ESSE CASO INSPIROU O SERIAL KILLER DE WANDINHA? | Bonecas Humanas de Anatoly Moskvin

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Em uma das maiores cidades da Rússia, no começo dos anos 2000, as autoridades começaram a receber diversas denúncias de túmulos sendo profanados nos cemitérios. Esses túmulos sempre eram de garotas, mais jovens, crianças ou até adolescentes. Eles só iam descobrir o que realmente estava acontecendo por um outro motivo e só anos depois. Bem-vindos a mais um vídeo no canal. Se você gosta de conteúdo assustador, bizarro e misterioso, você está no lugar certo. Toda semana tem pelo menos três vídeos longos. Todo dia tem vídeo curto, então tem muito conteúdo para vocês. Se você gosta desse tipo de conteúdo, não esquece de deixar seu like, se inscrever no canal, comentar outros temas que vocês querem ver aqui. As fontes e os créditos estão sempre na descrição do vídeo. Mas antes da gente começar a pausa importante, vocês já ouviram uma história tão real, tão sombria, que parece que estão sussurrando no seu ouvido? 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Eu costumo ouvir quando eu tô lavando a louça ou então antes de dormir, que daí o silêncio deixa os detalhes ainda mais perturbadores. E tem mais, você pode testar a Audibow gratuitamente por 30 dias ou 3 meses se você for membro do Amazon Prime. É só acessar www.ballow.com.br. br e decidir qual vai ser o próximo caso que vai te deixar meio paranóico. Audible, histórias que arrepiam até mesmo quando você fecha os olhos. E o vídeo de hoje, eu não sei se vocês já assistiram a segunda temporada de Vandinha que saiu na Netflix, mas o primeiro episódio, isso não é o spoiler, tá? Porque é a primeira cena do primeiro episódio. A Vandinha tá tentando capturar um seral killer, na verdade tá tentando fazer com que ele seja preso. E esse serial killer da série, ele é um seral killer que ele mata mulheres, pelo que a gente consegue entender, né? Porque não tem a história dele ali no episódio, mas em teoria ele mata mulheres, ele escalupela elas, ou seja, ele remove o cabelo, não sei se o couro cabeludo junto e depois ele cria bonecas que parecem bonecas humanas. e que ficam ali no porão dele. Então ele começa capturando a Vandinha também e aí ela fica presa dentro daquele porão com aquelas outras bonecas, talvez só esperando o destino dela. E aí quando eu vi esse episódio, eu fiquei muito curiosa em pesquisar se tinha algum serial killer que já fez alguma coisa assim e que eles pudessem ter se inspirado. Então tinham duas coisas, né? Tinha a questão do cabelo e tinha a questão das bonecas. E eu consegui encontrar dois casos que se assemelham um pouco com o que acontece ali da série. Não, não achei um que combinasse com as duas coisas, mas eu decidi contar esses casos aqui no canal. Só que como eles são dois casos completamente diferentes, depois eu vou fazer uma parte dois desse vídeo. E no vídeo de hoje a gente só vai contar uma das partes, um dos casos. Até para não ficar confuso, se eu colocasse os dois casos no mesmo vídeo, vocês iam ficar tipo: “Meu Deus, o que que uma coisa tem a ver com a outra?” Então, sem mais enrolação, bora pra história de hoje e a parte um. [Música] Em 2011, os policiais da quinta maior cidade da Rússia começaram a anotar uma profanação de túmulos nos cemitérios. A cidade ficava próxima de Moscou e eu não falei qual é porque eu não consigo pronunciar o nome, mas eu vou deixar aqui na tela. Eles já estavam recebendo essas denúncias principalmente desde dois anos atrás, em 2009, mas tinha muita coisa rolando da Rússia naquele momento. Então eles estavam preocupados com diversos ataques terroristas, com outros crimes que estavam acontecendo. E para eles aquela profanação de túmulo não estava sendo algo tão grave ainda. Eles não estavam conseguindo ligar com algum outro crime mais grave. Por incrível que pareça, eles descobriram o responsável por aquela profanação por algo não relacionado. Em 2011, o governo da Rússia tava monitorando algumas pessoas que escreviam artigos ou então jornalistas que tinham opiniões que eles consideravam um pouco polêmicas. Então, se tinha algum artigo considerado um pouco controverso, aquela pessoa ficava ali no radar. Em uma lista dos potenciais extremistas, pro governo