Eren: O Maior Erro de Attack on Titan?

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O final de Attack on Titan definitivamente foi uma das coisas mais controversas e polêmicas da história da internet, principalmente porque o anime conseguiu furar muito a Bolotaco, se tornando quase o novo Death Note. E 99% de toda essa polêmica gera em torno justamente do Eren e do seu desenvolvimento até aqui. Com muita gente dizendo que a história e o personagem em si sofreram hatcom, uma alteração em algo já previsto na obra pro restante fazer sentido, o que também significa um final bem diferente do originalmente planejado. Mas será que isso realmente faz sentido? O Eren realmente foi arruinado pelo Isayama. É sobre isso que a gente vai falar nesse vídeo. Então vamos embora. Bom, antes de tudo, por mais que seja óbvio, eu vou avisar só por precaução, esse vídeo não tem spoiler, ele é o spoiler. Então se você não terminou xingue até hoje, veja por sua conta e risco. Fechou? Toda a polêmica da obra se concentra principalmente no arco do Eric, não só por ele ser o fucking protagonista da série, como também o que mais mudou na reta final. e a sua transformação em um personagem extremamente complexo e até ambíguo é o que mais causou tudo isso. A sensação do público em geral foi que o Eren realmente foi destruído, sendo descaracterizado a ponto de tomar decisões que contradizem o seu próprio desenvolvimento ao longo da história. Isso fez com que uma grande parte dos fãs, uma bem grande mesmo, se sentisse traída pela forma com que o seu personagem favorito foi exibido. E assim como tudo na internet, os primeiros meses foram uma loucura, todo mundo odiou o final, não tinha nada de bom e por aí vai. Tudo super extremo como sempre, mas com o passar do tempo, as pessoas se acalmaram um pouco felizmente, releram o mangá e reassistiram o anime com a mente mais calma e aberta. E aí sim a discussão conseguiu voltar um pouco mais equilibrada com uma parcela bem maior, agora não só aceitando o final, mas até defendendo ele. E por isso é muito importante a gente olhar com bastante calma pro arco do personagem completo para então tentar chegar numa conclusão sobre se esse final foi tão ruim assim ou não. Nos primeiros capítulos e episódios de Aton Titan, o Eren é apresentado como um personagem de motivações claras e diretas, sem muita complexidade ou espaço para interpretações. Toda sua visão de mundo é moldada pela sua própria perda e o sofrimento de ter testemunhado a morte da sua mãe pelo principalmente porque ele sempre se viu como alguém ativo, capaz de agir e fazer diferença. Mas agora se sentia completamente impotente. Exatamente o sentimento que o levou a entrar pra tropa de exploração na tentativa de recuperar esse suposto controle que ele acreditava ter. E aqui é interessante a gente comentar que a morte da Carla, a mãe do Eren, não foi o único motivo para esse ódio absurdo que ele tem dos titãs. Foi o evento principal, é claro, mas também uma gota d’água, o gatilho que empurrou ele pro abismo, já que mesmo antes disso ele já se sentia muito incomodado com a ameaça dos titãs e principalmente por ter que passar a vida inteira se escondendo atrás de muralhas simplesmente para sobreviver. Ou seja, os titãs sempre representaram pro Eren obstáculos que ele precisava superar se quisesse ser livre de verdade. Para aí sim, depois de terem matado a sua mãe, eles se tornaram seus inimigos número um. O problema é que essa é uma visão extremamente maniqueísta, uma forma que simplificava demais a situação, dividindo o bem e o mal em lados perfeitamente opostos e separadinhos de uma forma totalmente real, já que na realidade as coisas normalmente são muito mais complexas e cinzas. Ainda assim, essa visão é perfeitamente compatível com a fase do Eren naquele ponto, já que aqui ele ainda era só um adolescente, justamente aquele momento onde todas as emoções são intensas e todo mundo tem certeza de tudo. Quando você é jovem, tudo faz sentido porque você é burro. E é meio que isso no caso do Eren, aqui ele representa justamente esse momento onde tudo que importa é a sua raiva e a sua vingança, sem pensar muito nas consequências por as suas próprias ações. E talvez essa seja a palavra chave pro personagem, consequências. À medida que a obra avança, o Eren começa aos poucos a ter uma visão mais ampla do mundo. Ele gradualmente tem essa visão simplista desconstruída por conta das descobertas que ele faz na