“Estou PREOCUPADO com o que VEM POR AÍ”, diz senador ao VOLTAR dos EUA
0Mais uma pergunta, eh, que eu sei que o seu
tempo tá apertado, mas eu não poderia deixar, eh, de abordar, eh, a sua missão, eh, não
sua, mas a missão dos oito senadores que, eh, que que a missão que esteve lá nos Estados Unidos
agora essa semana. Eh, eu queria que o senhor, por favor, eh, da forma mais sintética possível,
eh, pudesse trazer as impressões eh para a nossa audiência. Ah, a gente sabe que o atual governo
não construiu interlocução, não tem interlocução com as autoridades. Naturalmente, quando você
não tem uma diplomacia, nem a profissional, nem a política do executivo para a para abrir
esses canais, me parece que a diplomacia do legislativo também tem dificuldades. a gente vê
que o Eduardo construiu ali e e outros ah e outros outras lideranças desse campo eh da direito,
especialmente do bolsonarismo. Eu tive essa semana aqui com o Márcio Coimbra, que também lá
atrás, ainda em 2018 eh ajudou a abrir os canais de diálogo. Então assim, eh nós precisamos
sempre ter canais de diálogo, não importa com qual com qual com com qual gestão, né? Não
importa a bandeira eh partidária ou política, né? Quando a gente fala de política internacional,
a gente tem que tratar dos interesses do país, né? e na medida do possível estabelecer essa
essa essas negociações para que eh se chegue, né, a um mínimo denominador comum para que eh a
gente possa defender a nossa soberania aí, sim, né, pelos nossos interesses, mas claro, dentro
também da realidade que se impõe pelos interesses das demais nações. Eh, eu queria que o senhor
trouxesse pra gente aquilo que a gente não viu eh na mídia. Eh, eu também fui bastante duro com
a missão, fui bastante duro com o governo e sou eh porque eu acho que que de fato assim o Brasil
perde, só tem a perder eh com esse afastamento, com esse descolamento eh em relação aos Estados
Unidos, que é o nosso principal parceiro, não é uma questão comercial, os Estados Unidos é
quem mais investe no Brasil. Ontem nós estáamos conversando, inclusive aqui com o economista
J Fonseca, que nos alertou, falou: “Olha, eh, o governo tá querendo levar o Brasil paraa China,
mas a China só compra commodity e os Estados Unidos não. Os Estados Unidos compra avião, compra
eh eh helicóptero, compra compra eh máquina, compra tudo, compra coisas que t valor agregado,
compra manufaturados, semi manufaturados. Eh, ou seja, a gente tá gerando emprego nessa relação,
a gente tá trazendo investimento aqui, eh, que é que eles investem em fábrica, geram emprego e isso
é uma relação histórica e que tem a ver também com os valores que nós compartilhamos. Então, eh, eh,
tudo isso nos parece que é uma situação bastante delicada. E o senor, com a sua experiência, com
a sua história de, eh, de vida e como político também eh veterano, eu queria que o senhor
trouxesse a o seu sentimento, aquilo que realmente não tá na manchete. Que que o senhor viu? O que
que o senhor ouviu? que mais eh te te surpreendeu. Só para comprovar o que você falou. Primeiro,
o nosso modelo federativo presidencialista foi inspirado por quem? Foi inspirado pela
organização política dos Estados Unidos da América do Norte. Nós até já nos denominamos em outro
momento Estados Unidos do Brasil para demonstrar essa afinidade, digamos, de organização do sistema
político. Ou mais, você salientou muito bem, a relação do Brasil com os Estados Unidos não
é mais massivamente tão grande quanto já foi, mas qualitativamente é. O meu estado é um exemplo
disso. O maior parceiro de Santa Catarina não é a China, são os Estados Unidos. Porque nós vendemos
produtos com valor agregado, compressores de refrigeradores, nós vendemos motores elétricos,
blocos de motores, a combustão, enfim, que tem tecnologia, que tem manufatura. Essa relação tem
que ser privilegiada por várias diplomacias, a do estado, a dos chefes de estado essenciais, dois
dois sistemas presidencialistas. A cabeça não pode deixar de funcionar. Diplomacia parlamentar também
de negócios. O que mais me impressa, duas coisas me impressionaram. Primeiro, a receptividade
das várias câmaras de comércio, não apenas a Câmara de Comércio formalmente, mas as várias
organizações empresariais que nos receberam. Todas foram receptivas, até porque a nossa
comissão preparou o que que cada estado americano, pelo menos dos principais 30 estados, dos 50, o
que que eles compram de coisas nossas brasileiras, além do suco de laranja, que é universal, e
estabelecer com isso interesses. vimos coisas interessantíssimas exatamente sobre produtos com
valor agregado. E a segunda coisa que me preocupou e a e a missão inteira é o que vem por aí. Tanto
democratas quanto o contato que nós tivemos com republicanos, eles vão aprovar uma lei, não
vai ser uma um ato do presidente da República. Vão aprovar uma lei entre agosto e setembro.
penalizando a Rússia e os seus partners, as suas parcerias, por exemplo. Isso é muito grave.
