FUNK CARIOCA | Rasta News
0Atenção, o holograma Asta News não é recomendado para menores de 16 anos. Contei linguagem cena, palavras de baixo calão, piadas ruins e um novo nordestino. Tire as crianças da sala. Да. Boa noite, embaixadores. Boa noite, rastos e rastas. Sejam bem-vindos a mais uma Rasta News, o seu jornal semanal de notícias. Cultura popular, barulho, crime ou apenas mais um produto de uma indústria musical cagada? No de hoje falaremos sobre este gênero meio genérico e pouco generoso que nas últimas décadas saiu dos bailes nas periferias para tomar conta do Bostil. Mas de hoje, Funk Carioca. Na última semana o funk carioca voltou aos noticiários após a prisão do MC Posé. Preso por um suposto envolvimento com o Comando Vermelho. Imediatamente direitosos celebraram e divulgaram vídeos mostrando que o Posé fez o L. Em resposta, funqueiros. responderam dizendo que é tudo racismo, que é porque ele é prete da periferia e anunciaram uma motociata de protesto. Você aí achando, ó, que só bolsonirista fazia motociata. Agora tivemos a primeira motociata feita inteiramente, apenas com motos roubadas. Uma grande façanha que só o Rio de Janeiro pode nos proporcionar. Se bem que talvez a torcida do Flamengo já tenha feito. Agora basta o maluco reciclar uma batida junto de um conversê sobre periferia e postar no Spotify que ele já não pode mais ser preso, ele é artista. E teve também uma outra acusação de apologia ao crime. Essa aí realmente assustou os funqueiros, né? A galera sentiu e me assusta realmente, né? Porque se essa moda pega, meu irmão, a polícia acaba indo para cima de muitos. A galera sempre celebra quando quem tá apanhando é o outro, esquecendo que, tipo, o pau vem para todo mundo, né? Esse tipo de merda sempre volta, velho, e volta rápido. Cinco dias depois o funqueiro saiu da cadeia, né? Liberado por um desembargador que achou desproporcional à prisão. E no dia seguinte tivemos a notícia do Leéo Lin, sendo condenado a 8 anos de prisão por fazer piada. Os mesmos peteiros que dirão que MC Posé não faz apologia ao crime e que suas letras são arte e representam algo que não ele mesmo, não consegue entender que o que o Léo Limes fala não é o que ele endossa. Os mesmos que falam que letras de música não tornam ninguém criminoso acreditam que uma piada faz alguém querer fundar um partido jazista. Tinguirim, partido do jazista. Mas esse episódio não é para falar sobre o caso Leo Lin. Isso aí você pode assistir o episódio que a gente fez sobre ele e que já saiu. Então vamos falar sobre o funk do Rio. A história do funk é igual a muitas outras. O cara pega umas ideias, mistura com outras e vai virando uma nova parada. A diferença é que, como é uma música de DJs, o funk carioca, surge menos de uma garagem com os meninos ali que depois que fizeram uma música vão procurar um lugar para se apresentar e mais das festas que já estão rolando a cena. Ou seja, as raízes mais antigas do funk são as festinhas que começaram ali no Canecão, uma casa de shows numa área nobre do Rio e que foram se espalhando para outras partes da cidade. Esses DJs originalmente não criavam músicas. É, eu vou dar uma dica para vocês aqui, ó. Vai lá no Spotify e pega os primeiros discos do Furacão 2000 lançado no final dos anos 70. São coletâneas de pedradas do funk das Américas, né? Tem Barcase, Ohio Players, Hit Wave, Lee Dorsy, né? Não tem nada do funk carioca. Nos anos 80, o funk americano foi saindo de moda e os DJs do Rio começaram a olhar para o hip hop americano, arteiros como África Bambata, o DJ Battery Brain e principalmente para o subgênero do hip hop, o tal Miami Base eram músicas com um som que tinha tudo para atrair os DJs de festinha. Bicho, vou falar o seguinte, certo? Conhecer alguns DJs na minha vida, todo [ __ ] É uma galera que gosta de alofalante, de marca de altofalante, de tamanho de alofalante, de pré-amp de altofalante. É um negócio de [ __ ] É um negócio de pobre também, né? Pobre não tem senso