FIZEMOS uma FORJA CASEIRA com EXTINTOR de INCÊNDIO
0[Música] uma forjinha básica, forjinha para começar a brincadeira, porque é uma coisa que a gente não entende muito ainda. A gente pesquisou bastante e acabou descobrindo um canal chamado Porcas, pregos e parafusos, que o cara fez uma bonitinha usando uma lata. Então, bora botar a mão na massa. Compramos um tambor aqui que tem 37 cm de diâmetro, mas eu não vou usar toda a altura dele porque é alto demais. Vou usar uma serra tico tico. Pessoal ficou discutindo aqui será melhor usar a esmerilhadeira ou não. Eu acho que a tico tico é um pouco mais precisa nesse caso, só que ela faz um barulho absurdo. E de qualquer jeito depende um pouco da minha mão aqui. Eu tô em dúvida se eu deveria estar usando luva, porque essa é uma serra que pode puxar a minha mão se eu tiver com luva. Então tenho que tomar bastante cuidado. Isso aqui vai ser a tampa e essa aqui é a forjinha. Agora eu preciso preparar isso aqui pr receber o cimento. É a parte mais chata da coisa. A tampa precisa de uma espécie de chaminé. Então eu vou abrir um buraco aqui de 5 cm de diâmetro, colocar um cano de PVC que tem que est bem sujo de vaselina, que é pro cimento não pegar. Eu vou tirar esse cano depois. E agora a gente precisa de uma estrutura de aço por dentro. Eu vou fazer um anel de arame. É difícil fazer ele parar numa altura certa, mais ou menos na metade aqui. E eu também preciso de dois puxadores. Eu já cortei uma mistura de J com T aqui, só que também é difícil fazer esse negócio parar na posição certa para eu colocar o cimento. Bonito não tá, mas eu acho que funciona. Na forja mesmo o desafio é bem pior. O furo dela, né, onde vai ser o forno, vai ser o diâmetro desse cano de PVC de 20 cm. É mais ou menos o que eu fiz na tampa, só que aqui vai dar mais trabalho. Para sustentar esse cano lá dentro, eu vou fazer uma espécie de mesinha de madeira. Embaixo vão três arames, que é para dar sustentação, as três pernas da mesa. E eu preciso passar um pouquinho de cola quente em volta, que é pro concreto não entrar por aqui. Tem um detalhe chato que é a alimentação do oxigênio. Forja precisa de uma entrada de ar. Essa entrada tem que ser por baixo dela. Então eu vou ter que fazer um furo aqui no PVC para encaixar esse cano. E esse cano tem que vir de fora da forja. Geralmente o pessoal coloca esse cano assim de frente. A gente vai colocar aqui de lado, tangenciando, porque a ideia é que ele entre pela lateral e faça isso. A posição de entrada ajuda a criar uma espiral lá dentro. Eu vou abrir os furos para colocar esse cano, mas como ele não entra de frente é mais complicado, porque tem que ser um furo meio ovalado. E o pior é que agora eu descobri que o furo do tambor não precisava ser tão ovalado quanto o furo de dentro. Mas tudo isso não vai fazer nenhuma diferença no final. É só tampar bem isso aqui, pro cimento não vazar. Pro cimento que vai lá dentro, a gente fez também uma estruturinha, uma armadura de aço. É um arame bem grosso que eu soldei. É, foi bem chato de fazer isso aqui, mas eu acho que vai garantir que o cimento não rache no final. Tinha esquecido de passar vaselina aqui no PVC, senão o cimento vai grudar tudo. Vaselina sólida dessa bem gosmenta, que é para ter uma camada de gordura entre o cimento e o PVC. Se a gente não colocar um peso, esse cano de PVC sobe no final. E vamos bater massa agora, né? Essa massa tá na seguinte proporção. Uma parte de cimento para uma parte de terra para duas partes de areia grossa e ainda mais 20 g de açúcar para cada litro de cimento. Eu vou primeiro misturar seco, que é pros materiais ficarem bem juntinhos. E depois a gente vai colocando água aos poucos, porque o grande erro na hora de fazer massa é colocar água