Entenda a TEORIA DA ESTUPIDEZ em 7 Minutos | Dietrich Bonhoeffer

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Você já teve a sensação de tá debatendo com alguém que simplesmente não quer entender, alguém que não se importa com os fatos, nem com argumentos lógicos e nem mesmo com o bom senso? Pois é, mas talvez você não estivesse diante de alguém mal intencionado e sim de alguém estúpido. E isso não é um xingamento, tá? Para Diatriz Bonhofer, que foi um pastor luterano e um teólogo que se opôs ao nazismo na Alemanha. A estupidez é um fenômeno complexo e ainda mais perigoso do que a própria maldade. Bora ver isso. Você agora pode estar pensando: “Como assim que a estupidez é pior que a maldade?” Olha, Bonfer, ele argumenta que o mal pode ser exposto, pode ser desafiado, pode ser combatido com argumentos, com leis, com ações. Eh, já a estupidez, ela é como um muro de borracha, porque você joga fatos, joga explicações, você mostra provas e tudo isso é jogado de volta para você distorcido ou então é simplesmente ignorado. A pessoa estúpida, ela não reage com lógica, ela não reflete, ela só repete discursos, ela acredita no que quer, mesmo que isso vá contra toda a realidade. E sabe o que que é mais perigoso nisso tudo? É que uma pessoa estúpida pode estar com a melhor das intenções e ainda assim espalhar ideias tóxicas, defender regimes opressores ou participar de ações violentas. Um segundo ponto importante é que a estupidez não é eh burrice, tá? Um erro comum é pensar que estupidez é só falta de inteligência, mas não é. Pessoas com auto QI, com diplomas universitários e até mesmo com grandes responsabilidades, elas podem sim agir de maneira estúpida, porque para Bonhoffer a estupidez não é uma falha intelectual e sim uma falha moral. A estupidez nasce de uma escolha, né, que às vezes é inconsciente. A escolha de não pensar por conta própria, de seguir o fluxo, de repetir o que se ouve, de evitar o esforço de pensar criticamente. É como se a pessoa dissesse: “Me diga o que pensar, me diga o que fazer. Eu não quero a responsabilidade de decidir por mim mesmo. Então, a estupidez não é sobre ter capacidade de pensar, não. Ela é sobre ter disposição. Disposição de pensar. Entende a diferença? Agora vem uma das descobertas mais importantes ali sobre a da estupidez. Ela se espalha mais facilmente em grupo. Isso aí. A estupidez é menos comum em pessoas solitárias. E por quê? Porque em grupos, meus amores, em grupos as pessoas tendem a abrir mão da sua individualidade. Elas se escondem atrás da massa, elas passam a repetir frases feitas, slogans, opiniões dominantes, sabe? E aos poucos elas deixam de pensar de forma autêntica. E esse é um fenômeno muito bem descrito na psicologia social, conhecido como conformismo e como pressão de grupo. A pessoa age não porque ela refletiu e chegou a uma conclusão, e sim porque todo mundo pensa assim. E aí você entende por que multidões podem ser tão perigosas. Porque no meio de uma massa, a estupidez se torna contagiosa. Quarto ponto, a estupidez adora o poder. Bonfer notou um padrão bem perturbador. Sempre que o poder aumenta, seja o poder político, religioso ou econômico, a estupidez parece crescer junto. E não é por acaso, não. O poder, quando ele é centralizado, ele tende a exigir submissão dos outros. Ele recompensa a obediência cega e não o pensamento crítico. E é aí que mora o perigo. Quando alguém recebe poder absoluto, muitos ao redor dele começam a desligar os filtros internos, a desligar as consciências. Eles simplesmente passam a repetir, a obedecer, a seguir ordens. E isso se conecta com o que Hannah Harent chamou de a banalidade do mal. Ou seja, pessoas comuns ao abrirem mão de pensar, elas se tornam ferramentas de sistemas opressores e muitas vezes elas nem se dão conta disso. E aqui a gente chega num ponto essencial. A pessoa estúpida, ela não age por si mesma, ela age como um eco de outra coisa. Ela é guiada por frases prontas, por ideias simplificadas e por palavras de ordem. E o que é mais assustador, ela acredita profundamente que tá certa, porque a estupidez é fanática. A pessoa estúpida, ela é, na prática, um corpo funcionando com uma mente desligada. Ela pode votar, pode compartilhar fake news, pode defender injustiças, pode agredir minorias. É, e tudo isso ela faz achando que tá fazendo o bem. Ela não enxerga o mal que ela promove, porque ela não é capaz de questionar a origem das ações que ela pratica. Mas e como é que se sai disso? Bom, o Bonho Hoffer acreditava que a estupidez não pode ser vencida com argumentos nem com a educação, porque não adianta tentar ensinar ou corrigir alguém que já desligou a própria consciência. A única saída na visão dele é a libertação interna. E ela só vem quando a pessoa já passou pela libertação externa, ou seja, quando ela se vê livre da opressão do grupo, do medo de pensar diferente, da dependência dos slogans. Só quando alguém volta a ser responsável por si mesmo é que ele pode escapar da estupidez. Quer dizer, a cura da estupidez não é ensinar coisas para uma mente que já tá cheia, é ajudar a pessoa a se libertar, a recuperar a coragem de pensar sozinha, a ter a autonomia moral. E é claro que isso não é fácil e em certos casos pode ser impossível. Bom, reconhecer uma pessoa estúpida, então não é sobre julgar ou menosprezar, é sobre entender o que a torna perigosa, não por maldade, mas por ausência de reflexão. Bom Hofer, ele mostra pra gente que o maior risco pra humanidade não são os maus, e sim os estúpidos que os seguem. Por isso, é tão necessário cultivar o pensamento crítico, a autonomia, a coragem moral. Porque em tempos de manipulação em massa, de desinformação e de discursos de ódio, pensar por si mesmo é um ato de resistência. Um beijo no teu coração e a gente se vê no próximo episódio. Valeu, [Música]

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