de volume. Se dá para colocar no 200, ele vai botar no 200. Esse tal de Miami Beige era justamente um tipo de música feito na medida para quem gosta de altofalante. E aí casou tudo, Miami Beas, Rio, praia, alegria e um tantinho de sacanagem. E rapidamente o estilo passou a embalar as festias. Foi em algum momento dos anos 80 que a galera cansou de só tocar as músicas dos gringos e passou a criar as próprias músicas. Quando a música era pedrada, executada por grandes gruveiros, o DJ só podia sonhar. Agora, sobre a influência do Miami Base, maluco só precisava de um loop de bateria para cantar em cima e uns defeitos especiais de tecrudado em algum lugar. E aí, Marqu DJ, faz um sample de guitarra. Faz um sample de guitarra. Produções eagensho DJ. Foi aí que um grande antropólogo deu uma bateria eletrônica, uma boss Dr. Rythm DR110 de presente para o lendário DJ Malboro. O nome deste antropólogo era Hermano Viana, que era hermano do roqueiro Herbert Viana. Tá aí, ó. Onde tem merda, tem roqueiro, né? E foi aí armado com essa bateriazinha que o DJ Malboro passou a não depender mais de seamplear loops, pois podia criar os seus próprios loops para suas próprias músicas. Finalmente em 1989, foi lançado o primeiro disco completo da história do funk DJ Malboro funk Brasil. Muito bom. Entre nessa onda DJ Malboro. [ __ ] eu poderia fazer esse vídeo aqui sem contar a história do funk, né? Mas eu só tô contando essa história toda para dizer para vocês que a primeira faixa do primeiro disco de funk da história eram, vejam só vocês, um rock, o rock das aranhas de Raul Seixas. De novo, um roqueiro envolvido, né? E a letra da música já tinha justamente essas insinuações de [ __ ] que o roqueiro refinado hoje reclama, né? Então você roqueiro, você aí, ó, toda vez que for falar mal do funk, pegue a sua shibata e reconheça a sua culpa. Meia culpa. Meia culpa, meia máxima culpa. Você não pode reclamar de um tapinha não dói. Quando você vai lá e escuta uma travequinha loirinha chamada Robert Plant dizendo: “Shake for me girl, I wanna be your back door man”. Tá ligado? Tipo, sei o quê? Balança essa [ __ ] que eu quero ser o guardião daqui, ó, da, né? E aí eu pergunto a você, né? O que é que é pior? Um maluco da favela que não sabe tocar nenhum instrumento fazendo a sua musiquinha ou um band de menino de escola particular que também não sabe tocar fazendo uma banda de rock nacional que é o rock nacional, né? O que é que é pior? O bonde do tigrão. O o de abelha com aquele saxofonista ruim que parece uma buzina tocando no meu ouvido, hein? Muitos dizem que o funk estragou a cultura do rio e a minha tese é contrária. Foram os cariocas com Brisola e a torcida do Flamengo que destruíram o funk carioca. Se você assistiu Cidade de Deus, talvez você se lembre que o Zé Pequeno já comparecia no baile, que naquela época só tocava pedrada e coisa fina. Só que nos anos 80 e 90, o Rio teve como governador Lionel Brisonha, conhecido por ter proibido a polícia de entrar nas favelas. Sem a presença da polícia, os bailes locais ficaram sob o controle do tráfego, justamente ali nos anos 80, quando o Miami Base chegava e nascia o funk carioca. É por isso que a cultura da bandidagem se aproximou tanto do estilo. Poucos anos depois, surgiu até um subgênero de funk chamado Proibidão, onde os traficantes cantavam sobre a sua guerra contra facções rivais e contra a polícia. Cercado pelo crime, as letras do funk foram saindo do duplo sentido e foram virando letras de [ __ ] descarada, porque afinal em um traficante é traficante por causa de dinheiro e cordão de ouro, né? O traficante só entra pro tráfego. Por quê? Porque ele só quer uma namoradinha. Mas você não me vê a você pensando você que não foram você apenas os políticos cariocas, traficantes e a torcida do Flamengo que destruíram o funk. Eu guardei o melhor pro final, né? Quem teve um papel muito muito importante também foram os professores e doutores da educação brasileira. Os