Kim Kataguiri: Precisamos de uma nova Constituição [Ep. 127]

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salve salve galera sejam todos muito bem-vindos a mais um Wesle Podcast no dia de hoje a gente falará sobre nós falaremos sobre política antes de mais nada eu gostaria de pedir que você deixasse o like neste episódio se inscrevesse no canal e compartilhasse o podcast com as pessoas que você acha que tem interesse a sua inscrição é muito importante porque muitos telespectadores acabam assistindo o podcast e não estão inscritos no canal então inscreva-se desde já deixe seu like porque assim o YouTube entende que o podcast de uma maneira geral e os episódios são relevantes e aumenta o alcance da nossa eh da nossa audiência perfeito hoje nós temos aqui o deputado federal Kim Cataguiri obrigado pela sua presença Kim obrigado pelo seu tempo eu que agradeço prazer participar sei que a sua agenda é bastante corrida mas conseguimos encontrar aí uma uma brecha para fazer essa entrevista kim eh você é figura pública né deputado político há muito tempo já na militância dentro da política acho que todo mundo que tá assistindo o podcast conhece as suas inclinações ideológicas eu queria levar esse podcast aqui na verdade para um lado diferente das entrevistas que normalmente os políticos dão eh e queria falar um pouco mais sobre o que que acontece não necessariamente por trás das cortinas eu diria mas o que que acontece lá dentro na prática eh na política então acho que vamos aproveitar que a gente tem um deputado aqui conversando conosco e tentar explorar um pouquinho eh o que que acontece no dia a dia lá e como que é feita a política hoje no Brasil na década de 50 um sujeito chamado Raimundo Faoro publicou um livro intitulado Os Donos do Poder que é um extenso livro e bastante importante na área de sociologia da ciência política e ele acho que o principal argumento daquele livro eh emprestando um termo do Max Weber chamado de patrimonialismo ele diz que na verdade o Estado brasileiro entende-se Estado como governo poder judiciário etc é uma extensão da vida privada eh e o argumento é que isso ocorre na verdade desde a coroa portuguesa que era uma extensão de Portugal e se se instaurou burocraticamente no Brasil institucionalmente no Brasil uma puxadinho da vida privada de alguns oligarcas que sempre foram donos dos poderes desde as capitanias hereditárias você é um sujeito que começou como militante e acabou entrando pra política e acho que quando você faz essa transição para dentro da política você acaba enxergando muita coisa que nós do lado de cá acompanhando na mídia acompanhando debate público a gente não consegue ver essa análise do Raimundo tá correta tá correta sim olha eu vou até começar com uma curiosidade né eh uma das primeiras coisas né que acontecem quando você chega em Brasília quando você ganha uma eleição para deputado federal eh são os sorteios de gabinete né para qual gabinete você vai e hoje acho que já teve uma reforma que mudou isso mas antes quando eu entrei os gabinetes mais disputados eram os gabinetes do anexo 4 né tem dois gabinetes tem dois anexos na Câmara né dois prédios que tem gabinetes de deputado um anexo 3 e o anexo 4 os gabinetes do anexo 4 eram disputados porque eles têm banheiro né próprio você não você não precisa utilizar o banheiro coletivo do corredor e o do anexo três não o nosso regimento interno prevê que se você for filho de um de um de um ex-deputado né ou seja vamos supor que né seu pai disputou a eleição venceu aí na próxima eleição ele não quer mais disputar lança você o se o filho e aí o filho ganha eh já começa o patrimonialismo aí né o próprio regimento interno da Câmara prevê que o filho do deputado tem prioridade na hora de escolher eh o seu gabinete né ou seja como se o cargo público mesmo que a gente tenha passado por um regime democrático e que teoricamente você não tem o poder herdado mas como se o cargo público fosse uma coisa em que você passasse de pai para filho né e e essa primeira coisa um pouco mais singela né um pouco mais simbólica sobre você sobre o poder ter uma ter uma característica patrimonialista no Brasil se estende para todo o resto né a grande maioria né dos dos líderes do Congresso Nacional né daqueles que eh lideram as suas bancadas são de famílias políticas né são de famílias que há muito tempo estão no poder né basta a gente pensar por exemplo em Artur Lira né que foi presidente da Câmara dos Deputados e que eh bisneto de políticos filho de um ex-senador da República eh a mesma coisa a gente vê e em outros como os Ferreira Gomes que também tem uma linhagem desde né senhores de engenho lá atrás até políticos deputados senadores governadores boa parte deles eh descendem de de governadores ou de senadores biônicos né que não eram eleitos mas selecionados ali pelo governante de de ocasião e o próprio o próprio eh eh orçamento brasileiro ele é sequestrado né por interesses privados e eu acho que esse é um dos problemas mais graves que a gente tem no nosso país né a maioria esmagadora dos deputados não se elege por pautas ideológicas eles não se elegem com base naquilo que eles acreditam eles não se elegem porque na campanha eles falaram: “Olha eu vou defender eh o aumento do salário mínimo ou eu vou defender a distribuição de cobertores para moradores de rua ou eu vou defender que se endureça legislação penal ou eu vou defender.” Não não tem nenhuma defesa de ideias de projetos né eu vou te dizer que pelo menos uns 300 350 deputados federais são aquilo que a gente chama de centrão é aquele cara que se elege inaugurando obra no seu reduto eleitoral e daí a gente já começa com um problema de educação grave no Brasil né a gente sabe que o último PISA mostrou que pelo menos 50% dos brasileiros não tem o nível de português adequado para exercer a cidadania né ou seja a gente tá falando de de de pessoas que segundo o PISA não tem uma qualificação nem para entender direito como funciona a democracia metade dos brasileiros né não tô nem falando de uma leitura mais complexa e aí o que acontece as pessoas não sabem qual que é o papel de um deputado e quando aquele sujeito inaugura uma praça né uma creche asfalta a rua dela ela agradece e acha que aquele deputado tá fazendo o trabalho dele mas não é papel de deputado executar o orçamento né eh e boa parte da política hoje é discussão sobre emenda parlamentar que é o quê eh eh a a a emenda ao orçamento né existe um orçamento público que é votado é encaminhado pelo poder executivo e o parlamento vota né e aí no Brasil a gente criou esse monstengo de emenda ao orçamento em que o deputado né eh eh repassa né recursos para sua base eleitoral para fazer obras que deveriam ser feitas ou pelo prefeito ou pelo governador ou pelo presidente da República então ele se elege como é que por exemplo a gente tem eh eh 99% ou até eu vou colocar até que virtualmente 100% da população é contra aumento de número de deputados e como é que a gente teve uma maioria tranquila para aumentar o número de deputados se a se a população não acredita nisso porque a população vota num deputado que levou obra pro pra sua casa pro seu bairro e sem se preocupar com aquilo que ele pensava porque sequer sabia a importância do pensamento daquele candidato né então resumindo aí a resposta Esley sim né o Faoro tem razão quando diz quando fala sobre o patrimonialismo e e diz que a nossa máquina pública tá sequestrada por interesses privados né você como é que surgiu esse esse monstro de chamado emendas parlamentares quando que isso começou a aparecer porque parece até uma fuga da do que teoricamente cada poder deveria exercer não seria o executivo que deveria fazer exercer né como o próprio nome diz essa esse orçamento e agora tá no