Família Expulsa de Vilarejo, Fica só na Floresta e Todo Dia é Visitada por Ser das Trevas
0Em um tribunal da nova Inglaterra do século X7, uma família permanece desafiadoramente unida. William, um homem alto, magro, de barba desgrenhada e olhos intensos, está diante de um tribunal rudimentar de colonos puritanos. O silêncio é pesado e logo uma voz de autoridade vinda de um ancião sentado à frente acusa William de insubmissão, de orgulho e de se julgar acima da lei de Deus estabelecida pela comunidade. William, com a postura rígida e a voz carregada de fervor religioso, não recua, ao contrário, reafirma suas convicções, citando passagens bíblicas e declarando que a colônia está corrompida, que os homens ali se desviaram da verdadeira fé. Seu tom não é de súplica, mas de desafio. E cada palavra parece cavar ainda mais a distância entre ele e os juízes. A sua esposa Ctherine está ao seu lado. O seu rosto pálido e tenso. Os olhos dela saltavam entre o marido e os juízes. O seu corpo a abrigar o filho mais novo, o bebê Samuel envolto em panos. A sua filha mais velha, toma assim, no auge da sua feminilidade, observa com uma expressão de apreensão silenciosa, enquanto o seu irmão Calebe, um rapaz sério e devoto, imita a postura rígida do pai. Os gêmeos mais novos, Mercy e Jonas, jovens demais para compreenderem a teologia, mas não atenção, agarram-se às saias da mãe. A sentença é proferida com palavras frias e finais. William é banido da plantação e escomungado da comunidade. Ele aceita o seu destino não como uma punição, mas como uma afirmação da sua retidão. Sem hesitar, ele chama sua esposa Katherine e seus filhos para partirem, declarando que seria um alívio ser expulso da sua companhia. A família vira as costas a única civilização que conhece e caminha para fora para o desconhecido. Após o veredito e sem retorno, a família sai pelos portões. O rosto de Ctherine, carregado de preocupação e cansaço, já toma assim a filha mais velha, mantém o olhar apreensivo e Calebe, o filho adolescente, alternando entre curiosidade e medo, sem compreender ao certo a gravidade do momento. A família segue em uma carroça, atravessando campos e riachos até encontrar dias depois uma clareira à beira de uma floresta densa e escura. Ali William ergue as mãos para o céu, louvando a Deus por lhes dar um lugar para recomeçar. Montam uma pequena cabana, constróem cercas, limpam a terra para plantar milho. A vida é dura e marcada pelo trabalho incessante. Katherine cuida das tarefas domésticas. Toma assim, ordenha a cabra e lava roupas. Calebe ajuda o pai no campo, enquanto os gêmeos passam os dias correndo e cantando rimas estranhas para um bode preto chamado Black Philip. O clima é de pobreza, mas ainda existe a ilusão de que a fé e o esforço garantirão a sobrevivência. Tomassin ora pedindo perdão e proteção a Deus. Em uma manhã, Tomassin leva Samuel para fora da cabana e se afasta até o limite da plantação, brincando com ele de cobrir e descobrir o rosto. O bebê sorri inocente e o som distante da floresta é apenas o de folhas balançando ao vento. De repente, enquanto Thomas se encobre os olhos com as mãos, o silêncio se intensifica de forma quase sobrenatural. Quando ela abre as mãos, Samuel não está mais no pano. Num piscar de olhos, ele desapareceu. Toma olha em volta, confusa, depois entra em pânico, gritando pelo nome do irmão. Ela corre para a borda da floresta, mas não há sinal dele. Longe da casa, nas profundezas da floresta escura, a verdade do desaparecimento de Samuel é revelada num horror indescritível. Uma figura encapuzada, movendo-se com uma rapidez sobrenatural, carrega o Benu para uma cabana tosca e imunda. A figura revela-se ser uma mulher velha e enrugada, a sua pele pálida e os seus olhos brilhando com uma malícia antiga. Ela deita bê numa mesa de madeira. Com movimentos ritualísticos e deliberados, a maldita pega numa faca pequena e afiada. O que se segue é um ato dantesco e diabólico. A bruxa móe os restos mortais criando uma pasta sangrenta. Com este unguento horrível, ela unge o seu próprio corpo maldito nu e envelhecido, junto com um cabo de vassoura, um ritual de poder extraído da inocência roubada. De volta à cabana, Katherine está em prantos, orando sem parar e implorando a Deus que devolva seu filho. William tenta confortá-la, mas sua própria expressão revela incerteza e medo. O milho que plantaram está estragando as espigas cobertas de fungo e a caça é escassa. William decide ir caçar para compensar a perda da colheita. Leva Calebe com ele, apesar das ordens de Ctherine para mantê-lo em casa. Momentos depois na mata, William ensina o filho a usar uma armadilha, mas esconde dele que venderá o cálice de prata da mãe para comprar