EXPLICANDO DEFINITIVAMENTE O FINAL DE INTERESTELAR
0Salve salve amigos da Astronomy em todo mundo. Meu nome é Sérgio Sacani, sou editor do blog Space Today e você está assistindo a mais um Space Today TV. No programa de hoje é o seguinte, vou tentar, não sei se eu vou conseguir explicar para vocês o final do filme Interestelar. Um dos maiores melhores filmes já feitos na história da humanidade, que tem um final que muita gente fica assim, né? Começa a dar uma viajada ali. E eu vou tentar explicar para vocês o que acontece com aquele final. Foi uma jogada de mestre do grande Kipthorn. Para quem não sabe, Kiptorn foi o consultor científico do filme. Ele teve umas sacadas assim espetaculares, obviamente tudo muito bem embasado do ponto de vista científico e transformado de forma magistral para ficção na tela do cinema. Então vamos tentar explicar aí o final de Interestelar. Manda vinheta. hoje passar aqui nossos 10, 15 minutinhos batendo um papo sobre algo importante, interessante e relevante que acontece no nosso universo. Mas não tem nada disso porque nós vamos falar aqui, como eu falei, tentar explicar para vocês o final do Interestelar. Este vídeo aqui é baseado num belíssimo podcast que o New Grass Tyson fez com o Kip Thorn. E um dos momentos lá, o Kip Thorn vai explicar para o New Grass Tyson o final do Interestelar. Então eu peguei ali aquilo lá que eles que eles que eles conversaram e tentei de alguma forma traduzir para vocês aqui. Então é isso que vai acontecer. Vamos lá. Primeira coisa que eles comentam ali quando eles estão falando do final do Intercelar é sobre a queda no buraco negro. Aí tem uma coisa muito legal da gente falar. Eu faço a pergunta várias vezes quando eu dou quando eu faço palestra, né? O que que é pior? Cair num buraco negro de massa estelar ou num buraco negro super massivo? E a resposta é: pior cair num buraco negro de massa estelar. Por quê? Num buraco negro de massa estelar, o gradiente de de força de maré, o gradiente de gravidade, ele é muito violento. De modo que se você encostar a perna no buraco negro estelar, a diferença entre a força de maré no seu pé e na sua cabeça é tão grande que vai te espaguetificar, que a gente chama que é puxar você e você será destruído ali. Já num buraco negro super massivo, isso não acontece. o gradiente de gravidade, né, ou de força de maré, ele é bem menor. Então, não existe praticamente diferença entre a gravidade que tá no seu pé e a gravidade tá na sua cabeça. Então, o primeiro ponto do do final do filme é que sim, tá? O o Cooper, ele poderia entrar no buraco negro, no garganto, que é um buraco negro super massivo. E aí as coisas começam a ficar complicada mesmo, porque nós não sabemos o que acontece dentro de um buraco negro. E aí que vai entrar toda a genialidade e toda a criatividade do nosso querido Kiptorn junto com o Christopher Nula. Muito bem. O Cooper quando ele cai dentro do buraco, quando ele entra dentro do buraco negro do garganta, ele vai em direção ao centro do buraco negro, aonde lá no centro você tem a singularidade. E aí neste ponto, o Kip Thorn resolveu colocar um negócio ali espetacular, que é por conta disso que ele coloca ali que acaba se criando todo um desenvolvimento científico em torno disso aí. Ele coloca ali no centro um negócio chamado Tceract. Muito bem. O que que é o tceract? Então, o teceract a gente chama que ele é um hipercubo, uma estrutura que existe em quatro dimensões, só que nós não conseguimos visualizar. Por que que a gente não consegue? É, aí tem umas uns conceitos muito interessantes. Nós, seres humanos, somos seres tridimensionais. Então, a gente só tem três dimensões espaciais: profundidade, largura e comprimento. Não tem outra dimensão. Nós não conseguimos visualizar uma outra dimensão. Nosso cérebro não está pronto para isso. Então, a gente só consegue ver três dimensões. Por isso que nós nunca vamos conseguir ver um hipercubo em quatro dimensões. Não tem nem como, não faz nem sentido isso acontecer. Mas é isso que acontece, tá? Mas é isso que acontece. Então o terceiract pra gente não vai não vai não vai nós não vamos conseguir ver. Agora a grande questão é como que esse terceract apareceu lá. O Kiptorn colocou aquilo ali do nada. Como que isso aí apareceu ali para poder salvar, na verdade não só o Cooper, mas salvar também o planeta Terra. E aí nós temos que entrar em algo um pouquinho mais complexo, que é o que o Kiptorn entrou, que é na parte da teoria de cordas, tá? Então, a teoria de cotos é uma teoria, na verdade, é um acabouso teórico que surgiu para tentar unificar a relatividade com a quântica, mas ela tem desmembramentos, né, muito interessantes. Então, por exemplo, na teoria de cordas, o universo observável, o universo em que a gente vive, ele seria considerado uma fatia ou uma membrana dentro de um espaço de dimensões superiores. E para lembrar para vocês