, resultando em um fortíssimo ataque no dia 22 de junho contra as principais instalações nucleares iranianas. Vários fatores pesaram na decisão de Trump de atacar, com o principal sendo o fato de que um Irã nuclear representaria uma ameaça existencial para Israel. considerando as inúmeras declarações de líderes políticos e religiosos iranianos que por diversas vezes atestaram que o objetivo do Irã é destruir Israel. Além disso, o risco de uma corrida nuclear no Oriente Médio era real, com países como Arábia Saudita e Egito, podendo também buscar armas nucleares em resposta a um Irã nuclear. O ataque americano levado a cabo no contexto da guerra Irã Israel iniciada em 13 de junho, foi facilitado pelo fato dos israilenses já terem destruído praticamente todas as defesas aéreas iranianas na metade ocidental do país, com os Estados Unidos lançando sete bombardeiros furtivos B2 diretamente da sua base de Whiteman, no Missouri, que com o apoio de submarinos, realizaram ataques de precisão contra três alvos cruciais. Nats, o principal centro iraniano de enriquecimento de urânio, fordou uma instalação nuclear secreta enterrada sob uma montanha onde os iranianos mantinham as suas centrífugas mais avançadas e Isfarhan, um complexo de armazenamento e produção de combustível nuclear, responsável por transformar o urânio enriquecido em ligas metálicas, essencial para a produção de bombas. Foram utilizados armamentos do tipo Bunker Buster, como a GBU 57, projetada para perfurar dezenas de metros de rocha e concreto antes de se detonar. O Irã retaleou com mísseis contra bases americanas, mas foi um ataque contido e limitado, com os iranianos avisando com antecedência e escolhendo como alvo uma base quase vazia. Avançando agora para esta segunda-feira, 21 de julho, em uma entrevista a Fox News, o chanceler iraniano Abbas Aragh admitiu que os ataques americanos danificaram seriamente as instalações, confirmando a sua destruição, mas em um tom desafiador, prometeu que o Irã não abandonará o enriquecimento, afirmando que ele é precioso demais e sugerindo que irão reconstruir tudo, recusando qualquer novo acordo sobre os termos dos Estados Unidos. A resposta de Trump foi imediata e inflamada, declarando que os Estados Unidos atacarão novamente, se necessário, caso o Irã retome o enriquecimento ou rejeite um novo pacto ditado por Washington. Esse posicionamento bate com uma reportagem da CNN que citava fontes secretas dizendo que os ataques não tinham causado danos graves, o que, segundo a CNN, permitiria ao Irã retomar o enriquecimento em poucos meses e buscar armamento nuclear. Com Trump rebatendo essa reportagem, chamando de fake news e garantindo que a destruição foi total. Mas por que esse debate sobre a destruição dessas instalações é tão importante e vem motivando intervenções tão inflamadas de Trump? Se as instalações não foram totalmente destruídas e se o estoque iraniano de urânio enriquecido estiver em algum local seguro, como sugerem algumas fontes, o Irã poderá retomar o seu programa de enriquecimento de urânio em poucos meses, mantendo vivo o fantasma de uma bomba nuclear iraniana. Com isso tudo nos levando a uma outra questão importante. A ameaça feita por Trump de voltar a atacar o Irã, se necessário, é real ou apenas retórica? O presidente Trump já deixou bem claro por palavras e ações que está mesmo empenhado em apoiar a defesa de Sael e em não permitir que o Irã consiga desenvolver armas nucleares com o forte ataque realizado com bombardeiros B2 confirmando claramente isso. Portanto, com certeza não se trata de retórica, mas sim de uma promessa real de ataque. Se houver alguma dúvida de que as instalações não foram mesmo destruídas, ou se o Irã insistir em não negociar um novo acordo nuclear, é inevitável que Trump autorize um novo ataque, mesmo que isso mergule o Oriente Médio, de novo na guerra. Para os Estados Unidos e principalmente para Israel, vale a pena uma guerra agora, enfrentando um Irã apenas com armas convencionais, do que ficar empurrando o problema com declarações diplomáticas vazias e daqui alguns anos enfrentar os aatolás armados até os dentes com ogivas nucleares capazes de devastar o território israelense. Por isso, se for mesmo preciso, os bombardeiros B2 voltarão a decolar com destino ao Irã.