armadilhas e equipamentos. Logo à frente, eles vem um coelho parado na trilha. William apontou o mosquete, mas a arma falha e o recu faz a trava bater em seu rosto, ferindo-o. O coelho foge, deixando apenas frustração. As crianças, Mercy e Jonas, sentem atenção. Eles começam a atormentar Thomasin, acusando-a de ser uma bruxa, de ter feito um pacto para que o bebê desaparecesse. Calebe, apanhado entre a lealdade ao seu pai e um sentimento de culpa, luta com as suas próprias tentações. Ele sente-se responsável pela desgraça da família, acreditando que a sua falta de fé ou algum pecado não confessado trouxe a ira de Deus sobre eles. Ele também está a tomar consciência da sua irmã Tomassim de uma forma nova e confusa. Os seus olhares a demorarem-se nela por mais tempo do que o devido. Um pecado que o atormenta na calada da noite. Numa tentativa desesperada de encontrar comida e de provar o seu valor, William leva Caleb para a floresta para caçar. Infelizmente, a expedição é um fracasso. A floresta parece resistir-lhes e os animais passam a evitá-los. William frustrado, confessa a Caleb que trocou o cálice de prata de Ctherine por mantimentos de caça. Uma mentira que não tem contado a sua esposa. Ele faz Calebe prometer manter o segredo. Um fardo de desonestidade que se acrescenta ao peso que o rapaz já carrega. À noite, durante a ceia, Ctherine percebe a ausência do cálice e acusa Thomasin de tê-lo perdido ou roubado. Thomasin nega, mas o clima fica desconfortável. Pouco depois, Ctherine pressiona William para mandar a filha trabalhar em outra casa, dizendo que ela traz desgraça. William não responde diretamente, mas seu silêncio é quase um consentimento. Para Thomas, sim, isto é uma traição, uma expulsão do seu próprio lar. Sentindo-se encurralada e culpada, Tomas decide agir. Na manhã seguinte, ela acorda Calebe antes do amanhecer, propondo que entrem na floresta para caçar, para provarem o seu valor e talvez reverterem a sua sentença de exílio. Calebe, ansioso por redimir-se e ajudar a sua irmã, concorda. Eles entram na floresta proibida e o seu cão Fauler os acompanha. No caminho, Caleb questiona Thomas sobre Samuel e se ele está no céu, mas ela com ironia e ressentimento, brinca dizendo que talvez não, deixando o irmão inquieto. Na mata, o coelho aparece novamente e Fauler corre atrás dele juntamente com Caleb. O cavalo se assusta e derruba Thomasin, que devido à queda desmaia. Calebe perdido encontra o cachorro morto, o corpo jogado ao chão de forma brutal. Ele depara-se com uma pequena cabana coberta de musgo, de onde emana uma estranha sensação de atração. A porta abre-se e uma mulher bela e sedutora vestida com um manto vermelho, emerge. Ela caminha na sua direção com um sorriso convidativo. Calebe, paralisado por uma mistura de medo e desejo, não consegue desviar o olhar. A mulher aproxima-se, os seus braços a envolvê-lo e beija-o. No momento do beijo, a sua mão, que se pensava ser jovem e macia, revela-se ser enrugada e decreépta, sendo assim a mão da velha bruxa. Toma assim a corda ao anoitecer e consegue voltar para casa, enlameada e desorientada. A sua chegada sozinha e o regresso do cavalo sem o irmão confirmam os piores medos da família. William e Ctherine estão convencidos de que perderam outro filho para a floresta naquela noite, enquanto uma tempestade se abate sobre a casa, Thomas encontra Calebe do lado de fora da casa, despido, febril e delirante. Eles trazem-no para dentro. Calebe está num estado catatônico, os seus olhos vazios e o seu corpo treme sem parar. A família reúne-se à volta dele, rezando fervorosamente pela sua alma. Calebe começa a contorcer-se violentamente e o seu corpo arquear-se de forma antinatural. Ele grita e a sua voz é distorcida. E então, num espasmo horrível, ele vomita uma maçã inteira. Vendo isso, a família recua em terror. Após o espasmo, uma estranha calma recai sobre Calebe, que se levanta em seguida. Ele declara com uma voz cheia de alegria e alívio que vê Jesus e que o seu amor é caloroso. É uma visão de êxtase religioso que precede a sua morte. Ele expira o seu último suspiro com um sorriso nos lábios e o seu corpo pequeno e frágil cai inerte. A morte de Calebe é o catalisador final para a desintegração da família. A dor transforma-se em histeria e acusação. Mercy e Jonas, em pânico, acusam abertamente Thomasin de ser uma bruxa, de terem feitiçado Calebe. Desta vez, a acusação não é um jogo, é real e cheia de veneno. Toma-se em rebate, dizendo que são eles que falam com Black Philip. William, com a sua fé completamente despedaçada, vira-se contra a sua própria filha. Ele agarra Thomas, arrasta-a para fora e, apesar dos seus gritos de inocência, tranca-a no celeiro com as