Lei Magnitsky, Tarifas de 50%, Vistos Cassados – Guerra ou Paz? O que esperar do embate EUA x Brasil

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Caros amigos, bem-vindos a mais um episódio de hoje no mundo militar. Neste vídeo falaremos sobre as tensões comerciais, legais e diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos e daquilo que podemos esperar para o futuro. Guerra ou paz e como os brasileiros poderão ser afetados por tudo isso? Se a julho, os Estados Unidos aplicaram a lei Global Magnitsk pela primeira vez contra um membro de um governo visto como democrático, com o tesouro americano caçando o visto, congelando ativos e movimentações financeiras de Alexandre de Morais, acusando-o de censura, detenções arbitrárias e processos politizados contra empresas e cidadãos americanos, com o governo americano, citando também a forma como vem conduzindo as investigações. sobre o ex-presidente Bolsonaro e o 8 de janeiro de 2023. O presidente Trump e o secretário de Estado, Marco Rúbio, fizeram questão de chamar isso de um mero aviso, dando a entender que outras medidas, ainda mais duras e amplas, poderão ser aplicadas, com o Brasil já sentindo o impacto com tarifas de 50% sobre a exportação de alguns produtos para os Estados Unidos. Dependendo da resposta do STF e principalmente de Lula, isso pode escalar para uma guerra legal e diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos. Mas quais os riscos de uma guerra aberta e os impactos que isso poderá ter sobre a população brasileira? A aplicação da Lei Magnitsky é vista como uma sentença de banimento do sistema financeiro ocidental. Apesar da lei ser americana e afetar apenas empresas e serviços nos Estados Unidos, o sistema financeiro mundial é tão dependente do sistema americano que os sancionados por essa lei costumam perder o acesso a serviços básicos, como cartão de crédito e movimentações financeiras, até mesmo entre bancos dos países onde vivem. O que significa que dependendo da extensão da aplicação dessas sanções, o governo americano pode obrigar bancos brasileiros a congelarem as contas de Alexandre de Moraes, sob pena desses bancos serem expulsos de plataformas essenciais para o seu funcionamento a nível global. Trata-se, portanto, de uma sanção grave e que pode ter repercussões severas sobre a vida, não apenas do visado, mas também dos seus familiares e colaboradores mais próximos. Segundo o presidente Trump, Morais lidera uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas, citando o caso de Elon Musk e das suas empresas, a X e a Starlink. Em resposta, o governo Lula condenou as medidas como inaceitáveis e uma interferência na soberania com os demais membros do STF, prestando solidariedade a Morais. Tarifas de 50% foram impostas em alguns produtos brasileiros, excluindo setores chave, como aviões da Imbraer e suco de laranja, mas afetando outros como café e commodities agrícolas. Com tudo isso, deixando uma pergunta importante no ar. O que pode vir a seguir? Vamos começar pelo cenário da desescalada diplomática com STF e Lula, optando pelo diálogo e evitando retaliações. Fontes indicam que Lula orientou o Itamarati a responder com firmeza, mas por vias diplomáticas, defendendo a soberania, mas sem escaladas públicas, com analistas sugerindo que negociações bilaterais poderiam reverter tarifas parciais, preservando o comércio de 88 bilhões de dólares anuais entre o Brasil e os Estados Unidos. No entanto, com o Morais mantendo a sua postura firme nas investigações, uma trégua parece improvável e o risco de mais sanções a outros ministros persiste, o que pode piorar ainda mais toda a situação. Com isso nos levando a um segundo cenário, o de escalada moderada. Nesse cenário, o Brasil poderia recorrer a uma queixa formal na Organização Mundial do Comércio ou até mesmo na ONU contra os Estados Unidos, questionando as tarifas e as sanções como interferência externa. E é preciso frisar que Lula já fechou fileiras com morais, chamando as medidas de ataque à democracia brasileira. Isso poderia levar os Estados Unidos a fechar mais o cerco das tarifas de 50%, que neste momento, como eu referi, estão aplicadas apenas sobre alguns produtos, deixando no ar o risco de produtos mais estratégicos, como aço e aviões da Embraer, podendo também ser afetados em um cenário de escalada moderada. Mas e se Lula declarar guerra aberta através de retaliações como sanções contra membros da administração Trump como Marco Rubi e da aplicação de tarifas recíprocas em produtos americanos via a lei de reciprocidade econômica. Além de todo o impacto negativo em termos econômicos e comerciais, militarmente a cooperação em defesa como exercícios conjuntos pode ser suspensa, enfraquecendo a posição brasileira na América Latina. E o acesso brasileiro a tecnologias militares, como os motores do novo CA Gripen da FAB, poderia ser cortado, afetando diretamente a nossa capacidade de defesa. Se esse cenário mesmo ocorrer, o Brasil pode ser levado a uma guinada completa para os braços da Rússia e da China. Lula já promove uma visão multipolar, criticando duramente o dólar e defendendo um mundo distante dos Estados Unidos. Em visitas recentes a Moscou e Pequim, Lula enfatizou o Bricks como força do sul global, assinando acordos para comércio em moedas locais e investimentos chineses. Uma escalada poderia acelerar tudo isso envolvendo mais laços com a China, que já é o maior parceiro comercial do Brasil, e também com a Rússia, com o Brasil já sendo um dos maiores compradores mundiais de combustível russo. O Brasil busca uma ordem multipolar para estados como ele terem mais voz, evitando a polarização Estados Unidos, China. E isso reforçaria discursos de Lula contra o hegemonismo americano, potencializando uma aliança antiocidental que invariavelmente envolveria países como Irã, Rússia, China e até mesmo Coreia do Norte, cada vez mais integrada com russos e chineses. Uma aliança vista por Trump como uma espécie de eixo do mal. E o que isso poderia significar para o brasileiro comum? Uma guinada para China e Rússia poderia atrair investimentos em infraestrutura, como a iniciativa chinesa Belt and Road, mas aumentaria a dependência brasileira de autocracias e ditaduras com riscos de corrupção e perda de soberania. Para a população, isso significa instabilidade com o real desvalorizado, custos de vida altos e polarização social maior entre aqueles contrários e aqueles a favor. dessas medidas. Em um cenário de guerra aberta, cidadãos brasileiros com vínculos mais próximos com os Estados Unidos seriam diretamente afetados com o nosso país, correndo o risco de ser incluída em uma lista de nações para os quais a atribuição de vistos é mais restrita, como é o caso da Venezuela, Cuba e Haiti. Nesse caso, brasileiros trabalhando legalmente nos Estados Unidos poderiam ter os seus vistos de trabalho não renovados. Estudantes e pesquisadores brasileiros poderiam ser obrigados a abandonar as suas faculdades e projetos de pesquisa nos Estados Unidos. E até mesmo famílias com planos de turismo poderiam ver os seus vistos sendo negados. Em resumo, esses eventos marcam um ponto de inflexão nas relações Brasil Estados Unidos. E uma guerra aberta poderia isolar o Brasil economicamente, acelerando laços com Rússia e China, mas com um custo potencialmente alto para aqueles setores da sociedade brasileira, com vínculos maiores com os Estados Unidos e o Ocidente de modo geral. Neste momento, Lula tem a chave, diálogo ou confronto. [Música]

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