Lula irrita ministros do STF; Trump volta a defender Bolsonaro; AGU em caso de Moraes nos EUA e mais
0Agora 10:27, estamos de volta com o nosso All News. A gente pede desculpa aí desse vai e vem, desse vai e vem. A gente tá acertando algumas coisinhas aqui, mas já estamos de volta. Pode voltar a comentar. Tô de olho aqui no que você tá escrevendo no nosso chat. A gente volta a falar sobre um dos assuntos quentes do dia, que é essa última declaração de Donald Trump. A gente vem acompanhando essas falas de Donald Trump em relação ao Brasil, em relação inclusive ao Supremo Tribunal Federal e ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Essas falas que inclusive eh provocam aí uma reação do presidente Lula. O presidente Lula eh ele o foi faz dois dias já que ele deu essa declaração, né? dizendo que tem que dar palpite sobre a nossa vida e que o Brasil é um país soberano, né? Foi o que disse o presidente Lula em relação a essas últimas declarações. Eh, ele diz que o aqui eh quem manda no Brasil é o povo brasileiro e ninguém tem que se meter nisso, né? E também deu outras declarações lá cutucando Donald Trump em relação à à taxação que Trump também falou. esse discurso do presidente Lula, ô Josias, ele deve avançar para algo que seja mais institucional, inclusive e na sua análise? Por quê? Essas declarações de Donald Trump, alguns falam: “Ah, mas isso é uma bobagem, são mais algumas bobagens de Donald Trump, não tem que ser levado a sério”. Lula respondeu de uma maneira, falou: “Ah, nem vou dar bola para isso, mas efetivamente o governo brasileiro precisa fazer alguma coisa. o Supremo Tribunal Federal precisa fazer alguma coisa, né? Eh, a gente sabe que tem outras questões aí envolvendo até mesmo Alexandre de Moraes e talvez a AGU possa defender Alexandre de Moraes. É o caso, Josias. É, a defesa do Alexandre Moraes é um imperioso. É é é indispensável que se faça, né, Fabiol? Nós temos um eh a legislação prevê que autoridades brasileiras, quando acionadas judicialmente devem ser defendidas pela AGU. Nesse caso específico em que há um processo contra o Alexandre Moraes movido nos Estados Unidos, a a AGU tem que defender. Agora, a o posicionamento do Lula, ele é discutível. Do ponto de vista político, é impossível impedir o presidente de aproveitar essa movimentação do Donald Trump. Eleitoralmente, ela é muito útil para o Lula, sobretudo porque o principal ou potencial adversário do Lula em 2026, o governador de São Paulo, Tarcío de Freitas, ele fez um movimento inverso, né? Ele avalizou o discurso do Trump como a insinuar que, de fato, o Bolsonaro é perseguido político no Brasil. Então, é difícil pedir ao Lula que não aproveite essa oportunidade que a conjuntura lhe oferece. Eh, o Tarcísio erra eh flagrantemente porque ele exagera no pedágio que paga ao Bolsonaro pelo apoio que reivindica para uma eventual candidatura presidencial dele. Agora, institucionalmente, eh o Lula poderia delegar este, eh, este discurso aos seus auxiliares, como aliás já estão fazendo os auxiliares, né, aa nessa, eh, segunda-feira, numa entrevista lá, o Roda Viva, o ministro da Casa Civil, o o Rui Costa, ele já eh escalou sobre o Tarcísio, realçando essa incoerência, incongruência do Tarcísio, que se associa às manifestações do Trump, sem levar em conta as tarifas que o Donald Trump impõe ao Brasil, em prejuízo da indústria paulista, dos trabalhadores de São Paulo. Então, já há uma uma um percepção eh no do Lula e dos seus auxiliares de que esta é uma oportunidade a ser aproveitada. Agora, como disse, do ponto de vista institucional, acho que o Lula poderia tomar uma certa distância desse episódio. Primeiro por não se deve eh aceitar todas as provocações que o Trump direciona ao Brasil. E segundo, porque o Lula perdeu um pouco de autoridade para falar dessa matéria, porque dias atrás esteve na Argentina e aquilo que o Trump está fazendo no Brasil, que é eh desconsiderar o trabalho da justiça brasileira, o o Lula fez na Argentina, teve lá e visitou a Cristina Kistner. A visita tá inserida aí no seu eh nas suas no seu desejo particular de visitar, de prestar solid solidariedade a uma aliada. Agora, ele pausou do lado de uma plaquinha eh Cristina livre. Eh, ele fez declarações dizendo que a Cristina Kishner é inocente. De certo modo, ele também desmereceu o judiciário eh da Argentina quando ele concedeu asilo a a à ex-meira dama do Peru, condenada lá no Peru há 15 anos de cadeia. Também ele eh colocou em dúvida o trabalho do judiciário eh peruano. Então, ele tem aí um eh pés de barro nessa matéria, né? Eh, desmerecer o Trump é parte do jogo, mas ele precisa olhar também para o seu próprio comportamento. Agora, do ponto de vista eleitoral, impossível, Fabula, pedir ao Lula que não aproveite esse essa oportunidade que o Trump criou para ele do ponto de vista eleitoral, né? Agora ele pode delegar isto aos seus auxiliares como presidente. Talvez ele devesse se preservar um pouco mais. É, a Mônica Bérgamo colocou na coluna dela também eh ontem à tarde, tá? no jornal hoje, essa situação relacionada à advocacia geral da união, né, que assume ou deverá assumir aí a defesa eh de Alexandre de Moraes. Essas declarações de Donald Trump em defesa eh de Jair Bolsonaro estão de certa maneira também ligadas nessa ação relacionada a Alexandre de Moraes? É tudo um pacote, Mônica. E como é que você vê a decisão da AGU e de já eh aí colocar advogados nos Estados Unidos para fazer esse monitoramento e de repente assumir a defesa e de Alexandre de Moraes? Tá correta a GU ir por esse caminho? É, olha só isso. Eh, a a AGU já tá com advogados nos Estados Unidos. Eu tive acesso a um documento interno deles reservado que diz o seguinte, que eles já estão, eles fazem um relato dessa ação, dizem que estão monitorando a ação que a Rumble e a Trump Media, que é o do grupo do presidente Donald Trump, tão movendo contra o Alexandre de Moraes na Flórida. Eh, eles dizem que estão preparando, já se preparando para entrar na ação, né? Eh, em nome da República Federativa do Brasil. Então, portanto, eh o o governo Lula decidiu eh chamar para si a defesa do Alexandre de Moraes. A AGU defende o Estado brasileiro. Então, eh possíveis condenações do ministro Alexandre e possíveis sanções serão vistas como ações contra o Estado eh brasileiro. E a GU vai fazer a defesa dele. Eu acho que o Josi tem razão quando o Lula, o Lula, ele tem um uma, como é que eu vou dizer assim? Ele tem um um trunfo na história dele que é o fato de ter respeitado o judiciário, o judiciário brasileiro quando ele foi condenado a prisão, né? O Lula ficou quase 2 anos preso. Os outros presidentes que foram presos ficaram um dia, 10. O Lula ficou 2 anos e ele teve muitas oportunidades de sair e de ir para embaixadas. E ele recusou todas as ofertas que foram feitas. Ele falou: “Não vou ficar, não vou fugir”. Então isso é um triunfo que ele tem. Então, se o Bolsonaro fugir, a comparação vai ser inevitável. Por outro lado, o Josias falou aí, tocou num ponto, quer dizer, na a partir do momento em que ele eh concede o asilo para a eh ex-preira dama do Peru, Anadini, claro que se alguém conceder asilo para o Bolsonaro, o Lula não vai ter muita moral para eh reclamar. Ô Mônica, desculpa só te cortar. A gente vai receber o pessoal que tava conosco na TV, que a gente tava não vai e vem aqui, você retoma daqui a pouquinho eh o seu pensamento, que é muito interessante essa comparação que você faz, né? O Lula respeitou a justiça tem esse trunfo, então ele pode dar essa resposta aí a Bolsonaro. A gente só tá voltando com quem tá conosco na TV para que a gente faça uma boa recepção aqui à turma que estava nos aguardando. Olá, bom dia para você que chega agora aqui no nosso All News. Estamos ao vivo, peço desculpas aí para esse esse nosso vai e vem, mas já estamos ao vivo aqui com o nosso Anews com as principais notícias do dia. A notícia mais importante, talvez nessa quarta-feira que abre o noticiário brasileiro, político e também judiciário, é mais uma declaração de Donald Trump em defesa de Jair Bolsonaro. E também mais uma declaração de Donald Trump questionando a atuação da justiça brasileira, mais especificamente ao Supremo Tribunal Federal, que neste momento eh tá com um julgamento em relação a uma tentativa de golpe. Estávamos falando aqui hoje comigo no estúdio Josias de Souza e a colonista do jornal Folha de São Paulo, Mônica Bérgamo. Estamos falando justamente sobre o que que tá por trás de tudo isso e de que maneira o governo brasileiro deve agir. Mônica Bergamo tava me contando aqui é justamente dessa comparação inevitável que fazem no Brasil, que é entre Lula e Bolsonaro, e que Lula ficou na prisão por um bom tempo, né, Mônica? E por isso, nesse momento, ele pode dar uma resposta caso a ideia de Bolsonaro seja fuga ou até mesmo um asilo nos Estados Unidos. É, exatamente. Quer dizer, eu tava falando aqui, o Lula teve oportunidades, teve ofertas, eh, teve um momento em que ele foi fortemente aconselhado a atravessar a fronteira do Brasil com o Uruguai, que no Uruguai ele teria acolhida, não seria preso no Brasil. E ele falou: “Não, eu vou ficar, vou cumprir qualquer pena”. Eh, e ficou ficou dois anos preso e a história a gente já conhece. Então ele teria estrunfo. Por um outro lado, como bem lembrou o Josias, se ele ficou, se ele cumpriu pena, se ele não fugiu, se ele atuou totalmente dentro das regras do judiciário do país, de seu país, eh, ele não pode dizer o mesmo. Quer dizer, ele não pode condenar quem der asilo ao Bolsonaro, porque ele deu asilo aqui à ex-preira dama do Peru, né? Eh, que foi condenada pelo judiciário peruano. E ele foi também visitar a Cristina. Eu acho que a visita que ele fez a Cristina Kitner tem algumas nuances, né? Porque o Lula não atacou, né? Não não chegou a falar caça as bruxas, eh, não foi para o ataque, eh, respeitem, mas ele foi lá paraessar solidariedade, acabou segurando aqui a plaquinha eh Cristina livre, que pode ser encarado como uma crítica ao judiciário da Argentina, mas ele como presidente do Brasil foi pras redes com esse comportamento do Trump. Parem de perseguir a Cristina, parem de fazer caixas brusas. É um absurdo aí o que vocês estão fazendo. Quer dizer, ele foi mais dar um apoio a ela do que partiu para um ataque frontal, né? O Trump tá partindo para um ataque frontal. E eu acho que o pacote Lula na defesa da Cristina é