que a teoria de cordas, ela precisa de 11, de 10 a 11 dimensões para poder funcionar da maneira como ela tá ali descrita, tá? Os físicos, eles não gostam de ficar falando toda hora membrana, membrana, membrana. Então eles abreviaram a palavra membrana para branas. Então você pode procurar isso como teoria de cordas ou teoria de branas, tá? Mas nada mais é isso que o universo ele seria uma membrana, uma fatia dentro de um espaço de dimensões muito superiores, tá? Esse espaço de dimensões superiores, onde a brana está inserida, os físicos dão um nome para ele. Eles chamam isso de book. Beleza? Então, vamos tentar imaginar. Agora é a mesma coisa pensar. Imagina que uma folha seria o nosso universo. Uma folha seria a brana, seria o nosso universo. E ela flutuando num espaço tridimensional, esse espaço tridimensional seria o que a gente chama de bulk, tá? No caso do interestelar, o bulk ele tem cinco dimensões, sendo quatro delas espaciais e uma temporal. E onde tá inserida a nossa brana? A nossa brana é quadridimensional, três dimensões espaciais e uma temporal. Então é este que é, vamos dizer assim, todo o arcabolso que o Kiptorn monta no filme. Tudo isso parece uma doideira muito grande, né? Tá falando de brana, de teoria de cordas e tudo mais, mas não é porque a cosmologia de Branas, né, assim, a teoria de cordas, ela nunca foi comprovada. Nós não temos a a parte observacional dela aí, nem experimental, mas a parte teórica dela está bonitinha, tá? A cosmologia de branas, que a gente chama, que são essas membranas, que são essas fatias, ela oferece soluções muito interessantes para problemas muito intrigantes que a gente tem no nosso universo. Por exemplo, de todas as forças que a gente conhece, a gravidade é a força mais fraca. Por que que ela é a força mais fraca? A teoria de Branas tem uma explicação para isso, porque a gravidade seria a única força que ela conseguiria vazar por dimensões superiores e por isso ela seria fraca, porque na verdade o que sobra aqui pra gente é só um pouquinho da gravidade. O resto da gravidade ele vazou em várias outras dimensões. Olha que coisa interessante, né? Então para você ver que, embora pareça tudo uma doideira, é tudo muito bem embasado cientificamente, certo? Vamos voltar ao bulk ali. Então, o bulk é aquele, o espaço lá de dimensões aonde tá inserido o universo. Nesse book existiriam os seres de bulk. Os seres de bulk, o que fala que seriam descendentes do futuro da humanidade, que seria uma uma um tipo de de de indivíduos que evoluíram, mas não a evolução da matéria biológica. Eles chegaram a evoluir tecnologicamente. Beleza? Eles adquiriram uma dimensão espacial extra e eles não seriam compostos dessa matéria normal, eles seriam compostos de matéria de energia e não seria visto como a gente vê eles. Por quê? Não seria visto como você vê uma pessoa. Se é uma pessoa, você tá numa sala, se uma pessoa entra na sala, você vê aquela pessoa andar. Por quê? Porque aquela pessoa tem a sua mesma dimensão. Agora imagina que você tá vendo coisas de dimensões extra. você não veria, mas você poderia sentir a presença através de efeitos o quê? Gravitacionais. Essa que é toda a parada. E seriam esses seres de book que teriam criado o tceract. E o terceract, na verdade, ele seria nada mais, nada menos do que uma interface de comunicação. E essa interface usaria o quê para se comunicar? Qual é a única força que vaza por todas as dimensões? A gravidade. Então, usaria a gravidade para se comunicar. E aí que vem, ué, mas tudo bem, até aí beleza. E como que esses seres de book criariam o tal do teceract? Aqui entra uma outra parte que também é toda ela embasada cientificamente. Os seres de bulk eles teriam acesso à chamadas flutuações do vácuo quântico. o vácuo quântico, né, diferente do vácuo aqui nosso, o vácuo quântico ele está fervilhando de atividade quântica e os seres de bulk eles conseguiriam manipular essa matéria exótica e criariam não só o tceract, mas também o buraco de minhoca no interestelar. Por quê? Porque hoje para a gente ter um buraco de minhoca do jeito que a gente conhece na física, a gente teria que ter massa negativa. E como que a gente tem massa negativa? Só se a gente tiver um tipo de matéria que a gente chama de matéria exótica. Só que esse tipo de matéria exótica não existe nas nossas dimensões, mas em dimensões superiores ele pode existir. E os seres de bulk eles poderiam manipular essa matéria exótica, criar o buraco de minhoca e criar o teceract. Tanto que no filme, na hora que eles estão atravessando o buraco de minhoca, parece que eles vêm seres passando, mas eles não entendem muito bem, porque aquela é como se fosse uma fatia tridimensional de seres de dimensões superiores. E aqueles seres que passam ali quando eles estão entrando, seriam o eles que eles falam no filme, que nada mais são o eles, que seriam esses seres de bulk, os seres