legislad tá crescendo toda hora aonde que foi o início dessa dessa fagulha olha eu acho que um um o princípio dessa disfuncionalidade primeiro eh eh o patrimonialismo é uma coisa que já vem de muito tempo né não vem da nossa constituição de 88 não vem da redemocratização né a gente sempre teve o o o político ou o detentor do poder sempre acreditou que aquele poder era propriedade privada dele e não é só esse o problema o maior problema é que o eleitor também acredita nisso ele acredita que o poder mesmo que o eleitor vote ele não entende que aquele voto é ele dando a parcela do poder é ele delegando aquele poder que é dele mas para ser exercido temporariamente por outra pessoa em seu nome entende que o poder é propriedade sim daquele político e que portanto tudo que é feito com o poder ele enquanto eleitor enquanto plebeu por assim dizer deve ser grato por tudo aquilo que é trazido pelo poder então é como se a pessoa esquecesse que ela paga imposto que é é ela que sustenta a máquina pública que é ela que vota que é ela que delega o poder e aí toda vez que vem o sujeito inaugura uma obra no lugar em que ela vive ela sente-se grata pelo próprio dinheiro dela tá sendo gasto com ela uhum né agora a disfuncionalidade das emendas parlamentares que que é uma coisa que é uma franja do nosso patrimonialismo mas é menos profunda do que o patrimonialismo na minha visão começou com a Constituição de 88 porque a Constituição de 88 ela é uma constituição parlamentarista por quê porque quem eh eh escreveu a Constituição de 88 acreditava que a população brasileira fosse no plebiscito escolher o parlamentarismo em vez de escolher o presidencialismo tinha uma certeza tão grande que o próprio regimento da Câmara que a própria Constituição toda ela foi desenhada em termos políticos pra gente ter um regime em que os parlamentares a maioria dos parlamentares formam o governo então aqueles parlamentares que são da base do governo ele eles eh eh compartilham da responsabilidade do governo porque ah maior parte dos ministérios né no parlamentarismo se não todos são ocupados por deputados que fazem parte da base né e aí esses deputados eles eh eh qual que é a vantagem de você estar no governo né você ocupa esses ministérios e esses ministérios têm obras t políticas públicas e aí o seu partido e os parlamentares do seu partido vão dividir os dividendos políticos daquele ministério é assim que acontece no mundo desenvolvido nos países parlamentaristas especialmente na Europa né eh só que a população brasileira escolheu o presidencialismo e a a e escolhendo o presidencialismo eh os parlamentares eles não têm mais a obrigação de fazer composições para o governo ter maioria a gente tem um sistema que não funciona porque o presidente da República ele pode passar 4 anos sem ter maioria no Congresso Nacional e esses 4 anos continuam com um país basicamente ficando parado porque o presidente não tem maioria eh e ele constrói essa maioria com essas emendas parlamentares porque para além dos os ministérios já não são mais suficientes para que aqueles deputados votem junto com o governo agora o deputado para além de querer o ministério e cargos no ministério e ter a sua imagem vinculada a tudo que aquele ministério faz ele quer ele próprio ser o dono do dinheiro que vai ser executado na sua base e o deputado tem permanentemente a ferramenta para colocar a faca no pescoço do executivo porque é diferente do parlamentarismo que se o executivo não tem maioria todo mundo vai para casa né e eu eu tenho um um amigo que era deputado em Portugal chama Bernardo Blanco Partido Iniciativa Liberal né e Portugal passou em 3 anos por três eleições por quê porque uma série de escândalos aconteceram o governo caiu e nenhum partido conseguiu formar maioria para governar Portugal e aí não é só os deputados do governo que vão para casa todo mundo vai para casa o deputado de oposição volta e disputa a eleição de novo porque ninguém conseguiu formar maioria no Brasil não você não tem maioria não tem nova eleição a população não vai pra urna de novo para né falar: “Olha se ninguém conseguiu maioria vamos então escolher um novo partido para governar o país.” Não o a o deputado mantém o seu mandato com o governo tendo ou não tendo maioria então ele não tem nenhuma o deputado da base diferente do parlamentarismo ele não tem nenhuma responsabilidade eh eh e por aquele governo dar certo nenhum nenhum compromisso para que o governo dê certo o único compromisso dele é achacar o governo o máximo possível para em troca do voto dele ele levar o máximo de dinheiro possível paraa sua base e aí teve uma hipertrofia teve um aumento demasiado dessas emendas no governo Bolsonaro e por quê porque o Bolsonaro pessoalmente não gostava de fazer política ele não gostava de se reunir com deputados com líderes partidários ele não gostava de ir nos estados inaugurar obra do lado dos deputados da sua base e aí o que que ele fez né para como é que ele ia governar se ele não gostava de fazer o papel fundamental do presidente da República que é a política que é construir maioria para ele governar ele delegou esse poder pro Artur Lira o presidente da Câmara e quando ele delega pro Artur Lira né e até um alguns deputados bolsonaristas me relatam isso né que a frase que ele teria dito é: “Olha quanto vocês precisam para eu não ter essa incheção de saco putz quanto do orçamento que eu dou para vocês para vocês resolverem o meu problema?” Aí nasce o orçamento secreto né operado por Artur Lira que é o é o primeiro presidente da Câmara que na realidade não é um presidente da Câmara ele ele ele é o líder do governo o líder do governo Bolsonaro e é ele que constrói maioria só que a um custo se antes emendas parlamentares já eram um problema no governo Bolsonaro elas triplicam quadruplicam bate-se o recorde do governo Dilma que tava vendendo tudo porque tava prestes a sofrer um impeachman então eh a gente tem essa disfuncionalidade hoje em que o Bolsonaro foi eleito presidente mas ele tinha vai chutando alto 100 deputados outros 100 vamos lá eram de esquerda que já não iam apoiar Bolsonaro de qualquer jeito mas 300 deputados não eram nem de esquerda nem de direita eram do centrão em que você precisa pagar a emenda parlamentar para ele votar junto com você mesma coisa o governo Lula ah hoje tem o quê 100 120 150 deputados de esquerda que votam ideologicamente com o governo Lula mas ele precisa comprar com emendas o voto de outros 200 parlamentares em que o próprio eleitor do Lula votou no Lula mas votou no deputado do centrão sem ter a consciência de que aquele cara do centrão só existe para chacar o presidente que ele que ele elegeu a mesma coisa no governo Bolsonaro uhum e aí como agora a gente tem essa hipertrofia de emenda seria o equivalente a um a a uma a um uma família que começou a ganhar muito mais um salário né muito mais robusto melhorou a qualidade de vida melhorou o estilo de vida é muito difícil voltar né exatamente para desmamar isso aí é um trauma né porque ninguém quer abrir mão de poder imagina olha eu eh eh existem as emendas né impositivas individuais essas são as emendas que são pagas para todos os deputados obrigatoriamente independentemente de como ele vote né então deputados de oposição indicam essas emendas impositivas quando eu entrei em 2019 eu tinha R$ 15 milhões deais por ano para fazer essas indicações para escolas hospitais enfim aqui no estado de São Paulo hoje eu tenho 40 milhões de emendas impositivas individuais e isso que eu sou um deputado de oposição eu recebo isso de qualquer maneira deputados da base do governo que recebem o que foi que é chamado de orçamento secreto chegam a receber aí 100 a 200 milhões por ano paraas suas bases eleitorais dependendo da sua importância né