Eu não conheço o texto da lei, ela vai ser votada ainda e os termos em que será votado, eu não posso
prever, mas será punindo os países que, como nós, compram. Oló diesel, olha o que o óleo diesel é
muito importante e paraa nossa economia é vital. Defensivos agrícolas, a a nossa competitividade
depende da produtividade do nosso agro. Esta lei deve ser aprovada entre agosto e setembro.
Nós temos que estar acesos, ligados, temos que acompanhar isso, evitar um desastre muito maior.
Segundo, a reação não apenas dos Estados Unidos, mas da Europa a esta regulamentação do atacado
o artigo 19 do Marco Civil da Internet, isso não cria só problema paraa Bigtech, isso
cria um grande problema dos das críticas que são feitas ao Brasil por ter adotado esse modelo
de censura, que eu digo censura terceirizada. E finalmente algumas o Gustavo Franco publicou
ou deu material para publicação de uma espécie de linha do tempo de hostilidades brasileiras. Essa
associação do BRIC, que é uma iniciativa positiva, ao combate ao dólar, isso aí é nevrálgico. O
presidente da República falar que o dólar não pode ser a moeda universal, é uma virtual
declaração de guerra de todos os temas. é o assunto mais nevrálgico. E só para terminar,
faça uma pesquisa para ver quem foram os líderes do mundo na sua geração, dos nascidos em 77.
Quer dizer, a turma que vai fazer 50 anos. Sabe quem é que falou disso primeiro? Tô falando de
chefe de estado, não tô falando de economista. O primeiro que falou sobre isso foi o Sadã
Rusin, desiludido pelo ele que era americanista na guerra contra o Irã. Depois houve uma uma um
curto circuito de comunicação com a embaixadora americana que se chamava April e ele entendeu
que podia atacar o o Kuit, acabou se envolvendo com a guerra do Golf um. Ele foi o primeiro
líder desta geração que falou que o dólar não podia ser a moeda mundial, tinha que ser feito um
cesta de moedas. E sabe quem foi o segundo? Bom, não preciso dizer que o Saddão Hussein foi
enforcado. O segundo foi o armadinejado, olha bem, do Irã, que hoje é considerado radical até no
Irã. Até no Irã ele é considerado radical. Então, um chefe de estado debater essa questão
é impróprio e perigoso. E isso tudo está fermentando para tornar essa situação dramática
pela pela ameaça a empregos, a empresários do tarifaço. Isso nós podemos ter um descuidado
nisto. Vamos fazer força para corrigir. Agora, estas ameaças a que eu me refiro, essas
nós vamos ter que cuidar todos juntos. O que o senhor falou da dessa dessa lei que
será aprovada, dessa eh que vai penalizar os aliados que estão financiando a os clientes,
vamos dizer, os clientes da Rússia que estão financiando indiretamente o esforço militar
da Rússia na na Ucrânia, né? E e a gente tem ouvido isso constantemente. Inclusive ontem
a Índia anunciou eh que suspendeu a compra a compra de diesel eh russo. Quer dizer, ela já
entendeu a gravidade disso e já tomou uma decisão, né? E nós aqui tratando isso como se fosse como
se fosse uma brincadeira. Então, eh, agradeço demais esse seu alerta, eh, senador, porque é o
alerta de quem esteve lá, de quem conversou com, eh, parlamentares eh americanos e, eh, e de
dos dois lados do espectro político. Então, eh que isso seja um alerta para o governo
brasileiro, para a iniciativa privada eh brasileira, porque o Brasil corre o risco sim
de ser ainda mais penalizado. Eu tô vendo muita gente tentando relativizar isso, dizendo
que o Trump recuou na questão das tarifas, que tá fraco, que não tem apoio interno. Quer
dizer, é uma milpia, é uma irresponsabilidade, eu diria. Eh, eu, ah, apesar da missão de vocês
não ter conseguido ali, vamos dizer assim, um sucesso em função até das das dificuldades
eh colocadas pelo atual governo, eh eu devo enfatizar aqui e e dizer que a diplomacia
parlamentar ela deve ser reforçada. Então, que essa seja a apenas uma das dezenas de missões
que vocês realizem para que ela substitua, quando a gente tem uma uma diplomacia profissional eh e
eh presidencial eh incompetente ou ideologicamente posicionada contra relações importantíssimas como
essa que nós temos com os Estados Unidos, que ela seja substituída de alguma maneira pela eh pela
diplomacia eh parlamentar. Então eu diria diria, se me permite complementada. complementada, porque
há coisas em que nós não podemos interferir.