E se a Rússia lançasse uma bomba nuclear?
0Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, o mundo passou a ter mais medo de uma coisa: as armas nucleares da Rússia. Mas o que exatamente aconteceria se o presidente Vladimir Putin decidisse apertar o botão vermelho? Quando os Estados Unidos atacaram
as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945,
isso entrou para a história como as duas únicas vezes em que armas nucleares foram usadas em uma guerra. A destruição dessas bombas
foram devastadoras. Juntas, elas mataram cerca de 120.000 pessoas na hora e dezenas de milhares mais
nos meses seguintes. Pessoas a 1 km das detonações foram carbonizadas pelo calor. E aqueles dentro de 1,5 km do marco zero sofreram queimaduras instantâneas
e danos graves à pele. Hoje, a Rússia tem mais armas nucleares do que qualquer outro país. E Putin já ordenou que as forças nucleares da Rússia fiquem em alerta máximo, ameaçando qualquer país
que fique do lado da Ucrânia. Então o mundo estaria por um fio
de entrar em um inverno nuclear? Com base nas políticas russas de dissuasão nuclear, existem alguns princípios básicos nos quais Putin poderia se apoiar para tomar a decisão
de usar armas nucleares. Uma das razões para validar esse lançamento poderia ser o fato de ter mísseis balísticos apontados
para a Rússia ou seus aliados. Outro motivo poderia ser qualquer ataque a instalações governamentais ou militares que prejudicassem a capacidade de resposta da força nuclear russa. Finalmente, e talvez
a mais preocupante das razões, é o uso de armas convencionais
contra a Rússia, que o país percebe como uma ameaça direta à sua existência. Isso significa que a Rússia poderia
lançar armas nucleares se algum membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte, ou OTAN, intervisse diretamente
na guerra na Ucrânia. E é esse um dos argumentos
que levou muitos líderes ocidentais à conclusão de que há um limite ao quão longe eles iriam para ajudar a Ucrânia. Mas se isso acontecesse, tudo começaria com Putin e uma pequena maleta que ele mantém por perto o tempo todo. Ela é conhecida como Cheget
e conectaria o ditador à rede de comando
das forças nucleares da Rússia. Putin não apenas apertaria
um grande botão vermelho para dar a ordem de lançamento. Em vez disso, ele transmitiria as ordens ao estado-maior das forças armadas, que é o comando militar central. Ele então lançaria mísseis nucleares enviando códigos de autorização aos comandantes de armas. Ou, caso os postos de comando
fossem destruídos, eles poderiam contorná-los usando um sistema de backup chamado Perimeter. Isso permitiria que estado-maior das forças armadas iniciasse diretamente o lançamento de mísseis terrestres
de forma remota. Se eles fizessem isso, os mísseis terrestres levariam
cerca de 30 minutos para chegar a um país como os EUA. Se o lançamento partisse
de um submarino posicionado mais perto
do território dos EUA, o ataque levaria apenas 10 ou 15 minutos. Uma vez lançado, o sistema espacial militar dos EUA detectaria qualquer míssil
com radiação infravermelha. Em poucos minutos, o presidente
Joe Biden seria alertado. E alguns momentos depois, a resposta provavelmente seria um imediato contra-ataque. Isso significaria a implantação de centenas, senão milhares, de aeronaves, submarinos nucleares
e veículos de artilharia pesada armados com mísseis em terra. Essa enorme ação militar seria apenas uma reação ao primeiro lançamento. Imagine se uma ogiva fosse detoanada em Washington D.C. a apenas alguns quarteirões
da Casa Branca. Mesmo que ela fosse apenas
dois terços tão poderosa quanto a bomba lançada em Hiroshima, tudo dentro de aproximadamente
1 km seria destruído. Mais de 45.000 pessoas morreriam e outras 300.000 seriam feridas. Quem estivesse em um raio de 8 km ficaria temporariamente cego pelo esmagador flash de luz da explosão. Pessoas a até 30 km
de distância da explosão seriam envolvidas
por uma mistura de poeira, detritos e subprodutos
mortais da radiação. Esta é uma prévia terrível
dos efeitos devastadores que qualquer nova escalada do conflito poderia ter em todo o mundo, não apenas na América do Norte. Se a Rússia e os EUA detonassem por completo seu arsenal de armas nucleares, em duas semanas o planeta inteiro ficaria coberto com um manto de fuligem. Essa fumaça bloquearia a luz solar e baixaria as temperaturas para abaixo de zero,
mesmo nos meses de verão. E poderia levar dez anos para se dissipar. A tensão de uma guerra nuclear é aterrorizante, mas nem tudo está perdido. O exército da Rússia era considerado um dos mais poderosos do mundo. Mas a invasão da Ucrânia revelou que eles podem estar mais despreparados, mal treinados e com menos equipamento do que o esperado. A ameaça iminente de uma guerra nuclear pode ser outra maneira de a Rússia manter o mundo em um estado submisso de medo. Putin pode até ser instável, mas com certeza não é a única pessoa envolvida no lançamento de armas nucleares. Além disso, uma guerra nuclear
não é um jogo. Se você começasse um ataque nuclear, saberia que terá garantido também
sua própria morte. Mas e se pudéssemos usar todo o arsenal nuclear da Rússia para algo diferente? Que tal para terraformar Marte? Bem, isso é história para outro “E se?”.







