Entenda como o tarifaço de Donald Trump afeta a economia do Brasil | Aconteceu na Semana

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Estados Unidos, gente, são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. Vamos conferir os dados aqui no telão. Os americanos compram 12% do que o Brasil exporta, de tudo que o Brasil exporta. Só no primeiro semestre deste ano, as vendas chegaram a 20 bilhões de dólares. Os chineses lideram com folga, chegam a quase 50 bilhões nesse primeiro semestre também. E em terceiro vem a Argentina, que até agora eh importou do Brasil 9,2 bilhões de dólares. Vários setores podem ser atingidos do petróleo ao ferro, do café ao suco de laranja. E como o tarifaço de Donald Trump vai afetar a nossa economia, a gente confere agora na reportagem do Igor Calian. Imagine só se todos os produtos que vem dos Estados Unidos pra gente ficassem 50% mais caros. Carros, celulares, eletrônicos em geral, com o preço mais salgado, a saída seria buscar uma opção mais barata, certo? Pois é exatamente isso que deve acontecer com os produtos brasileiros que vão para lá. O tarifaço de Trump vai atingir diretamente a venda de café, soja, carne bovina, suco de laranja, petróleo e outros produtos. 12% de tudo que o Brasil vende vai pro mercado americano. Esse aumento da tarifa pode transformar os nossos produtos não competitivos. Ele vende menos e isso impacta no meu PIB. A carta publicada pelo presidente americano com o anúncio da taxa afirma que o Brasil tem um superavit nas relações comerciais entre os dois países. Agora, os números oficiais mostram uma outra realidade. Desde 2009, o Brasil está em déficit, ou seja, mais compra dos Estados Unidos do que vende. Agora, um dia depois do anúncio do tarifaço, a questão é saber qual será o peso da reação brasileira. Os setores se dividem neste momento entre a preocupação e a precaução. Não existiu qualquer fato econômico que justificasse uma medida desse tamanho. O mais importante nesse momento é intensificar as negociações e o diálogo para reverter essa decisão o mais rápido possível. E o que os Estados Unidos estão dispostos a negociar? Na carta, Donald Trump colocou como vergonha internacional a forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro e criticou o Supremo Tribunal Federal. O nome que a gente dá paraa coersão econômica para fins políticos, o nome disso é sanção. Então o Brasil está sendo sancionado pelos Estados Unidos. Os Estados Unidos são o segundo maior comprador de carne bovina do Brasil. Presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, Roberto Perosa, colocou o momento como o preocupante. Não tem nenhum embasamento econômico, a já vista que era uma coisa vantajosa pros Estados Unidos e vimos um componente político colocado em uma negociação comercial básica. A Frente Parlamentar da Agropecuária diz que o momento é de cautela e diplomacia. A Confederação da Agricultura e Pecuária afirmou que as questões podem ser resolvidas por meio de diálogo. Só neste ano a exportação de aviões e outras aeronaves aos Estados Unidos chegou a quase 450 milhões de dólares. A Imraer diz que avalia os impactos nos negócios. O aço, um dos produtos mais exportados do Brasil aos Estados Unidos, não deve sofrer aumento na taxação, já que no mês passado o produto já teve as tarifas reajustadas em 50%. Foi uma das piores cartas de negociação tarifária que Trump já soltou. Uma carta comercial com viés político que o Brasil fica de mãos atadas. M.

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