professores de ensino médio se encarregaram de colocar a tal da consciência social na cabeça da população que passou a botar suas ideiazinhas para fora, né? Mas o que mais cagou tudo mesmo foi o que os doutores universitários fizeram com o funk, né? Elevaram o funk a uma grande expressão da cultura popular brasileira. Isso aí é uma sacanagem com a população, né, velho? Porque é jogar a galera na vala e bater palma dizendo que [ __ ] tá indo muito bem, né? E é também uma sacanagem com o funk que vai ter o mesmo fim de pai divorciado que frequenta motoclube de dentista que nem o rock. [ __ ] tá indo muito bem, né? E aqui tem um influencer muito popular, mestre e doutor pela USP em funk, que vive fazendo uns videozinhos aí falando sobre o funk. Eu gosto dele, é um sujeito simpático, maluco. Ele tem tem cara que é bom de rolê esse maluco, né? É o Thiagson. E eu quero falar sobre esse camarada porque ele é a síntese de como os nossos intelectuanais estão estragando o funk através da prática da conversa fiada. E eu vou listar algumas das primeiras conversas fiada que eu já vi o Thiago mandar. A primeira conversa fiada é o videozinho que tem dele falando que a Branquitude adora artista espírito. E agora virou esse negócio, a branquitude, né? A Branquitude engloba a Jaqueline, funcionária da dona máxima até a Maria Joaquina do Carrossel. A Branquitude adora artistas pretos, pretos, mortos. Mortos. [ __ ] tá indo muito bem, né? Quando eu digo que o audio ao funk é uma forma atualizada de racismo, as pessoas que odeiam funk contraargumentam: “Não tem nada a ver com racismo. Eu adoro o samba de Bezerra da Silva. Eu adoro o Jazz de Miles Davis, o Blues de Bibi King. E eu respondo que é mais fácil gostar da música dos pretos de um tempo que você não viveu porque você não teve que conviver com eles. Se você quer perceber o racismo através da música. Conversa fiada. Isso é uma mentira, meu irmão. Esses artistas aí que você mencionou, Miles Davis, quando tava vivo, meu irmão, a gurizada branquela só faltava mamar o maluco. Tanto é verdade que o Miles e o Coltrain bombaram nos anos 50 e 60 e quando chegaram ali nos anos 70 já tava cheio de branquelinho criado no som dos negão no dedo duro, meu amigo. Chegando ali na cena João Scofield, Miguelzinho Brecker, Marravo, Orquestra, tá entendendo? O próprio Miles começou a pegar essa gorizada branca e colocar na banda. [ __ ] aliás, muito pelo contrário, o Miles tá meio esquecido hoje, porque tanto os brancos quanto os pretos americanos só querem saber de hip hop, que é o funk de americano. Pergunta para um moleque de 15 anos aqui na gringa se ele sabe quem é Milos David. Não sabe, nunca ouviu falar. No caso do funk, deixa eu te falar um negócio, né? Claudinho e bochecha, sucesso dos anos 90. Até eu que era roqueirinho eu gostava, né? Aquela dancinha maneira que eles mandavam ali, que nem quem tá em Recife tapando o nariz por causa do cheiro de cu e suspensão, mas ainda assim tá se divertindo, tá ligado? [ __ ] tá indo muito bem, né? geral gostava, se amarrava. Eu, né? Ora por eu me amarro nesse microfoninho que o Thiagos usa. Cara, se alguém souber esse modelo aí, deixa aí nos comentários que eu quero comprar. Agora, essa conversa de que o funk é rejeitado porque não gosta de preto, que conversa fiada. A gente já ouvia ali em 2000 e pouco, ah, que o samba era muito reprimido e depois de décadas começaram a gostar. Ah, é quantas décadas. É verdade que o samba teve problemas ali no começo, né? Mas nos anos 30 já tava nas graças da elite política e nos anos 40 Getúlio já transformou a escola de samba em símbolo nacional. As escolas de samba ficaram tão corrupta quanto o governo. [ __ ] tá indo muito bem, né? Enquanto isso, o funk carioca tá aí, né? Vai bater umas quatro décadas e a galera continua achando que tem alguma coisa errada, né? Então, provavelmente é porque tem, né? Aliás, até hoje vocês validam um funk dizendo que ele foi bem recebido na Europa, como se a Europa