investigação política, religião e principalmente por descobrir que os titãs são, na verdade humanos transformados. Agora aquela visão de bem e mal, humano e monstro começa a ficar mais cinza e difícil de se separar, até porque ele mesmo agora era um titã, mas também era humano. Então, como separar tudo assim tão claramente? Não tinha mais como fazer isso, principalmente porque até dentro das muralhas, no suposto lado certo da guerra, existiam conspirações, mentiras, falsos líderes e todo tipo de atrocidade. No caso do Eren, toda essa confusão piora ainda mais quando ele descobre completamente do nada que o Heiner e o Bertold, Vulgo, seus grandes amigos e companheiros de batalha, eram, na verdade os monstros que causaram a morte de tantas pessoas, inclusive a sua mãe. Então, se o Eren já estava confuso antes, imagina agora. Literalmente tudo que ele acreditava tinha sido destruído bem na sua frente. Mal dava para saber se ele estava mesmo no lado certo da história. Mesmo assim, ele continuava tentando se convencer que sim, ele estava no caminho certo e todo o restante estava errado. Mas a padical, na sua opinião, vem logo depois, quando eles finalmente descobrem o que tinha no porão do Grisha. O fucking mundo não acabou. Na verdade, ele tá lá vivaço. E na verdade Parades é quase uma prisão domiciliar gigante. E o Eren fica como numa hora dessas? [Risadas] Aí sim fodeu tudo. Agora não tem isso de monstro versus humanidade. Todo mundo é monstruoso e todo mundo é humano. Paradise é uma vítima hoje, mas antes ela era uma agressora. Então, quem tem a razão, o Eren não faz a menor ideia. Ele ainda era só um adolescente com um poder absurdo nas mãos, tentando fazer o mundo caber na sua própria cabeça, o que obviamente era impossível. Desde o início da obra, vemos o Eren falando sobre liberdade, principalmente depois do Armio mostrar para ele aquele livro sobre o mundo exterior. E saber que tinha muito mais lá fora, despertou no Eren, não só a curiosidade pelo que tá além do mar, mas também um sentimento de injustiça do tipo, com um mundo tão grande, diverso como esse, por eu tive que passar a vida inteira enjaulado como um animal? Isso não é justo. Um sentimento que inclusive é totalmente contrário ao do Armin, que se mostrou muito mais empolgado e encantado com o mundo exterior do que com raiva por não ter aproveitado sua vida até ali. De um lado, o sentimento de esperança de alguém olhando pro futuro, e do outro, uma pessoa com rancor pelo passado, com sede de justiça. E de novo, quem tá certo e quem tá errado. Os dois, cada um deles tem os seus próprios motivos e da sua maneira eles também estão certos. A questão principal, a principal diferença é como eles pretendiam alcançar o seu ideal de liberdade. O grande ponto é que o Eren via o mundo exterior como uma espécie de paraíso perdido, um lugar onde a humanidade poderia viver em paz e liberdade. Com o detalhe que aqui a humanidade se refere especificamente às pessoas injustiçadas de parades e não ao restante do mundo. A liberdade que o Eren busca aqui não é uma dádiva, um presente a ser desfrutado, mas sim um direito natural. Ele merece, não precisa pedir, é dele. E por isso qualquer ação para alcançar essa liberdade é justificada. Ele sente constantemente uma sensação de incômodo, injustiça, de raiva, enquanto a liberdade do Arminim é muito mais focada no desejo de ir para onde quiser, conhecer lugares e pessoas e desfrutar do novo, do diferente. É sobre esperança e não sobre vingança, como Eren. A liberdade do Eren é uma corrupção da visão de liberdade do Armin. Enquanto o Armin busca a liberdade através da exploração e do conhecimento, o Eren busca através da vingança e da destruição. Essa diferença fundamental entre os dois é só o início do que viria depois na forma de um conflito entre o Eren e o restante da tropa de exploração. Essas diferenças na visão de liberdade entre o Eren e o Armin é algo que se manifesta muito cedo na história, justamente porque esse é, em resumo, o tema central da relação desses dois personagens. O que é a verdadeira liberdade? Para que ela serve? Principalmente, como podemos alcançá-la? Essas são as principais perguntas que permeiam a relação desses dois. E por isso é simplesmente impossível entender totalmente o Eren sem entender também o Arming. Eles são paralelos e ao mesmo tempo opostos. E foi percebendo isso que o Eren teve o seu ideal de liberdade e justiça completamente quebrado. O que