então o líder partidário ganha mais o presidente da Câmara ganha mais o presidente do Senado ganha mais mas assim eh eh por baixo né por baixo um deputado da base do governo tem o dobro triplo do que um um deputado de oposição indica né então para voltar atrás com isso é muito difícil eu acho que só com a gente vivendo uma crise tão profunda ou um escândalo envolvendo emendas tão grande que force os parlamentares a recuar e isso não é a gente já viu isso na história eh eh você teve dois escândalos com emendas parlamentares que ficaram muito famosos e que fizeram momentaneamente os deputados né eh recuarem nas suas próprias emendas que foi o escândalo dos anões do orçamento e o escândalo das sangue sugas né dos anões do orçamento envolvia uma máfia ali que tinha até os próprios servidores da Câmara dos Deputados da Comissão de Orçamento levando propina ali nos repasses de emenda parlamentar e o escândalo das sangue sugas era um desvio de emendas paraa saúde salvo engano especialmente para ambulâncias que tanta gente foi presa tanta gente foi foi pega nesse escândalo que aí o Congresso fica com medo e recua por um tempo fica abaixo até voltar e colocar as fora de novo agora alguns escândalos têm pipocado né em relação a essas emendas eu me lembro na na legislatura passada ainda no governo Bolsonaro que um deputado da base do governo eh eh tinha mandado emenda pro município e aquele e o município ele tem limite né de de do o teto do que que ele consegue receber paraa saúde por exemplo que é a capacidade de execução que ele tem né e aí um município para inflar a sua capacidade de execução declarou que tinha extraído 23 dentes de cada habitante para receber os aqueles recursos de saúde e aí obviamente que chega lá a polícia e vê que a cidade não tá banguela né se a cidade não tá banguela o município mentiu muito bom ô Kim e aí como é que faz só pr pr pr pra gente que a gente só acompanha a política de fora ou mesmo quem aqui tá assistindo no podcast e não acompanha política né essas emendas caem na mão do deputado o deputado ele pode destinar para a onde bem entender ou ele ou ele precisa destinar de acordo com a demanda daquela localidade tipo um lugar que não tem ambulância o cara pode construir uma praça e de certa forma isso é uma compra de voto olha são duas compras de voto na verdade né porque é o presidente da República comprando o seu voto né eh com emenda e você comprando voto do seu eleitor com a sua com a sua emenda né eh então e não tem critério nenhum que você falou: “Olha uma cidade que não tem ambulância pode receber praça pode receber um show de R$ 30 milhões deais eh enviados por um deputado por uma prefeitura fazer esse show sem que aquele eh sem que aquela cidade tenha eh eh esgoto tratado né e isso acontece muito eh então não tem nenhum não tem nenhum critério de eficiência não tem nenhum critério de eh eh prioridade nem nada disso né a maior parte dos deputados mandam para aqueles prefeitos que colocam os seus vereadores e os seus secretários para trabalhar na época de eleição para eleger aquele deputado e aí ele vai mandar para aquilo que considera que dê mais voto naquela cidade né e e muitas vezes né infelizmente mais uma vez como a gente tem uma população em que metade não tem capacidade mínima de leitura muitas vezes aquilo que dá voto que é o que a população quer não é aquilo que a população precisa né então eh eh uma festa imensa no município pode trazer mais voto e mais felicidade paraa população do que você eh tratar o esgoto que é uma obra que ninguém vê porque tá debaixo da terra né eh então isso isso isso acontece muito sim eh eh e é exceção né você ter parlamentares por exemplo eu não me elejo com base em emenda né então eu faço o o melhor uso e o uso mais eficiente das emendas que eh eu consigo né então financio eh eh pesquisa contra eh câncer eh no hospital de de câncer de Barretos né a gente tenho dois ou três artigos científicos publicados né sobre eh eh colonoscopia para identificar né câncer que eh pesquisas foram financiadas com emenda vacina contra o craque também da Universidade Federal de Minas Gerais também que eu mandei mandei R$ 5 milhõesais em emendas mas a regra não é essa a regra e aliás tem um estudo que mostra que o centrão quanto mais pobre e menor o município mais ele vota no centrão mais aquele deputado tem o poder de mandar naquele município na política daquele município e fazer com que trabalhe aquele município trabalhe pra eleição dele né uhum então o que você tá pintando aqui pra gente é que o debate embora ele se polarize e se tribalize entre principalmente Bolsonaro e Lula direita e esquerda e que é um debate que precisa existir para que eh a tese as teses e as antíteses se choquem e vão criando novas sínteses pro pro debate público avançar e o debate técnico avançar é assim que se constrói ciência assim que se constrói tudo eh que envolve algum aspecto de intelectualidade etc mas apesar do debate hoje ser entre figura de Bolsonaro e Lula principalmente ou direita e esquerda pelo que você tá pintando aqui o problema do Brasil é o centro isso eu acho que eu acho que um dos principais problemas sim é o centrão porque é isso ele não tem ele não tem compromisso com nada ele não tem crenças ele não tem visão de país eh eh eu vou até narrar um episódio aqui para você o o tem temos um vereador do movimento Brasil Livre Israel Russo em Pouso Alegre não sei se você viu esse caso né ele é um vereador da oposição achei eu achei que era mentira eu falei: “Não é possível que isso aconteceu cara” aí eu fui ler a matéria eu falei: “Caramba bicho” então ele é o vereador de oposição né o prefeito mandou um projeto para criar 33 cargos ele apresentou uma emenda para mudar para sete cargos o líder o vereador líder do governo tara tava fora da Câmara é quem orienta no painel ó o governo é para votar sim o governo é para votar não ele não tava lá aí o o Israel russo como vereador de oposição orienta a oposição para votar não ao próprio projeto dele a própria emenda dele para confundir os deputados da base que só olharam o não falou: “Ó se a oposição votou não o governo é sim né?” Então o governo votou sim e aprovaram a emenda dele e eu digo para você que esse é o retrato também do centrão em Brasília no Congresso Nacional a maioria dos deputados não lê os projetos que eles votam eles olham pro painel como é que meu partido orientou como é que o governo orientou como é que a oposição orientou e vota junto assim assim não tem não tem eh existem alguns eh poucos deputados que fazem um debate de mérito que leem aquilo que é votado e que existe até uma margem de convencimento para se você chegar né num meio termo razoável existe gente que sim que é qualificada e que se aprofunda e que é especialista em determinados temas e que eh existe um um debate rico de bastidores que a gente não vê nos microfones da TV Câmara porque eh eh quando você tá usando a tribuna quando você tá discutindo ou mesmo no microfone de comissão a regra não é você estar falando com os seus colegas parlamentares a regra é você estar fazendo no discurso para fora porque a maior parte das construções de texto de aprovação de rejeição de obstrução isso é feito nos bastidores tanto que antes nós temos as comissões da Câmara que é onde a maior parte dos projetos tramitam comissões temáticas né saúde educação segurança e etc a regra é que praticamente todas as comissões você tem um café da manhã antes da comissão que reúne os deputados daquela comissão para dizer: “Olha isso aqui esse projeto aqui tem tanta rejeição que a gente até vai tirar de pauta esse tem tanto acordo que ninguém nem vai discursar vai ser aprovado simbolicamente esse outro tem essa divergência que se alterar tem maioria para aprovar mas não é