a mais e aí tem que ficar colocando ingrediente a mais, tudo. Ixi, a gente já não achou inchada. Tendo que fazer massa no inchadão e ainda solta o cabo. Eu descobri que a gente tá sem pá de pedreiro aqui. Vocês estavam me boicotando, pô. Pô, tava sofrendo com essa enchada aqui agora. Agora sim. Agora ficou fácil. Ficou fácil é uma palavra forte, né? Por que que a gente não alugou a betoneira, né? Pr fazer sorvete, a gente aluga a betoneira na hora de bater massa mesmo, que é a hora que precisa da betoneira. Não, aí tem que bater massa com enchadão, porque nem enchada não tem aqui. Eita, nós tá tudo invertido nesse mundo, viu? Não, vamos fazer a forja que é divertido, que é uma brincadeira legal. A gente vai ficar derretendo lantinha, mas não é batendo massa, sem enchada. Quando chega enchada, você percebe que suas costas não tão assim com aquela musculatura que deveria dar. Perguntei pro pessoal se tinha pá de pedreiro. O Lucas me arrumou isso aqui. É uma pá de Jeep. Vamos lá torcer para que essa massa seja suficiente. Tá dando tudo errado aqui. O apoio lá do fundo soltou. Ó, os arames entraram. Vai ter que levantar. E o cano desencaixou. Pronto. [Música] Fizemos um monte de massa e não foi suficiente pra tampa. Vai ter que continuar amanhã. Nossa experiência com concreto não é assim das melhores, mas acho que vai ficar bem legal. 40 dias curando esse concreto. Não é brinquedo não, deve est no ponto. Só que entrou cimento dentro do cano de ferro. Que belezinha. Por que que a gente não colocou papel, fita crepe, sei lá, dentro do negócio? Só agora tentar tirar esse cano de PVC daqui. Eu não quero colocar fogo porque senão vai queimar o plástico, vai formar uma fumaça horrível. Então minha ideia é soprar ar quente aqui dentro. O PVC vai amolecer e eu vou conseguir tirar como se fosse um plástico mole. Bem na teoria, né? [Música] Tô achando demorado demais. Vamos ter que ir na perseverança mesmo. Caramba, não, não vai fácil não, viu? É flexível demais. Deu bem mais trabalho do que eu imaginava. O cadinho, que é a panela em que a gente derrete as coisas dentro, eu vou fazer com o extintor de incêndio. A ideia então é ver se ele não tem pressão. No caso aqui tá sem pressão nenhuma. Então eu vou soltar a tampa e tentar tirar o pó que já tá mais empedrado que leite ninho vencido. Aliás, parece bastante leite ninho. Depois a ideia é cortar com a esmerelhadeira e fazer umas espécies de aba. Aqui tá parecendo uma estrela, mas é mais ou menos isso mesmo. Eu tô achando que esse cadinho ficou muito pequeno pra forja, mas vamos lá. A ideia é ele ficar pendurado em cima dessas duas barras de ferro. Para tirar o cadinho lá de dentro, a gente precisa criar uma espécie de um alicate ao contrário, que é uma mola com duas pontas. Falando assim fica meio estranho, mas na hora que for funcionar mesmo, você vai ver. No cadinho são dois furos. Aí eu vou aperto a mola e ela prende o cadinho de dentro para fora. Olha que legal, chegou a hora do vamos ver botar carvão aqui dentro. Eu não vou acender um fogo muito forte. Eu acho que a ideia no começo acender o fogo bem fraquinho, que é mais para dar uma secada no cimento. Já tem 40 dias, mas ele tá úmido. Eu tenho medo de que essa água evapore e de repente rache todo o cimento. Então a ideia é evaporar devagarinho e aí sim a gente consegue derreter alguma coisa. [Música] [Aplausos] Acender é bem rápido. Dou um comecinho com maçarico e depois o soprador térmico vai alimentando com oxigênio. Pega fogo muito fácil. Por que que eu não quero que esquente muito? Porque aqui dentro tá cheio de água e se essa água evaporar muito rápido, o vapor vai expandir, né? A água passando estado líquido pro gasoso vai expandir muito e isso estoura, como se fosse uma como