Krugman elogia o PIX como superior ao Bitcoin e às criptos

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Então, o Nobel de Economia Paul Krugman elogiou o Pix se perguntando se o Brasil não teria inventado o futuro do dinheiro, afirmando que enquanto as criptomoedas como Bitcoin fracassaram naquilo que se propunham a fazer, o Pix foi um enorme sucesso. Mas será que é isso mesmo? Pois esse é o artigo escrito pelo Krugma no dia 22 de julho e que está circulando bastante aí pela internet, já foi matéria nos jornais e claro que eu preciso comentar não apenas porque eu estudo há muito tempo que é o dinheiro, mas também falo sobre o futuro do dinheiro e em especial sobre o que foi, o que é e o que pode ser o Pix brasileiro. Então tem bastante coisa para falar. Mas antes de começar aqui a separar os principais trechos que eu destaquei, para aqueles que estão chegando agora aqui no canal, meu nome é Fernando Hur aquiem fala de economia, mercados e investimentos. E se vocês estão gostando dos conteúdos, verifiquem abaixo que vocês já se inscreveram no canal, ativem as notificações e se gostarem deste vídeo, compartilhem, deem um joinha, porque isso ajuda o YouTube a divulgar cada vez mais a nossa mensagem. Pois bem, este artigo eu logo separei para ler e não é muito longo, mas tem alguns trechos que a gente precisa aqui ou esclarecer ou contextualizar ou simplesmente refutar, porque é claro que o Krugan, como um economista do mainstream, um kenesiano, um pós-quenesiano, defende a ideia de moeda estatal e tem ogeriza a qualquer alternativa privada e costuma enaltecer, celebrar, defender, o monopólio do estado sobre a moeda e agora inclusive sobre sistemas de pagamentos, que é um dos pontos que aqui está neste artigo. Mas ele começa escrevendo o seguinte, então o título é este: será que o Brasil inventou o futuro do dinheiro? E será que algum dia virá para América? No terceiro parágrafo, ele diz aqui o seguinte, ó. Em 2022, o Fed emitiu um relatório preliminar sobre a possibilidade de criar uma CBDC, a Central Bank Digital Currency ou moeda digital de Banco Central, que descreveu como, abre aspas análogo a uma forma digital de papel moeda. Atualmente, os americanos podem manter e gastar uma forma de responsabilidade do Federal Reserve ou uma forma dos passivos do Federal Reserve, pedaços de papel verde com fotos de presidentes mortos. Então são as notas do dólar. Uma CBDC expandiria esse direito, permitindo-nos manter e gastar depósitos no Fed, que, como todos os depósitos nos dias de hoje, seriam apenas registros digitais. É verdade que expandiria esse direito, mas com consequências transformadoras, porque agora esse direito também se traduziria em grande poder nas mãos do Banco Central, nas mãos do governo em questão aqui no caso o americano, que poderia monitorar, que poderia acompanhar, que poderia serar liberdades, que poderia restringir operações, bloquear contas, desautorizar usuários, enfim, é um poder quase absoluto sobre o dinheiro do Estadão, que agora estaria depositado apenas na forma eletrônica nos sistemas dos bancos centrais. Então, não é apenas a expansão de um direito, é a expansão de uma conveniência na forma digital, mas com consequências revolucionárias e que comprometem sim a liberdade e a privacidade dos cidadãos. E por isso que todo libertário se opõe a esse sistema. E que bom que os Estados Unidos agora com a administração do Trump também está se opondo a qualquer tentativa de CBDC, o que o Krugman acha um absurdo, obviamente. Mas voltemos aqui ao artigo dele, no próximo parágrafo, ele diz aqui o seguinte, ó. Se isso sou esquisito, você deve perceber que já temos o que vale para a moeda digital do Banco Central, mas apenas para instituições financeiras. Os bancos mantêm contas no Fed e podem transferir fundos entre si por meio de um sistema de pagamentos eletrônicos. Por que instalações comparáveis não deveriam ser disponibilizadas a indivíduos e empresas não financeiras? O que ele se refere aqui são as contas