Light Estava Certo? A Verdade Por Trás de Kira – Death Note
0Lightagam é um dos personagens mais polêmicos e controversos dos animes e dos mangás. Alguns amam, outros odeiam, mas todo mundo concorda que ele é um personagem extremamente interessante. Mas afinal de contas, quem realmente é o Light? Um vilão sem nenhuma redenção, um antiherói mal compreendido ou um herói corrompido pelas suas próprias escolhas? Isso vai depender totalmente da sua moralidade ou do momento da obra que você for responder essa pergunta. E por isso, para tentar responder isso nesse vídeo aqui, a gente precisa olhar pra vida do Light do início ao fim. forma cronológica e, claro, tentar entender o que se passa na sua cabeça em cada [Música] fase. Antes de tudo, a gente precisa entender quem era o Light antes de receber o Death Note, já que a resposta pode até surpreender muita gente. Ele era uma pessoa comum, um moleque normal de verdade, um aluno exemplar, filho de um policial respeitado, super bem educado e com futuro promissor. Literalmente, nada dele indicava que ele um dia se tornar um assassino em série, mas mesmo assim ainda tinha algo que a gente conseguia perceber nele. Desde o início, o Tédio, o Light era inteligente demais, a ponto disso ser um problema. Ele não precisava se esforçar para ser o melhor da turma. Ele já estava anos luz à frente de todo mundo e isso o isolava. E aqui a questão não é só sobre ser bom nos estudos, era sobre não encontrar desafio, sentido ou um propósito. A rotina dele era simples e quase sempre igual, estudar, comer, dormir e repetir. E assim vai até que em mais um dia, como qualquer outro, ele olha pela na janela e percebe algo que ninguém ia notar se eu não tivesse tão entediado quanto ele. Um caderno caindo do céu. E ele decide ir lá pegar simplesmente porque ele não tinha nada melhor para fazer naquele momento. Esse caderno, claro, era o Death Note, um item sobrenatural que permite seu portador matar qualquer pessoa que ele conheça o rosto e o nome. Mas o Light, claro, no primeiro momento, não acredita que aquilo realmente é verdade. Ele acha que aquilo é só uma zoeira, uma brincadeira sem graça de algum colega imbecil. Mas se ele estava tão entediado a ponto de descer da sala de aula até lá embaixo para poder pegar um caderno que literalmente caiu do céu, por não testar? E assim que ele faz os dois primeiros testes e descobre que o caderno realmente funciona, tudo muda. No primeiro momento, ele fica em choque. Aqui, inclusive, é um grande indicativo, que no início, depois de toda aquela confusão, ele era uma pessoa tão comum quanto qualquer outra. Nesse primeiro momento, dá para ver que ele sentiu medo, ficou realmente assustado com tudo aquilo, o que por si só aproxima ele muito mais de uma pessoa normal, porque qualquer um que passasse por aquilo também ia ficar meio doido da cabeça. Mas também, assim como qualquer outra pessoa normal, ele cometeu o maior erro de todos, apesar de muito comum. Ele tenta justificar os seus erros para si mesmo, porque se ele não fizer isso, ele vai ter que encarar o fato de que, na verdade, ele é um assassino. E essa aqui, na verdade, é a semente de tudo, a origem do Keira. Até porque o Light não começou a história como um psicopata completo. Ele era só um cara muito inteligente e muito entediado, alguém extremamente pressionado pelas expectativas e sem muito propósito na vida até ele encontrar o Death Note. A primeira coisa que em muitos e muitos anos deu algum sentido pra sua vida. Claro que toda essa virada aconteceu praticamente por acaso, por coincidência, mas o que antes foi um acidente, uma surpresa, talvez até um erro, agora passa a ser uma rotina, uma convicção. A cada novo nome que o Light escreve no caderno, ele se sente mais seguro de que tá realmente no caminho certo, que tá cumprindo o propósito divino. E quanto mais ele se sente seguro nesse caminho, mais ele se afasta daquele garoto que ele era no início da história. E é