consenso então vai ter debate vai ter obstrução então existe o isso foi uma coisa que me surpreendeu positivamente né porque às vezes a gente acha que a Câmara é só a vacalhação que a gente vê na TV Câmara mas tem um debate de mérito e técnico com eh alguns parlamentares que entendem do assunto que têm visão de mundo e que tem preocupação de discutir os textos da lei das leis e que e que negociam né me vem à cabeça um exemplo agora tem um deputado que chama-se Zacarias Cali um deputado de Goiás e que ele é um cirurgião que é que tem a capacidade de separar gêmeos e a meses né ele se tornou conhecido por causa disso até brinco que ele é o Ben Carson brasileiro e é um cara que entende muito de saúde é um cara que entende muito do do do seu setor que faz um debate rico de mérito que é que é respeitado por isso né eh então existem né parlamentares que fazem um debate sério mas a regra é o sujeito nem ler o que ele tá votando e às vezes ele lê e não e nem entende você diria qual a porcentagem que faz um debate sério aí dos 513 uma porcentagem chutando assim que que que você acha que o sujeito lê entende o projeto sabe analisar o mérito não só lê entende o projeto mas sabe analisar o mérito conversa com os assessores se a galera de sabe de casa não sabe cada deputado tem uma verba para contratar diversos assessores então mesmo que o deputado não entenda daquela pauta específica e e sem falar que deputado tem um monte de prerrogativa para chamar um monte de gente para perguntar também né eh não sei se fazem mas qual que você chutaria aí que é uma porcentagem de deputados hoje do parlamento que consegue ler entender e debater mérito olha eu colocaria 20% caramba cara 80% não lê não se interessa só quer saber o governo tá pagando para votar ou o governo não tá pagando para votar é isso que interessa e aí usa aquele espaço para fazer o show e que que não tem problema ter o show tem que é o que tá acontecendo se você não fizer você não alcance e tal o problema é quando é só o show e não tem o debate atrás exatamente exatamente que é uma coisa que eu costumo dizer né eh eu sou um deputado de redes sociais eu sou um deputado que na eleição faz um monte de palhaçada né e eh abertura de anime vídeo dançando desafios de teve eu fiz uma vaquinha né para coletar a doação paraa minha campanha e [ __ ] um dos desafios era eu ficar no carro de drift fazendo live e gritando enfim eh mas o ponto é você colocar as redes sociais os vídeos o espetáculo como um instrumento para você conseguir ter o poder de implementar suas ideias e aquilo que você acredita né ou seja para você ter um mandato e aquele mandato tá a serviço daquilo que você acredita e de aprovar e de mudar o país de acordo com a sua visão de mundo e não o contrário e não você utilizar e eu vejo muitos parlamentares fazendo isso utilizar o mandato como um instrumento para você crescer em rede social aí você transformou a sua rede num fim em si mesmo né e e na minha visão ela é um meio um meio paraa gente atingir o poder para uma vez atingindo o poder comunicar aquilo que a gente quer fazer porque que aquilo é bom pro país e ter o poder efetivo de de promover uma mudança real né eh eh a minha preocupação pessoal que é eu acho que em parte é altruísmo em parte é vaidade é deixar um legado né eh eh pro meu país e isso implica né eu eu promover alguma mudança estrutural né nas nossas leis e eu ser lembrado por isso e eu receber os méritos por isso na história eh se eu morrer com sei lá 30 milhões de seguidores em menos de uma geração vai até uns 5 anos já todo mundo esqueceu já não sou mais influenciador já não tenho mais like nada né não não tem legado eu fiquei grande fiquei famoso no meu período de vida passou aquilo não deixei nada para trás isso para mim é muito fútil isso é muito vazio mas infelizmente tem muita gente que se nebria por isso e que e que e que fica viciado como se fosse uma droga e começa a utilizar o o mandato para se perpetuar nesse vício né perfeito ô Kinho você eu vi uma entrevista sua estudando aqui para fazer elaborar pauta que você critica enfaticamente a Constituição de 88 eh o qual que é a tese por trás dessa crítica não só do ponto de vista teórico mas considerando o nosso escopo do podcast que é a política aí dentro da Câmara dos Deputados por que que a Constituição de 88 na sua análise não tá funcionando para para Brasil considerando que você vive lá dentro das ela impede que as coisas aconteçam porque tudo tem que ser PEC qual que é o caminho aí é acho que o primeiro ponto ou o o o primeiro ponto de fracasso do ponto de vista político da nossa Constituição é que em qualquer país desenvolvido o presidente da República o primeiro ministro ele governa tendo a maioria do parlamento ou seja 50% mais um que no caso da Câmara dos Deputados são 257 deputados no Brasil o presidente da República mesmo tendo maioria não consegue governar porque todo assunto que o presidente queira tratar tá na Constituição e a Constituição exige né um quórum qualificado de 3/5 para alterar a Constituição né ou seja 308 votos uma maioria de 257 tá bem distante de uma maioria de 308 então primeiro problema político da nossa constituição é todos os temas são tratados na constituição quando eu digo todos eu tô falando de todos mesmo né então se você quer mexer no sistema tributário constituição previdência Constituição saúde Constituição Educação Constituição tudo passa eh eh pela Constituição né e isso faz com que você não consiga formular políticas públicas com uma maioria simples no Congresso Nacional de 257 se a gente soma isso a lógica patrimonialista da qual a gente acabou de conversar de que você compra o voto do deputado com emenda para governar fica muito mais caro você governar porque você não precisa só dos 308 você precisa de uns 350 para ainda ter uma margem para você não não ter susto na hora de abrir o painel e votar né então você precisa ali de 350 380 deputados quando num mundo eh eh ideal né e nem tão ideal assim porque é como funciona na prática na maior parte dos países sérios você governaria com seus 257 vai 270 280 deputados precisa de 350 então é altamente disfuncional qualquer mudança é muito custosa qualquer mudança é muito demorada qualquer mudança é é muito traumática né eh e o outro ponto é de do próprio conteúdo não é como se a gente tivesse jogado a educação a saúde os tributos e a previdência paraa Constituição e a seguridade social com um bom texto não além do erro de forma da gente ter políticas públicas na Constituição quando ela deveria est eh em lei ordinária que aliás o próprio nome constituição remete a a a do que que o Estado é constituído né ou seja as diretrizes básicas fundamentais para existir uma república com democracia com uma federação não entrar em detalhes de tudo aquilo que que que vai funcionar como política social por exemplo daquele regime mas voltando eh para além do erro dessas políticas estarem na Constituição o próprio texto dessas políticas é ruim a gente fracassou em todos os setores né quando se compara o Brasil com os países do sudeste asiático países que eram muito mais pobres países que tinham uma mão de obra muito menos qualificada que tinha um analfabetismo maior que tinha menos saneamento básico que tinha menos segurança países que saíram destruídos da guerra assim eh hoje o Brasil apanha de praticamente todos os países sudeste asiático no PISA se você pega um aluno de uma escola no Brasil que custa R$ 5.000 por mês o resultado dela em matemática é pior do que o estudante mais pobre do Vietnã então assim é é uma tragédia humanitária segurança pública eu não preciso nem falar né e eh todo mundo hoje fala sobre segurança e e reconhece o estado de guerra civil que a gente vive não só a gente tem o domínio do crime