de reservas dos bancos e que de fato eles podem já utilizar esse e-mail que já é eletrônico para transferência ou para liquidações de pagamentos entre bancos. O problema é que estender essa funcionalidade a indivíduos e a empresas não financeiras, portanto a toda a população, a gente volta à aquela ideia de um controle quase absoluto do nosso dinheiro, porque todo este poder estaria agora nas mãos do Banco Central. E não apenas isso, mas também mais revolucionário ainda, simplesmente tornaria obsoleto ou desnecessário o sistema bancário, os bancos, as instituições financeiras, que ele já fala sobre isso, eu vou voltar a esse ponto, mas é um dos grandes motivos pelos quais vários bancos centrais até o momento postergaram introduzir uma CBDC, porque transformaria radicalmente como os bancos operam, a relação dos bancos concorrentistas ou com o próprio Banco Central que poderia em última instância, colocar todo o sistema nas mãos do Banco Central, como não apenas aquele que detém os depósitos das pessoas físicas e jurídicas, mas também que concede crédito. Enfim, é uma transformação completa, revolucionaria o sistema financeiro. Mas ele prossegue aqui. Então, ó, eu também destacaria que o governo pode acessar registros bancários privados sobas circunstâncias e certamente tem a capacidade tecnológica de observar cada movimento financeiro que você faz. Só pausar aqui, sem dúvida. concordo com ele e vejo isso sempre com muito receio e é um risco que já existe. A única coisa que impede fazer isso é a lei, especificamente a lei do direito à privacidade financeira. Isso no caso americano. Se criarmos uma CBDC, isso certamente envolverá proteção de privacidade comparável. Ou você confia no estado de direito ou não. Aqui no inglês é: “Ou você confia no império da lei, né? Rule of law, ou você não confia.” Você confia no estado de direito? Você confia no estado direito e no império da lei em qualquer país? Ou você preferiria um sistema em que não importe quem sejam os governantes, os incumbentes, os responsáveis pelas leis ou pelo judiciário, não importa quem esteja no poder, no controle, eles não teriam acesso ao seu dinheiro, ao seu sistema. Isso é um sistema que realmente garante por desenho tecnológico, pela criptografia, pelas regras da tecnologia, garante liberdade e privacidade, autonomia financeira. Onde você confiaria mais o seu dinheiro e a sua liberdade? Pois é, não podendo confiar sempre e em todo lugar na lei, no império da lei, porque ela é defendida e se faz cumprir por homens que são falíveis. Eu prefiro um sistema que não dependa da garantia apenas legal, mas claro que um sistema como uma CBDC que daria esse enorme poder. E sim que o risco de privacidade já existe hoje com o sistema bancário, mas com a CBDC esse risco é muito maior, ele é muito amplificado, porque agora todo o sistema está nas mãos do próprio governo. O que os republicanos realmente temem com boas razões é a probabilidade de que muitas pessoas prefeririam uma CBDC a contas bancárias privadas especialmente, mas não apenas stable coins. E em geral, qualquer tentativa de criar uma CBDC completa encontraria uma forte oposição do setor financeiro. Exatamente pelo que eu acabei de descrever, é uma revolução completa e tornaria os bancos irrelevantes ou obsoletos. E isso não significa que eu esteja defendendo o setor bancário e acredite que os bancos e banqueiros são freiras, longe disso. Mas a alternativa aqui proposta é muito pior, é muito mais nociva, é potencialmente muito mais perigosa. Esse é o ponto. E aqui que ele entra na questão do Pix. Mas e a possibilidade de criar uma CBDC parcial? Poderíamos manter nossas contas bancárias privadas, mas fornecer um sistema eficiente e administrado publicamente para fazer pagamentos a partir dessas contas? Sim, nós poderíamos. Sabemos disso porque o Brasil já fez isso. A maioria das pessoas provavelmente não pensa no Brasil como líder em inovação financeira. O Brasil está de fato planejando criar uma CBDC. Como um