aqui onde o Kira realmente nasce. Com a chegada do Ryuk e a confirmação que o Death Note não é uma farça, o Light percebe o poder absurdo que ele tem nas mãos. Se antes ele só estava tentando justificar aqueles dois assassinatos para não se sentir mal com seus atos, agora ele não precisava mais disso. Ele começa a acreditar que se os deuses escolheram ele para ter esse tipo de poder, ele também era bom bastante para decidir quem vivia ou quem morria. O seu objetivo agora não era só matar criminosos e fazer justiça. Ele queria moldar a humanidade conforme o seu próprio padrão de ética, tentar dessa forma criar um novo mundo, um mundo perfeito. E nesse novo mundo ele seria Deus. Tanto que quando Ryuk questiona ele sobre o que ele ia fazer com Death Note, a resposta dele é direta e curta. Será um novo mundo livre de injustiça e populado por pessoas que eu julguei serem honestas, gentis e trabalhadoras. E eu eu vou me tornar o Deus desse novo mundo. E o mais interessante, talvez até bizarro, é que ele fala isso como uma naturalidade, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Ele não é mais aquele adolescente entediado, indeciso do início. Ele agora, pela primeira vez na sua vida, sentia que ele tinha um propósito. Ele tinha certeza do que precisava fazer e era isso que ele estava fazendo. Um bom narcisista, o Light começa a usar as pessoas ao seu redor como peças em um tabuleiro, tentando justificar para si mesmo o tempo todo que ele não estava matando por prazer, mas sim por necessidade para cumprir uma missão maior que tudo, maior que ele mesmo, algo que ele precisava fazer, um sacrifício. E se qualquer um tentasse por qualquer razão atrapalhar os seus planos, essa pessoa ia desaparecer, até porque para um novo mundo surgir, o antigo tem que sumir. Até esse ponto dá pra gente entender que o Light ainda tá se encontrando, tentando achar o próprio caminho. A figura do Kira, que é esse assassino, esse Deus do novo mundo, já tinha surgido na sua mente. mas ainda não estava totalmente completa. Ou seja, que ainda era um ponto que daria para voltar atrás, voltar aquela realidade. Não que fosse algo que ele queria fazer, mas ainda dava. Nesse ponto, o Light ainda acreditava que ele estava fazendo a coisa certa, que ele era o herói da história. Ele não se via como um assassino, nem como um tirano. Ele se via como salvador, a pessoa escolhida pelos deuses para salvar o mundo. E talvez esse seja o ponto até mais arriscado e perigoso do personagem. É que nem aquela frase: “É mais fácil você enganar alguém do que convencer essa pessoa de que ela tá sendo enganada”. E nesse caso o Light estava sendo enganado por ele mesmo, pelo seu próprio orgulho e arrogância. E aqui ele ainda estava nesse processo, pelo menos até o seu primeiro ponto sem retorno. E esse momento tão importante na trajetória do personagem é justamente o assassinato do Lind Taylor, já que é aqui que o Light cruza essa linha invisível do que era certo e errado para ele mesmo. Ele mata conscientemente alguém que ele sabe que não é criminoso. E aqui ele faz isso não por uma necessidade real para manter o seu plano, e sim por puro orgulho, já que esse Lind Taylor aparecia na televisão dizendo seu chamando Kira de maligno e tudo quanto é coisa. Então, se a gente for parar para pensar, o Lin Taylor não podia fazer literalmente nada contra o Light. Tudo que ele fez ali de matar o cara foi simplesmente por orgulho, p ver vê o cara xingando ele na televisão. Então aquele discurso de, ah, eu tô fazendo isso por um mundo melhor, é necessário, eu vou ter que matar esse cara porque senão novo mundo não vai existir. Isso virou balela. Tudo que ele fez aqui em matar o Lin Taylor foi simplesmente para preservar sua própria imagem. E isso é tão verdade que esse é o primeiro e talvez o principal ponto para muita gente falar que o Light na verdade é burro, já que foi essa atitude descuidada e completamente sem nexo dele que fez o L descobrir a região