ficar de olho, tava um cara chamado Anatol Moskvin. Ele já era um pouco visado. E ali em 2011, em novembro, depois de um ataque terrorista que aconteceu na Rússia, o Anatolin foi visto profanando um túmulo dentro de um cemitério muçulmano. Então, essas duas coisas juntas dele já est sendo visado e profanar um túmulo nesse cemitério em específico, levaram com que a polícia invadisse a casa dele e que ele fosse preso. Só que quando os policiais entraram na casa para checar se tinha alguma coisa até relacionada com o terrorismo, eles notaram que tinha algo um pouco estranho. Primeiro que o cheiro da casa era muito esquisito. A princípio, eles acharam que tinha algum problema de encanamento. Depois eles notaram que o Anatolin tinha um interesse muito bizarro por bonecas. Eram bonecas grandes que estavam espalhadas por toda a casa. Só que essas bonecas tinham uma aparência estranha também. Parecia que elas tinham sido criadas com papel machê. E elas também estavam vestidas com roupas femininas, além de estarem com muita maquiagem. Em muitos dos casos, elas tinham botões costurados no lugar dos olhos. Quando eles moviam aquelas bonecas, elas também emitiam um pequeno som. Parecia que dentro delas tinha alguma caixinha de música. Um dos policiais notou que o cheiro tava vindo de uma dessas bonecas e aí eles decidiram tirar aquele papel e tentar ver o que tinha dentro. Pra surpresa deles, eles encontraram os restos mumificados de pelo menos 29 garotas. Dentro da casa também tinham instruções de como criar essas bonecas, além de mapas de cemitérios da região e uma coleção de fotografias e vídeos que retratavam sepulturas abertas e os corpos desenterrados. Nenhuma dessas evidências podia ser ligada diretamente aos corpos que estavam ali na casa. Mas vamos combinar que é muito suspeito, né? uma pessoa que tá guardando bonecas que parecem humanas, que t restos mortais dentro e ainda tem vários mapas de cemitérios e fotos de locais sendo desenterrados. Como eu mencionei, o Anatolin foi preso e ele colaborou com as investigações. Mas a gente precisa voltar um pouco para entender a história dele. O Anatolin nasceu naquela cidade russa e desde criança ele teve um interesse um pouco diferente por cemitérios, mas talvez esse interesse tenha começado por uma experiência traumática que ele teve quando ele tinha só 8 anos de idade. Quando Anatolin estava voltando paraa casa da escola, um homem mais velho, já adulto, o abordou. Esse homem o sequestrou, na verdade o capturou e levou para alguns arbustos que tinham ali perto, onde o Anatolin foi abusado sexualmente. Depois o homem foi embora e deixou ele ali sozinho, frustrado, sem entender o que tinha acontecido e, é claro, traumatizado. O Anatolin, quando voltou para casa, nunca contou para ninguém o que tinha acontecido com ele. Talvez por vergonha, talvez por choque, talvez por não entender o que tinha acontecido. Alguns anos depois, ele teve uma tarefa na escola onde ele tinha que bater em diversas portas para pegar material reciclado. Então, cada um dos alunos ficava responsável em bater em determinadas casas da vizinhança para encontrar esse material e depois todos eles se encontrarem. E aqui a gente tem duas versões diferentes. Algumas pessoas dizem que esse fato aconteceu quando Anatolin entrou em uma das casas e outras pessoas dizem que o fato aconteceu em um cemitério. Eu vou ficar com a versão de que foi dentro de uma das casas. Então, de acordo com ele, ele teria batido em uma das portas, mas ninguém abriu. Ele notou que a porta tava meio aberta e ele tava ouvindo alguns sons, algumas vozes, falando uma língua que ele não entendia muito. Ele foi espiar por ali e no que ele espiou, uma das pessoas lá de dentro levou ele para dentro da casa também. O que tava rolando ali era bem bizarro. Ele disse que vários homens usando hobbies pretos estavam em círculos em volta de um pequeno caixão que seria de uma garotinha que faleceu em um acidente. Ela teria só 11 anos de idade e o nome dela era Natasha Petrova. Eles estavam cantando para essa garotinha e aquilo parecia ser um funeral. Parece que o acidente que a Natasha faleceu foi muito trágico. Ela estava tomando banho em uma banheira e aí quando ela saiu da banheira a casa estava em reforma. Então, tinha um fio que estava