diferente do pacote Trump. Eh, porque o Trump faz isso depois de parlamentares do partido dele eh falarem, que vão defenderem sanções ao Alexandre de Moraes, depois de autoridades do governo dele afirmarem que essas sanções estão sendo analisadas, ou seja, tentando intimidar o magistrado brasileiro, né? Depois de Son, que é próximo dele, falar que o eh Alexandre de Moraz é um assassino, depois de diversas personalidades norte-americanas alinhadas ao trumpismo, eh, ficarem chamando o Alexandre de Moraes de sensor, de assassino, eh, enfim, é, é o pacote é um pouco diferente. A gente não tem eh petistas, né, ou a gente não tem o filho da Cristina Kitner aqui no Brasil fazendo campanha pro Congresso retal Argentina, indo no gabinete do Lula pedindo pro Lula retaliar a Argentina, fazer sanções ao judiciário da Argentina. Quer dizer, o pacote eu acho um pouco diferente. O Trump fala o que fala num contexto de eh evidente tentativa de intimidação do judiciário, né? É. E paralelo a isso, Mônica, tem também essas ações envolvendo Alexandre de Moraes. Eles vão para um outro caminho dizendo que Alexandre de Moraes não respeita a liberdade de expressão e vão para cima dele, né? E aí, nessa sua coluna hoje, eh, dizendo que há um monitoramento neste momento do assunto lá nos Estados Unidos por parte de advogados da Advocacia Geral da União. A advocacia Geral da União está monitorando a ação que a Humble e a Trump Medídia, que é do grupo do presidente americano, movem contra o ministro do Supremo Tribunal Federal. Além desses discursos de Donald Trump, tem também ações na justiça por esse caminho, né, que é uma forma de intimidar o Supremo Tribunal Federal Brasileiro. E por isso tem caminhos jurídicos a serem seguidos, né? Eh, e aí essa questão também, né, Mônica, eh, retomando até com você isso nessa decisão da AGU, eh, o que que eles querem com esta decisão? É realmente o momento de defender a soberania brasileira? como é que você vê e que que você tem de informação sobre a atuação da GU lá nos Estados Unidos? É, eu acho que eles estão monitorando, eles não entraram na ação ainda, mas eles dizem um documento reservado, eles estão preparando, preparados para fazer minutas e para entrar formalmente eh nesse processo. Isso significa que o Brasil tá entendendo que qualquer coisa contra o ministro Alexandre de Moraes eh serão medidas eh contra o Estado brasileiro. E, portanto, a GU tem que atuar. A AGU ela atua em defesa do Estado, né? A AGU defende entregantes não apenas do governo, ela ela se se alguém da procuradoria geral eh tiver algum problema, ela tem que defender, né? Então ela ela tá se preparando e é assim que tá sendo encarado. Qualquer citação ao Alexandre terá que passar pelo Ministério da Justiça. Será uma citação via Estado brasileiro. Eh, o Estado brasileiro vai atuar porque vai considerar que é uma ação contra o Estado eh brasileiro na figura do Alexandre. Então isso tá bem claro, né? Eh, e é isso. O texto deles eh diz exatamente isso. Estão eh se preparando aqui para atuar nessa ação contra o Alexandre. A coluna até da Mônica dis em nome da República, diz o documento, né? Eh, estão preparando minutas de intervenção processual para entrar no processo da Flórida em nome da República Federativa do Brasil. Então será a República Federativa do Brasil que estará representada e não apenas o Alexandre de Moraes. E isso é muito interessante, né, Josias? Porque, por exemplo, essas duas empresas, até na coluna da Mônica, ela traz esses detalhes, as duas empresas acusam Moraes de emitir ordens ilegais eh para censurarem usuários de suas plataformas, suspendendo seus perfis. Eles usam aí eh que Moraes ele ele não eh respeita a liberdade de expressão eh desses usuários, né? E de acordo com as companhias, ordens de silêncio foram emitidas pelo ministro para suspender contas de usuário politicamente controverso, tentando censurar um discurso que é considerado legítimo nos Estados Unidos. Com isso, eh, na opinião dessas empresas e no argumento utilizado pelos seus advogados, Alexandre Moraes estaria violando as leis dos Estados Unidos. E a questão é essa, está violando, Josias, quando a gente vê o documento que a Mônica acaba de dizer que vai ser realmente a República Federativa do Brasil que vai sair em defesa de Alexandre de Moraes? É o caso, Josias? É o caso, Fabiolo, uma das atribuições constitucionais da advocacia geral da União é a defender servidores e autoridades em processos judiciais que decorrem da sua atividade funcional. Então, não é razoável que um servidor suponha um, e já aconteceu isso, né? Um secretário da Receita Federal toma determinada decisão, aquilo resulta em ações judiciais contra ele e não é razoável que ele tire do próprio bolso para se defender a AGU. eh eh cumpre essa atribuição. Outro noutros casos até parlamentares acusados de de corrupção reivindicaram a atuação da da AGU eh em sua defesa. Aí, evidentemente, não parece lícito, né? Mas aqui nós estamos falando de um ministro do Supremo Tribunal Federal que está sendo processado nos Estados Unidos por conta da sua atividade jurisdicional, da sua atividade como magistrado. Então não seria razoável, independentemente do de como as pessoas enxerguem o mérito das decisões do Alexandre Moraes. São decisões boas, ruins. Neste caso específico, trata-se de defender, de prover uma defesa jurídica, técnica, a uma autoridade que está sendo acusada de exorbitar nas suas eh atribuições funcionais. Então, é uma obrigação da AGU fazer isso. O Supremo requisitou eh essa defesa da AGU, já foi contratado o escritório nos Estados Unidos. Então acompanhando, até a GU soltou uma nota dizendo que até agora não houve uma uma provocação da justiça da Flórida para que o o Alexandre Moraes apresente alguma defesa, mas há um despacho lá nos autos eh desse processo que corre na Flórida, determinando que o Alexandre Moraes apresente em 21 dias a sua manifestação nesse processo. Houve uma decisão é de uma juíza e meses atrás e considerando que havia um pedido de liminar eh impondo ali ou sugerindo a imposição de sanções ao Alexandre Moraes. E a juíza entendeu, nem entrou no mérito naquela ocasião, porque entendeu que as decisões do Alexandre Moraes não diziam respeito aos Estados Unidos, não eh não tinha efeito nos Estados Unidos, eram decisões tomadas pela justiça brasileira em relação a eh fatos que ocorreram no Brasil, bloqueio de de contas, eh determinação de retirada de postagens, eh a recusa de uma das empresas, a Rumble, de a a fornecer ser o nome de um representante no Brasil. Então, a juíza entendeu que todas as decisões do Alexandre Moraes diziam respeito ao cenário brasileiro e não tinham efeito prático ou não eh surtiam efeitos nos Estados Unidos. Agora, há essa novidade a com a a fixação de um prazo para que o Alexandre Moraes apresente a sua defesa, 21 dias. Então, eh obrigação da AGU e prover esta defesa pro Alexandre de Moraes. Fabiolo, o Supremo requisitou. eh é a atribuição constitucional da AGU, então tá tudo dentro eh do que está previsto em lei, previsto na Constituição. Então a AGU não faz mais do que a sua obrigação. Fabiola, além da questão jurídica, tem também o discurso, né? A Mônica Bérgamo também entrevistou eh e conversou com o Mauro Vieira a respeito disso. Eh, e o Mauro Vieira, nessa entrevista falou sobre o Alexandre de Moraes e saiu em defesa dele de maneira bem enfática. ele não é um ditador e e que a ameaça de sanções não tem eh cabimento, né? O Brasil não tem que aceitar algo assim. É nessa linha assim, o a defesa ela também acontece dessa maneira bem forte, eh, política, né, ô Mônica? E é por isso que as pessoas até falam: “Ah, tem essa dobradinha que é o governo e Alexandre de Moraes”. Quer dizer, quando eh Bauro Vieira fala isso, isso mostra realmente que eles estão alinhados? É isso. Agora ele também ele me falou assim, eu falei: “O que que o Brasil vai fazer com”? Claro, ele partiu pra defesa, ele falou: “Eu não acredito que essas sanções sejam aplicadas”. Aí eu falei: “Não, mas o argumento das pessoas que defendem é, inclusive de autoridades americanas, é de que ele é um ditador.” Ele falou: “Não, Alexandre de Moraes não é um ditador. É simples assim, né? Eh, depois na conversa com ele fora do gravador, né, que a gente a gente lembrou, o Alexandre de Moraes, ele é um ministro do Supremo Tribunal Federal, eh, indicado por um presidente que não foi eleito, mas era vice-presidente e, eh, assumiu o lugar da Dilma depois do impeachman, mas dentro da legalidade. Então, ele foi eh indicado por um presidente que tava ali no cargo, que foi eleito vice e assumiu na ausência da presidente e o indicou e foi aprovado pelo Senado. Então ele é um juiz de um sistema democrático, ele não é um juiz de uma ditadura, né? Eh, a gente não tá vivendo numa ditadura. E ele, aí eu perguntei, mas concretamente o que eh o o Brasil pode fazer como retaliação, como ele falou, aí ele me respondeu o que o Brasil poderia fazer? Virar a cara, dizer que tá zangado? Não, o Brasil tem que seguir sua vida com naturalidade e ponto, né? Então ele disse, me contou que eh realmente de fato o governo brasileiro passou mensagens ao governo americano que consideraria e que a ao se aplicar sanções ao Alexandre de Moraes seria algo que seria uma afronta ao estado brasileiro, né? Ele me falou: “Ó, nós temos em Washington uma embaixada muito grande, chefeiada pela embaixadora Maria Luía Ribeiro Viote. E o que foi dito por ela, laico, que foi esclarecido e é que não há extra territorialidade nas decisões judiciais em geral, né? Então o Supremo não manda lá, mas eles também não mandam aqui. Então disse que foi passado que as empresas estrangeiras que querem atuar no Brasil tem que se adequar às leis brasileiras ou podem ir embora. Então essa foi a mensagem, Fabíola. Agora é muito curioso que eles usem esses termos ditador, assassino, no mesmo momento, né, em que eles, por exemplo, não fazem nenhuma ressalva a atuação do primeiro ministro de Israel, Benjamin Toniarro, que é recebido com tapete vermelho na Casa Branca, sendo que é acusado internacionalmente de cometer crimes de guerra, de matar 50.000 1 pessoas em Gaza, crianças, idosos, mulheres, né? De atirar em pessoas que dos soldados israelenses atirarem na fila, em pessoas que estão na fila buscando pão para comer. E ali tudo bem, mas o Alexandre de Moraes que tá fazendo um julgamento em um