não tivesse afundada na sua própria porcaria, né? De novo, o anteurocentrismo, a antibranquitude termina sempre se validando na branquitude e no eurocentrismo. [ __ ] tá indo muito bem, né? Por quê? Porque não sabe mais onde se validar. O revolucionário de hoje, ele quer se gabar de fazer parte da academia, não é mesmo? O roqueiro e o funqueiro, eles são a mesma merda. O roqueiro se valida gravando um disco de bateria com veolinos e o funqueiro se valida fazendo turnê na Europa e fazendo evento de funk no teatro municipal. [ __ ] tá indo muito bem, né? A exposição a conteúdos sexuais costuma ser mais intensa entre os mais pobres. Essa é uma característica da nossa sociedade capitalista que o funk bem. Acompanhe reflexão. Historicamente, cada classe social consome conteúdos sexuais de uma forma específica. Jorge Leite Júnior, autor deste mestrado sobre a pornografia bizarra, trouxe os seguintes dados. No ano de 2005, enquanto os mais ricos consumiam livros de arte erótica que custavam cerca de 30, a classe média consumia a revista Playboy, que custava pouco mais de R$ 10. O cara fala que não gosta de brancaitude, mas todo vídeo dele ele faz a coisa mais bisonhamente branca, que é ficar citando fonte para dar a de autoridade científica e acadêmica ao que ele fala. Aqui no Rastan meu irmão, a gente trabalha sem fonte, sem livro, a gente resolve tudo com fatos e lógica. [ __ ] tá indo muito bem, né? Essa palestrinha aí, cara, isso não é coisa de um rochedo, não, tá entendendo? Isso é coisa de mulher branca americana. Believe me, já trabalhamos esse material. Works women of Todas as classes sociais acabam consumindo conteúdo sexual, mas o que os mais pobres consomem é socialmente considerado pornográfico, obsceno e sexualmente pervertido em relação ao erotismo consumido pelos mais ricos. Jorge Leite Júnior percebeu também que a distinção entre erotismo e pornografia era uma distinção de classe social, como a distinção música clássica e funk, por exemplo. O fato é que os mais pobres frequentemente questionam os valores dominantes quando o assunto é sexo. Das crianças que cantam funk [ __ ] mostrando que o sexo é algo precocemente explícito nas periferias. Depois do banquete ela meou as letras diretas do funk que se opõe às letras comportadas das músicas pop das classes mais altas. Dois buracos qual que eu coloco é o cu, lógico. Dois buracos em qual que eu coloco é o cu lógico. Não esquece a relação que cada classe Ah, o cara pega e compara com Vittor Clay, né, velho? Compara com Post Malone, né? As pessoas, entre aspas inferiores tendem a romper tabus que as, entre aspas superiores são treinadas a respeitar desde a infância. O desrespeito a estes tabus, portanto, é um sinal de inferioridade social. Com frequência fere profundamente o sentimento de bom gosto, de essência e moral das pessoas, entre aspas superiores. Desperta nos grupos, entre aspas superiores, raiva, repulsa ou des o pai adverte. Não se enganem. O incômodo causado pelo funk [ __ ] é profundamente político. A [ __ ] não tem nada de alienado. A exposição. Ah, não tem não, né? Então, tipo, Marcus tava errado. Meu amigo, isso aí são camadas e mais camadas de conversa fiada, né? A coisa mais elitista que existe é a [ __ ] Muito antes de se popularizar no Brasil, ela era praticada entre as elites francesas, como relata ali a crítica de arte Ctherine Mileir, a gente também pode citar aqui, né? Citar sociólogos, não é só o Jorro Leite, não. Essa mina frequentava [ __ ] de mais de 50 pessoas nos anos 60, 70. Marquês de Sad era o quê? Era plebe de SAD? não era marquês. Na verdade, as classes mais altas sempre tiveram um nível de permissividade moral maior. Claro que tem o gosto refinado e pá, mas essa parada de [ __ ] é coisa de quem tem como pagar, pagar pelos inconvenientes da [ __ ] É uma coisa da pó modernidade você democratizar essa [ __ ] você pegar o vício da classe dominante e empurrar ele pro pobre. É um negócio de pobre também, né? [ __ ] tá indo muito bem, né? Quem acha que tá acima da cultura do seu tempo é sempre uma elite. E esse cara ainda fala sobre a sexualização de crianças no fã como se fosse uma grande honra, né? Aí eu te pergunto, você vai se responsabilizar quando a filha do teu vizinho de 13 anos voltar grávida do baile, tiver que largar a escola e aos 19 já tiver desempregada e roliça de tanto comer coxinha com maionese e não ter nenhum Miqueinha para se interessar em levar esse troféu pra casa, porque já vem com quatro boneco, tudo ali empilhado num quarto mofado, [ __ ] tá indo muito bem, né? Você vai cuidar do sofrimento da mulher periférica, não vai, né? Você vai pedir pro papai estado trazer o extermínio do bebê periférico antes que ele venha ao mundo. Quatro filhos é muita responsabilidade, meo. Vai atrapalhar a porcaria, não é mesmo? Esse papo do aborto aí já foi refutado nos anos 90 por um grande artista do funk, o DJ gado demais. Liberta DJ. Gado demais. Ovário de peneira, o meu rap é feminista, pode vir o leite sem medo, eu aborto até na pista. Aborta, aborta, aborto o meninão. Abortei minha família e hoje estou na solidão. Aborta, aborta aborta os guri. Quando chegou o meu enterro, não tinha ninguém para ir. Ovário de peneira, o meu rap é feminista. Meuseb tá me chamando. Vem de mim, sua abortista. Na cabeça desses doutores do Funk, tudo o que o pobre merece é aborto e [ __ ] Família é luxo de rico, é manter o status qu. [ __ ] tá indo muito bem. É por isso que eu digo, é essa gente que estraga o funk anos 90, [ __ ] tinha o funkady ali, tinha Claudinho e [ __ ] Marcinho e Cacau e os maiores românticos da história do funk, Vinícius Andandinho, né? Se o Funk carioca ainda fosse feito por Vinícius Andinho, o Brasil teria mais famílias ali passeando pelo shopping e menos menino de 13 anos criado sem pai entrando pro tráfego, né? Mas vamos pra próxima conversa fiada aqui. É cientificamente comprovado que as faculdades de música são ambientes excludentes, racistas e colonialistas. Uma pesquisa conduzida pelo professor Luís Ricardo Queiroz da Universidade Federal da Paraíba traz os seguintes dados: 65% do que as faculdades de música ensinam é a música de concerto europeu. Ah, não, pera aí, cara. De novo os dados, né? Citação de algum estudo de merda feito em alguma outra universidade de merda na Paraíba. Nossa, né? Que surpresa que 65% dos estudos são sobre música de conserto europeia, né? Nem é uma música que tá aí há séculos, né? Ao contrário do funk, que é uma forma musical que tem idade para acordar pelada na cama do meu amigo do dia castelinho, né? Realmente surpreendeu. Surpreendeu. Provavelmente é porque tem gente que estuda nessas faculdades que ao contrário desse camarada de topete sabe tocar alguma coisa. Maluco fez um vídeo esses dias para mostrar que ele sabia tocar, tá ligado? Porque a galera acusava ele de não saber tocar. Ele foi lá fez um vídeo tocando a peça do Niet e tocando um prelúde maior fuleiro no violão. Assim provou que a galera tava certa, né? [ __ ] tá indo muito bem. não vai dar para fazer uma grande tese que se relaciona a interpretar alguma obra, então resta estudar alguma forma de [ __ ] e problematizar um não problema. E por último, isso aqui, esse aqui é um petardo, cara. A ideia que separa música boa e música ruim tá relacionada a um colonialismo estético. E como todo colonialismo traz também racismo, machismo, elitismo e heteronormatividade. É por isso que quem faz essa distinção entre música boa e música ruim é sempre alguém muito conservador. Para classificar uma música como fun de música boa e música ruim. Qual que é o filtro do aposão? O filtro do aposão é o quê? Música boa e música ruim. Trouxe o o Álvaro, né? Tipo assim, o Álvaro e o e o vinhetiro, tipo dois caras que tipo destróem esse maluco. Eu não sei o que que esse cara tá querendo fazer, porque esse é o melhor argumento em favor da colonização que eu já vi. Galera aí da Brasil Paralelo, quando for