cabras, juntamente com os gêmeos acusadores. Ele acredita que ao conter a bruxa, ele pode de alguma forma salvar o que resta da sua família. Sozinho em casa com o corpo de Calebe e a sua esposa em luto catatônico, William cai de joelhos. Ele faz uma confissão desesperada a Deus, admitindo o seu orgulho, a sua teimosia e a sua incapacidade de liderar a sua família. Ele admite ter cobiçado e ter tomado o nome de Deus em vão. É uma confissão de um homem quebrado que percebe tarde demais que o seu orgulho o levou a um deserto literal e espiritual do qual não há escapatória. Enquanto isso, no celeiro, a noite cai e o terror intensifica-se. Os gêmeos adormecem, mas Tomassinha está acordada. a sua mente a vacilar entre o medo e uma raiva crescente pela injustiça que sofreu. Ela ouve um barulho do lado de fora. A figura da bruxa envolta em trapos e sombras era uma visão de horror. Sua pele enrugada como pergaminho antigo e seus olhos antes vívidos agora ardiam com um brilho insano e malévolo. Com um sorriso desdentado que distorcia ainda mais seu rosto grotesco, ela se aproximou da cabra mais próxima que tremia incontrolavelmente. tem piedade, cravou a faca na teta do animal, não para matá-lo, mas para extrair o líquido vital que corria em suas veias. O som do sangue jorrando e o balido desesperado da cabra ecoaram no silêncio do celeiro, enquanto a bruxa inclinava a cabeça para beber diretamente do fluxo escarlate. A cada gole, um gargalhar estridente e maníaco saia de sua garganta, um som que gelava a espinha e ressoava pelas paredes de madeira, assombrando o ambiente. Na casa, Katherine é acordada por uma visão ou alucinação. Ela vê Calebe, vivo e saudável, assegurar o bebê Samuel. Ele pede-lhe para vir com ele. Katherine, no seu desejo desesperado de se reunir com seus filhos perdidos, amamenta o bebê, mas a visão transforma-se num pesadelo. Ela está a amamentar um corvo que bica o seu peito com violência, arrancando sangue e carne. O seu grito de agonia mistura-se com o caos que se desenrola lá fora. William, alertado pelos sons do celeiro, corre para fora. Próximo à casa, ele vê Black Philip olhando para ele de pé nas suas patas traseiras. O bode preto com uma força demoníaca investe contra William, empurrando-o contra uma pilha de lenha. Ainda pela manhã, toma a corda no celeiro silencioso e vê que a porta está aberta. Ela percebe que os gêmeos desapareceram. Ela se aproxima da casa e encontra a cena do massacre. Katherine, enlouquecida pela dor e pela visão demoníaca, ataca Tomassimin, culpando-a por tudo. Ela tenta estrangulá-la e a sua face está contorcida numa máscara de ódio. Toma sim numa luta desesperada pela sua vida, agarra num cutelo próximo e enterra-o no peito da sua mãe. Katherine cai morta. Toma assim fica de pé, ofegante e coberta de sangue, a única sobrevivente do apocalipse da sua família. Na quietude que se segue, a sua raiva e o seu desespero dão lugar a uma estranha resignação. Ela perdeu tudo, a sua família, a sua fé, o seu futuro. Ela não tem mais nada a que se agarrar, nenhum código moral, nenhuma esperança de salvação. Ela vagueia para o celeiro escuro. Ela aproxima-se de Black Philip, a única outra criatura viva na casa. Em voz baixa, ela fala com ele, perguntando-lhe o que ele lhe pode dar. Ela faz uma oferta, um pacto. Ela implora alhea como os gêmeos disseram que ele fazia. O bod permanece em silêncio por um longo momento e então uma voz responde: “Não a do bod, mas em um tom de uma voz masculina, suave e sibilante, que podemos deduzir que é a voz do maligno.” Ele pergunta-lhe se ela consegue entender o que ele diz. Ele diz-lhe para tirar a sua roupa. Toma-se em despida de tudo literalmente e figurativamente obedece. Ela assina o seu nome num livro de couro preto que se materializa diante dela usando o seu próprio sangue. E assim o pacto está selado. Nua ela segue Black Philip para as profundezas da floresta escura. Ele a guia para uma clareira onde um grande fogo crepita. À volta do fogo, um convém de bruxas nuas dança e canta numa celebração frenética e profana. Elas estão a cantar, a levitar e os seus corpos contorcem-se em êxtase demoníaco. Toma sim, hesitante no início, aproxima-se do grupo. Uma estranha sensação de pertencimento e poder começa a tomar conta dela. O seu medo transforma-se em euforia. Um sorriso lento e arrepiante espalha-se pelo seu rosto. Ela juntou-se à suas novas irmãs, finalmente livre da opressão da sua família e da sua fé, mas condenada. O filme termina com esta imagem de terror estático. A jovem puritana, que foi acusada de ser uma bruxa, abraça finalmente o seu destino, encontrando a sua salvação na danção, vivendo agora em diante no coração da maldade e escuridão. [Música]