colegiado na Suprema Corte é um assassino, é um bandido, é um ditador. Então é assim, é um super peso para um e peno leve para os aliados, né? Então, é óbvio que é uma coisa absolutamente ideológica para favorecer o Bolsonaro mesmo. Não tem nada a ver com técnica ou com apreço à liberdade de expressão. Importantíssimo isso que você tá falando, ô Mônica, porque é muito importante a gente ver essa briga ideológica e que ela tá acontecendo não apenas no Brasil, mas no mundo. E e nos últimos tempos a gente vê isso sendo atravessado entre os países. E aqui com essas declarações de Donald Trump só reforça exatamente isso. É, é sobre isso que nós estamos falando no mundo, inclusive, né? Essa briga ideológica. Hoje tem a uma reportagem, se não me engano ainda é a manchete é da Folha de São Paulo neste momento, que essa ofensiva pro Bolsonaro Trump se fia em acusações de censura e numa espécie de aliança Lula Moraes, que é o discurso que eles estão fazendo. Essa reportagem faz também uma entrevista com o Steve Bennon, que é um mentor lá de Bolsonaro. A ontem a Mariana Sanchez também entrevistou ele, trouxe com exclusividade aqui ainda no nosso All News. as falas dele e os pensamentos dele em relação a a Bolsonaro, a Morais, a Trump e tudo mais. Mas nessa reportagem hoje do jornal Folha de São Paulo, eh, ela traz detalhes de que esse movimento ultra conservador americano se fia eh no discurso do uso político do Supremo Tribunal Federal para defender Bolsonaro e também eh querendo dizer que há há uma aliança entre Lula e Morais. E aí, Josias, existe alguma aliança neste momento entre Lula e Morais? Eh, essa ofensiva pró Bolsonaro pode ter resultado, inclusive jurídico, se eles seguirem por esse discurso político? É evidente que não há eh essa parceria, né, Fabulo? Agora, os fatos colocaram o Supremo do lado da democracia e a democracia favoreceu eh o Lula. O Lula tava eleito, o Bolsonaro tentou dar um golpe para anular o resultado da eleição e o Supremo Tribunal Federal interveio, tá agora julgando os golpistas. O Bolsonaro tá eh intimado a apresentar alegações finais eh num julgamento que muito provavelmente vai resultar na sua condenação. Até setembro o Bolsonaro deve ser um um condenado à prisão no Brasil, né? Então, eh, os fatos colocaram do mesmo lado o Lula, o Poder Judiciário, o Tribunal Superior Eleitoral colocaram do lado oposto o Bolsonaro, que conspirou contra a democracia. Sabemos todos que não cabe ao Trump ou nenhum outro e presidente estrangeiro ou líder estrangeiro criticar as decisões que são tomadas soberanamente no Brasil. O Bolsonaro não pode ser julgado pelos eleitores, como diz o o Donald Trump. Ele tá inelegível, já foi declarado inelegível pela justiça eleitoral brasileira. não é vítima de caças bruxas. Todo mundo sabe que eh que condições levaram, quais foram os fatos que levaram o Bolsonaro a essa situação em que ele se encontra réu no Supremo, uma condenação esperando na fila para acontecer. e ele mesmo prestando depoimento ainda outro dia no Supremo Tribunal Federal, ele reconheceu os fatos, disse que de fato se reuniu com os eh comandantes militares, que discutiu ali eh uma minuta eh que previa eh a anulação da eleição, mas que fez isso apenas no campo da tese, que não levou adiante a legislação brasileira prever que a simples tentativa de golpe já é o crime, porque do contrário, se o golpe se consumasse, não haveria nem o julgamento. A essa altura, estaríamos aqui convivendo com uma autocracia liderada pelo Bolsonaro. Então, tudo isso é falacioso. Agora, o a atuação do Alexandre Moraes, ela eh por controversa, oferece matériapra para que eh politicamente tudo seja explorado. Ainda agora, eh, soube-se que o Supremo Tribunal Federal está prorrogando, eh, aquele inquérito sobre as milícias digitais, inquérito que também inclui o Bolsonaro, inquérito que inclui os aliados do Bolsonaro, alguns deles eh que estão residindo nos Estados Unidos. E e evidentemente isso dá margem para que, como o processo não acaba nunca, dá margem para que eh o as autoridades americanas e esses brasileiros que estão lá no exterior eh conspirando contra a democracia brasileira, d para que eles digam que o Alexandre Moraes está eh eh impondo restrições a liberdade de expressão. Agora é preciso ver a hipocrisia que permeia esse debate, não é? Eh, ninguém faz ressalva ao próprio governo Trump. O governo americano tá agora submetendo estud estudantes estrangeiros que desejam eh estudar em universidades americanas. Há uma vigilância digital, dependendo das postagens que esses estudantes fazem nas redes sociais, eles não são admitidos nos Estados Unidos, não pode entrar. Então, tão censurando estudante. Um governo que faz isso não tem eh nenhuma legitimidade eh moral para dizer que as decisões do judiciário brasileiro representam eh uma restrição à liberdade de expressão. A legislação dos Estados Unidos é uma, a legislação brasileira é outra. Eh, como eh bem realçou aí a Mônica Bérgamo, Fabiula, decisões tomadas aqui, elas não têm efeito extraterritorial, não. Não valem nos Estados Unidos tampouco eh restrições feitas eventualmente pela justiça americana não tem validade no Brasil. Ninguém vai impor ao Supremo que não conden o Bolsonaro porque o Trump não tá gostando. Então, tem muita hipocrisia, há material para que politicamente essas decisões sejam exploradas. Agora é preciso colocar a bola no chão e perceber que em relação ao Bolsonaro não há nada que tenha sido feito eh pelo Supremo até aqui que não esteja escorcis e testemunhais, eh algumas delas admitidas até eh pelo próprio Bolsonaro. Então, eh, tudo está dentro da legislação, Fabíula, seguindo o devido processo eh legal, com amplo direito de defesa e a condenação, se vier e é provável que venha, ela virá escorada nesse devido processo legal. E não há nada que se possa dizer eh vindo do exterior que possa eh conspurcar esse processo. O processo tá absolutamente dentro dos trilhos. A gente fala desde o início de toda essa história, a gente porque tem tanta guerra, né, de discursos e tanto discurso ideológico, eh, que as pessoas acabam embarcando nisso e a gente tem que focar realmente nos fatos, né? A tentativa de golpe eh não é uma falácia, ela realmente aconteceu no nosso país e é isso que tá no alvo de uma investigação e que precisa dar uma resposta à sociedade brasileira. Eh, a gente só não vamos colocar a fala do presidente Lula, que é muito dentro disso que vocês estão falando, eh, da linha, eh, de defesa do governo brasileiro à justiça brasileira, defendendo a soberania do Brasil. E foi nessa linha que o presidente Lula falou recentemente. Vamos ouvir. Por isso nós não aceitamos nenhuma reclamação contra a reunião dos bricks. Por isso que nós não concordamos quando ontem o presidente dos Estados Unidos ensinou que vai taxar os país dos bricks. É, tá aí a fala do presidente Lula, ele falando sobre os bricks, né? E tinha uma outra fala dele que ele falou: “Ninguém vai”. Era era que ele falou: “Ninguém vai interferir na justiça do Brasil”. A fala dele assim: “Ninguém vai interferir é na justiça e na tutela de quem quer que seja”. A defesa da democracia do Brasil é um tema que compete aos brasileiros, né? Somos um país soberano, não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja a declaração do presidente Lula. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei, sobretudo os que atentam contra a liberdade e o estado de direito. Foi o que escreveu eh ou escreveu e falou, né, o presidente Lula lá na reunião eh dos bricks. Bom, dando sequência aqui à nossa a nossa agenda e a nossa pauta, queria falar um pouquinho com vocês também sobre a reunião de ontem eh do ministro da fazenda, Fernando Hadad, com os presidentes da casa, né, das casas legislativas, do Senado e também da Câmara. Esse assunto é muito interessante porque ele vai chamando outros assuntos. Nós estamos falando aí sobre o governo defender o o Supremo e também no meio desse caminho o Supremo foi acionado para de repente acalmar aí essa briga entre o executivo e o legislativo, principalmente por conta da história do IOF. E aí ontem, ontem o ministro da fazenda, Fernando Hadad, se reuniu à noite com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota, e o presidente do Senado, Davi Columb. E a ideia é retomar o diálogo após a crise do IOF. O ministro teve essa reunião com os dois eh para buscar uma saída. a primeira reunião da equipe econômica após a decisão do ministro Alexandre de Moraes de suspender o decreto do IOF, que era o decreto que foi eh dado pelo governo, e suspender também o decreto legislativo que foi aprovado pelo Congresso suspendendo o aumento do IOF. Eh, Alexandre Moraes zerou a história e falou: “Ó, vamos conversar, chamou os dois lados e tem essa reunião marcada pro dia 15. E agora o ministro da fazenda foi se reunir. Eles já iniciaram essa conversa antes de ir à frente do judiciário. A gente não sabe ainda os detalhes, mas eu adoraria saber, né, Josias, o que que aconteceu nessa conversa, como que deve tá tá o clima neste momento. Será que esse encontro já mostra que a situação tá um pouco melhor, Josias, nessa relação? Ah, tá melhor, né? Porque voltaram a conversar, pelo menos, né? E é muito constrangedor que o executivo e o legislativo eh tenham que eh ser intimados pelo judiciário para conversar, não é? É muito constrangedor isso, mas voltaram a se falar. Então, o Hugo Mota, o Daviel Columbre, eh, se reuniram com o Fernando Hadad, tava lá também a GZ Hoffman, que é a coordenadora política do governo, os líderes do governo na Câmara no Senado. E eles começaram a conversar, uma conversa meio intoxicada pelo debate eleitoral, né? Então, eles estão discutindo basicamente como fechar as contas de 2025 e 2026. Se você for levar em conta, Fabíula, a evolução da dívida pública, essa travessia ela seria mais segura se fosse construída uma ponte, né? Nós vamos ter aí uma eleição presidencial que é de resultado incerto o Lula é candidato. Do outro lado vai ter eh um representante do conservadorismo nacional. provavelmente teremos uma eleição muito disputada, muito difícil, impossível prever resultado. Então, os oposição e governo deveriam estar essa altura discutindo de fato a construção de uma ponte que permitisse ao ao governo fazer uma travessia mais segura, mas falta disposição política, falta eh material paraa construção dessa ponte. Então, tão