organizado que hoje governa mais pessoas do que muitos governadores né hoje tem milhões de pessoas que moram em territórios dominados pelo crime organizado eh e que dá mostras de poder publicamente né aí organiza shows baile funk pancadão com assim milhares de pessoas com fuzil para cima com um cantor cantando hino de facção criminosa mas a o próprio crime desorganizado também dominou né o assalto o furto assim eh eh é um negócio generalizado e a gente tem uma realidade em que o cidadão que é roubado fica mais tempo na delegacia do que o bandido pego em flagrante na audiência de custódia né eh e uma vez que o sujeito é punido que é assim uma porcentagem muito pequena você tem uma ideia o o o índice de esclarecimento de roubos já chegou a ser 2% ou seja 98% sequer são esclarecidos e dos 2% a gente nem tá entrando no detalhe se aquele sujeito foi condenado ou foi preso só tô dizendo que na fase do inquérito policial descobriram que foi ele mas não tô dizendo que ele ficou preso e então é um negócio e para e para e para mexer em qualquer coisa dessa de envolvendo endurecimento penal qualquer coisa demanda mexer em constituição demanda PEC demanda 3/5 e aí é todo esse esse rolê é o o se você mexer no Código Penal no Código de Processo Penal você não precisa de 308 mas por exemplo a uma questão que foi muito debatida e que foi mudada pelo Supremo prisão em segunda instância é PEC né e é o sujeito ser condenado eh o sujeito ser preso a partir da condenação em segunda instância depende eh eh da aprovação de uma PEC então eh eh ou então uma coisa que é tem sido muito defendida pelos governadores que é os próprios estados poderem decidir sobre legislação penal processual penal que e e política penitenciária que é uma coisa que eu defendo até porque paralelo que a gente tem aos Estados Unidos né não não existe outra federação do tamanho do Brasil com o modelo político do Brasil que não seja os Estados Unidos e lá eh bom cada estado eh e aqui assim o o o assim como nos Estados Unidos no Brasil cada estado tem uma realidade muito diferente um um do outro né e e e as nossas assembleias legislativas não têm competência para legislar sobre nada os nossos deputados estaduais é o orçamento do estado nome de ponte viaduto e que é isso assim eh eh legislação de trânsito o estado não pode definir comercial o estado não pode definir eh penal o estado não pode definir processual penal não pode definir penitenciária que a maior parte são administradas pelos estados eles próprios não podem definir a própria política eh então além de serem realidades muito distintas você não tem poder nenhum paraos deputados estaduais que são aqueles que teoricamente têm um conhecimento maior e uma vivência maior eh sobre o Estado do que o deputado federal ou senador eh então é é disfuncional em todos os sentidos não existe nenhuma área que graças à nossa Constituição nos últimos 40 anos o Brasil tenha se destacado por isso que eu defendo uma nova Constituição do zero não é uma reforma aqui outra reforma ali a nossa Constituição fracassou completamente abusos do Supremo Tribunal Federal eh muito tá na nossa Constituição eu vejo alguns deputados influenciadores jornalistas de direita falando: “Olha é só derrubar o Alexandre de Moraes que tá resolvido o problema é só punir tal ministro que tá resolvido o problema” não tá o problema não tá em um ou outro ministro do Supremo o problema tá nos poderes que a própria Constituição brasileira dá pro Supremo então por que que todo o assunto para no Supremo primeiro primeiro ponto tá tudo na Constituição então se tudo que tá na Constituição eu posso provocar o Supremo se tudo se tudo se todos os temas da da sociedade estão na Constituição posso provocar o Supremo por qualquer coisa outro ponto o número de legitimados para provocar o Supremo o número de pessoas que t a capacidade de entrar com processo que imediatamente vai ser analisado pelo Supremo sem passar por nenhuma outra instância é o Brasil é o país que mais tem legitimados qualquer partido político com um deputado federal ou um senador pode entrar com uma ação de inconstitucionalidade ou de declaratório de constitucionalidade no Supremo Tribunal Federal então vamos supor 512 deputados votaram a favor de uma lei um discordou esse um tem o poder de provocar o Supremo Tribunal Federal e reverter esse entendimento mas vai além não é só partido sindicato tem o poder de provocar o Supremo associação de atua de âmbito nacional tem o poder de provocar o Supremo todos os governadores têm o poder de provocar o Supremo todas as mesas de Assembleia Legislativa tem o poder de provocar o Supremo então assim é óbvio que com tanta gente podendo provocar o Supremo qualquer derrota para qualquer um desses desses legitimados vai chegar no Supremo e o Supremo vai decidir em cima da daquela lei né então o outro ponto é restringir ao máximo o número de pessoas que podem eh provocar o Supremo Tribunal Federal né eh e mais do que isso o Brasil é o único país que tem dois modelos ao mesmo tempo de controle de constitucionalidade é o modelo anglo-saxão americano inglês eh e o modelo europeu eh o que que eu quero dizer com isso o modelo europeu é existe uma lei e eu acho que aquela lei é inconstitucional então eu provoco o Supremo para decidir sobre a constitucionalidade daquela lei esse é o controle abstrato né eh de constitucionalidade o controle feito nos Estados Unidos na Inglaterra que é o controle concreto né ele é o seguinte olha tem um caso concreto né esse caso foi julgado por um tribunal aí foi julgado por outro subiu pra Suprema Corte esse caso concreto traz uma questão que envolve a Constituição e é relevante o suficiente para eu gerar efeitos não só para aqueles que são parte daquele processo concreto mas para todos os outros processos aí você tem o controle de constitucionalidade concreto baseado num caso concreto baseado em partes que estão discutindo um caso concreto mas aquele caso concreto remete a uma questão maior que é uma lei em relação à Constituição no Brasil esses dois sistemas estão em vigor ao mesmo tempo qualquer juiz de primeira instância pode declarar a inconstitucionalidade de uma lei para gerar efeitos num caso concreto assim como 1 milhão de legitimados que a gente acabou de falar podem provocar o Supremo para julgar uma lei em abstrato então o judiciário aqui desde a primeira instância já tem muito poder uhum para chegar nos tribunais superiores é é pior ainda e o nosso Supremo ainda concentra o poder de julgar as leis e de julgar os políticos então ao mesmo tempo que o Congresso Nacional deveria exercer o controle sobre o Supremo então ó Supremo você abusou do seu poder o Senado vai te punir eh o Supremo que julga os senadores é exatamente o cara fica com pis em ovos né como é que esse cara vai começar a peitar um ministro supremo se é difícil ainda mais que sei lá boa parte dos senadores aí devem ter algum rabo preso né difícil exato e aí e aí você olha vamos comparar com os Estados Unidos não tem foro privilegiado então o político vai ser julgado pela primeira instância não vai ser julgado pela Suprema Corte na Europa existe foro privilegiado mas a Corte Constitucional ela não tá no judiciário a Corte Constitucional ela é autônoma quem julga o político é outra corte ou uma corte eh eh comum ou uma corte especializada em julgar quem tem foro mas essa corte não concentra o poder de julgar constitucionalidade só aqui mais uma vez é que a gente tem uma corte que concentra os dois poderes perfeito Kim eu acho que eh aproveitando o tempinho que a gente ainda tem eh eu vi recentemente um relatório da Câmara dos Deputados salvo engano alguma consultoria da Câmara não não sei exatamente quem que produziu mas estava no no site da Câmara dos Deputados eh