onde ele morava, que ele era japonês e tava naquela região de canto, se não me enfiar a memória. Então talvez se o Light tivesse simplesmente ignorado o Taylor e não agido pelo seu orgulho, ele poderia estar vivo até hoje aí, ó, vivaço. Mas é essa impulsividade que prova também o seu ego ferido, quanto que ele era um cara arrogante. E para mim, esse é o ponto que o personagem realmente se transforma no Kira, um momento em que ele realmente aceita que o que ele está fazendo não é pelo bem do mundo e sim porque ele precisa, ele gosta de sentir aquele poder. Não era mais sobre salvar o mundo e tem que se provar superior a ele. E aqui tem um dos pontos mais interessantes de escrever um personagem que é dito como inteligente, como é o caso do Light, já que é justamente essa inteligência absurda dele que faz ele conseguir ficar sempre se justificando, racionalizando tudo para tentar fingir que tá certo, principalmente porque nesse contexto para ele ser preso ia significar que ele perdeu. perder. Ia significar que todas as mortes, todos os assassinatos que ele cometeu foram em vão. E aí, se esse realmente fosse o caso, ele ia ser só mais um assassino. E nada além disso. Então aqui fica muito claro o quanto toda a construção, todo esse castelo de cartas do Kira é na verdade uma questão de orgulho e ego. Justamente por isso, ele precisa vencer independentemente do preço que ele pague para isso. E daí pra frente é só ladeira abaixo. A partir daqui ele começa a matar policial, agente da FBI, investigador e até civil. Claro que por fora ele continua justificando, tentando fingir que tá tudo bem, que isso é necessário para essa nova ordem mundial. Até porque nessa narrativa que ele criou na sua cabeça, tudo isso que ele tá fazendo, todo esse sacrifício é necessário para criar um mundo onde as pessoas boas vão poder viver em paz. Então se alguém tenta impedir a criação de um bom mundo, é porque essa pessoa é má e por isso merece morrer. Simples assim. O que ignora completamente que as pessoas simplesmente têm visões diferentes do mundo. É aquele famoso pensamento super binário e maniqueísta de ou você tá com Kira ou você tá errado e pronto. Mas mesmo assim, por mais bizarro que seja esse pensamento, ainda piora e piora muito, já que logo depois disso, Light cruz o seu segundo ponto sem retorno, que eu acredito que seja o ponto de transição mais famoso para quem viu o anime, justamente o assassinato daquele agente do FBI, Ray Pember, tudo porque ele estava investigando as famílias dos policiais envolvidos no caso e ele foi um dos primeiros a chegar tão perto de descobrir a identidade do Kira, que fazia dele uma ameaça. Mesmo assim, nada disso fazia dele um criminoso, só o antagonista o Kira. E para continuar mantendo a sua identidade em segredo, ele ia ter que matar tanta gente que nem ele mesmo ia conseguir arrumar uma desculpa para isso. Primeiro, ele mata um funcionário da cafeteria, que sim era um criminoso que tinha conseguido escapar da condenação por conta de falta de provas, que mostra que o Light ainda estava tentando manter as aparências, fingir que ele era o herói da história, o que obviamente ele não sustenta nem um pouco, já que logo em seguida ele obriga o Ray a escrever o nome dos outros agentes do FBI no Death Note, o que significa que indiretamente o Light matou 12 pessoas inocentes para manter o seu segredo. Isso sem contar o próprio Ray que morreu logo depois de ter sido usado pelo Light. Ou seja, aqui fica mais do que claro que o Light não estava nem aí para essa tal moralidade que ele dizia ter. Tudo que importava era vencer, não importando o preço. Então, nesse ponto, por mais que o Light tente passar essa imagem de herói justiceiro, que, ah, vou punir esse cara porque ele não foi condenado, mas ele é um criminoso, cara, isso não faz mais nenhum sentido. Ele paga meio que de Dexter, só mata assassino ou criminoso, mas cara, isso não funciona. Mas vamos dizer que você ainda não