fazendo aí de improviso uma pinguela fiscal. Eh, essa pinga ela não vai resolver o problema, mas pelo menos evita que essa travessia até 2027 feita a nado. Então, tá o Congresso Nacional agora com os glúteos expostos aí nas redes sociais como defensor eh do de bilionários e tá ensaiando entregar um anel para salvar os dedos dos seus lobes. Congresso está ensaiando a entrega do de um anel para salvar os dedos dos seus lobes. Estão sob pressão. E a Câmara aprovou agora eh a urgência para um projeto que corta 10% dos benefícios tributários, 5% em 2025, 5% em 2026. Isso esboça aí um caminho. O Fernando Hadad e a e a equipe econômica, eles eh estimam que esses mimos tributários e fiscais que são concedidos aí a certos setores econômicos no Brasil, eh setores que têm muita voz no Congresso, esses mimos custam, segundo os cálculos da fazenda, mais de R bilhões de reais por ano. Cortar 10% disso é como arrancar um fiapo de um rabo de um elefante. é quase como um escárnio, é um corte ridículo, não é, perto da das concessões que são feitas. Então, nós estamos diante de uma situação, Fabula, que eh é preciso constatar que a construção simultânea da 10ma economia e da sociedade mais desigual do planeta, ela não é a obra do acaso, é um processo de pilhagem que transforma justiça social e justiça tributária em duas expressões de palanque que nunca passam da retórica paraa prática. Isso não é de agora, não é desse governo, é desde da da chegada das caravelas. É, o Brasil é governado pelos interesses de uma minoria esmagadora, não é? E tá difícil de disfarçar esta realidade. Então, estão providenciando aí um corte de 10% desses gastos tributários, dessa desses benefícios tributários. É alguma coisa, mas é muito pouco. Fabiola, e você, Mônica, qual é a tua expectativa em relação a essa solução, né, que agora eles estão tentando chegar eh todos os decretos suspensos pelo judiciário e aí eles vão chegar a algum acordo? Será que vem um acordo por aí? Essa reunião já é um indicativo de que o acordo está chegando? Repete, repete, Mônica, que saiu cortado aqui o seu som. Eh, abre seu áudio aí que tá fechado. É um acordo, é um acordo que vai ter que chegar porque vai ter que fechar as contas, precisa ver para quem que vai sobrar. Eu tava vendo aqui, por exemplo, quando se fala em cortar 10% linearmente de incentivo tributário e financeiro, o maior incentivo tributário e financeiro do Brasil é o simples nacional, comércio e serviços. Quer dizer, vai cortar do simples. É isso. Simples que tem empresas que faturam pouco, né? Tem todo o escalonamento dessas empresas. Quem vai ficar de fora? Quem entra nos cortes, né? Quando você fala em cortar simples nacional, se fizer linear 10% para todo mundo, você vai tá realmente pegando classe média. Você não vai tá pegando quem fatura mais verdadeiramente. Então não é uma equação fácil, né? E a partir do momento em que você tem eh eh até no plano pessoal, né, Fabiula, quando você faz uma bondade, para você retirar essa bondade é quase impossível, né? você é culpado por ter feito a bondade, você gera uma raiva, um ódio. Então, eh, esse corte também quando ele for implantado, ele vai gerar uma reação forte, eu acho, e uma decepção forte, porque se empresas do Simples Nacional que trabalham com comércio e serviços eh tiverem que pagar mais imposto, não nem sempre são empresas de bilionários, né? Então é difícil fazer esse acerto, mas esse acerto vai ter que chegar e como diz o o Josias, infelizmente vai ser em forma de pinguela, algo rápido, um remendo que acaba de fato punindo eh quem não consegue escapar do imposto, né, Fabiola? Eh, e o Fernando Hadad, eh quando ele ontem ele concedeu uma entrevista, foi antes, inclusive dessa dessa conversa. Ontem ele dizia eh em relação ao EOF, falava sobre as contas e aí no discurso dele ele incluiu inclusive essa luta que está acontecendo agora de discursos dos pobres versus os ricos. Os ricos versus os pobres, 99 versus 1%. Vamos ouvir o que ele disse em entrevista ao Metrópolis. Nós devemos comemorar o fato de que, de novo, nós estamos entre as 10 maiores economias do mundo, de novo com o governo Lula, mas nós continuamos entre as 10 piores economias do mundo do ponto de vista da do ponto de vista da igualdade social, da distribuição de renda. Então, não é razoável que 1% da população faça esse inferno na internet dizendo que nós estamos colocando nós contra eles. Nós quem 99% contra um. Como assim? E contra por quê? Se eles não pagam nem o que nós pagamos. Se eles pagassem pelo menos o que nós pagamos 99% tava de boa. Mas não, eles, esse 1% não quer pagar nem o que os 99 pagam. Então a pergunta é: é nós contra eles ou é eles contra nós? O que que tá acontecendo no Brasil? Por que que esse 1% tem tanta influência no país pagando menos do que os 99? Olha, hoje a gente começa a colocar o dedo nas feridas históricas do Brasil. Eu tô falando de feridas de 500 anos, 350 de escravidão e começamos a corrigir, corrigir. Muito interessante essa fala ontem de Hadad, eh, que soma, né, a tudo que tá acontecendo e a gente vem acompanhando desde os vídeos produzidos por inteligência artificial até invasão da sede do Itaú, as manifestações que estão programadas também. Amanhã tem uma manifestação programada em relação a isso. Ontem o próprio presidente do PT eleito disse que esse vai ser o mote da campanha de Lula e Hadad traz aí pros números, né? Ô, ô, Mônica, se trata exatamente disso. Como é que você analisa o que a gente tá acompanhando? É realmente eh um mote importante a ser eh levantado pela esquerda brasileira hoje? E quando Hadad diz 99 contra um, não é nós contra eles, são eles contra nós. Como é que você vê esse discurso do Hadad? Olha, o o Fabiola, eh, tá aqui, tá funcionando, né? Eu acho que assim, para o PT, para o de fato eh um partido que defende trabalhadores e que tem uma tradição de defender a população mais pobre, é um discurso perfeito, né? você falar, não, você aquele filminho que eles divulgaram em que as pessoas carregam sacos de dinheiro para pagar as contas e o mais rico carrega um saquinho pequenininho também paga, mas paga menos, né, proporcionalmente. É um discurso eh que realmente pro PT é maravilhoso, mas o Lula ele não governa só com o PT, então o o discurso do governo, ele tem que ser um pouco mais amplo do que isso, né? Eh, eu acho que é um discurso que cola, é um discurso que colou. A gente sente isso nas redes, a gente sente isso quando conversa com as pessoas, a gente sente isso na reação que as pessoas que que representantes eh dessa elite, vamos dizer assim, tão tendo, né? Por exemplo, Roberto Campos deu uma entrevista à Folha de São Paulo no fim de semana muito ilustrativa, falando, não, não é para colocar nós contra eles. Esse discurso de fato incomoda, porque a a situação acomodando é bom para quem paga menos mesmo. Mas eu acho que para o governo eh eh o o o discurso e as medidas têm que ser um pouco mais amplas, né? As pessoas não querem só que ricos paguem mais impostos, as pessoas querem ter incentivos para trabalhar, né? empresas. Por exemplo, eu tava vendo aqui de novo simples, né? O que que é o simples? Uma empresa que fatura 400.000 por mês, ela tá enquadrada no simples. Não é uma grande empresa, não é uma empresa bilionária, é uma empresa que fatura 400.000 por mês. Fatura, não é que lucra, fatura. Tem todo um monte de despesas que ela tem que pagar. Seguramente lucra muito, lucra muito menos. Então, para o é um discurso de esquerda, para a esquerda, bom para a esquerda, eh eficiente, mas eu acho que o governo ele precisa ampliar um pouco mais os discursos e as medidas, porque eh tem uma camada da população que sim quer que rico pague mais, mas que quer outras coisas do governo, né? uma inflação controlada, crédito, incentivo para trabalho. Então, eh, esse é o grande desafio, né, para o PT tá ótimo. Eu acho que o PT pode sim, achou finalmente um mote, né, para a sua campanha no próximo ano, mas o Lula como presidente, tentando a reeleição, vai ter que ter um discurso mais amplo do que esse, eu acho. Fabiola. Ô, Josias, e a gente sempre nessa tentativa de trazer para cá os fatos e a realidade, né, e não cair nos discursos. Eh, é disso que se trata. É 99 versus 1%. Quem tá nesse 1%, quem tá nesses 99%, né? Quando eles vão com esse discurso paraas ruas, quando o ministro da fazenda do país fala sobre isso, eh, é sobre isso, tá correto esse discurso? O discurso tá correto, Fabiola. Não há dúvida de que há uma casta de privilegiados no Brasil que escapam à tributação, nãoé? Eh, agora, eh, o discurso do Fernando Hadad em certa medida e deve-se fazer justiça ao Haddad, ele vem faz falando isso desde que assumiu eh o Ministério da Fazenda, não é? Ele já deu entrevistas até para Mônica Bérgamo, em que ele realçava essa essa eh diferença tributária entre eh pobres e ricos no Brasil, não é? e ele fechou alguns ralos ali. Agora chegou a um limite a a a mágica de resolver o problema das contas pelo aumento da arrecadação, não é? E de certa maneira a pregação do Hadad é uma autocrítica para o PT. O PT dos 500 anos a que ele faz referência, eh, os 500 anos em que essa desigualdade foi construída, o PT governou 16 anos, não é? Estamos agora no terceiro mandato do Lula e não fez muita coisa o Lula para se confrontar com essa desigualdade tributária. Ao contrário, em mandatos anteriores, ele se jactava, se orgulhava de ter proporcionado lucros eh bilionários aos bancos eh para realçar que eh não era eh não era desejo dele prejudicar eh os bilionários no Brasil. E agora nós temos um contraste, Fabulo, que mostra o drama eh da esquerda brasileira, nãoé? Você se lembra que na eleição municipal do ano passado, o Guilherme Boulos, que agora está animando esse debate para cima dele, está nas redes sociais eh insinuando que eh é preciso confrontar bilionários, apoiou outro dia a ocupação eh por movimentos sociais do saguão, de um prédio do Itaú. O Guilherme Bolos na eleição municipal, ele eh ter eh ralou para eh se estabelecer na disputa quando os seus adversários esfregaram na campanha dele o seu passado de vínculo com o movimento dos trabalhadores sem teto. E ele chegou ao ponto, Fabola, de eh no segundo turno que ele passou raspando ali, quase foi retirado do segundo turno por um, eh um eh aproveitador ali, um aquele Pablo Marçal, ele no segundo turno se submeteu a um a uma sabatina com o Pablo