desse dessa dimensão superior, dessa dimensão extra. doideira, né? Parece tudo uma loucura, mas é tudo muito bem embasado cientificamente, pessoal. É isso que vocês precisam entender. Então, quando o Cooper ele encontra o teceract e ele vê que com o teceract ele consegue manipular a gravidade em todas as dimensões, ele começa a pensar como que ele vai fazer isso. E aí ele vem uma ideia genial, ele fala: “Vou começar a usar o código Morse”. Porque se eu usar o código mostra, qualquer pessoa no mundo entende. Ele sabia que ele mesmo iria entender porque ele estava ali. Ele sabia que a filha dele é muito inteligente, iria entender também. Então ele começa a usar cada livro que cai da estante seria um ponto e cada livro que fica na estante ou cai devagar seria o traço no código no código Morse. Então ele pede para o Tars, que é aquele que é aquele robô, pro Tars pegar todos os parâmetros que eles conseguiram adquirir ali do buraco negro, porque você tem todas as informações que você precisa e tal. E ele começa a passar todos os parâmetros via código de código Morse, usando para manipular isto a gravidade, porque a gravidade que consegue vazar em todas as dimensões através de uma interface que seria o Tceract. Com isso, ele consegue mandar todos os parâmetros pro código Morf. A Murph pega aqueles parâmetros, resolve a equação e salva a humanidade. Não é muita demais o que que esse cara fez? Ele conseguiu, galera, ele conseguiu, principalmente nesse final. Óbvio que o filme todo, né, cheio da da da das das sacadas científicas ficcionais, vamos dizer assim. Mas nesse final aí ele conseguiu pegar conceitos que são conceitos muito complexos da física atualmente. Estamos falando de branas, de teoria de cordas, de cosmologia de branas, de book, de tudo mais. Ele conseguiu pegar todos esses conceitos complicadíssimos da física. e nos apresentar num sinal, num cenário, né, ficcional, totalmente embasado na elegância que tem essa física moderna. A física moderna, quando você trata de teoria de cordas e tal, ela propõe soluções muito elegantes para esses problemas muito intrigantes que a gente tem. E o Kiptorn conseguiu fazer isso com maestria, pegou esses conceitos, obviamente que ele teve todo o auxílio ali do Cristo Fenona na parada, embora existe aí várias tretas entre eles, né? Principalmente o garganta, né? O Gargantoa como ele é apresentado. Não é o garganta como teria que ser, mas o Christopher Nolan falou que ele ia apresentar daquele jeito, porque daquele jeito ficava mais cinematograficamente bonito, ou seja, ficava bonito de vir no cinema. e tem várias outras tretinhas entre eles, mas esse final aí realmente é maravilhoso. Olha a quantidade de conceitos que foram envolvidos para montar aquele final ali e fazer com que o Cooper conseguisse passar os parâmetros para Murf e para Murf poder salvar isso. Tem até o o a palavra lá na loja, vai lá na espaceore.com.br, tem a camiseta do stay dele de um lado, falando com ele do outro lado, stay que é fic, né, para ele não ir na na viagem lá e tudo mais. Então está aí, ó. Acho que muito eh o o o papo entre o New Grace, Tyson e Cptor é muito legal, tá? é muito legal mesmo e vale a pena assistir. E eu tentei pegar ali tudo que o Kiptorn falou e tentei dar esta resumida aqui para todos vocês. Depois vocês me digam aí nos comentários se ficou entendível ou não, porque eu posso pegar outros pedaços deste podcast que eles fizeram e trazer para vocês. Então tem várias coisas que eles explicam ali, tá? Ele tá todo cortadinho já. O pessoal do o para quem não sabe, New Graç tem um podcast chamado Start Talk e tem o Start Talk Plus que que é como se fosse o canal de cortes do Startalk. Então eles pegaram este essa grande esse grande bate-papo entre o de Gras e o Kiptor e já cortaram. Então tem tudo ali bonitinho. Caso vocês queiram deixem aí também nos comentários que eu trago mais vídeos sobre isso. E me digam, por favor, aí o feedback de vocês é muito importante para saber se ficou ou não ficou compreensível agora o final. magnífico de um dos melhores filmes de todos os tempos, interestelar. Vai todo mundo lá ver e vê se faz sentido tudo que eu falei aqui também, combinado? Este então era o vídeo que eu queria trazer aqui no canal para vocês agora. Espero que vocês tenham gostado. Se gostou já sabe aquele tapa no dedão, aquela voadora com tudo no peito do like. Isso ajuda para caramba o vídeo e o canal a ganhar relevância. Nunca se esqueça do pacotão youtubístico. Compartilha, favorita, se inscreve no canal. Se você ainda não é inscrito, deixa aí nos comentários o que você quiser saber. Estamos junto deoturnamente na luta contra a má divulgação científica no Brasil e contra a anemia na divulgação da astronomia no nosso país. Mais uma vez, meu nome é Sérgio Sacan, sou editor do blog Space Today e você acabou de assistir a mais um Space Today TV. Fui. [Música]