se fosse uma bomba dentro do concreto. Nesse começo da forja vai sair um monte de tipo de fumaça daqui, porque tem coisas que estão esquentando pela primeira vez. Por exemplo, uma chapinha de madeira que a gente colocou no fundo, tá pegando fogo nesse momento lá dentro. Olha a água saindo aqui, ó. Olha a imagem na câmera térmica. Parece um fogo saindo ali em cima, ó. Mas não tem fogo nenhum. Isso aqui é só vapor de água mesmo. E uma parte que tá muito quente é o cano que tá saindo do soprador térmico. Ele tá uns 170º. Tá mais quente do que o próprio vapor que tá saindo da forja. Um puff meio estranho aqui dentro. Tomara que não tenha estourado nada. Ah, ó. Podia colocar o alumínio assim mesmo, né? Tipo baixinho. De repente ele já derrete nessa temperatura. Agora vai queimar toda a tinta do extintor. Vai sair uma fumacinha meio do mal aí de plástico. Vamos colocar em cima da coisas que Ah, não. Vamos colocando o alumínio dentro para ele não esquentar demais. Ó, aqui a gente tem um pouquinho de, como que chama isso aqui mesmo? Não é cascalho, é eu esqueci o nome disso aqui. Quando você corta e sobra uma serragem de alumínio aqui. Enfim, isso aqui é fácil de derreter. Vamos jogar lá dentro. Assim não deixa também o ferro do extintor esquentar demais. Limalha. Jans em Limaliaha. [Música] Tá melhor isso aqui, não tá? Ih, estourou mais, né? Saiu até peda ih, voou pedaço aí no Vamos abrir para ver o que aconteceu. É isso aqui que tá saindo fumaça no fim. Nossa, o alumínio já desceu todo. Ele tá derretendo. O alumínio derreteu e tá vermelhinho ali. Acho que tinha muita sujeira nele, então tem bastante escória. Mas vamos dar uma gravada aqui de cima porque a forja de algum jeito já tá funcionando. [Aplausos] A abinha em estrela tá atrapalhando para colocar carvão. Vou tentar tirar a abinha. Vamos desligar um pouco o fogo aqui e entortar para baixo. Não é a operação mais simples de fazer com o negócio quente aqui. Vamos carregar esse alumínio aqui. Tô achando esse cano da entrada de ar muito comprido. Isso aqui perde velocidade o ar lá dentro. Vamos cortar aqui. Ô, rapaz, cuspi uma lâmina de fogo aqui quando eu parei. Mas vamos lá. [Música] Funções desse furo aqui em cima é a gente poder mexer no líquido que tá ali embaixo, no alumínio que tá derretendo e também abastecer com mais alumínio. Olha só que bacana, quentinho, quentinho. Tá fazendo uns barulhos ruim aí. Eu acho que esse cimento de cima não vai aguentar até o fim, não. Uma coisa que não tá legal nessa forja é que o fogo tá saindo pela divisão entre a tampa e a forja. Era para ele sair por cima. Isso tá acontecendo porque a ideia era que a borda do cadinho ficasse apoiada ali por dentro da forja. Mas isso não aconteceu. O cadinho tá indo até o fim e não tem espaço pro fogo sair. Então ele acaba saindo pela lateral e é provavelmente é por isso que tá estourando a tampa. Vamos ter que corrigir na próxima. Duas coisas aqui. Por que que a gente tem que colocar esse soprador térmico aqui embaixo? Isso é importante para alimentar o fogo com oxigênio. Quanto mais a gente soprar, mais fogo é capaz de pegar ao mesmo tempo. Isso acelera muito a reação química ali do do carvão queimando e vai fazer com que a temperatura fique muito alta. Antigamente existia um folle, que é uma espécie de enchedor de colchão inflável que as pessoas ficavam apertando para alimentar o fogo. Outra coisa legal é pensar em que temperatura que isso aqui tá chegando. A gente derreteu alumínio porque sabe que é mais ou menos o limite dessa forja. Dependendo do tipo de alumínio, da liga de alumínio, ele vai começar a derreter entre 500 e poucos, 600 e poucos graus. É mais ou menos nessa faixa ali dos 600º. E o alumínio não tá derretendo rápido, então quer dizer