Marçal, porque ele teve dificuldades para obter votos nas áreas mais pobres de São Paulo por conta desse passado dele. Então, há hoje pobres em São Paulo, evangélicos, conservadores, eh, esses, eh, trabalhadores de aplicativos que não reconhecem eh o governo Lula como defensores da sua causa. O Lula tentou regulamentar, o governo tentou regulamentar o trabalho de aplicativo e os trabalhadores simplesmente rejeitaram a proposta do governo que passava por uma sindicalização que eles não admitem mais. Então, é preciso ver se esse discurso do eh do pobre contra rico se vai ter efeito eleitoral, porque a eleição, se for apertada como se pronuncia eh no ano que vem, ela será definida por uma pequena margem de votos e são votos conservadores, não petistas, que vão decidir essa eleição, não é? Agora, não há nenhuma dúvida que no Brasil o privilégio tributário, o privilégio fiscal é resultado de um pacto celebrado com a chegada das caravelas e que é constantemente renovado, une boa parte do empresariado nacional, a classe política, uma certa burocracia estatal para submeter o horário a um processo de pilhagem. É conhecida essa é uma pregação da elite empresarial no Brasil, Fabula, contra o que se convencionou chamar de custo Brasil. Mas ao lado dos absurdos que atrapalham o empreendimento brasileiro, há um custo mamata eh que o Brasil paga desde Cabral, como disse, e que impede a nação de prosperar. Eh, esse custo mamata inclui eh tudo o que a economia brasileira produz e o que vem sendo historicamente negado à sociedade pela sua negação, pela subtributação, pelo privilégio tributário. E a despeito da gritaria, a plutocracia no Brasil é uma das menos exigidas do mundo na hora de passar uma parte do seu resultado pra sociedade que a cerca. Então, reduzir a pilhagem deveria ser uma prioridade nacional. É, mas surge de raro em raro, apenas como uma retórica eleitoral. E como disse, a pregação do Fernando Hadad, de certo modo, soa como autocrítica, porque eh o o Lula não é um debutante na presidência da República. O PT já ocupa esse cargo há ocupou há 16 anos, incluindo agora e esse terceiro mandato do Lula. Bom, vamos falar então sobre esse protesto, né? esse protesto que tá marcado para essa quinta-feira e que ele e dessa vez eu acho que as coisas foram até muito organizadas. Teve teve o vídeo que saiu por inteligência artificial estimulando nas redes, a coisa foi crescendo, foram compartilhando, os discursos começaram pelas autoridades todas, inclusive os ministros falando sobre isso. Teve manifestação dos movimentos sociais, teve durante o último final de semana também alguns encontros para eh acionar a militância a ir nas ruas. E aí o encontro foi marcado para as ruas nessa quinta-feira. Tem um protesto eh da esquerda marcada para essa quinta-feira para pressionar justamente o Congresso eh por dosar tudo isso. E é justamente eh esse discurso eh dos pobres versus os ricos que a gente deve ver nas ruas nessa quinta-feira. Eh a partir, se não me engano, das 10 horas da manhã. O ato tá marcado, se não me engano, o horário, mas ela tá aqui para falar conosco. A gente tá aqui eh com a deputada federal Fernanda Mequiona, conosco ao vivo para que a gente possa falar sobre esse protesto. Olá, deputada, bom dia. Seja bem-vinda ao nosso programa. Bom dia, Fabiola. Prazer estar aqui contigo, com Josias, com a Mônica. A gente tem acompanhado até os discursos, né, falando de que agora a esquerda encontrou eh mais uma vez eh um mote, né? Encontrou o seu mote para ir daqui paraa frente. Qual é a análise que vocês têm nesse momento da repercussão de tudo isso e a expectativa é para esse encontro na rua? Isso vai dar uma força ainda mais eh para que esse discurso nas redes se amplie? Olha, Fabíula, eu acho que passou da hora. Eu tava acompanhando os comentários do Josias e concordo plenamente com relação às medidas estruturantes de taxação dos super ricos que não foram adotadas lá atrás, inclusive nos governos do PT, né? Aí naquela época nós estávamos na oposição de esquerda eh ao governo. Agora, né, enfrentamos 2022 o Bolsonaro que é restrição de liberdades democráticas e as medidas de ajuste. Bom, e elegemos o Lula e estamos vendo o que esse casamento de conveniência entre extrema direita e centrão e a manutenção dos privilégios dos super ricos, bom, tem levado à agenda econômica brasileira e uma lógica de regressividade tributária e de não tramitação de pautas populares no Congresso Nacional. E pela primeira vez na história, me parece que tem esse sentido, eh, né, de, bom, do próprio Lula, de dirigentes aí do do PT em relação a um discurso mais efetivo no sentido da taxação dos super ricos e tomar a medidas concretas. Nós vamos apostar para que essas medidas concretas venham. A manifestação tá convocada para São Paulo, né, foi em São Paulo que teve essa dianteira, digamos, às 18 horas no MASP. E e é muito importante que ela seja forte. sendo forte em São Paulo, ajuda a nacionalizar mobilizações desse tipo no Brasil, em Porto Alegre, nós vamos fazer uma agitação ao meio-dia e depois às 5 com sindrô também uma agitação na rua. Em outros estados, cada estado, movimentos estão vendo as suas agendas, mas é muito importante que pipoquem atos e a gente consiga pensar um calendário nacional de mobilização que consiga enfrentar temas importantes, como por exemplo a a lógica do Congresso na manutenção dos privilégios das elites, como por exemplo a PEC 61, que tá até agora na gaveta do Hugo Mota, isso não é à toa, porque não se quer pautar um projeto que é extremamente popular e que ao mesmo tempo as elites brasileiras não querem que avance. a taxação de lucros e dividendos. O Brasil é um dos únicos países do mundo que não taxa os super ricos e ao mesmo tempo tem um uma lógica tributária extremamente regressiva, onde a classe média e os trabalhadores pagam mais tributo porque pagam sobre o consumo. Então, né, medidas como tachação das grandes fortunas, que não tá no calendário do governo, não teve lá atrás, mas que tomara com essa mobilização efetiva e com esta lógica de desnudar como funciona o sistema político brasileiro, tomara que entre na agenda para que a gente consiga ter medidas concretas para atender o povo brasileiro. Eu destacaria, Josias, porque eu tava acompanhando e a Mônica também falou sobre medidas concretas, um tema que é o tema do arcaboo fiscal, essa lógica econômica que coloca limite para investimentos em áreas sociais e ao mesmo tempo ausência de limite e uma eh privilégio ou eh uma lógica do orçamento público drenar a dívida pública a partir de mais de R 1 trilhão deais que se destinou o ano passado para dívida pública. e o orçamento extremamente limitado e impossível de crescer em determinadas áreas sociais. Essa lógica do Orcabulso precisa ser revogada. Qualquer país e impara um projeto de Brasil para que a gente possa ampliar universidades, institutos federais, ter aumento real no salário mínimo, aumento no Bolsa Família, conseguir direitos sociais pro povo brasileiro que sim quer outras coisas, né? Não quer só outros cursos, quer medidas concretas para melhorar a sua vida. Eu acho que é fundamental revogar a lógica do Cabut. Deputado, a gente ouviu aqui, eh, primeiro lugar, bom dia, né? Obrigado por estar conosco. A gente ouviu aqui dias atrás o senador Humberto Costa, quando ali ele ainda eh respondia pela presidência do PT antes da eleição do Edinho Silva e ele disse eh perguntamos a ele sobre aquela manifestação dos movimentos sociais ocupando ali o saguão de um prédio do Itaú e ele tomou distância desse episódio. Ó, não temos nada a ver com isso. Eh, não é responsabilidade nossa. o ministro eh da Casa Civil, o Rui Costa, numa entrevista agora na segunda-feira, ele também falou: “Olha, nós queremos eh fazer um debate sobre a justiça eh tributária, mas não queremos confrontar o Congresso, eh não estamos associados a esse a esse movimento nas redes sociais que eh taxa o Congresso de eh legislativo da Mamata ou coisa do gênero. A ministra Glaz Hoffman teve a preocupação dias atrás de sair em defesa do Hugo Mota, dizendo que não cabe fazer ataques pessoais. E a senhora sente que a esquerda tem um comportamento e o governo do PT tem outro? Qual é a diferença entre esta pregação por justiça tributária que faz eh o Ministério do Governo Lula, faz o Palácio do Planalto e a pregação e os movimentos que estão sendo organizados pelo PSOL, por esses movimentos sociais de esquerda? Olha, Josias, primeiro eu vejo que o Lula assumiu uma posição de enfrentamento quando decidiu ir ao Supremo para eh questionar, né, a o tapetão da votação do IOF. Assim, não nos cabe aqui porque teríamos pouco tempo, mas você sabem eh bem que a as alíquotas do imposto como esse eh é por decreto presidencial e não cabe à Câmara dos Deputados. ali, né, o centrão e a direita mostraram que o governo não ia governar e o e ao Lula depois do pessoal, porque claro, nós ingressamos antes por uma compreensão, uma coerência ideológica, enfim, mas ao governo entrar no Supremo contra a votação da Câmara dos Deputados, eu acho que ajuda a desnudar pro movimento de massas como o Congresso tem se comportado para proteger super ricos. Eh, nesse caso é uma medida tributária, bom, que tem um elemento de progressividade, mas não é essa bola toda, né? A gente sabe que essa questão do IOF é um um uma agulha perto das injustiças tributárias de um país voltado à economia para os interesses dos super ricos, mas era uma medida importante e nem isso o Congresso estava disposto, né? Então eu acho que essa postura combativa foi importante. Agora ela tem que vir acompanhado de ruas, das mobilizações por parte do próprio movimentos sociais populares e do próprio PT. Tu deu vários exemplos aí de quadros do PT que querem se descolar dessa dessa mobilização. E eu acho que isso é um erro. Eu acho que a gente deveria est justamente eh dizendo e dando respaldo pro Lula vetar o aumento dos deputados, por exemplo, que é uma medida extremamente impopular que não se justifica em aspecto nenhum. Um congresso que não garante medidas que melhoram a vida do povo porque fica a serviço do deus mercado e que na hora de dar um rombo bilionário para mantar parlamentares bota toca de caixa, né? Então nós deveríamos estar pensando como pensar uma calendário de mobilização que faça ter consequência a pautar o fim da escala 6×1, porque eh tem ampla simpatia da classe