ele via como seu direito, agora ele sabia que também era uma proteção pelos crimes do seu povo. E muito mais do que isso. O mundo em si era maior, bem maior e mais complexo do que ele esperava. Não se tratava apenas de Parades e Marley. Haviam guerras, disputas políticas, religiões e culturas completamente diferentes das que ele conhecia. Isso tirou dele aquele senso de excepcionalidade. Ele agora era normal do ponto de vista moral, é claro, né? Porque virar um titã gigante comedor de gente não é nada normal. A questão é que agora o Eren sabia que ele não era uma vítima única e que todo mundo tinha o seu porquê e por isso seria impossível continuar fazendo aquela divisão clara entre bem e mal como antes. Então vamos recapitular rapidamente. O Eren é um adolescente que viu sua mãe morrer e inúmeras outras pessoas que ele conhecia e convivia para a partir de então passar a vida inteira treinando com base no ódio, literalmente para matar aquelas criaturas. Em seguida, ele se torna uma dessas criaturas e descobre que esses monstros, na verdade, são humanos e que os humanos também são monstros. E no fim ainda percebe que tudo que ele acreditou sobre a humanidade ter quase acabado, com exceção do pessoal de Parades, era mentira. A humanidade não só existia fora das muralhas, como eles também eram inimigos de Parades. Se a gente parasse por aqui, daria para entender perfeitamente se o Eren simplesmente enlouquecesse, porque [ __ ] que pariu, é muita coisa. Mas sempre dá para piorar e piora, já que no meio de todo esse tumulto, era ainda ativa, por acaso, a habilidade do titã fundador e literalmente começa a ver o passado, presente e futuro de uma só vez. Aí tudo desanda completamente. A sua mente já transtornada e confusa perde completamente a noção de causa e consequência, já que para ele tudo que ele via no futuro já teria acontecido. No presente ele já teria interferido no passado, implantado as memórias no Gricha e até mandado o titã comer a mãe dele. Agora imagina o estado mental do Eren aqui. Não tem como um cidadão desse ficar normal. Em alguns poucos anos, ele saiu de uma criança presa numa gaiola para um órfão traumatizado, depois para um titã gigante, para depois descobrir que toda sua vida foi uma mentira e que talvez ele e o seu povo ainda sejam os vilões da história, odiados pelo mundo inteiro. E por isso, diante desse dilema moral e temporal, o Eren tenta encontrar uma solução que consiga conciliar o seu conceito de justiça e o seu desejo por liberdade, algo que claramente não existe. E é aí que não encontrando nenhuma outra solução para todos esses problemas, no maior estilo Lilat das ideias, ele decide se tornar o maior vilão de todos, entendendo que essa seria a melhor forma de fazer o mundo enxergar os audianos como pessoas boas, como aqueles que salvaram o mundo e não mais como os demônios de Parades. Nessa sua busca por liberdade, o Eren toma decisões que contradizem as suas próprias ideias iniciais. O estrondo é um genocídio em escala global, um massacre que destrói e oprime completamente os outros povos, mantendo justamente o ciclo de violência e ódio que começou há 2000 anos. E com essa atitude, o Eren deixa definitivamente de ser o oprimido para se tornar o opressor, usando a força e a violência para impor sua visão de mundo. O que mostra mais ainda o quanto aqui a linha entre o agressor e a vítima é tênue. E principalmente que a busca pela liberdade absoluta pode levar à tirania e a destruição. Toda essa contradição deixa bem claro a complexidade do personagem e a dificuldade de alcançar a liberdade sem sacrificar a liberdade dos outros. Um tema que conversa diretamente com aquela ideia de que a liberdade de cada um termina onde a liberdade do outro começa, o que na teoria funciona muito bem, é muito lindo e perfeito, mas e depois que a primeira injustiça já foi feita, quem vai dar o braço a torcer e ser injustiçado pelo bem de todos? O Eren claramente não tá disposto a fazer isso, já que para ele a violência extrema é a única forma de garantir a sobrevivência e a liberdade do seu povo, o que de certa forma faz muito sentido, já que se ele não atacasse primeiro, a ilha seria destruída, muito provavelmente, e aí todo mundo morreria. E isso sem falar nos eodianos presos literalmente em campos de concentração de Marley. Cara, olha o tamanho desse problema. Não é uma coisa que uma pessoa consiga resolver sozinha. Mesmo assim, mais uma vez vemos o Eren tentando