primeiro passo em 2020, ele introduziu o Pix, um sistema de pagamento digital administrado pelo Banco Central. Aqui, de fato, o Pix é um embrião do que pode ser uma CBDC. E eu comentei bastante sobre isso analisando a arquitetura do sistema lá atrás em 2020 ainda, quando ele tinha recém sido iniciado, anunciado e não sabíamos eh como funcionaria e como era toda a infra por trás do Pix. Eu analisando o detalhamento técnico, as especificações técnicas do sistema, o USP, o sistema de pagamentos instantâneo, eu concluí que uma versão mais avançada, uma CBDC, poderia ser desenvolvida a partir do Pix. Então, o Pix era um embrião de uma CBDC. E nisso eu concordo com o Paul Kugman, mas é claro que enquanto ele se anima e fica excitado com essa possibilidade, eu fico muito temeroso e não o contrário. Ah, depois ele mostra um gráfico mostrando o crescimento impressionante do Pix e é de fato o sucesso e como ele tem sido adotado pela população e traz mais alguns dados de conveniência e de custo de transação, mas afirmo o seguinte, ó. Não posso deixar de notar que o Pix está realmente alcançando o que os impulsionadores de criptomoedas alegaram falsamente ser capazes de entregar através do blockchain baixos custos de transação e inclusão financeira. Compare os 93% dos brasileiros que usam Pix como os 2%. Isso mesmo, 2% dos americanos que usaram criptomoeda para comprar algo ou fazer um pagamento em 2024. Aqui que é uma salada e confunde muita coisa. E primeiro de tudo, o grande propósito, a grande função, o grande diferencial do Bitcoin, nem vou falar das demais criptomoeda, vou falar só apenas do Bitcoin, não é custo de transação, não é inclusão financeira. Embora inclusão financeira seja por desenho, possível, porque qualquer um pode usar o sistema. Então, por definição, por desenho, a inclusão financeira já nasce com o sistema do Bitcoin. E isso difere de qualquer outro sistema financeiro. Para participar do Pix, você precisa passar pelo crio de alguma instituição financeira, instução de pagamento para conseguir ter acesso ao Pix. Isso não acontece com Bitcoin. Então aqui já é diferente. E com relação ao curso de transação, esse nunca foi o grande mote, o grande propósito ou a grande causa, o grande ideal do próprio Satos Chaoto, mas sim a ideia de liberdade monetária, liberdade financeira e privacidade e não a possibilidade de ter um dinheiro que pode ser inflacionado, que pode ser desvalorizado, que pode ser confiscado a qualquer momento, porque tecnicamente isso é possível. Tecnologicamente isso é possível e em vez de dependermos de leis que são criadas por homens e que são feitas cumprir por homens também é melhor confiar na criptografia, nas leis da matemática, porque essas não podem ser violadas. Então é um sistema completamente diferente. E nesse quesito sim, o Bitcoin não apenas foi um enorme sucesso, como segue sendo um enorme sucesso. E comparar aqui apenas a indústria americana, dos americanos que usaram criptomoedas para algum pagamento, ignorar os outros sete ou mais bilhões de pessoas que existem no planeta que estão se beneficiando não apenas do Bitcoin, mas também de stable coins e que usam muito para pagamento, para transferência, para remessa de dinheiro entre fronteiras. Sim, é de uma ignorância completa, mas os Estados Unidos nem são o primeiro caso de uso, ou não é lá que o Bitcoin vai ser realmente valorado. É sim em regiões como Brasil, como Argentina, como Venezuela, como a maior parte dos países da África, muitos da Ásia também, como a própria China. São nessas jurisdições em que os cidadãos realmente entendem o valor, a utilidade de uma tecnologia monetária, financeira, como o Bitcoin. Mas ele prossegue aqui, já vou acabar, são mais três parágrafos aqui. Ele diz o seguinte, ó. Primeiro, o setor financeiro dos Estados Unidos tem muito poder e nunca permitiria que um sistema público competisse com seus produtos, mesmo ou na verdade especialmente se o sistema público for superior. Na verdade, o governo Trump sugere