trabalhadora brasileira. O próprio Lula fez declarações a favor do projeto que é importante, mas tá na gaveta do Hugo Nota, porque eles estão protegendo, né, eh, enfim, né, os grandes capitalistas brasileiros, o que não quer dizer que não se possa eh pensar medidas pros pequenos, no caso da escala 6×1, que inclusive os próprios movimentos dos dos trabalhadores e autores se propuseram a discutir, eu sou coautora junto com a Érica Hilton, assim como outros parlamentares, mas o fato é que a grande burguesia não quer que tramite um projeto desse tipo. Atualização da tabela do imposto de renda, Jos. O Artur Lira tá toda semana dando um desdobre. Agora ele quer juntar com IOF para voltar no segundo semestre uma medida extremamente importante que é popular e é bom, importante que seja popular, mas que em cima de tudo é justa. A gente vê a a achatada essa tabela do imposto de renda que não é atualizada conforme a inflação, vê um massacre sobre os trabalhadores assalariados, o mínimo a exentar quem ganha até R$ 5.000, né? E a Câmara tá lá numa amorosidade para votar um projeto popular, porque eh tem uma combinação aí, né, de proteção dos super ricos. A gente viu lá atrás que eles sempre falavam que não, eh, mais tributos não vamos aceitar. O que que vinha embutido na atualização da tabela do imposto de renda? Taxar lucros e dividendos, gente, que são os grandes acionistas que não que pegam lá, sei lá, 300.000 de lucros e dividendos e não são taxados nisso, né? Não é factível que um país não taxe lucros e dividendos. Nós não estamos falando do socialismo. Josias falou bem, vários países capitalistas têm uma carga tributária sobre propriedade e acúmulo de renda muito maior que o Brasil. Então assim, eh, é um absurdo do ponto de vista de justiça tributária. Então, eh, eu acho que é hora de esquentar as ruas. Sim. Acho que importante que o protesto em São Paulo seja forte no sentido de uma primeira manifestação nacional e agitações que vão ter outros estados, mas a gente precisa pensar um calendário geral de mobilização para pautar esses temas, porque o Congresso quando é pressionado de fora para dentro vota projetos populares, não por bondade, porque a gente sabe que na composição social a maioria defende os interesses dos latifundiários, dos banqueiros e agora nesse casamento de conveniência com a extrema direita, pior ainda, digamos assim. Mas quando tem pressão popular no sentido de medidas positivas e a cobrança de que essas medidas não avançam, obviamente podemos conquistar que sejam pautadas na Câmara dos Deputados. Eu tava pensando agora porque eu falei demais, né? Mas a a taxação das grandes fortunas, quase 90% dos brasileiros é a favor de taxar as grandes fortunas e ao mesmo tempo tá desde 88 na Constituição e nunca foi regulamentada. Eu tenho um dos projetos nesse tipo de um projeto da nossa eh então deputada Luciana Genho, que tinha sido arquivado, né, e que eu desarquivei e tô batalhando pela tramitação aqui na Câmara dos Deputados. Eh, mas é isso. Eh, fica em qualquer gaveta, né? Fica parado lá com relator não sei quanto tempo, fica não sei quanto tempo em comissão e não tramita eh porque eles não têm interesse em, evidentemente, eh, marcar essa, eh, taxar os grandões, a não ser com pressão popular. Eu concluo, Josias, falando só uma coisa importante. Nós vivemos toda essa mobilização virtual que foi importante paraatar o tema do IOF, a vergonha que foi o aumento dos deputados nesse contexto. E semana que vem, por exemplo, saiu do do colégio de líderes o PL da devastação ambiental será pautado nos 45 minutos do segundo tempo, as vésperas do recesso e que é um ataque ambiental eh muito grave, talvez um dos maiores retrocessos ambientais das últimas décadas no Brasil, né? Então, o congresso, além de inimigo do povo, é um congresso inimigo da natureza. Vai lá, Mônica, sua pergunta pra Fernanda. Não, uma pergunta simples. Eh, o Lula vai ter força para impor essa agenda? Porque a gente sabe que o Congresso, por o sistema eleitoral brasileiro tem é muito disfuncional, tem interesses super representados no Congresso Nacional e outros que não t nenhuma representação. Eh, e mas para além disso, no governo dele, depois do Bolsonaro, eh, o presidente da República perdeu muito poder na prática, então, sendo bem realista, eh, é uma pauta que pode ser uma boa paraa eleição, mas ele vai conseguir, por exemplo, aprovar eh com rapidez esses 5.000, aprovatação de mais ou nós estamos aqui só conversando sobre o que seria o ideal e não tem nem não tem como ele colocar essa agenda de fato em prática. Olha, Mônica, acho que é muito importante a tua pergunta, porque, eh, primeiro concordando com a diminuição do peso do presidente da República, sobretudo com orçamento secreto ali, né, que é um capítulo à parte, mas que leva o Brasil quase a um semipresendencialismo e um poder eh vergonhoso, aliás, né, mas de fato institucionalizado pelo governo Bolsonaro e que é muito ruim do ponto de vista republicano mesmo, né, de controle de verbas públicas e do ponto de vista de governabilidade, evidentemente também tem o seu preço. Agora eu acho que o Lula só vai conseguir se tiver mobilização. Sem mobilização, o Lula não conseguirá nada. O recado do IOF, do centrão e da extrema que já estão pensando na eleição em 2026, numa alternativa para chamar de sua, etc., né? E aí envolve candidaturas desse campo que eles estão ventilando. Foi já uma sinalização de que não deixariam o governo avançar em nenhuma medida de justiça tributária ou de aumento eh arrecadatório no sentido de poder melhorar a vida do povo, de poder ter projetos sociais, né, a partir da eh, enfim, desse orçamento estrangulado pelo arcabolso fiscal. Eu acho que o governo, para ser consequente tem que revogar o arcabolso fiscal. Aí alguém pode dizer assim: “Ah, mas aí não vai conseguir governar a gente”. O Bolsonaro eh furou três vezes o teto, era teto de gastos na época. Claro que teve a pandemia, nós inclusive votamos a favor de furar o teto porque não importa se é o Bolsonaro, se eh, né, nesse caso, se é o Lula, mas é preciso que as medidas cheguem no povo e sem aquilo não se conseguiria o auxílio emergencial durante a pandemia. E depois ele furou de forma eleitoreira em 2022 num programa que ele manteve os R$ 600 que que ele mesmo falou que iria acabar. E a gente sabe que a agenda dele seria de mais ajuste se ganhasse a eleição. Mas eu só tô dizendo que o arcaboço não pode ser carado como um dogma sagrado. Ao contrário, quase nenhum país do mundo tem uma regra eh tão pesada, tributária, que só massacra os pobres, porque constrói ou controla os gastos eh primários, que são os investimentos sociais, e os gastos financeiros eh são livres, porque eu de os mercados segue ganhando os banqueiros, né, e parasitas o sistema financeiro. Eu acho que o Lula só tem chance de aprovar se tiver mobilização. O recado foi dado pelo Congresso no IOF. Nós já estamos aqui no terceiro ano de governo Lula. O governo teve várias derrotas na Câmara dos Deputados, não teve posição assertivas em várias matérias, não apresentou pro movimento de massas os problemas, não teve grandes mobilizações convocadas. Vou te dar marco temporal, né, Mônica? A gente sabe que o Lula e o PT não é a favor do marco temporal, mas foi no governo Lula que se botou na Câmara dos Deputados numa derrota grande no governo, né? e outros temas tantos que a gente poderia ir anunciando nesses 3 anos de governo. Se seguir nessa lógica de tentar conciliar com quem não quer conciliar, que é manter os privilégios dos ricos e manter essa lógica e tributária e essa lógica econômica que massacra os debaixo, que o governo não vai conseguir fazer é perder a sua popularidade, deixar um espaço vazio que, infelizmente, pode ser ocupado por algum demagogo que se venda como antissistema, quando na verdade é do sistema mais apodrecido, né? Até para enfrentar a extrema direita, né? Enfrentar essa lógica econômica neoliberal é necessário. Então eu acho que a única alternativa pro governo para ter chance é ter uma mobilização efetiva que apresente pro movimento de massa dos problemas. A Mônica precisa se despedir da gente. Mônica, obrigada. Foi ótimo, viu? Até. Bom feriado. Prazer, Mônica. Obrigada. Obrigada, deputada. Obrigada, Josias. A a deputada fica só mais um pouquinho conosco aqui, deputada. Eh, a gente tá falando sobre eh esse discurso da esquerda hoje, né? Como a senhora mesmo tá falando aí. eh da importância de encontrar esse discurso, de conversar com a população, de ir paraas ruas e juntar tudo isso. Mas claro que aí agora o discurso da esquerda enfrenta o discurso da direita. Eh, o deputado que a senhora conhece muito bem, Nicolas Ferreira, fez aquele vídeo, tá viralizando nas redes e tudo mais, e resolveu focar em duas mulheres aí, na Janja e na deputada, sua colega, inclusive de partido, Érica Hilton. E aí ele usa a questão das bolsas, eh, de como elas se apresentam, dos gastos. Eu queria saber isso, esse tipo de ataque, terá alguma resposta da esquerda? Eh, como que a senhora vê eh esse discurso que agora vem crescendo também da direita, atacando eh aqueles que são de esquerda, mas que muitas vezes também são ou podem ser considerados super ricos ou usam artigos de luxo? Se isso atrapalha o discurso da esquerda neste momento. Eu acho que sempre o caráter machista, né, das provocações e dos ataques do Nicolas Ferreira, extrema, direita não esconde assim, né? o seu machismo. Aí não se trata de concordar em tudo com a Janja ou não concordar, etc. Mas achar que o problema do Brasil e é a Janja e a Érica Hilton é um escândalo, né? É um escândalo, porque a gente na esquerda eh disputa e luta para dividir a riqueza, para taxar os super ricos, os bilionários. O Brasil tem 47 bilionários na lista Forbes e e não tem nada a ver com a camisa que a que a Janja usa ou a bolsa que a Érica usa no sentido da grande acumulação de capital que nós estamos debatendo. Óbvio que artigos de luxo inclusive tem que ser sobretaxados. Eu não tenho nenhum problema com isso, mas eles fazem uma frase baixa e obviamente não respondem aos problemas de fundo porque a extrema direita defende o privilégio dos banqueiros e dos super ricos. O Nicolas Ferreira não responde porque que ele nasc na PEC 61 quando ele tentou responder porque que ele era eh contra, né, a PEC que acaba com a escala 61. Ele apanhou nas redes sociais, inclusive