carregar esse peso nas suas costas, fazer um plano absurdamente arriscado e elaborado para tentar resolver tudo, sacrificando a si mesmo no processo. A partir de agora, ele tenta ao máximo salvar os seus amigos e companheiros de batalha para que eles também o vejam como um vilão e consigam matá-lo por isso. O que na prática significa que o Eren nunca ficou mazão e não ligando para ninguém. Pelo contrário, ele se importa tanto com aquelas pessoas a ponto de contar tudo para cada um deles, em seguida pagando suas memórias e só devolvendo depois da sua morte, justamente porque ele se importava com aquelas pessoas e a sua opinião, ele queria ser aceito por elas. Para ele estava tudo bem se o mundo inteiro o odiasse, contanto que os seus amigos soubessem a verdade. E por isso ele fez questão de garantir que todos eles soubessem que na verdade era um sacrifício sendo feito ali. O que o Eren queria era ser reconhecido e valorizado pelo seu esforço e pelo seu sacrifício. O que mostra que o Eren é e nunca foi um cara independente que não precisa de ninguém. O lobo solitário, o ícone dos adolescentes revoltados. Esse cara nunca sequer existiu na obra, mas talvez esse tenha sido o problema. A forma que o Isayama construiu o personagem deu a entender que esse era o Eren de verdade, deixando as pistas de que ele na verdade não era assim muito ocultas, muito subjetivas. O que fez uma grande parte dos fãs acreditarem que o Eren era esse cara de fodão quando ele nunca foi. Ele na verdade sempre foi alguém inseguro, solitário e carente de aprovação. Algo que provavelmente vem da ausência do seu pai durante a sua infância. Seu pai te abandonou. já que fica muito claro o quanto o Gricha não dava atenção bastante para ele. E isso é importante porque foi esse ambiente incompleto inseguro que ele cresceu, que desencadeou nele todos os seus traumas e obsessões. Na tentativa de chamar a atenção do seu pai, da sua mãe, ele sempre tentou se mostrar corajoso, independente, alguém forte, que merece respeito e admiração. que só piora com a chegada da Mikasa, já que ela era superior a ele em praticamente tudo, mais forte, mais rápida, mais admirada pelos pais e principalmente ela tinha mais atenção, o que criou nele um complexo de inferioridade gigante em relação a Micassa, o que provavelmente também resultou no tratamento abusivo e bem filha da [ __ ] que ele teve com ela. Você fica sozinho? Já chega badia [ __ ] vagabundo e chata foblaçada, prostituta rapaliga. Tudo numa tentativa desesperada de se provar superior, o que também se conecta com a ideia de que liberdade é algo merecido de direito, assim como a atenção que ele também merecia, apesar de nunca ter recebido. E o Tatakai, por mais [ __ ] que seja, também pode ser um ótimo exemplo desse comportamento, em que o Eren repete a palavra para si mesmo na tentativa de se convencer que ele é digno, que ele merece mais e por isso precisa continuar lutando até alcançar sua liberdade, a sua justiça, conquistar o que é dele por direito. Mais uma vez, fica bem claro que o desenvolvimento do Eren depende muito da Mikasa e do Armin. A relação do protagonista com os dois personagens é totalmente diferente, ao mesmo tempo que complementar. Com Mikasa, ele compete para ser o mais forte e corajoso, quanto se mostra cada vez mais controlador e inseguro. Já com Armin, ele compete para ser o mais inteligente e importante, ao mesmo tempo que se mostra cada vez mais confuso e perdido. E foi exatamente por isso que no momento em que ele decidiu se tornar um vilão, ele inverteu essa ordem. Com a Micasa, que ele sempre brigou fisicamente, agora ele começou a atacar com palavras, fazendo ela chorar, fazendo um ataque emocional. Já com o Armin, que sempre foi muito mais inteligente e melhor com as palavras, ele fez um ataque físico, porque esse seria o caminho mais eficiente pro seu objetivo de se tornar o vilão. E aqui é importante a gente falar que mesmo com aquele romance meio bizarro que foi construído entre muitas aspas entre o Eren e Amikassa, o Armin ainda era muito mais importante pra história do Eren. Até por isso ele foi o único que desconfiou que o plano do Eren talvez tivesse alguma coisa mais para além do extermínio total, que talvez ele estivesse escondendo algo. Não só porque ele era o mais inteligente do grupo, mas também porque ele era o único que conhecia o Eren o bastante para saber o que se passava na sua cabeça. Pelo menos a parte normal, né? A