fazer mais um documentário negacionista, revisionista, histórico, que valoriza o papel do colonizador, pode chamar o Thiagson, né, que ele sabe como fazer esse ponto, como ninguém tá vendo, ó, o que a falta de colonização faz. Então galera, para fechar o nosso episódio, vamos reconhecer que o Thiagson é todo errado, mas numa coisa ele tá certo. No fundo é verdade, vocês são todo preconceituoso mesmo, né? Você não conhece nada de funk, ficam falando mal do que não sabe, né? Só que a solução para esse problema não é ir lá e conhecer o funk, não é largar o preconceito. O que o brasileiro precisa é de mais preconceito. Não é só preconceito com funk. É ridículo você ter preconceito com funk e você escuta Ludovic com meu bald. A gente precisa de mais preconceito com o pop. Olha o show da Lady Gaga aí, né? As pessoas cagando na rua de fralda. Precisa de preconceito com a rocha, tá entendendo? Esses cara aí tudo do tipo da moral e dos bom costume, das direita, tudo tipo com contatinho no zap na madrugada, deixa a mulher ir pro banheiro para ganhar 5 minutinhos de solteiro. [ __ ] tá indo muito bem. Precisa preconceito contra o pagode, precisa preconceito contra o samba, precisa de mais preconceito com sertanejo. Você é um conservador mesmo, né? Sim. O pessoal da do sertanejo, da suingueira, tudo nosso time. Nosso time. O sertanejo é patriota rasta, que é o estilo da família tradicional divorciada brasileira. Precisamos do preconceito com o blues também, né? Ainda mais num país que produz esse blues de série B do campeonato paraibano, né? O cara vai se festival de jazz e blues do Banco do Brasil. Só temiro trancado tocando Eric Clapton. Ou então festival de churrasco, os cara de luvinha preta, aí tem a bandinha ali fazendo tipo, a gente toca jazz blue, o cara tá tocando linard skinner, [ __ ] tá indo muito bem, mas a gente também precisa de preconceito com o jazz, entendeu? O jaz, meu amigo, esse aí precisa de um preconceito especial, né? Porque só quem conviveu com o jazista sabe a empáf, né? O maluco começa a tocar para [ __ ] e aí ele passa a se ver como um líder espiritual, né? enquanto ele leva a vida cercado de E além desses preconceitos, é claro que precisamos de muito, muito, muito mais preconceito com o rock e todas as suas vertentes, principalmente o rock progressivo e esse tal de heavy metal. Galera enche a boca para falar mal do funk, mas tá aí, ó, cai no efeito loirinha. Tô fechado aí com Thagosson na questão da branquitude, né? É quando a música galerosa e cretina é vista como boa só porque é cantada por uma loeirinha finlandesa. É preciso abalar as estruturas da branquitude. Nós já provamos aqui no Rasta News que Pablo e Banda Exratos ovários são a mesma coisa, só muda a cor do cabelo. Pode ver aí, ó. Vai, Brasil. Barretos. Estou indo embora. A mala já está lá fora. Vou te deixar. Vou te deixar. Vou te deixar. Vou te deixar. Você que foi culpada desse amor me fez chorar. Você que destruiu a minha vida, estou indo embora. Por favor, não implora porque homem não chora. Vamos lá, Brasil. Então ficamos assim, velho. Todo mundo tem direito de ouvir uma música ruim. Eu entendo, o black metal é o meu funk carioca, é bom para dar uma gizada, mas antes de encher a boca para falar que o funk não é a boa música, né, com esse bom vinho em Barcelona, cuidessa a tua vida, meu irmão, com essa tua alma cebosa aí tá precisando se elevar. Por acaso você já ouviu algum disco do Elomar? Conhece as obras de Alberto Nepomeno e o padre José Maurício, hein? Tu não conhece a metade do que presta no teu próprio país e fica falando mal e culpando a cultura do funk quanto a tua própria cultura tá esmilinguida, né? E é por isso que devemos tomar cuidado com onde colocamos as nossas culpas para não terminar transferindo responsabilidades e tropeçando em bigodagens. E falando em bigodagem, é hora do nosso troféu bigodagem. E hoje nós vamos oferecer dois troféus, né? Primeiro, um clássico troféu bigodagem que vai para