apontando um estrangulamento das contas públicas em 2027 salvo engano que começaria a verba o gasto obrigatório a a comer o 100% do que tem hoje de de faturamento né você pode explicar mais ou menos pra gente o que que é isso e quais as áreas que seriam impactadas o que que é o gasto discricionário obrigatório as porcentagens pra gente entender um pouco melhor esse cenário claro aliás até retomando uma coisa né você falou: “Olha o deputado tem assessores ele também tem acesso a especialistas que não são seus assessores.” O concurso para consultor do Congresso Nacional tanto do Senado como da Câmara dos Deputados é o concurso mais concorrido do Brasil é mais do que juiz é mais do que promotor é mais do que o Rio Branco é mais do que a diplomacia que é um dos mais concorridos do Brasil a consultoria legislativa da Câmara ela é muito qualificada a gente tem especialistas em todas as áreas né porque cada comissão da Câmara tem seus consultores especializados então tem especialista em saúde tem especialista em infraestrutura tem especialista em meio ambiente a consultoria de orçamento da Câmara dos Deputados ela é extremamente competente é ela que produziu esse relatório o governo negava o que o que a consultoria e eh colocou nesse nesse relatório até chegar ao meio do ano agora e o próprio governo Lula mandar um projeto de lei de diretrizes orçamentárias reconhecendo não só que a consultoria tá certa mas que esse estrangulamento do orçamento pode acontecer antes por isso o desespero do governo agora de aumentar o IOF de tributar eh letra de LCA LCI né eh porque que o que que vai acontecer a gente tem despesas obrigatórias que são aquelas que a Constituição obriga o governo a gastar com aquilo né eh então você tem algumas despesas de seguridade social previdência folha de pagamento o piso da educação o piso da saúde hoje já é uma situação bizarra 92% do orçamento é obrigatório ou seja o presidente da República de tudo que é arrecadado no Brasil decide só para onde vai 8% nãoé e nesse 8% tem despesas que a gente chama de discricionárias ou seja opcionais por assim dizer mas que na prática são obrigatórias como conta de luz de prédio público conta de água de prédio público então mesmo discricionário não é tão discricionário assim e é uma parcela muito pequena porque primeiro historicamente a gente já tem uma constituição que engessa muitos gastos né e inessa não só pro governo federal pros estados e pros municípios também é muito comum mas muito comum você encontrar município que precisa de dinheiro na saúde mas tá sobrando dinheiro na educação aí ele não pode ele não pode repassar o que tá sobrando da educação paraa saúde por causa do piso da Constituição e aí ele precisa inventar maneiras de gastar aquele dinheiro porque se ele não gasta ele tá cometendo crime car ele é obrigado a gastar mesmo que de maneira irresponsável e incompetente então tem prefeito que troca todos os computadores de todas as salas de aula todos os anos para gastar o dinheiro eu conheci o caso de um prefeito que cometeu uma ilegalidade em nome do bem veja só foi o seguinte eh tinha muito dinheiro para educação só que tava faltando pro básico né tinha muita rua de chão batido então tinha uma escola e não era asfaltada assim os arredores dela não eram asfaltado e o prefeito não tinha dinheiro para asfaltar quer dizer ele tinha mas não podia gastar porque aqui ele tava carimbado paraa educação ã os professores concordaram em fazer um acordo com ele que é uma que é ilegal que eles não podem fazer esse acordo mas qual que foi o acordo o prefeito pagava um bônus pros professores e aí os professores doavam o bônus pra prefeitura pra prefeitura asfaltar os arredores da escola transferiu a verba é isso é ilegal porque na prática ele tá fraudando o piso da educação ah mas você entende que é é irracional você ter essa vinculação ainda mais quando em 2026 o número de idosos vai superar o número de jovens então cada vez só para falar de educação e saúde cada vez menos a gente vai ter que gastar com educação e cada vez mais com saúde não faz sentido você estabelecer pisos mas aí qualquer mudança nos pisos é o esquerda assim estrebuchando dando pulo de metro falando: “Vocês querem sucatear a educação vocês querem sucatear a saúde” e aí tem que ser PEC também e não e aí tem que ser PEC também exatamente aí é uma barulheira né porque para aprovar é difícil né é é é um negócio assim eh eh eh absurdo só que o argumento de que precisa ter piso senão não vai ter dinheiro é falacioso porque não existe por exemplo piso constitucional para programa social e a despesa que mais aumentou proporcionalmente nos últimos 20 30 anos foi com assistência foi nos programas sociais o Bolsa Família não é despesa obrigatória mas ele triplicou quadruplicou de valor por uma necessidade que enxergada pelos governantes de política pública de que ele precisava aumentar e não é obrigatório ou seja isso só mostra que não precisa ter um piso para obrigar o governante a gastar com X YZ é a própria população que tem que eleger um cara que vai falar: “Olha eu vou gastar com isso eu vou gastar com aquilo vocês vão me eleger me deixem governar vocês confiam em mim eu vou administrar da melhor maneira possível” então mais uma vez quando você compara com outros países o gasto obrigatório eh eh no máximo no máximo é 60% 40% o governante tem liberdade de decidir para onde o dinheiro vai no Brasil é oito e o esse relatório produzido pela consultoria de orçamento mostrou que os gastos obrigatórios estão avançando tanto que em 2027 vai ser 100% ou seja não vai ter se o presidente quiser 10 centavos para comprar um chiclete ele não vai ter e isso significa que todas as áreas que não t despesa obrigatória prevista na Constituição vão receber zero o que que seriam mais ou menos elas meio ambiente segurança pública bolsa família zero zero de recursos para tudo isso porque não estão previstas na infraestrutura zero e por que que vai chegar no Senkin qual que é a lógica de ir comendo esses 8% porque vamos lá o desenho que foi feito pelo e eh governo Lula somando a PEC da transição a PEC da transição revogou o teto de gastos né o que que o teto de gastos previa o governo só pode gastar o que gastou no ano anterior corrigido pela inflação né ou seja ele só gasta teoricamente a mesma coisa em termos reais gasta mais em termos nominais mas a mesma coisa em termos reais eh e aí isso limitava o piso da saúde e da educação porque eh agora o governo se quisesse gastar mais com saúde ou com educação ou com qualquer outra área precisava tirar de outra área e realocar para lá né ou seja precisa fazer um remanejamento ele não podia mais se endividar para gastar mais com uma área ou com outra como acontece hoje eh quando o governo Lula então revoga ao teto volta a regra anterior do piso que vincula o gasto com saúde e o gasto com educação a receita corrente líquida ou seja quanto mais o governo arrecadar mais ele é obrigado a gastar com saúde e com educação ainda que ele não precise ou ainda que não queira ou ainda que não seja a melhor política pública no momento outro ponto é o seguinte o arcabolso fiscal como é que funciona o arcabolso fiscal do Hadad que foi vendido como uma medida como um novo teto uma medida de responsabilidade fiscal mas eu vou mostrar aqui para você como não tem nada de responsabilidade fiscal como é o contrário o arcabolso diz o seguinte: o governo pode gastar 80% do aumento da corrente da receita corrente líquida do exercício anterior ou seja 80% do que o governo arrecadar a mais ele pode gastar só que esses 80% são corrigidos por um piso e por um teto o piso é de 0,6% real ou seja o governo todos os anos é obrigado a gastar a inflação o que ele gastou no ano anterior mais a inflação mais 06% mesmo