desencapado e ela pisou nesse fio sendo eletrocutada. De acordo com o Anatolei, um dos homens teria pegado ele e falado para ele beijar a testa da garotinha morta. Ele não queria fazer aquilo, mas estava todo mundo compelindo ele a fazê-lo a ponto de, tipo, pegar o pescoço dele e colocar no rosto da garotinha. Ele teria então beijado a testa dela três vezes e depois a mãe da garota ficava pedindo para ele continuar lá, sendo que ele queria ir embora. De acordo com ele também, a mãe da garota teria pegado um par de alianças, uma que estava na mão da garota que faleceu, da Natasha, e a outra que ela teria colocado na mão do Anatolin. Depois eles teriam dito que os dois estavam casados. E é muito bizarro porque a gente tem alguns cultos, algumas religiões mais antigas que acreditam nisso, que você não pode falecer sem ter se casado, que isso seria um grande problema. Então, talvez a mãe da garota tivesse tentando arrumar um marido para que ela falecesse em paz. A gente não sabe. O que a gente sabe é que essa história mexeu muito com aquele garotinho de só 12 anos. Parece que ele realmente acreditou que ele tinha esse compromisso com a Natasha e que os dois estavam casados. E a partir daí ele desenvolveu essa obsessão com o cemitério. Agora, alguns estudiosos do caso dizem que essa questão da Natasha, o Anatolin ter entrado nessa casa onde estava rolando um funeral, pode ter sido uma construção da própria mente dele. Por quê? Porque, como eu mencionei, ele já tinha sofrido um trauma muito grande quando ele era um pouco mais novo. O abuso sexual foi algo que ele internalizou, que ele não contou para ninguém e talvez ele pudesse ter criado uma história ali na cabeça dele para lidar com esse trauma. O Anatolin acredita que isso aconteceu com ele, sim. E ele conta essa história, ele contou anos depois, mas também parece que não tem registros de uma Natasha Petrova ter existido ali naquela época. Então a gente não sabe, mas essa história é muito importante. O Anatolin passou a visitar o túmulo da Natasha sempre. Ele dizia que ele sonhava muito com ela e que ele tinha muitos pesadelos. Ele queria que aqueles sonhos parassem. Então ele teria perguntado em um desses sonhos pra Natasha o que ele poderia fazer para que ela não o visitasse mais. A Natasha teria respondido que ele poderia fazer um pequeno ritual, mas para esse ritual se concretizar, ele precisaria de um dente. O Anatolin teria conseguido um dente de um colega. E aí ele disse que depois que ele fez o ritual que a Natasha pediu para ele fazer, ele não teve mais esses pesadelos. Mas isso despertou muito o interesse dele pelo ocultismo, por se comunicar com os mortos. O Anatolin acreditava que ele conseguia se comunicar com essas pessoas. Chegou em um momento, conforme ele foi ficando mais velho, que ele até procurou um médico para falar sobre essas visões que ele tava tendo e sobre essas vozes que ele ouvia, mas o médico considerou aquilo como um pequeno problema da puberdade que acontecia e só falou para ele tomar mais chá. Ele disse que ele só precisava relaxar um pouco. Esse caso aconteceu ali pelos anos 60, 70. Então a gente pode imaginar que a medicina, a psicologia e até mesmo a psiquiatria pudesse não levar tão a sério ainda esses casos. O Anatol também era considerado um garoto muito inteligente, bem prodígio mesmo. Ele tinha muitos interesses intelectuais e para vocês terem noção, ele aprendeu a falar 13 línguas. Quando chegou a época dele ir pra faculdade, ele decidiu estudar línguas também. Ele gostava muito de estudar história local e também estudos celtas. Ele se formou na Universidade Estatal de Moscou e depois ele atuou como professor de história e folclore celta na Universidade Linguística Estatal, da cidade onde ele tinha nascido. Por conta desses interesses pelo oculto, ele começou a estudar muito sobre o luciferianismo. Eu não tenho propriedade nenhuma para falar sobre essa religião, apesar de eu já ter ouvido falar algumas coisas. Tem muita gente que confunde o luciferianismo com o satanismo, mas no caso as pessoas que seguem a religião luciferana, eles acreditam em Lucifer e não em Satã. Eu imagino que algumas pessoas aí nos comentários possam ter mais propriedade e saibam mais sobre o assunto para comentar sobre. Mas ele encontrou um grupo de