ela, que começou dançando nos palcos da Furacão 2000 e hoje faz propaganda de shampoo e é o orgulho nacional. Anita, pô, Anita. Anita é a maior estrela brasileira da história do funk. E no Brasil ela já é considerada a principal responsável pela internacionalização do estilo. De fato, alguns americanos já me perguntaram inclusive sobre Anita, mas repareem, nenhum deles jamais me perguntou o que é o funk carioca. Por quê? Porque os funks Anita nunca deram certo na América. Os sucessos dela são todos uns reggaeton pasteorizado com letra em portunhol e participação de algum cantor latinão safado a fim de degustar na contita brasilênia. Bem que isso aí já não tá mais pra conta, não, né? Tá para um moluscão sinistro, né? Bom, a Anita saiu do Brasil, mas o funk em si, fuleiro esculhambado, não veio com ela, infelizmente. De qualquer maneira, gozada de fama e do prestígio internacional, Anita poderia ter resgatado os bons tempos em que o Brasil ainda cantava Claudinha Bochecha, mas felizmente tudo que ela fez foi transformar o funk num produto empacotado e exportar a si mesma como rainha do estilo. Junto a Anita, a única coisa que o funk tinha de bom, que era o lowfy, né? Aquela gravação porca acabou morrendo de vez e restou apenas um som de plástico com aquele ar de campanha publicitária feito num estúdio caro com alto tone produção de videoclipe com quatro figurinista além da produção musical feita nos moldes americanos onde são necessários um artista e cinco produtores para escrever uma letra que diz senta, senta, senta e fazer uns discos em que cada música é gravado numa língua diferente para tentar ganhar um troco em todos os cantos das Américas. Então, por ter usado o seu papel de ícone do funk para ganhar dinheiro, fazer reggaeton enquanto transformava o funk carioca em uma caricatura de sua realidade, fica aqui a Anita, o seu troféu deigodagem. E hoje exclusivemente nós temos também o troféu Carlos Magno de Defensora do Ocidente que vai para ela a funqueira do bem, a funqueira rochedo que não faz o L, a funqueira que vai resgatar os bons costumes da [ __ ] da família tradicional brasileira. Jojô Todinho, pô, irmão. Os que achavam que Jojô Todinho era apenas uma funqueira fazendo a trilha sonora pra festa LGTV, foram surpreendidos no ano passado, quando Jojô saiu do armário e se declarou: “Sou preta e de direita”. Pronto. Eita, meu irmão. Abalou as estruturas da branquitude universitária. A musica do funk raiz foi boicotada, excluído do carnaval e perdeu o contrato com agência de publicidade, mas não retrocedeu. Postou foto com a André Surac, digo, com a Michele Bolsonaro. Disse que sempre foi de direita, que seus valores vinham de casa e que finalmente se sentia livre para poder dizer o que pensa sem a perseguição da militância. Jojô Todinho instantaneamente mudou o país e reordenou os valores da nação. Por isso a Jojô Todinho, que é mulher mulher preta, funqueira e favelada, mas que não se curvou a pressão de toda essa gente bonita em clima de paquera, que escolheu defender os valores e as ideias da liberdade e que, ao contrário da Anita, está usando seu poder com responsabilidade. Fica aqui a você, Jojô Todinho, o nosso troféu Carlos Magno de Defensora do Ocidente. Muito obrigado. Arrasta. O que são pensamentos intrusivos? Se você é mulher e não sabe o que é um pensamento intrusivo, você não é mulher. Me passa o zap. Rasta. Desejo que você seja muito feliz no seu casamento e sigam firmes nas dificuldades. Olha, meu irmão, um voto que eu já fiz é o seguinte, certo? Eu nunca vou postar uma foto da morena em uma data comemorativa, né? Tipo, sei lá, aniversário de casamento, né? Dizendo: “São x anos de altos e baixos, mas com todas as dificuldades e desafios. Nós perseveramos. Isso aí é o que eu chamo de apreciação Neymar, que é apreciação nenhuma, né, Rasta? O Sport vai voltar pra Série B na mesma pisada que subiu? Enquanto o Sport continuar insistindo no título de 87, assim será. Maldição.