esse é o piso de gasto mesmo que a nossa arrecadação caia vamos supor que o PIB caia 10% o Brasil obrigado a gastar que gastou no ano anterior inflação 06 o limitador de gastos é a banda superior do arcabolso que é 2,5% então se o aum se 80% do aumento de arrecadação significar um aumento real superior a 2,5 eu só posso gastar 2,5 qual que é a questão a gente nunca vai bater esse teto a gente nunca vai crescer nesse com o cenário atual a gente nunca vai crescer a ponto de ter né um gasto superior a a 2,5% então o que que a gente a gente tá vivendo né de da obrigatoriedade de se gastar mais do que no ano passado mesmo quando a gente vai mal uhum e veja só o aumento de gasto ele não é vinculado ao aumento de PIB ele é vinculado ao aumento de arrecadação então o país pode ir mal mas se o governo tiver arrecadando bem ele precisa gastar como se o país estivesse indo bem e aí a tese é que esse gasto porque deve ter uma tese para sustentar esse argumento a tese é que esse gasto vai aumentar o giro da economia vai industrializar vai não sei o quê né essa é a tese é isso é isso a tese é: olha o teto de gasto não faz sentido porque em tempos de crise a gente também precisa gastar para sair da crise uhum e o em tempos de bonança aí a gente gasta livremente só que é é meio que um é um keinesianismo deturpado né porque o o keinesianismo de maneira superficial né ele diz o seguinte: “Olha quando o país vai bem passa a caixa né guarde o dinheiro eh quando o país vai mal gaste aquele dinheiro que você que você guardou” no no caso do petismo é quando o país vai mal quando o país vai bem gasta que você tá indo bem quando o país vai mal gasta mais ainda que é para deixar de ser e é um gasto ineficiente muitas vezes né e aí que tá o problema também porque não se apoia nem na tese na própria tese né a gente não tem o controle do a gente não chegou num nível de civilização nem de controlar o quanto é gasto para chegar no nível de controlar como é gasto a qualidade a gente tá muito longe disso principal diferença do Brasil para países envolvidos em relação à eficiência de gasto público e a serviço público é que a gente não responsabiliza nem político nem gestor pela qualidade dos serviços então eu posso gastar por exemplo AAD na gestão do Ministério da Educação quadruplicou os gastos com educação e a gente piorou no PISA ou seja a gente gastou quente teve a capacidade imagina você Eslle vamos supor que eu que eu que você ganha X e aí eu falo: “Eeslin o sua missão é usar roupas melhores então eu vou você vai ganhar 4x agora” você tem a capacidade de gastar quatro vezes mais e vir vestido pior do que você vestido antes uhum é assim é um negócio Então vai lá compra um carro você consegue comprar um carro pior com quatro vezes maior o custo e ninguém é responsabilizado ninguém perde os direitos políticos ninguém é demitido ninguém é preso país sério desenvolvido nesse nível de de incompetência não eu não tô nem falando de cometer crime não tô nem falando de colocar dinheiro no próprio bolso de ser canalha de ser mau caráter tô falando de ser incompetente competência em país sério dá punição séria mesmo que o sujeito não seja um mau caráter se ele é incompetente ele é punido uhum aqui educação nenhum secretário de de educação é responsabilizado nenhum diretor de escola é responsabilizado os sindicatos dos professores são contra avaliações independentes do desempenho dos alunos em sala de aula para eles também não serem responsabilizados mesma coisa acontece no setor de saúde um grande desastre nenhum diretor de hospital responsabilizado ministro não é responsabilizado secretário de saúde não é responsabilizado em nenhum setor você tem essa análise e como os nossos gastos são obrigatórios mesmo que a gente tivesse análise de qualidade a gente não poderia mudar os gastos porque eles são obrigatórios é pois é exatamente daí daí a minha defesa e a necessidade de ter uma nova constituição voltando para que a gente estava falando antes perfeito e aí o que que pode acontecer nesse cenário Kim de de despesas sei lá vamos assumir que entre um governo de direita ou esquerda e por questões de política não consiga fazer um movimento muito importante embora se o país começar a dar uma colapsada acho que vai ter força política para isso mas hipoteticamente vamos num cenário que não consiga aí o que acontece o governo vai ter que emitir títulos pegar mais se endividar mais e e isso mexe inflação mexe um monte de coisa mexe taxa de juros é mais ou menos para esse cenário nesse que que o relatório de 2027 ele apontou qual qual que seriam os desfechos assim então na verdade nem empréstimo o governo consegue fazer porque a gente tem uma norma na nossa Constituição chama regra de ouro a regra de ouro diz que o governo não pode tomar empréstimos para pagar despesas correntes né ou seja o governo só pode tirar dinheiro emprestado se for para investimento se for para alguma coisa que vai dar retorno no futuro ou se houver alguma calamidade pública né ah tem caiu um meteoro furacão enchente alargamento aí o governo pode tomar empréstimos agora para pagar salário o governo não pode pagar empréstimo para pagar previdência o governo não pode pegar empréstimo então pela primeira vez na história do Brasil aconteceria o que se chama de shutdown né a máquina pública iria parar então ah parou emissão de passaporte parou Bolsa Família parou pagamento de de eh das bolsas de pesquisa por exemplo parou o pagamento de todos os serviços ambientais e ia ia ser um caos mesmo generalizado que a gente nunca viveu antes alguns outros países viveram mas a gente não viveu antes para você ter uma ideia a Grécia chegou a ter uma quebradeira generalizada e num ponto da da Suprema Corte ali da mais alta corte em nível administrativo da Grécia ela teve que eh acabar com direitos adquiridos de aposentados então do dia paraa noite a regressa falou: “Olha o aposentado que tá recebendo um salário mínimo vai receber meio” eh eh chegou nesse ponto de crise na minha avaliação o que o que que eu acho que é mais provável de acontecer eh e ganhe um novo presidente e quando esse novo presidente ganhar ele faça como o Lula fez de antes de assumir ele negocia com o Congresso anterior uma PEC para no caso do Lula foi para engessar o orçamento novo presidente vai ser para flexibilizar o orçamento para não ter que começar o seu mandato nesse ponto de caos absoluto né eh por que negociar antes só só curiosidade não entendi a lógica do por negociar antes de assumir porque quando ele assumir já vai ser 2027 e já vai ter paralisado ah tá ele precisa aprovar em 26 antes dele assumir entendi ele não é presidente ainda entendi mas ele vai ter que negociar como presidente eleito com o Congresso anterior entendi entendi perfeito é e aí quem agora para encerrar aqui e a gente já fechar é cara você como deputado federal e e enfim vem vem criticando isso publicamente dando entrevistas sobre isso essa lógica da Constituição e tudo mais defendendo uma ideia mais racional dentro da política estudando o mérito das coisas etc eh o que que que você o o movimento Brasil Livre as entidades ali que você compõe o que que vocês têm feito de articulação propondo solucionar todos esses problemas que a gente apontou pro futuro acho que o primeiro a gente deu o nosso grito de independência fundando o nosso partido partido missão né ele deve ficar pronto ali em no máximo e novembro né desse ano de 2025 e aí nós vamos ter um partido próprio né porque até hoje o que que a gente fazia né entrava no partido político negociando a nossa liberdade falando: “Olha eu tô entrando nesse partido eh a minha contribuição pro partido são os meus votos porque os seus votos aumentam o tempo de TV e o fundo partidário daquele partido mas eu não