dos próprios eleitores, porque são temas extremamente populares, entende? Então eu acho que eh não sei, eu realmente não vi esse vídeo se precisa ou não eh de resposta esse vídeo especificamente, mas mostrando as hipocrisias da extrema direita, eu acho que sempre vale, né? seja os privilégios, porque, por favor, né, o Bolsonaro era quase batedor de carteira, né, roubando o artigo de luxo que eh foi dado pro Brasil para uns negócios escandalos assim, aquele escândalo das joias. Os cara foram paraos Estados Unidos vender as joias, trouxeram dinheiro, depois tiveram que devolver um negócio assim escandaloso além dos super privilégios que o cara foi acumulando ali ao longo do dos anos como como parlamentar, né, usando a política como uma carreira lamentável. Mas eh isso do ponto individual, e eu sou campeã de dizer que não tem que ter aumento de deputados, que não tem que ter aposentadoria especial. Fiz projeto na pandemia para reduzir 50% do salário de deputado. Óbvio que eu não fico com esse salário de deputada, porque eu acho que é um absurdo, né, comparado com o povo brasileiro, o pessoal sempre vota contra esse tipo de coisa de aumento de deputado, etc. E e é importante fazer esse enfrentamento, né, eh, enfim, a aos aos essa lógica, digamos assim. Agora, eh, isso combinado com medidas tributárias e com medidas que tá acham super ricos. A extrema direita defende privilégio de parlamentar na prática, né, que sempre vota nesses projetos de aumento de deputado, essas coisas assim, e, por outro lado defende os privilégios do super rico. Só que eles ficam sem resposta quando tá discutindo, né, taxação de grandes fortunas, porque o povo brasileiro, nesse caso é muito concreto, né? Claro, eu acho que o nosso desafio sempre é mostrar como taxar as grandes fortunas é uma taxação pros bilionários. Muitas vezes as pessoas pensam que a gente tá falando, sei lá, de alguém que ganha R$ 10, R$ 15.000, né? Que pode ganhar um pouco mais comparado com a média do povo brasileiro e o valor do salário mínimo, mas por favor, né? Não são esses os do Brasil, né? Nós estamos falando de gente que, bom, tem patrimônios eh bilionários e milionários também. Então, taxar grandes fortunas, nós estamos falando dos queassos, né, e não de uma classe média empobrecida ou até uma classe média alta que eh, obviamente eh não tá nesse nesses 1%, digamos assim. Embora claro, quando a gente fala em atualização da tabela do imposto de renda, eu acho que tem ampliar a faixa de isenção, Fabíola, eh, e escalonando de uma forma que tu não tenha 27% a partir de quem ganha 7.000 até o cara que ganha 50.000, eu acho que tu tem que escalonando e tem que ter uma super taxação para quem ganha mais de 50.000. Tem que ser 35 até menos, né, a partir de 35.000. E são temas que obviamente podem estar no combo da da do tema do imposto de renda, mas o taxação dos grandões é que é importante dos bilionários. a gente tem eh a percepção de que, evidentemente, eh, quem ganha mais no Brasil é eh beneficiado do ponto de vista tributário. Agora, esse discurso deu até um uma certa um certo vício à milância de esquerda, seja do PT, seja do dos partidos, como o da senhora, o PSOL. Agora, claramente há um pedaço da sociedade brasileira que é conservador, né? Eh, em 2012, o Pessó, por exemplo, elegeu um prefeito. 2016 foram dois prefeitos, 2020 eh, cinco prefeitos do PSOL e saiu da de 2022 sem nenhum prefeito o PSOL, né? E a derrota mais constrangedora foi em São Paulo com o Guilherme Boulos, que perdeu eh no segundo turno, quase não foi pro segundo turno, eh enfrentou ali um calor de um de um pistoleiro aí de aquele Pablo Marçal que tem um discurso a favor do empreendedorismo e teve muito voto nas áreas mais empobrecidas de São Paulo. que eu queria lhe perguntar é se avalia que esse discurso, embora conectado com a lógica, se ele tem serventia eleitoral, eh se não ficou mais sofisticado o eleitor brasileiro para ser compreendido eh se esse discurso não pode afugentar um pedaço do eleitor, inclusive o eleitor mais pobre, né? Eh, que sinalizou lá em 2024 que o conservadorismo não vai voltar pro armário, né? partidos do central prevaleceram nas urnas numa evidência de que há hoje um pedaço do do eleitorado pobre no Brasil que não enxerga a esquerda, que não enxerga mesmo o Lula, que é um líder popular eh incontroverso, como seu representante, como representante dos seus interesses. acha que esse discurso de pobres contra ricos, de ricos contra pobres, terá eficácia eleitoral numa eleição como a do ano que vem, que tende a ser definida por uma pequena margem de eleitores, a eleição presidencial? Olha, Josia, seria muitas coisas pra gente comentar, né? Tantos o nosso desempenho, debate da candidatura do bolos em São Paulo e bom, né, os nossos desafios como como esquerda brasileira. Mas eu eu vou focar na tua na tua pergunta. Eu acho eh que do ponto de vista eleitoral também é útil. Não é não é por isso que eu me movo. Não é por isso que nós, né, que somos inclusive da esquerda dentro do pessoal nos movemos, né? Tu sabe bem, a gente acompanhou os primeiros anos de governo Lula, depois de uma a gente fez oposição de esquerda a esses governos justamente porque eh eram governos que não mexeram nas questões estruturais da economia e da política, né? Claro que era uma situação econômica mais favorável e tendo uma situação econômica mais favorável, teve projetos sociais como antes não tinha tido no Brasil. Então tem uma diferença. Eh, e também não tinha uma extrema direito organizado, mas na primeira crise econômica isso cai por terra, né? E agora a gente tá vendo o Lula 3, digamos assim, com bem menos capacidade que o Lula 1 do ponto de vista econômico, porque é exprimido pelo Arcabolso, que ele mesmo mandou, uma camisa de força que essa sim ajuda a extrema direita, uma extrema direita que tem sua força social e é um tema mundial. a gente tá enfrentando a extrema direita em várias partes do mundo, né? Inclusive agora o presidente dos Estados Unidos é o Trump de novo, embora tenha resistência mobilização dos imigrantes, das mulheres, da juventude nas universidades. Mas sim, então nós estamos enfrentando um fenômeno da extrema direita e um centrão fisiológico que nós já conhecemos na estrutura brasileira ao longo desses anos, que estava no governo Bolsonaro, terminou o governo Bolsonaro, abriram a porta vários desses partidos e entraram no governo Lula, né? com os mesmos métodos e a mesma lógica que eh funciona o centrão. Eh, e ao mesmo tempo é um governo que nessa conjuntura não tem entrega porque tem uma agenda econômica que é absurda, que na prática mantém uma lógica de privilégio pros bancos, porque massacra as contas públicas. Arcabulço limita a própria ação do governo. Eh, veja, as pesquisas de popularidade que mostram a perda de popularidade do Lula, não é por conta dos vídeos, das fake news que tem de monte por aí e não é à toa que também tem essa dimensão, né? tem um elemento de como a extrema direita eh se credenciou, digamos assim, com as bigtecs para não ter regulação e e outros temas, né, que a gente pode entrar em outro momento, mas tem eh a perda de popularidade concreta diante do preço dos alimentos, do não aumento real dos projetos sociais, do congelamento, né, de várias medidas que deveriam ser ampliadas e até de medidas de ajuste, como por exemplo, essa medida provisória que ataca o BPC. Então eu acho que para o governo conseguir entregar coisas pro povo brasileiro, precisa enfrentar essa lógica. E aí eu tava pensando, a Mônica falou: “Será que vai dar certo, não vai dar certo?” Cara, eu tava olhando o exemplo do Petro na Colômbia guardar as devidas proporções e todas as dificuldades. Eles ficaram 8 meses lutando com o Senado para aprovar uma reforma trabalhista que diferente da reforma trabalhista no Brasil, do Temer, é uma reforma trabalhista que dá direito e o Senado não queria aprovar. Foi mobilização, mobilização, mobilização. Foi aprovada agora, foi 8 meses de luta. Bom, é isso. Se o governo não fizer, não aprovará. Olha a demora para sair o relatório do Artur Lira na atualização de tabela do imposto de renda e a manobra dele de querer juntar com o IOF para voltar no segundo semestre. Por favor, são temas urgentes. Acho mais. Acho que o governo tem que vetar o aumento dos deputados. O Lula tem que vetar o aumento dos deputados. Acho que tem corper com a lógica do arcabolso, enfrentar a reforma administrativa, mandar um projeto furando o teto, furando o arcabolso fiscal para garantir aumento pro Bolsa Família, para garantir que o povo brasileiro possa enfrentar o alto custo dos alimentos, porque tá tendo impacto na vida dos brasileiros e brasileiras o preço dos alimentos. Isso é indável. Então, e do ponto de vista eleitoral, acho que talvez eh, enfim, acho que sim, acho que pode eh ser também o definidor. O que eu acho é que o centrão extrema direita, desculpa que eu falei demais, mostraram, estão preocupados só com 2026, estão preocupados em ganhar com candidato chamado de seu. E acho que pela primeira vez o governo decidiu reagir ao entrar no Supremo no tema do IOF. Espero que seja consequente. Nós vamos lutar para que seja consequente e siga essa luta para taxar os grandões e garantir direito pros de baixo. Ô, deputada, eh, já me despedindo aqui da senhora, mas só uma última questão. Eh, há mesmo expectativa de que o o povo vá às ruas nas últimas manifestações, a esquerda tem tido dificuldade de conseguir trazer essa movimentação para as ruas, né? Eh, e há expectativa de qual público, por exemplo, para essa quinta-feira? O que que vocês esperam eh de público? Olha, Fabíula, eu acho que a mobilização de rede já foi vitoriosa e acho que a mobilização de rua também precisa ser. Acho que tem muita gente eh que tá disposta a ir paraas ruas. Esse primeiro ato tem uma convocatória de mobilização em São Paulo às 18 horas no bas. Quem então nos acompanha vá acho que vai ter milhares de pessoas e acho que tem que ser um esquenta ou um primeiro ato de um calendário nacional porque nos outros lugares não tem um calendário nacional de luta, né? O 10 de julho surgiu no Rio de Janeiro, no perdão em São Paulo, perdão, a a convocação do do de São Paulo e outros lugares estão marcando agitações, atividades para marcar o dia 10 como um dia de eh de agitação e atos, enfim. Mas a gente tem que tirar um calendário nacional e acho que tem muita