Em breve, podemos ter uma savana no Brasil

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O Brasil pode ter uma savana nas próximas décadas. E essa é uma péssima notícia atrelada a um cenário de muita preocupação na Amazônia. Vamos acompanhar os detalhes na reportagem. A floresta amazônica cobre mais de 6 milhões de quilômetros quadrados e abriga cerca de 10% de todas as espécies conhecidas de plantas e animais. Além disso, armazena mais ou menos 154 bilhões de toneladas de carbono e recebe em média 180 cm de chuva por ano. Por essas características, desempenha papel essencial nos ciclos globais da água e do carbono, ajudando a regular o clima do planeta. Mas isso pode mudar. Um estudo publicado na revista Gehysical Research Letters alerta que a Amazônia pode estar próxima de um ponto crítico que pode transformar a maior floresta tropical do mundo em uma savana seca em cerca de um século. Nas últimas décadas, a região vem sofrendo uma pressão crescente. prolongadas, incêndios e desmatamento acelerado estão entre os principais fatores de degradação. Segundo o Global Forest Reviewal do World Resource Institute, a Amazônia brasileira perdeu 28.000 km² de floresta apenas em 2024, uma área equivalente ao estado de Alagoas. Alguns cientistas acreditam que esse processo está levando a um ponto de inflexão quando mudanças irreversíveis transformam o ecossistema em outro completamente diferente. De acordo com Andrew Friend, professor da Universidade de Cambridge na Inglaterra, o co-autor do Novo Estudo, é possível que essa transição aconteça. Segundo ele, a questão é: qual o grau de mudança climática e desmatamento que causará uma mudança no sistema? O pesquisador concedeu entrevista ao site Live Science. Para investigar o tema, foi utilizado o chamado modelo de coluna única, que neste caso simulou apenas uma localização média dentro da bacia amazônica para representar toda a área de deságuire do rio Amazonas e seus afluentes. Esse caminho não leva em consideração como a humidade e a precipitação podem mudar em diferentes regiões da bacia. O modelo apontou três limites críticos: a redução de 65% da cobertura florestal, a queda de 10% na umidade vinda do Oceano Atlântico ou a diminuição de 6% na precipitação anual. Se qualquer um desses limites for ultrapassado, pequenas alterações adicionais podem levar a floresta ao colapso. Neste caso, a vasta vegetação daria lugar a Campos Secos. Os autores do estudo alertam que é preciso agir rápido. Mesmo nas hipóteses menos severas de mudança climática, o desmatamento contínuo pode levar a Amazônia aos piores cenários em menos de 100 anos. Andrew Friend afirma que temos que reduzir simultaneamente o desmatamento e as emissões que causam o aquecimento global nos próximos 10 a 20 anos. Nas palavras dele, não sabemos exatamente como o sistema reagirá, mas esperar para descobrir pode ser um erro irreversível.

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