vou votar de acordo com o líder do partido eu vou não vou discursar em favor das bandeiras do partido né não é como se fosse muito difícil porque os partidos hoje não tm bandeira nenhuma né pois é é exemplo do meu partido eu tô no Brasil tem da base tem oposição é eu tô no União Brasil união Brasil teoricamente tem três ministros no governo mas tem deputado que vota com governo tem uns 15 deputados que que igual a mim são de oposição então tem ministério no governo mas tem o King Daag tem a Rosângela Moro tem o Mendonça Filho tem gente que só vota contra o governo e tem os tem ainda tem o o centro do centro né que é aquele cara que eh eh não tá votando sempre com o governo tende a votar com o governo mas ele Ele também fala: “Ó não é assim também tem que vir conversar comigo caso a caso.” Eh então é uma salada né eh só que a gente não tinha a liberdade de montar a nossa própria chapa de ter todos os candidatos eh eh que a gente quer né eh a gente não tinha principalmente a capacidade de lançar candidata majoritária então prefeitura governo do estado presidência da República a gente sempre ia depender da anuência de um cacique partidário para lançar as nossas candidaturas agora a gente pode lançar para pro cargo que a gente quiser sendo completamente independente né claro que com uma estrutura infinitamente menor do que os grandes partidos porque a gente começa com zero deputados né eh eh porque é a nossa primeira eleição eh e zero deputado significa né zero de fundo partidário e zero de tempo de televisão contra os outros que vão estar gigantes eh mas pelo menos a gente vai ter independência a gente vai ter uma uma militância e um partido de verdade que é um partido que tem bandeiras ideológicas e que mobiliza a sociedade por causa daquilo que acredita que é a própria definição de um partido político né que aqui foi deturpada e o outro ponto de mobilizar e levantar o debate só o fato da gente começar a mostrar que a Constituição é o problema que não é uma reforma ou outra não é eleger o presidente da República apenas não é só mudar um ou outro ministro do Supremo que é um um uma mudança radical do zero rasgando a Constituição que a gente tem hoje quanto mais a gente vê as pessoas falando as pessoas entendendo que esse é o problema e quais são as razões desse problema e a solução que é ter uma nova constituição mas a gente mobiliza a sociedade para chegar num ponto em que nós vamos ter que discutir uma nova constituição que eu acho que sinceramente eu acho que a nossa geração vai viver uma constituinte né já a nossa constituição em termos de história do Brasil já é já é a mais longeva né as nossas constituições não costumam durar tanto eh então ela já tá durando mais tempo do que as outras tendo todos os problemas que tem né e eu acho que isso vai inevitavelmente levar a um momento breve do ponto de vista histórico né não breve semana que vem ano que vem daqui a do anos mas breve do ponto de vista histórico né a gente discutir uma nova constituição e a gente tem trabalhado levantando esse assunto eh e assim hoje o assunto mais preocupante para todos nós é a segurança pública mas amanhã são vários podem ser vários outros pode ser a saúde pode ser a educação em que a gente consegue dar exata e precisamente como a gente faz com a segurança mostrar toda a culpa e toda a responsabilidade da nossa constituição em relação ao fracasso nesse setor como hoje a gente fala da segurança tem um estudo que eu gosto muito que eu vivo citando que é um estudo de dois anos atrás de um sujeito chamado Perikida né ele é especialista em economia do crime né com base no Gary Becker né que é um um prêmio Nobel né que se desenvolveu com base nisso em que ele mostra entrevistando criminosos e ele faz estudos desse tipo há alguns anos no estado de São Paulo que 80% dos criminosos nunca teriam cometido o crime se houvesse pena de morte ou prisão perpétua e ele também mostra que a principal razão pela qual um criminoso comete crime é a ideia de impunidade de ganho fácil eu já vi isso também diferente daquela ideia que é vendida de não é a pobreza é a desigualdade né não é e é é o sujeito ter a garantia de que ele vai ganhar bem correndo poucos riscos e a renda média de um bandido no estado de São Paulo também ali estimada estudada pelo por esse pesquisador é de R$ 40.000 por mês então o cara pensa: “Pô eu vou ser caixa de supermercado ganhar um salário mínimo trabalhar para [ __ ] ou eu vou ser bandido e vou ganhar 40.000 e nunca vou ser preso sem falar que é cool né no imaginário popular é cool ser bandido para algumas tribos a ainda tem essa o no top cinco razões uma delas é viver uma aventura isso ou seja o cara o cara não eu quero ser bandido não é nem para ganhar dinheiro não é nem porque eu tô passando necessidade é porque é legal porque pô os caras estão aqui cantando que é legal ser bandido o bandido tá vindo aqui na favela com [ __ ] de um carrão tá ostentando não sei o quê então [ __ ] você também né é é uma coisa da hora né então eh também essa crise de referência que a gente tem né da da de enquanto nação a gente não tem o mito fundador a gente não tem heróis eh eh e e das gerações quanto mais novas menos ela tem qualquer tipo de de de referência às vezes nem referência da figura paterna a pessoa tem e a gente vive a gente vive essa crise em que a pessoa e o e o próprio crime organizado também eh estourou uma operação chamada Grito Falso no Ministério Público de São Paulo descobrindo que o PCC além da divisão das gravatas que são os advogados juízes promotores vinculados à facção dos jalecos que é os médicos os enfermeiros etc ligados à facção tem também a divisão multimídia tem também a divisão de propaganda que eh é feita para produzir música e filme para vangloriar as facções criminosas já entendendo a importância dessa batalha pelas mentes e pelos corações das pessoas os caras tão implementando um Gramch ali um uma guerra cultural para infiltrar na É exatamente cheio muito eficiente né aproveitando a sua referência cheio de intelectuais orgânicos espalhados por aí exatamente Kim muito legal cara agradeço demais o seu tempo sei que você tem que pegar um voo agora mais paraa frente a gente bate mais um papo aí com com sobre outras pautas acho que daria para entrar mais na economia daria para aprofundar mais nessa parte do crime organizado eu tenho lido bastante e algum inclusive alguns desses pesquisadores que você citou mostrando que de fato se a pessoa tiver uma sensação de que vai ser eh vai ser punida principalmente temporalmente acho que esse é o grande dado que eu que eu vi nesses estudos posso te encaminhar depois é um dado bem robusto percepção de punição temporalmente próxima ao ato é uma das coisas que mais parece inibir a pessoa de cometer um outro crime então ela ela ser punida duas horas depois é muito melhor do que ela ser punida daqui sei lá quanto tempo que o sistema de justiça leva aí para punir aqueles que punem né fora que a maioria passa ileso acho que daria um debate bem legal mais para frente a gente troca mais uma ideia sobre esse tema deixa suas redes aí acho que o pessoal te encontra em todas as redes com Kim Cataguiri né youtube Instagram isso youtube acho que é a rede que eu mais produzo conteúdo porque dá para você desenvolver melhor o raciocínio né o pessoal acompanha mais passa mais tempo mas para quem tem menos tempo aí tem o Instagram tem o TikTok ambos aí aqui em Cataguiri e assim eu tenho confesso que assim tem sido bem raro eu fazer mas eu ainda faço lives jogando na Twitch também com Kim Catagui jogando Dota que é o jogo que eu tô sempre jogando apesar de saber que no Brasil tem um público cada vez menor legal legal Kim obrigado pessoal

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