amigos que também se interessava por essa religião e também pelos estudos ocultos. Então eles sempre se reuniam para falar desses temas e o Anatolin era considerado como um grande mestre. Quando ele contou a história da Natasha e esse essa situação esquisita que ele teve quando ele era criança, aí sim a galera falou: “Meu Deus, esse cara sabe muito. Com certeza ele foi escolhido para poder falar desses assuntos”. Ele também fez um voto de celibato. A gente não sabe se o Anatolin era virgem ou não, mas ele não tinha interesse em ter relações sexuais e ele também não bebia e não usava nenhuma droga. Alguns colegas descreveram ele como um pesquisador erudito. Ele era pouco convencional e mantinha uma biblioteca pessoal com mais de 60.000 1 livros e documentos na casa dele. Então, a gente tinha esse cara, professor, muito renomado e conhecido na universidade. Os alunos dele gostavam muito dele, os colegas o admiravam, ele tinha esse grupo pros estudos ocultos, então ele gostava de estudar sobre feitiço, sobre magia, sobre comunicação com os mortos. E, é claro, a gente tinha esse interesse por cemitérios. Ele até se autodenominava como um necropolista, ou seja, esse especialista em cemitérios. Depois de algum tempo dando aulas, ele cansou e ele decidiu ser um freelancer como um jornalista. Ele fez diversas traduções graças ao grande conhecimento dele em línguas e ele também escrevia obituários. Em 2005, ele teve um projeto bem ambicioso. Ele decidiu que ele ia fazer um levantamento bem abrangente de todos os cemitérios ali da cidade. Ele até foi contratado por um colega para documentar mais de 700 cemitérios. Então o que que ele fazia? Nos dois anos que se seguiram, o Anatol inspecionou pessoalmente 752 cemitérios. Em muitos desses dias, ele caminhava cerca de 30 km por dia. Ele passava de túmulo em túmulo, entendendo quais pessoas estavam enterradas ali, a história delas, quando elas nasceram, quando elas faleceram, qual foi a causa da morte. E nesse período ele não só dormia ao ar livre, como às vezes ele dormia dentro de caixões que estavam esperando o corpo ali para serem enterrados. Eu não sei porque ele suportava essas condições extremamente adversas, só para não sair de dentro do cemitério. Mas ele dizia que às vezes ele bebia água de possas que tinham no chão. Parecia que ele não queria parar essas expedições de pesquisa por nada. Ele tava completamente fascinado pelo que ele tava vendo ali e parecia que ele tinha prazer de estar nesse ambiente dos cemitérios. Ele até deu uma entrevista para um jornal local em 2007, dizendo que ele não acreditava que outra pessoa conhecesse os cemitérios da cidade melhor do que ele. E não é para menos, né? Esse estudo oficial que ele fez nunca foi publicado, mas um editor de uma revista chamada Necrologies, que era uma revista dedicada a cemitérios, chamou o manuscrito dele de uma contribuição única e inestimável paraa história local. Todos os textos sobre cemitérios e esboços históricos que ele fez não eram pagos. Ele não aceitava pagamento para isso, porque ele fazia por puro prazer e paixão. Depois dessa viagem de dois anos pelos cemitérios, ele voltou a morar com os pais. Nessa época, o Anatol não tinha muito dinheiro e a gente tem alguns registros de que talvez ele tenha começado um relacionamento um pouco mais romântico com uma mulher chamada Júlia. Só que esse relacionamento, de novo, não era um relacionamento sexual. Ele queria uma companheira, uma parceira ali, mas ela teria topado essas condições também. Não sabemos exatamente porque esse relacionamento não deu certo, mas foi mais ou menos na mesma época que o Anatolin começou a pensar que ele queria ter uma filha. Ele tinha muito esse desejo de ter uma filha, uma garotinha ali para ele cuidar. E ele chegou a conversar com os pais sobre isso. Mas os pais do Anatolin eram um pouco difíceis. Eu não sei muito bem como funcionava isso, mas parece que eles passavam seis meses por ano de férias, onde eles viajavam para outro país e o Anatolin ficava sozinho em casa. Seis meses nem é férias, né, gente? E aí quando ele falou dessa ideia de ter uma filha, os pais não queriam ajudar a cuidar e deixaram sobre responsabilidade dele. Mas quando Anatolin tentou entrar em um processo de adoção, ele também não foi aceito pela