GAROTO: o império familiar que DERRETEU em disputas e negócios

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Você sabia que uma das maiores fábricas de chocolate da América Latina nasceu de uma fábrica de balas quase artesanal e que o dono foi preso durante a Segunda Guerra Mundial simplesmente por ser alemão? Pois é, a história da Garoto tem herança, guerra, briga de família e até uma novela com Cad que durou mais de 20 anos. Hoje a gente vai abrir essa caixa, mas de informações. Desculpa a piada. O importante é que vamos contar para você tudo que você precisa saber. Sem propaganda, sem romantismo, só os fatos por trás de uma das marcas mais consumidas do Brasil. Seja muito bem-vindo ao canal. Eu sou Júlia Petrônio e você está na UVP Capital. [Música] A história da Garoto começa em 1929, mas suas raízes remontam à década de 1920. Com a chegada de Hirit Meerfreud, eu acho que vai est escrito por aqui, mas eu não sei ler esse nome muito bem. Ele chegou ao Brasil e ele era imigrante alemão. Quando ele chegou ao Espírito Santo, após dificuldades para entrar nos Estados Unidos, enfrentou problemas de saúde e sobreviveu graças à ajuda de outros imigrantes. Após algum tempo trabalhando em uma torrefação de café, decidiu abrir o seu próprio negócio, uma pequena fábrica de balas, na cidade de Vila Velha. A empresa foi inicialmente registrada com o nome Horreud e companhia. O modelo de comercialização dos primeiros produtos era simples. Meninos vendiam balas em tabuleiros nos pontos de bonde da cidade. Com o tempo, esses doces passaram a ser conhecidos como balas do garoto, apelido que acabou batizando a mar. A partir da boa aceitação inicial, as balas começaram a ser distribuídas em pontos de venda do Espírito Santo, ganhando espaço no mercado local. A transição de uma pequena fábrica de balas para uma produtora de chocolates ocorreu em 1934, quando Henrich recebeu uma herança e investiu na aquisição de máquinas importadas da Alemanha para fabricar chocolates. Dois anos depois, conseguiu financiamento para ampliar a estrutura e construiu uma fábrica mais moderna no bairro da Glória, onde ainda hoje está o parque industrial da empresa. O primeiro grande sucesso dessa nova fase foi a pastilha extraforte de hortelã. Lançada ainda na década de 1930. O produto teve boa penetração no mercado, ajudando a impulsionar a expansão da Garoto para além dos limites capixbas. Esse avanço foi fortalecido pela entrada de Guter Zenig na sociedade em 1938. Zenig, além de aportar capital, trouxe uma visão empresarial mais moderna e auxiliou na profissionalização da gestão e nos investimentos da infraestrutura. Durante a Segunda Guerra Mundial, a trajetória da empresa sofreu uma interrupção abrupta. Por ser de origem alemã, Henrich foi detido por autoridades brasileiras e a fábrica ficou sob intervenção federal. Mesmo preso, ele teria continuado a influenciar a administração da empresa de forma indireta, enviando instruções a partir do presídio. Após o fim do conflito, ele retomou formalmente o controle da companhia e a Garoto entrou em um novo ciclo de crescimento. Na década de 1940, a empresa diversificou seu portfólio. Em 1948, lançou o chocolate batom. Compre batom, seu filho merece batom. Inicialmente chamado de leite mel. Em 1949, introduziu no mercado o bombom Serenata de Amor. Ambos os produtos viriam a se tornar referências duradouras no mercado brasileiro. A década também foi marcada pelo início de produção de ovos de Páscoa, produto que nas décadas seguintes ganharia relevância estratégica nas campanhas sazonais da marca. Em 1954, a garoto passou a produzir ovos de Páscoa em larga escala. E em 1959, lançou a caixa amarela de bombons sortidos, aquela que todo mundo conhece e associa, já que é o produto número um da garota. Essas ações ajudaram a consolidar a presença da empresa em todo o Brasil e tornou a garoto em uma competidora direta de outras fabricantes nacionais e multinacionais do setor. Ao longo dos anos 60, os filhos de Enrich passaram a integrar a gestão da empresa, dividindo responsabilidades com o pai. Nesse mesmo período, a empresa foi formalmente transformada em sociedade anônima de capital fechado e passou a se chamar Chocolates Garoto SA. Em 1962, após a morte de Gunterzenig, em um acidente aéreo, a empresa entrou em um novo ciclo de reorganização familiar. A década de 1970 foi marcada por um aumento expressivo na produção. Sob a liderança de Helmut, a garota saltou de 6.000 para mais de 20.000 toneladas de chocolate por ano, entre 1971 e 1978. A proximidade geográfica com as regiões produtoras de cacau no Brasil favorecia a verticalização da produção, com ganhos de escala e redução de custos logísticos. Durante esse período, a empresa também passou a investir em distribuição, pesquisa de mercado e campanhas publicitárias. Até o fim dos anos de 1980, a garota havia se transformado em uma das maiores produtoras de chocolate do Brasil, com crescente presença em mercados internacionais. Esse cenário de crescimento seria fundamental para os capítulos seguintes, que envolveriam disputas