que não tá passando muito disso não, mas é o suficiente pra gente brincar bastante. Aqui em cima do alumínio derretido tem uma espécie de uma massa esquisita. Hum, parece uma terra feita de alumínio. A gente chama isso aqui de escória. Basicamente ela vai ser sujeira que tá lá no meio. Pode ser pedaço de cimento que caiu lá. Pode ser óxido de alumínio, ou seja, o alumínio que reagiu com o ar formou uma espécie de ferrugem de alumínio. E isso tudo boia no alumínio líquido que tá lá embaixo. Sempre que a gente derreter o metal na forja, a escória vai aparecer e é legal a gente tirar essa sujeira antes de jogar em algum lugar, antes de formar alguma peça. Eu só não sei como eu vou tirar, porque eu não preparei nada de especial. Teria que ter alguma espécie de uma colher para tirar isso aqui. O caso é o que o Lucas acabou de trazer para mim. Vamos fazer uma gambiarra aqui. Eu acho que furou o fundo do cadinho. Furou mesmo? Tá vazando tudo ali. Tá vazando. Ah, não. Sério? Sério? Olha corore aqui. Não, já era. Furou. Furou o cadinho. Desceu tudo. Até levantar esse cadinho aqui. Mas furou. Nossa. Furou. Furou. Vazou tudo. Ah, vazou todo o alumínio. Olha aqui. Vamos me arruma o tijolo. Vamos ver se a gente aproveita pelo menos esse restinho aqui para fazer um lingote. Vamos lá. Ah. Ah, olha só, se não tivesse furado, mas provavelmente isso aqui passou bem de 600º porque furou o aço, né? O aço deteriorou aqui com essa temperatura. Eu acho que ele não chegou a derreter, mas deve ter ficado mole na hora que a gente foi mexer ali. Ele furou esse extintor eu desconfiava desde o começo que ele tava muito fino, que a parede dele era muito fininha e que não ia aguentar. Mas vamos esperar o alumínio endurecer ali para tirar os lingotes e ver o que que vai sair de lá de dentro. Vai ter uma borra de alumínio gigante lá dentro da forja. Meu medo é que o alumínio entre aqui no cano. A gente vai perder a forja. Daí agora não vai entrar mais, ó. Agora ele escorrega. Eu acho que a gente tinha que tombar a forja, tombar ela na terra mesmo aqui com bastante cuidado pro alumínio descer, porque senão ele vai endurecer lá no fundo. A gente vai ter um chão de alumínio na forja e não vai conseguir tirar. [Música] Nossa, cara do céu, olha isso. Quanto alumínio a gente conseguiu derreter e ainda sobrou mais lá. Vamos tirar o lingotinho que a gente fez no tijolo. Nossa. ficou com a marca aqui do tijolo. Olha que belezinha. Ele tava tão quente que essas esses buracos que ficar no lingote são bolhas de vapor de uma umidade que existia aqui no tijolo. No final das contas, eu acho que a nossa forja não deu certo, mas deu. A gente derreteu mais ou menos uns 4 kg de alumínio, dos quais acabaram sobrando ali no cadinho depois que ele furou. Mais ou menos 700 g. Eu vou chutar aqui. O principal problema foi a gente ter usado o extintor de incêndio muito fininho que furou embaixo e fez vazar todo o alumínio. Mas não foi só esse problema. O cimento que estava ali na forja, ele tá meio esfarelento. A gente já percebeu isso assim que tirou o PVC ali, ele ele saía com muita facilidade. Parecia, sei lá, um torrão de terra. Você vai raspando, ele vai quebrando e agora no final a gente raspou um pouquinho com ferro ali, ele tá se desfazendo. Isso quer dizer que a gente ainda pode usar essa forja algumas vezes. Ela aguenta alguns testes ainda, mas não é uma forja que vai ficar aqui para sempre no Manuel do Mundo. A gente vai ter que construir outra. De qualquer forma, eu gosto muito desse tipo de experiência, porque a gente aprende pra caramba. Se for construir outra forja, a gente vai fazer de um jeito bem diferente. E eu acho que vocês aprendem também uma série de coisas nesse vídeo. Seria muito legal se [Música] เฮ [Música]