baixa renda. Então agora que os pais saíram de viagem, ele ficou sozinho em casa e ele não podia adotar uma filha, ele começou a ter outras ideias. Ele tava se sentindo muito sozinho. E se ele não podia ter uma criança ali? E se ele desenterrasse uma? Ele voltou pro cemitério, seu local seguro, e ele começou a procurar por túmulos de garotinhas. Ele chegou até a mencionar que ele procurava alguma que fosse parecida com a Natasha. Então, ele fez aquilo pela primeira vez. Ele encontrou um túmulo, ele desenterrou a garotinha e aí ele ficou pensando no que ele poderia fazer. Afinal, o corpo podia até estou mais fresco, entre aspas, no início, mas ele ia entrar em decomposição. Então, como que ele ia manter a pessoa, a criança? da forma que ela era. Foi aí que ele começou a pensar em técnicas para mumificar o corpo. Então, ele desenterrava do local onde a criança tava enterrado em primeiro lugar e depois ele deixava em um outro ambiente do cemitério para que ficasse mais fácil o trabalho. Então, todas as noites ele desenterrava desse local mais fácil, passava a noite ali com a criança e depois enterrava de novo. No dia seguinte, o mesmo processo. Ele começou a secar os cadáveres usando uma combinação de sal e bicarbonato de sódio. Ele também tinha o cuidado de deixar os corpos nesse local que fosse seco e seguro. Nesse meio tempo, o Anatolin dizia que ele conseguia conversar com o espírito dessas crianças. Como um especialista na cultura celta, ele teria aprendido que os antigos druidas dormiam em túmulos para se comunicar com os espíritos dos seus mortos. Ele chegou a dizer que antes de ir em um túmulo específico, ele procurava habituários que falavam com ele, entre aspas. Depois, ele dormia no túmulo daquela pessoa para ver se o espírito conversava com ele e demonstrava interesse em ser trazido de volta à vida. Ele disse que todas as sepulturas que ele cavou, ele cavou com a permissão da criança que tava enterrada ali. Depois de alguns anos fazendo isso, ele disse que ele ficava com muita dor, cansado de dormir no próprio cemitério. Então ele começou a levar os corpos para casa. Ele disse que assim seria mais confortável para dormir do lado deles. Ele também esperava que os espíritos estivessem mais dispostos a falar em um lugar seguro e acolhedor e que eles pudessem ser mais fáceis de ouvir quando não tivessem mais no subsolo. Então a gente percebe que ele tinha uma lógica bem estranha por trás dessa questão de desenterrar os corpos. Quando os corpos estavam na casa dele, é aí que ele começava o processo de transformá-los em bonecas. Qual era a intenção dele? era de dar as crianças corpos funcionais para serem usados quando ele finalmente descobrisse uma maneira de trazê-las de volta à vida. Ele sentia que o corpo das crianças daquele jeito, já em decomposição, não ia ser confortável para quando ele conseguisse trazê-las de volta. Então, elas não iam se sentir nem confortáveis, nem felizes. Então, ele precisava deixá-las mais bonitas. De novo, como um grande estudioso do ocultismo, ele achava que em algum momento da história ou a gente ia conseguir trazer as pessoas de volta da morte ou então ia ser possível fazer clones delas. Então, se a gente conseguisse fazer um clone dessa criança, aí sim ela poderia viver aquela vida que foi perdida. Ele envolvia os membros em tiras de pano e enchia a cavidade do corpo com trapos e estofamento. Ele também, às vezes, adicionava máscaras de cera decoradas que tinham esmalte. tinham maquiagem e também vestia elas com roupas e perucas infantis coloridas. A coleção de bonecas do Anatolin foi só aumentando e quando os pais dele voltaram para casa, eles notaram esse interesse por bonecas estranhas, mas eles decidiram ignorar porque falaram: “Bom, deve ser só mais uma mania estranha do nosso filho”. E aí voltando para alguns anos depois, como eu mencionei, os policiais só descobriram sobre o Anatol em 2011, quando já estavam investigando ele por algo não relacionado e o encontraram profanando um túmulo de um cemitério muçulmano. Quando ele foi preso, ele colaborou muito com as investigações e ele confessou várias coisas. Apesar da gente ter encontrado só mais ou menos 26 a 29 bonecas dentro da casa dele, eles estimavam que ele tivesse profanado pelo menos 150 túmulos. A polícia