societárias, transformações estratégicas e tentativas de internacionalização mais ampla. Na verada década de 90, a Garoto estava em um momento de expansão e modernização. A empresa inaugurou em 1989 um moderno centro de distribuição em São Paulo e no mesmo ano colocou em operação a chamada fábrica 2, voltada para a produção de pastilhas. Em 1997, finalizou a construção de um armazém vertical totalmente automatizado no Espírito Santo, considerado o mais moderno do país naquela época. Ao mesmo tempo, o portfólio de produtos continuava a se diversificar. Lançamentos como tablete talento em 1993, o bombom Mundi em 1994 e variações da linha Batom e Serenata de Amor ajudaram a fortalecer a presença da marca. A empresa também passou a apostar em linhas diet Light e em novos formatos de apresentação, como barras, bombons diferenciados e embalagens voltadas para ocasiões especiais. Mas nem tudo avançava de forma coordenada. Internamente surgiram sinais de conflito. A sucessão familiar se tornou um ponto crítico a partir da segunda metade da década. Helmut Mayor Freud, que estava à frente da presidência, pretendia repassar no comando, pretendia repassar o comando ao filho Víctor. Nossa, eu não vou esquecer de ler o roteiro. Eu acho que eu vou dar até um aumento para esse editor. É nós, Afonso. No entanto, essa decisão foi contestada por outros acionistas da família e membros da gestão que consideravam a performance da empresa em declínio. Em 1997, o faturamento da Garota caiu de 494 milhões de dólares para 391 milhões, alimentando o argumento de que mudanças eram necessárias. Em meio a essa crise, a disputa pelo controle da empresa se intensificou. Em 1999, durante uma assembleia marcada por tensões, Helmut foi destituído da presidência. Klaus Gutterzenig assumiu o posto, mas permaneceu por apenas dois meses, sendo substituído por Ricardo Meerford. e posteriormente por Paulo Meerford. Esse ambiente instável teve reflexos na estratégia da empresa, como o capital pulverizado entre membros da terceira geração e a ausência de um plano claro de sucessão. A garoto passou a considerar alternativas para garantir a sua continuidade e expansão. Foi nesse contexto que surgiu a possibilidade de venda para uma multinacional. No início dos anos 2000, as negociações com a Nestle ganharam corpo. A garoto, mesmo com seu histórico e presença nacional consolidada, enfrentava desafios estruturais e precisava de fôlego financeiro e organizacional para competir num mercado cada vez mais dominado por gigantes internacionais. A venda, contudo, não se daria sem resistências e consequências regulatórios que marcam o próximo capítulo dessa trajetória. 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A decisão interrompeu o processo de integração entre as empresas e a partir daí iniciou-se uma longa batalha judicial e regulatória que se estenderia por mais 20 anos. Durante esse período, a garota permaneceu como uma subsidiária da Nestley, mas operando sobre regras específicas com limitações estratégicas impostas pelo CAD. Entre os principais obstáculos estavam as exigências de desinvestimento em determinadas marcas e linhas de produto. Em 2017, chegou a ser firmado um acordo entre Nestle e CAD para a venda de marcas como serenata de amor, Choquito, Lolô e Sensação. No entanto, esse acordo não foi cumprido e as marcas continuaram sob o controle da empresa. A ausência de um desfecho jurídico dificultava a operação das empresas. A garoto não era plenamente integrada ao portfólio da Nestley, mas também não operava mais como uma companhia independente. Sua governança, investimentos e posicionamento no mercado estavam atrelados a uma indefinição institucional que se estendeu por 21 anos. Em junho de 2023, o CAD finalmente aprovou uma aquisição com restrições. A Nestle foi obrigada a cumprir uma série de remédios comportamentais para que a compra fosse liberada. Entre essas obrigações estavam não adquirir ativos que representassem mais de 5% do Mercado Nacional de Chocolates por 5 anos, comunicar qualquer aquisição do CAD por um período de 7 anos e manter a operação da fábrica Garoto em Vilha Velha por no mínimo 7 anos. Com essa aprovação, a Nesle pode enfim consolidar a Garoto como parte integral do seu portfólio no Brasil. A fábrica capixaba foi mantida e os investimentos foram anunciados para modernização de planta, aumento de capacidade e expansão de linhas de produção. É importante observar que a Garoto nunca abriu capital na bolsa de valores. Ao contrário de outras empresas do setor alimentício que buscaram financiamento via IPO, a Garoto seguiu como uma empresa de capital fechado até a sua venda. Com a aquisição pela Nestle, tornou-se uma subsidiária sem ticker próprio, operando sob o guarda-chuva da multinacional Suíça. A ausência de IPO pode ser vista como reflexo da estratégia familiar de manter o controle fechado até o momento da venda, além de uma limitação decorrente das disputas internas e falta de estrutura de governança compatível com o mercado de capita. Após a venda, esse movimento passou a ser irrelevante, já que a