tá convencido e ainda acha que o Light pode ser algum tipo de justiceiro que tá fazendo o bem do jeito mal, alguma coisa assim. Então, vamos ver o que ele faz logo depois. E aí a gente conversa. O Reay, antes de ser morto pelo Kira, tava noivo da Naomi, que agora estava sofrendo para caramba por conta do luto e decide atrás do Kira em busca de justiça. E ela foi até mais inteligente que o seu noivo, usando o nome falso e tudo mais, o que ajudou bastante e fez ela quase conseguir descobrir a verdade. Mas o fim dela também é super triste. O Light controla os seus últimos momentos para que ela se de um jeito que o seu corpo nunca fosse encontrado. E honestamente, eu acho que é impossível defender o Light. Não tem uma justificativa para isso. Esse novo mundo que ele diz que tá construindo não se sustenta por nada. Para cada morte, ele precisa de matar mais alguém para poder esconder a primeira e assim vai. É uma bola de neve absurda. Já que aqui o Light não se via mais como um herói. Ele já tinha desistido dessa ideia, mas ele também não se via como um vilão. Na verdade, nesse ponto, ele se via como um márte, alguém que tava se sacrificando em prol de uma boa causa, como se ele mesmo fosse tão vítima quanto as pessoas que ele matava. tudo naquela ideia bem maquiavélica de que o fim justifica os meios, o que mais uma vez é um reflexo claro da inteligência do personagem que trabalha a favor dele ou contra, dependendo do ponto de vista, para manter ele seguindo seu plano, já que no momento que ele admitir que só tá matando inocentes para salvar si mesmo e o seu ego, tudo isso que ele construiu vai simplesmente desmoronar. Ele finalmente ia ter que encarar o fato de que ele se tornou só mais um assassino, um criminoso, justamente o que ele mais odiava. Então, se antes ele matava para tentar moldar o mundo, agora ele mata para não perder o controle. E essa mudança, apesar de ser bem sutil, principalmente no anime, ainda é muito profundo. Algo que transforma o Kira, alguém que ele acreditava ser um agente da justiça em um agente do caos e da destruição. Tudo em nome dessa ilusão de que o fim justifica os meios. E tudo isso fica ainda pior quando Light começa a receber validação, não só de si mesmo e do seu ego, mas do mundo inteiro. Fóruns online, reportagens internacionais, cultos dedicado ao Kira, uma loucura completa. Tudo isso começa a fortalecer ainda mais a imagem que ele construiu de si mesmo, de um salvador, de alguém divino. Ele agora não só acredita que ele tá fazendo o mal necessário, mas que ele é o único capaz de consertar o mundo. E essa provavelmente é a combinação mais perigosa que existe, já que o Light sempre foi um cara muito orgulhoso e com razão, vamos admitir, né? Ele era o melhor aluno do Japão, filho de um policial super respeitado, educado, bonito, popular, a [ __ ] toda. O problema é que ele sabia disso. E quando esse orgulho se uniu, a percepção de que ele era alguém super especial, com um poder absurdo nas mãos, que era o Death Nit, cara, acabou. Nesse ponto, ele não queria só criar um novo mundo, um lugar melhor para as pessoas viverem. Ele queria ser adorado por isso, ser reconhecido como responsável por toda essa mudança. Nesse ponto fica muito clara a diferença entre aquele Light que teve medo lá no começo, que ficou assustado de matar duas pessoas e o Kira que sorria ao matar centenas de pessoas. O prazer que ele sente fazendo isso não tá em matar as pessoas em si na violência, mas sim na confirmação, na sensação de que ele tá certo, ele tá vencendo a batalha. Cada nova morte é uma prova para ele de que ele tá no controle, que ele tá por cima. O que de certa forma cria um paradoxo, já que foi a sua humanidade que fez ele chegar até ali e agora para alcançar o seu objetivo, ele estava perdendo a humanidade. Ele começou dizendo que queria proteger os inocentes, fazer justiça porque não tinha força para isso. O que, inclusive, vamos até abrir um parênteses aqui para falar