que a mera existência do Pix no Brasil constitui concorrência desleal para as empresas de cartão de crédito e débito dos Estados Unidos. Aqui é preciso realmente parar porque eu falei sobre a queixa do Trump na até na investigação sobre práticas comerciais ileais que o escritório de representação comercial dos Estados Unidos acabou iniciando a sessão 301. E qual é o ponto do Pix que eu comentei naquele vídeo e eu retomo aqui? EUPIX ele foi lançado em um ambiente de monopólio em que a concorrência das alternativas privadas foi proibida ou bloqueada temporariamente, como era o caso do WhatsApp. E é um sistema que, por desenho também está sendo subsidiado pelo próprio Banco Central, pelo governo. Então são os pagadores de impostos que estão pagando pelo sistema, mas nem sabem. Então, como que uma empresa privada vai concorrer nesse ambiente? E você colocar o Pix como sendo superior ou qualquer outro sistema público como sendo superior a qualquer alternativa, sendo que o seu início foi de forma monopolista, que ele segue sendo subsidiado e aí depois você liberam agora alternativas privadas podem aparecer. É impossível concorrer nesse ambiente. E é no penúltimo parágrafo. Em segundo lugar, a direita dos Estados Unidos está firmemente comprometida com a visão de que o governo é sempre o problema, nunca a solução. Os republicanos nunca jamais admitirão que um sistema de pagamentos operado pelo governo pode ser melhor do que as alternativas do setor privado. Novamente, como você pode julgar se uma alternativa é melhor se não há igualdade de concorrência, se não há igualdade de condições em que uma tecnologia pode ser lançada de forma monopolista, em qualquer concorrência é proibida e depois ainda é subsidiada, como alternativa privada vai surgir nesse ambiente. É impossível. É como você no passado, quando a Petrobras ainda tinha um monopólio completo no Brasil, dizer: “Ó, as empresas privadas não conseguem concorrer a que Petrobras é a melhor solução”. No ambiente de monopólio, de falta de concorrência ou de subsídio pelo governo, as empresas estatais não tem como concorrer e não tem como julgar o que é melhor apenas no ambiente de livre concorrência, que hoje nós não temos e não temos inclusive no sistema de pagamentos no Brasil. O que até é algo curioso, porque é como se nós tivéssemos aqui, além das leis de curso forçado que obrigam os cidadãos a aceitar o real em qualquer transação, é uma contravenção recusar a moeda brasileira no Brasil. Agora nós temos uma espécie de curso forçado para o sistema de pagamentos em que os bancos foram obrigados compulsoriamente a participar do Pix para oferecer essa alternativa sem custo para os cidadãos. Que concorrência é essa? Que ambiente para competir, para alternativas privadas surgirem é simplesmente impossível. E aqui ele termina, então outras nações podem aprender com o sucesso do Brasil no desenvolvimento de um sistema de pagamento digital, mas a América provavelmente permanecerá presa por uma combinação de interesses adquiridos e fantasias dos entusiastas de criptomoedas. Eu espero que o mundo siga a liderança e o exemplo dos Estados Unidos em se colocar frontalmente contra uma CBDC, contra o controle absoluto do dinheiro pelo Estado, porque esse seria o pior de todos os males. Infelizmente, por mais que o Pix tenha todos os seus benefícios, vantagens e custos conveniência, ele é um passo nessa direção. O Drex é mais um passo e é o tipo de poder que nenhum governo deveria ter. O controle absoluto do dinheiro é um dispositivo totalitário e isso atenta contra as liberdades individuais, contra a privacidade, contra qualquer ideia de sociedade livre e próspera. É um arranjo tecnológico anticivilizatório. Então, que os americanos sigam liderando essa frente contra CBDCs e que isso repercuta também aqui no Brasil. Fico por aqui. Espero ten gostado desse vídeo. Compartilhem, se inscrevam no canal, ativ notificações e voltamos no próximo. Valeu,

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