empresa passou a integrar uma corporação multinacional de capital aberto, que é a Nestle, que tem todas as suas ações negociadas na bolsa da Suíça sob o ticker NESM. Aqui no Brasil existe a possibilidade de investir em BDRs da Nestle na B3. Inclusive essa e outras estratégias você pode tranquilamente aprender com a gente através da escola de investimentos a UVP. O que acontece, galera, é que todo mundo quer fazer dinheiro. Isso é um fato. Mas ninguém quer ficar rico devagar. Todo mundo quer apertar um botão e pronto, dinheiro na conta. Mas adivinha só? Esse botão não existe. Pelo menos a gente nunca viu. Agora, se você quer aprender do jeito certo, sem mágica, sem promessas vazias, entra no site.com.br, clica no botão e faz a sua análise de perfil. É um questionário simples, com poucas perguntas. E olha, se você tiver coragem de investir agora, mesmo com um mercado cheio de gente que tá com medo, a OVP vai te mostrar uma estratégia sólida, passo a passo para construir um patrimônio de verdade. Mas vamos ser realistas. Se você ganha um salário mínimo e acha que você vai sair da plataforma direto para uma Ferrari, não vai rolar. Agora, se você ganha mais de 4.500 por mês, aí dá para construir algo. Com 15.000 ou 50.000, o processo é ainda mais rápido. Mas não é loteria, é estratégia. Clica lá, preenche o questionário e começa agora. Porque a gente tá começando uma nova turma e pode te ensinar a investir com estratégia no Brasil e no mundo inteiro. [Música] Com a aprovação da compra pela Nestle em 2023, a garota entrou em uma nova etapa. A empresa passou a operar de maneira mais integrada ao portfólio da multinacional suíça, com foco em ampliar a eficiência produtiva e logística. Como nós falamos aqui, um dos compromissos firmados com CAD foi a manutenção da fábrica de Vila Velha por no mínimo 7 anos. Um ponto sensível, considerando o valor simbólico e produtivo da unidade para o Espírito Santo. A fábrica inaugurada em 1936 e ampliada ao longo das décadas, segue sendo uma das maiores da América Latina em volume de produção de chocolates. A planta emprega mais de 13 pessoas e é responsável por boa parte da produção de bombons, ovos de Páscoa, tapetes e pastilhas comercializadas em todo o Brasil e exportadas para cerca de 50 países. Nos últimos anos, a Nestley anunciou novos investimentos no local. Em 2023 e 2024, a multinacional anunciou investimentos de R 430 milhões deais voltados à modernização de linhas, automação industrial e desenvolvimento de novos produtos. Antes disso, entre 2021 e 2022, já haviam sido investidos 270 milhões com o mesmo objetivo. A expectativa da empresa é ampliar a competitividade da planta capixaba lá no Espírito Santo, além de consolidar o local como centro estratégico de exportações para a América Latina. A Garoto, apesar da integração, continua utilizando sua marca de forma independente em diversos canais e produtos. Linhas como Batom, talento e Serenata de Amor seguem ativas e com lançamentos frequentes. A marca também tem sido usada como plataforma de inovação para novas linhas como talento terroá, chocolates com ingredientes brasileiros e apelo sustentável, além de produtos como panetone, sorvetes, biscoitos baseados em seus chocolates clássicos. Outro ponto de destaque é o programa de visitação à fábrica, o Chocotour, que continua recebendo milhares de visitantes por mês. A estrutura inclui uma lojinha que vende produtos exclusivos e um centro de documentação e memória, com arquivos históricos da marca e da indústria do chocolate no Brasil. O tour segue sendo um ativo institucional importante para a marca e para o turismo de Vila Velha. Nas notícias mais recentes, além dos investimentos industriais, destaca-se o compromisso da Nestle em manter a operação da marca Garoto, alinhada aos princípios de sustentabilidade e rastreabilidade do cacau. A multinacional tem anunciado metas para tornar toda a cadeia produtiva de cacau mais responsável, o que inclui parcerias com fornecedores locais, auditorias e certificações. Apesar da estabilidade atual, o futuro da garoto segue condicionado às decisões estratégicas da Nestle. A marca, embora forte no imaginário brasileiro, já não possui independência administrativa. Isso significa que lançamentos, campanhas e até continuidade de determinados produtos dependem das prioridades globais da controladora. Quase 100 anos após a sua fundação, a Garoto permanece relevante no mercado brasileiro. No entanto, o cenário atual é distinto daquela empresa familiar capichaba das décadas passadas. A garoto de hoje é uma engrenagem dentro de uma multinacional e suas decisões refletem os interesses de uma operação muito maior com foco global. O nome permanece, os produtos continuam nas prateleiras e os rumos futuros estarão cada vez mais conectados aos planos corporativos da Nestle. Se esse conteúdo te foi útil de alguma forma, considere se inscrever em nosso canal para se manter sempre atualizado sobre as principais notícias sobre o mercado. Hoje eu fico por aqui e até a próxima. Tchau.

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