desse ponto, é uma razão para muita gente defender o Kira, porque no início ele tava fazendo a justiça que a própria justiça institucional, o governo não conseguia. Ele salvava as pessoas que a segurança pública não conseguia salvar e por isso ele era visto como bom. ou melhor, como útil. O problema é que com todo esse poder concentrado nas suas mãos, ele mal conseguia diferenciar quem eram os bons, os maus ou quem só eram obstáculos. Nesse ponto, o seu ideal de justiça já tinha se distorcido completamente. E o mais interessante na obra é que, por mais que essas escolhas sejam no mínimo questionáveis, a taxa de criminalidade global realmente cai. As guerras param e muitos países começam a cooperar entre si, coisa que eles não faziam há muito tempo, se é que já fizeram. O que no primeiro momento parece ser uma conquista absurda, algo que ninguém nunca conseguiu na história. Mas vamos pensar um pouco o que realmente tá sendo construído aqui. Isso é uma utopia onde todo mundo vive em paz e harmonia ou só uma ditadura bizarra? Qual é o verdadeiro custo dessa paz? Realmente vale a pena pagar? Essas são as principais perguntas no debate entre dizer se o Kira tá certo ou errado, já que nesse ponto para ele, o mal e o bem deixa de ser uma coisa objetiva, que dá para dizer se é ou não é. Esses dois conceitos se tornam coisas completamente subjetivas e moldadas pela sua própria percepção da realidade. O que antes era justiça, agora se tornou só a conveniência. Então aqui acho que dá pra gente entender que na verdade o Light foi corrompido pelo mal. Aquela ideia de que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe ou nesse caso defno o corrompe. Mas será que isso realmente faz sentido? A gente já volta a falar disso. Depois de muito tempo escondendo a sua identidade, manipulando todo mundo, o Light finalmente vê o seu império desmoronar. Uma queda que não acontece de uma hora para outra, mas sim aos poucos. E tudo por conta das mentiras, do medo e principalmente do orgulho do Kira. E aqui eu acho que é bem inseguro dizer, provavelmente todo mundo vai concordar comigo, que depois da morte do Hélio o anime desanda completamente. Tanto que a segunda parte do anime é uma decepção total para grande parte dos fãs, o que inclusive é um assunto para um outro vídeo que eu pretendo trazer dependendo do desempenho desse aqui. Então se você quiser ver esse outro vídeo esculachando a segunda parte de Death Note, deixa um comentário aí para engajar, fechou? Mas pra efeitos desse vídeo aqui fazer sentido, o confronto final entre o Light e o Near é um ponto de virada absurdo na história, já que até ali, até a primeira metade do anime, até a morte do Hélio, Light tinha sido totalmente meticuloso, confiante, praticamente perfeito. Mas aqui ele comete um erro gravíssimo. Ele subestima seus oponentes. O mesmo orgulho que levou ele até esse ponto a quase se tornar um deus acabou se tornando sua maior fraqueza, o que de certa forma não dá para julgar ele, já que assim como nós, ele também acreditou que o Near jamais estaria à altura do e foi justamente essa percepção que fez o Light ser derrotado por ele. A morte do Kira é um dos maiores espetáculos que a gente já viu nos animes. Alguém que antes se via como um deus agora tava ali implorando, gritando, tentando desesperadamente convencer os outros de que tudo que ele fez foi pelo bem da humanidade, algo que provavelmente nem ele mesmo acreditava. Mas tudo que o Light fez até aqui, todas as mortes que vieram depois, foram uma tentativa de provar que ele não era uma pessoa ruim, que tudo tinha um propósito maior, que ele tinha um porqu fazer aquilo. Mas agora, sem essa máscara, sem os seus planos elaborados e nenhum aliado, o Light está completamente exposto diante do mundo e de si mesmo. Ryuk, o seu primeiro e agora último companheiro, cumpre a sua promessa. Ele escreve o nome do Light no caderno e apenas assiste sem nenhuma interferência. Esse foi o fim do seu