também encontrou vários acessórios de sepultura, como placas de metal removidas das lápides na casa dele. A prisão dele logo se transformou em um caso bem sensacional na Rússia e também pelo mundo. Todo mundo tava com esse interesse mórbido de saber mais das motivações dele, porque ele fazia aquilo, como ele começou, qual era a história. Ele acabou sendo acusado por profanação de sepulturas e cadáveres. Uma acusação que podia levar até 5 anos de prisão. De novo, a gente nunca teve uma confirmação de que ele cometeu um crime, que ele matou alguém ou até mesmo que ele tivesse abusado sexualmente daqueles corpos. Alguns veículos da mídia chegaram a falar isso, que ele ainda abusava daquelas crianças, mas isso nunca foi confirmado e o próprio Anatolin falou que ele não tinha interesse sexual nenhum. Originalmente ele também teria sido acusado por um crime de ódio, por ele est profanando aquele túmulo muçulmano, mas depois essa acusação foi retirada. Ele ganhou vários apelidos na mídia, incluindo o criador de bonecas russo. Ele admitiu que ele sabia que o que ele tinha feito era ilegal, mas que ele teria feito por um bem maior. Ele também falou que ele tentou deixar os túmulos o mais intocável possível e ele tinha a esperança de ninguém perceber que a a pessoa ali tinha desaparecido. Ele também falou que ele queria salvar os parentes das vítimas de qualquer trauma. Por fim, ele foi diagnosticado com um tipo de esquizofrenia paranoide. Então ele tava inapto para julgamento e ele foi enviado para uma clínica psiquiátrica onde até hoje ele é avaliado para saber se ele pode ser reinserido na sociedade. Ao longo dos anos também tiveram algumas denúncias de que ele estava sendo abusado por outros guardas e colegas da clínica e ele é mantido com um coquetel de medicamentos. Em 2018, os médicos dessa clínica teriam supostamente falado que o Anatolin já podia voltar paraa sociedade, mas aí depois fizeram os outros testes em fevereiro de 2019, que concluiu que ainda era muito cedo. Hoje em dia, ele é considerado um exemplo extremo de uma mente acadêmica dominada por uma obsessão mórbida. Para mim, esse caso tem dois lados. Primeiro que é horrível o que ele fez. Imagina uma família que já perdeu um filho, um irmão, já sofreu com aquilo e ainda ficou sabendo que o túmulo desse ente querido que faleceu foi profanado por um ato mórbido, por uma pessoa que tava com um pensamento muito, sei lá, muito fora do normal. Então você já passa por um primeiro trauma daquela morte e agora um segundo trauma de uma pessoa que você nem conhece e que tá profanando um túmulo que você acreditava que já tava ali descansando de um ente querido seu. Por outro lado, é um pouco triste pensar que o Anatolin passou por um trauma muito grande quando ele era criança, que pode ter feito com que ele desenvolvesse, sei lá, uma paranoia, uma vontade de fazer mais por aquelas crianças que tinham falecido, de realmente acreditar que um dia poderia fazê-las voltar à vida. Será que ele realmente criou essa história do funeral da Natasha para cooperar com o abuso que ele tinha sofrido? Será que isso realmente aconteceu? e o traumatizou pro resto da vida de forma que fez com que ele sentisse que ele tinha que fazer algo mais. E eu acho que mais bizarro ainda é pensar que ele era um cara extremamente inteligente, sabia diversas línguas, era um cara da universidade, admirado por muitas pessoas e no fundo tinha essa questão que talvez ele tivesse tratado numa terapia, se talvez o médico dele tivesse percebido esses sinais e tratado essa questão desde criança, nada disso teria acontecido. A gente não sabe. É claro que a gente nunca vai conseguir medir a verdadeira intenção de uma pessoa, ainda mais a gente que só fica sabendo desses casos por cima, não tem acesso à análises, aos laudos psiquiátricos, mas por cima, com as informações que a gente sabe, talvez o Anatol não tinha uma má intenção. É claro que o que ele fez não é algo que a gente pode fazer, deveria fazer, é extremamente ilegal e contrário a tudo que a gente acredita. Mas eu acho que ele acreditava que ele tava fazendo um bem maior. Não sei. Quero saber a opinião de vocês. Inclusive comentem aí o que que vocês acham desse caso todo e até a próxima. Oh.

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