El Salvador derruba limite de mandatos presidenciais – Bukele presidente… até quando?

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Caros amigos, bem-vindos a mais um episódio de hoje no mundo militar. Neste vídeo falaremos sobre o fim de uma lei em El Salvador que limitava o número de vezes em que uma pessoa podia concorrer a presidência e de como isso se insere na saga de Naib Bukell na sua missão de erradicar o crime e a violência no país. Com essa medida, há o risco de vermos nascer uma nova autocracia no mundo. No final de julho deste ano, Bukell obteve uma vitória política muito importante com o Congresso de El Salvador, liderado pelo seu partido, o Nuevas ideias, removendo os limites de mandatos presidenciais, o que permitirá que ele concorra à reeleição quantas vezes quiser. O seu mandato atual, o segundo, foi estendido para 6 anos. Para muitos, isso é apenas o reflexo da sua popularidade e eficácia, principalmente no combate à corrupção e ao crime organizado, enquanto outros encaram isso com preocupação, temendo a instauração gradual de uma autocracia no país. Para entendermos esse debate, precisamos voltar a 2019, o ano em que Naibell foi eleito presidente de El Salvador, apresentando-se como um líder jovem e inovador nas redes sociais. comprometido em combater as gangs violentas do país, como a MS13 e a Barrio 18. E ele, de fato, cumpriu com a sua promessa. Com o país, que antes registrava uma das taxas de homicídios mais altas do mundo, superando 100 por 100.000 habitantes em alguns anos, viu essa cifra despencar para menos de 3 por 100.000 em 2025, tornando El Salvador no segundo país mais seguro das Américas, atrás apenas do Canadá. Entre 2024 e 2025, pela primeira vez na história moderna daquele país, El Salvador viveu dias consecutivos sem que ninguém fosse assassinado nas ruas. Mas como isso foi possível? através de ações contundentes e decisivas, vistas por alguns como exemplares e por outras como tirânicas. Em 2022, após uma escalada de violência por gangues, Bukell declarou o estado de emergência, suspendendo certas liberdades para permitir prisões em massa, com mais de 75.000 criminosos ligados a gangs, tendo sido detidos e construindo instalações gigantescas, como a mega prisão de secotes. Apesar de controvérsias sobre o processo lideradas principalmente pela oposição de esquerda e por grupos de direitos humanos, os impactos foram claros, com as gangues enfraquecidas, ruas mais seguras e a aprovação popular acima de 90%. Ele também tem recebido deportados nos Estados Unidos através de um contrato milionário firmado com a administração Trump, posicionando El Salvador como parceiro na luta contra o crime transnacional, o que fortaleceu laços com líderes como o Donald Trump. Do ponto de vista geopolítico, isso é impactante com a abordagem de Bukell, inspirando outros países da América Latina, como Equador e Honduras, que também buscam soluções urgentes para suas graves crises de violência. também elas relacionadas com gangs. É uma estratégia que combina tecnologia, comunicação eficaz e operações firmes sem recorrer a conflitos abertos e tem gerado discussões positivas e também negativas sobre modelos de segurança pública. No entanto, nem tudo é unanimidade, como Kelly tendo sido chamado por alguns de o ditador mais legal do mundo. Um rótulo que ele próprio adotou de forma leve nos seus perfis nas redes sociais. Críticos, incluindo grupos de direitos humanos como a Anistia Internacional, expressam preocupações sobre o equilíbrio democrático, referindo pontos preocupantes, como em 2021, quando, graças à supermaoria do seu partido, realizou profundas reformas no judiciário, substituindo juízes e promotores para alinhar o judiciário com a sua política de combate ao crime. A Suprema Corte permitiu a sua reeleição em 2024 e o estado de emergência foi prorrogado várias vezes para manter a pressão sobre as gangues. Nas urnas, Bukelli obteve perto de 85% dos votos em eleições sem fraudes e acompanhadas por organismos internacionais. E nas ruas, o seu nível de aprovação chega perto dos 91%, posicionando-se como um dos líderes mais carismáticos de todo o mundo. No entanto, a recente remoção dos limites de mandatos aprovada em 31 de julho, eliminando o teto de dois mandatos estabelecida na Constituição de 1983, faz recordar mudanças semelhantes em outros países que, com o passar do tempo, deslizaram lentamente para a autocracia e a ditadura, como na Belauz de Alexander Lukachenenko, que governa o país desde 1994, e na Rússia de Vladimir Putin, que ele lidera os destinos políticos do seu país desde 1999. Assim como em El Salvador, esses dois países também promoveram, em determinada altura mudanças jurídicas profundas, incluindo o fim do limite de mandatos presidenciais, com o caso mais recente ocorrendo na Rússia, com Putin tendo agora o caminho livre para se manter no poder até 2036. Por isso é inevitável que a oposição e os críticos comparem Bukell com esses ditadores, mas os seus defensores argumentam que com tanto apoio popular, de quase 91%, com 85% dos votos em eleições sem fraude e com uma ação tão focada da segurança pública, isso garantirá estabilidade em vez de autoritarismo, mesmo que Bukele permaneça alguns mandatos no poder. Bukelli tem forte controle sobre as instituições, principalmente o judiciário, o que facilita avanços e mudanças rápidas, mas também aumenta os temores, já que é importante lembrar que uma das ações principais de líderes autoritários é justamente controlar o judiciário. Com o exemplo mais clássico disso sendo a Venezuela com Nicolás Maduro colocando no Supremo Tribunal apenas juízes ligados à esquerda. E como Bukell fez basicamente o mesmo, só que com juízes ligados à direita, alguns encaram a situação com receio, mas muitos vêm exagero nas críticas com a popularidade de Bukel sendo genuína e ancorada em ganhos reais de segurança que melhoraram a vida da população. Mas em resumo, o que essa mudança significa para o futuro de El Salvador? Estamos diante do nascimento de uma nova autocracia que, se não for controlada, poderá se transformar em uma ditadura, seguindo as mesmas receitas que foram seguidas por ditadores consagrados, como Putin e Lukachenko. As conquistas de Bukel na segurança são transformadoras e representam uma virada geopolítica em uma região profundamente afetada por gangues. Mas esses ganhos têm gerado debates sobre como manter avanços na segurança pública sem comprometer liberdades e sem correr o risco de entregar a um só homem o controle sobre poderes inteiros como judiciário. A história mostra alguns exemplos preocupantes, onde líderes fortes e jovens com promessas de estabilidade se perpetuaram no poder através das mesmas mudanças que Bukel está promovendo agora. El Salvador está em um momento crucial. A abordagem firme de Bukell está provando que é possível transformar uma nação mergulhada no caos e na violência em um autêntico paraíso de segurança pública, capaz de atrair investimentos estrangeiros e melhorar a vida da sociedade. Mas e se o custo disso for ver crescer o risco de nascer uma autocracia em uma região já bem conhecida por ditaduras sanguinárias? Com Buquell na presidência, o futuro de El Salvador parece seguro e brilhante, mas quando chegar a hora dele ceder o seu lugar a um sucessor, seguirá qual cartilha? A da democracia ou a dos autocratas e ditadores? [Música]

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