experimento humano. Não tem julgamento, não tem redenção. Só o Light morrendo sozinho, sangrando e completamente derrotado. Não como um deus ou como um herói, mas sim como um ser humano comum, falho, que tentou fugir da própria humanidade através de uma mentira grandiosa demais para se sustentar. Nessa sequência da morte do Light, tem uma cena que eu acho que é sensacional pra gente entender o personagem. Enquanto Rio que ouve os gritos do Light implorando para não morrer, ele diz: “Não importa como você viveu sua vida, o pós-vida é o mesmo. Céu e inferno não existem. A morte é igual para todos. Nesse ponto, essas palavras do Ruk são basicamente uma negação de tudo que o Light fez até aqui. Ele tentou ser Deus, criar um paraíso na Terra, mas isso não existe. Não faz e nunca fez sentido. Ele é só um homem. O inferno não existe e nem o paraíso. Light é só mais um homem comum e não alguém especial. E por isso a sua morte também seria comum como a de qualquer outro assassino. As suas últimas palavras são basicamente gemidos de medo. E por fim ele disse maldição o que resume muito bem o que ele sentia naquele momento. Eu perdi. E é que ele estava se referindo não só a esse jogo mental contra o Near. Mas toda sua luta para provar que ele era diferente, especial, necessário, tudo foi uma ilusão. Ele morreu como que ele mais temia ser. um assassino comum, sem uma grande justificativa ou um grande destino. Ele era só mais um homem comum, egoísta, ambicioso, que quando recebeu poder nas mãos se tornou nada mais que um tirano. E assim termina a jornada de Light Agami, não com glória, nem com redenção, mas com a simples verdade que ele ignorou até aqui. Não importava o quanto ele tentar se negar ou se esconder. O Light escolheu matar, escolheu continuar matando até que não tivesse mais ninguém do seu lado, nem ele mesmo. O Light é um personagem tão complexo, interessante e profundo que a gente tá aqui discutindo sobre ele mesmo depois de anos do anime ter acabado. Tudo isso porque ele além de ter sido muito bem escrito, pelo menos na primeira parte, ele termina como um cara comum e por isso ele é um retrato muito bom de como pessoas comuns podem acabar se tornando monstros por conta da sua obsessão e por orgulho. A ideia de que se o Kira vencer, ele é bom, mas se ele for pego é mau, mostra muito bem o quanto essa moralidade do Light nunca existiu de verdade. Então depois de tudo isso, como a gente responde a pergunta do início do vídeo? Olight é um herói, um vilão, um antiherói mal compreendido. Para mim, ele é as três coisas em momentos diferentes da obra. No início ele se via como um herói realmente fazia coisas que nós aqui no mundo real provavelmente chamaríamos de justiça. Mas muito rápido ele passou a ser um antiherói, a se ver como um mal necessário, alguém que tinha que fazer uma coisa errada em prol de um futuro melhor para depois ele ter aquele momento bizarro em que ele se vê como Marte, alguém que se sacrifica por esse mundo melhor, até nos seus momentos finais ele perceber que ele nunca foi nada além de um assassino. Talvez esse seja o maior legado do personagem, fazer a gente pensar como boas intenções podem acabar com ações terríveis, algo assustadoramente humano. Mas claro, isso aqui tudo é só uma forma de ver o personagem, a minha visão pessoal. Então comenta embaixo como você vê o Light ou Kira, se preferir. No mais meu, muito obrigado pela sua atenção e pelo seu tempo, a sua companhia até aqui. Um agradecimento especial aos membros do canal, à pessoas que me ajudam a continuar trazendo conteúdos como esse aqui. E se você também gosta do canal e apoia o conteúdo que a gente faz por aqui, considere também se tornar um membro. Com só cinco pila no mês, você já tem acesso aos vídeos exclusivo, seu nome aqui nos créditos finais e claro, você ajuda o canal a continuar existindo e por isso meu muito obrigado. No mais, estamos junto, é nós e te vejo no próximo vídeo. Valeu, [Música]