parte da viagem do tempo já não tem jeito. E exatamente por isso que foi o Armin quem confrontou o Eren nos caminhos. É ele quem o veio confuso e vulnerável, justamente porque ele era a pessoa quem o Eren mais confiava e sabia que poderia contar, o que se provou uma escolha perfeita. E por isso, durante a conversa dos dois nos caminhos, o Eren quebra completamente. Ele já não aguentava mais toda aquela pressão, toda aquela confusão. Ele ainda era um jovem confuso e perdido, que agora conseguia ver passado, presente, futuro, tudo de uma vez se sentindo culpado e se sentindo monstro. Ele claramente estava à beira de um colapso mental e por isso fez questão de ter o Armin ali presente naquele momento para poder desabafar um pouco antes de morrer. Na verdade, ele já tinha morrido nesse momento, mas do ponto de vista do Armin, ele ainda estava vivo. Todos esses pontos mostram o quanto Eren é e sempre foi extremamente interessante e complexo. Um dos personagens mais complexos da obra inteira, inclusive. Acho que só perde pro E nesse quesito. Ou seja, o Eren foi descaracterizado no fim da obra? Não, ele foi destruído pelo Isayama, talvez. E por que talvez? Porque a forma como tudo foi feito não foi das melhores. A obra ter dado mais atenção para esse lado mais frágil e quebrado do Eren, seria muito bem-vindo. Se a gente acompanhasse mais vezes ele sofrendo pelas suas escolhas, depois se tornar o vilanzão do cabelo comprido. Antes disso, quando ele tenta lidar com tudo, a gente até vê ele sofrendo por conta da confusão mental. Mas é tudo muito rápido, muito pequeno, sem deixar tão claro o peso que ele estava carregando nas costas. E principalmente depois que ele decide se tornar um vilão, ele sempre é mostrado como alguém determinado e confiante. Claro que para passar a ideia de que ele se tornou de fato alguém mal que precisaria ser combatido, ele realmente precisava ser convincente. E foi mesmo assim poderia ter sido bem útil para entender o melhor personagem. A gente vê ele sofrendo, ele todo com a cabeça [ __ ] para [ __ ] sozinho, refletindo sobre a situação e tudo que ele estava prestes a fazer. Isso ia facilitar muito pro público aceitar mais tarde ele chorando todo desesperado com Armin, porque para mim esse é o maior problema do final. Quando o Eren conversa e é confrontado com Armin nos caminhos, a pessoa que a gente vê não é aquele Eren do início, seguro e imaturo, nem o do meio, confuso e aflito, muito menos o do final, aquele determinado, nervoso das trevas. É um era completamente diferente, pacífico, inseguro, culpado. A única coisa que ele tem em comum com as suas outras versões, por assim dizer, é a confusão mental. Ele claramente não tem certeza de nada do que ele tá fazendo. Ele não sabe se esse é o melhor caminho e mal consegue responder as perguntas do Arm. O que, de novo, faz total sentido para um personagem extremamente confuso e perdido. O problema é que vê isso só agora causa muita estranheza, já que esse personagem, por mais que sempre tenha existido, nunca foi demonstrado na obra. Ficou parecendo que eles meteram essas características nada a ver no personagem dele ficar maluco, só para explicar esse plano louco dele. E se você quiser ver um bom exemplo de como fazer essa ideia dar certo, é só ver co de guias. Recentemente eu até fiz um vídeo análise sobre e o pessoal nos comentários comparou bastante com o final de Xingueek dizendo que o Eren tentou ser um Lilad, mas falhou miseravelmente, o que não é tão exato assim, mas vai servir pro nosso exemplo. O Lilat funciona como um Marte, como um vilão que se sacrifica pelo bem de todos, porque todas as suas dúvidas e incertezas são construídas ao longo do anime inteiro. Ele não acorda de um dia pro outro e decide se tornar um vilão. Ele vê aos poucos tudo ao seu redor caindo, tudo mudando, até que finalmente a pessoa por quem ele mais lutou, mais se esforçou também se vira contra ele. O Eren até passa por esse processo. A transformação tá lá. A gente inclusive viu alguns pontos dela aqui. O problema é que ela é tão sutil e apressada que parece não fazer sentido. Quer ver um exemplo dessa vez negativo de uma ideia bem parecida? Game of Thrones. E aqui eu vou falar um spoiler do fim da série. Então se você não viu ainda, cara, você tá vivendo errado, vai lá ver. Mas se não quiser pegar esse spoiler, é só pular uns 10 segundinhos aí, já tá ótimo. No fim de Game of Thrones é Danerois, uma das personagens mais [ __ ] e favoritas de todo mundo. Simplesmente fica louca e taca fogo em todo mundo, o que também causou um desastre na internet quando saiu o episódio. Quem acompanhava na época tá ligado como foi. E isso foi um grande problema alvorosso, justamente pela mesma razão que o Eren, falta de sinais de mudança, pistas da transformação do personagem, o que passa a ideia de um personagem inconsistente que foi estragado e descaracterizado pelos criadores. Ao contrário do começo e meio da obra, o fim de Xingue pareceu muito mais corrido e apressado do que deveria, o que ajudou muito a dar essa sensação de headcon de final acabado, como se tivesse sido feito às pressas. Muita gente ainda defende que Xinguek, é uma obra focada na trama e não em desenvolver os personagens, o que eu acho que não faz tanto sentido, porque não dá para você desenvolver uma trama sem desenvolver os personagens. Mas pra gente fechar o vídeo, porque eu acho que já ficou bem claro o argumento aqui, Xinger que realmente sofreu um rat e o Eren foi descaracterizado no fim da obra? Na minha opinião, não. Pra mim, todo o desenvolvimento do personagem tava lá, mas de uma forma tão sutil, tão vaga, que realmente fica difícil de perceber se você não tiver lido o mangá, visto anime umas duas, três vezes, prestado muita atenção nos detalhes, o que, vamos combinar que ninguém é obrigado a fazer. Se a obra não consegue passar sua ideia e desenvolver os seus personagens bem com uma só assistida ou lida. O problema não é de quem tá lendo. E por isso dá para entender perfeitamente quem diz que o Isayama ruinou o Eren, porque na verdade a forma como a transição do personagem aconteceu foi um desperdício completo do potencial do personagem. O fato dos fãs terem surtado tanto com isso foi justamente porque o Eren teve uma trajetória [ __ ] até a metade do anime. Muita gente se inspirou nele, via ele como um herói, alguém [ __ ] e até se espelhava nele. Então ve Eren assim chorando, implorando por ajuda do Armin, do nada completamente vulnerável, sem explicação embasamento, foi quase uma ofensa pessoal, principalmente por conta da cena pós crédito, onde vemos um menino no mundo pós-apocalíptico moderno encontrando árvore onde o alienígena titã supostamente estava, mostrando que o ciclo de violência e ódio é interminável e estava prestes a começar de novo. O interessante é que ali naquela árvore era o lugar favorito do Eren, um lugar que simbolizava o ciclo da vida e da morte, conectando a natureza com o legado do personagem. fim das contas não foi nem de longe o suficiente para acabar com o ciclo de ódio e que o seu sacrifício, na verdade não fez diferença no grande esquema das coisas. Agora, isso por si só é uma mensagem ruim? Sim. Não, eu não acho. É realmente um tema muito interessante de se pensar em como um indivíduo sozinho não consegue mudar muita coisa, ainda mais quando essa coisa é violência, o ódio, algo tão inerente à natureza humana. O problema é que isso torna o Eren fraco, torna o seu sacrifício inútil, que é exatamente a visão que muita gente teve no fim da obra. E isso enfraquece demais o personagem, que já não foi tão bem trabalhado assim. Então, resumo da ópera, eu, Daniel, não acho que o Eren foi um personagem ruim. Eu gosto muito do personagem dos temas que ele representa na obra. Mas ainda assim a forma como isso foi feito deixou muito a desejar, principalmente no final, por tentar simplificar demais um personagem muito complexo. Faltou tempo de tela e ritmo de desenvolvimento para construir tudo isso, mas também aquilo, né? É muito fácil criticar quando já tá tudo prontinho, bonitinho. Então, é importante deixar bem claro que Xingek ainda é uma obra [ __ ] excelente, eu gosto muito, um dos meus animes favoritos, inclusive, só não é perfeita. Agora, se você discorda ou quer acrescentar alguma coisa na discussão, comenta embaixo. Muito obrigado pela sua atenção e pelo seu tempo. Um agradecimento especial aos titãs originais que me apoiam a continuar trazendo conteúdos como esse aqui. E se você também gosta do canal e valoriza o trampo que a gente faz por aqui, considere também se tornar um membro. Com só cinco pila no mês, você já tem acesso aos vídeos exclusivos. seu nome aqui nos créditos finais e principalmente você ajuda o canal a continuar existindo. E por isso meu muito obrigado. No mais, estamos junto, é nós e te vejo no próximo vídeo. Valeu, [Música]

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