disposição, sabe assim? Eh, que que acontece? Tem uma combinação de fatores, né? Eleer o Lula foi fundamental pra gente poder respirar. Se tivesse um segundo governo Bolsonaro, nós estaríamos em outra condição, né? eh, de restrição de liberdades democráticas, de fechamento do sistema por dentro do sistema político e tal. Mas eu sempre digo onde eu vou que a gente eleger o Lula para ter condições de lutar. A gente precisa seguir a luta, precisa ocupar as ruas. Toda aquela luta que a gente fez lá atrás, tsunami da educação, a luta que a gente fez lá atrás, o ele não, luta que a gente fez lá atrás contra o Covid e as medidas sanitárias que o Bolsonaro não fazia, tem que se expressar nas ruas agora. Então, eu acho que vai ter milhares de pessoas em São Paulo, né? Eh, acho que vai ter milhares de pessoas em São Paulo e acho que essas agitações em vários lugares do país já vão dando um caldo para construir um calendário nacional que a gente precisa tirar com o conjunto dos movimentos para seguir a luta nas redes e nas ruas. Fernanda Mequiona, muito obrigada por estar aqui, deputada, até uma próxima oportunidade. Obrigada. Até logo, Josias. Fabía, prazer. Ó, 11:46. tem outras notícias para que a gente possa abordar, mas só para amarrar essa história, Josias, essa manifestação marcada para amanhã. Eh, pelo que a gente vê, eles estão criando uma agenda, né? Tá tudo muito, eh, conectado, vamos colocar assim, né, do vídeo da inteligência artificial que todo mundo eh ficou muito atento e falou: “Nossa, o que que é isso?” Aí depois eles colocam a invasão do Itaú, eles vão acionando e agora eles querem coroar isso eh numa manifestação de rua. Resta saber se terão sucesso. Vamos continuar nessa conversa aqui no nosso YouTube. Para quem tá nos acompanhando pela TV, vai lá pro nosso canal Wall no YouTube que você encontra a gente. Queria te ouvir, Josia, será que vai ter resultado? O que que você acha dessa manifestação? É hora já de ir pras ruas? É, do ponto de vista do pessol, sim, né, Fabula? Agora, eh, o governo tá tomando distância disso, né? Há uma clara eh um claro interesse do governo de marcar a posição em relação à à justiça social, justiça tributária, porque eh o a crise do IOF discurtinou eh a perspectiva de um novo discurso para o Lula, um novo discurso escorado numa velha prática de eh contrapor eh os brasileiros mais pobres aos brasileiros ricos ou nós contra eles. Então, eh isso deu, isso remoçou a militância petista nas redes sociais, eh, deu voço ao PT, que tava meio adormecido, né? E deu um discurso pro Lula. Agora é preciso matizar isto, é preciso eh incluir nesse discurso algum resultado. Sou pena de ficar só num discurso que já não foi suficiente para eh eleições anteriores, nãoé? o Lula ganhou ali em 2022 por uma pequeníssima margem, não é? Então, é preciso dar densidade a esse discurso e, ao mesmo tempo evitar que o discurso se transforme eh numa plataforma que eh contribui para eh potencializar o antipetismo que o Bolsonaro cavalgou em 2018 para chegar à presidência, não é? Então, esse eh essa prática mais radical que é constantemente associada aos movimentos sociais, eh entrar em eh ocupar saguão de banco, eh ir às ruas com bandeiras exclusivamente vermelhas, isso afugenta um pedaço do eleitorado, inclusive do eleitorado pobre, né? Então, há uma preocupação do governo de eh dosar o discurso para aproveitar essa bandeira da Justiça Tributária sem afugentar esse eleitor conservador que não se confunde com o bolsonarismo e que tá procurando, que ainda não decidiu em quem vai votar em 2022. Então, uma certa dicotomia nesse movimento, Fabulo, agora cada um tá defendendo aí o seu interesse, né? O pessoal sempre foi eh uma costela eh do do da esquerda que tem uma pauta mais agressiva do que é do PT, do que é do governo. Não se confunde com o governo. Agora, eh, eu volto a insistir, eh, em 2024, o Guilherme Bolos, com o apoio do Lula, que é um quadro eh histórico do PSOL, o quadro mais importante do PSOL hoje, ele ralou para conduzir uma uma campanha que foi derrotada, uma campanha da Prefeitura de São Paulo. E quem deu e a essa campanha do bolos uma aparência eh de eh necessidade de virada de página, foi justamente o Pablo Marçal, que eh não se pode confundir o discurso do Pablo Marçal ehem em torno de um falso eh um falso uma falsa prosperidade baseada no empreendedorismo. Isso é um discurso oportunista contra o qual o Guilherme Bolos teve dificuldade de se contrapor. Isso vai voltar em 2026 agora numa numa dimensão nacional. E o Lula vai ter que ter um discurso para esse eleitor que é conservador, pobre e que está interessado em virar rico, Fabíola, e não necessariamente em se contrapor aos ricos. É isso. Agora 11:50. Eh, a gente já voltou, já voltou, não voltou? Já voltamos. Estamos de volta para quem tá conosco na TV, eh, todo mundo junto e misturado agora. E quem vai chegando conosco agora é Ronils Pacheco, que é o dia dele aqui no nosso Anews, quarta-feira, eh, 9 de julho, não é feriado lá no no Rio de Janeiro, é feriado só em São Paulo. O Ronils Pacheco conosco a partir de agora e quem também já está conosco aqui é o professor de economia da Unicamp, o Pedro Ross, que vai também nos ajudar a entender toda essa história do rico versus pobre. é o pobre versus o rico. Quem tá contra quem? Quem tá a favor de quem nesse país, não é mesmo, professor? Bom dia, seja bem-vindo ao nosso Ane Bom dia, Fabo. Bom dia, Josias. Ronilson, um prazer estar aqui. Olá, Ronilson. Bom dia. Bom dia. Hoje hoje não é feriado porque nós ganhamos um na segunda-feira, né? É verdade. É que o feriado de São Paulo ele tem a ver realmente com São Paulo, né? Eh, da revolução constitucionalista de 32, um levante aqui em São Paulo. Então, tem a ver com isso o feriado aqui da capital paulista. Bom, agora 11:52. Eu queria até aproveitar, claro, chamamos o economista para falar sobre isso. A gente tem ouvido vários economistas, né? Aonde tá a verdade eh nessa guerra de discursos, né? quem é rico, quem é pobre, quem tem mais privilégios, quem não tem. Há pouco ouvíamos até a declaração do ministro da fazenda, Fernando Hadad, eh, que também entrou nessa conversa e falou: “Nossa, eh, quem é que vai ser contra, né, a a justamente você taxar eh os super ricos e você trazer aqui no nosso país uma justiça eh uma justiça inclusive eh que seja uma justiça social, né?” Aí ele falou assim: “Não é nós contra eles, é eles contra nós, é 99% contra 1%”. E aí eu lhe pergunto, professor, é isso mesmo? A gente tem o país dividido dessa maneira? É o eles contra nós, nós contra eles, quem é nós e quem são eles? Fabíola, eh, acho que a verdade tá em disputa aí nessa história, né? Mas eu sou um acadêmico que tem um olhar técnico sobre as questões econômicas, mas também reconheço a economia como uma ciência social e uma ciência social sujeita aos conflitos distributivos, as questões de classe, as questões eh da sociedade, né? E eu vejo a questão fiscal como uma questão essencialmente distributiva, né? Não tem um gasto público que não beneficie mais um grupo que o outro. Se eu pensar no Bolsa Família, eu tô beneficiando um grupo. Se eu pensar no no gasto com juros, eu tô beneficiando o outro. Se eu pensar na construção de uma ponte, eu tô beneficiando quem quem vive ali naquele meio ou quem consome produtos, bens e serviços que passam pela aquela ponte. Então, veja, todo tema relacionado ao estado, ele tem um componente distributivo e, evidentemente, tá sujeito a uma disputa entre setores da sociedade sobre como conduzir essas políticas. Eu, como economista, eu fico feliz quando politizam os temas econômicos, né? Quando os temas econômicos saem daquelas salinhas onde os políticos discutem com alguns grupos de interesse ali e aquilo se torna uma coisa pública. Evidentemente que quando se torna uma coisa pública você não controla a forma como esse discurso evolui. Mas no geral, Fabula, eu acho que é um sintoma que essa que a democracia tá funcionando. Ou seja, tem gente de olho no executivo, tem gente de olho no Congresso, tem gente pressionando por determinadas políticas, tem gente querendo distribuir melhor o gasto público, tem gente querendo fazer com que a tributação pese melhor sobre a sociedade. Eu acho que em termos gerais eu não vejo de forma negativa enquanto processo. Eu acho que é até um processo que fortalece a democracia e melhora a condução das pode melhorar, né? pode também não melhorar, mas pode melhorar a condição da política tanto pelo executivo quanto o trabalho do Congresso. Eh, nesse contexto, vai lá, J. Estamos falando mais cedo aqui, estamos falando mais cedo aqui, professor, que essa questão da injustiça tributária é muito antiga no Brasil, né? Há uma pregação de uma certa elite empresarial contra o que se convencionou chamar de custo Brasil. Eh, mas ao lado desses absurdos que atrapalham mesmo o empreendimento brasileiro, tem um certo custo uma mata, né, que o Brasil paga desde Cabral e que impede a nação de prosperar, né? Então, eh, tem uma certa elite no Brasil que está mesmo subtributada, que eh às vezes só nega, não é? Eh, e isso historicamente é negligenciado pelos governos, né? Não é esse governo. Todos os governos que passaram, o próprio Lula, eh, teve dois governos aí eh em que esse assunto foi negligenciado e agora tá se falando em cortar alguma coisa em torno de 10% dos chamados gastos tributários, né? Parece muito pouco, né? A própria fazenda atualizou esses cálculos aí, diz que esses eh privilégios tributários, essas isenções, eh, custam aí alguma coisa, eh, alguma coisa em torno de R$ 800 bilhões deais, não é? Cortar 10% disso não é como arrancar o rabo de um elefante, um pelo do rabo de um elefante. O pelo ele corrigiu, achei ótimo. Não é o rabo, é o pelo rabo do elefante. Só o Josias mesmo. Falando em elefante, eu diria que olha, eh, essa disputa e esse problema remete até a Constituição de 88, né? Porque eu acho que ali na Constituição se definiu até tardeamente do ponto de vista internacional que a gente ia construir um estado de bem-estar tropical no Brasil, então com sistema de saúde único, com INSS, a seguridade social, uma educação pública, etc. Mas não se definiu muito bem, Josias, como financiar esse processo, né? E de lá para cá, o aumento da tributação veio impostos que são muito ruins, principalmente os impostos indiretos. E nós não tivemos como os estados de bem-estar social no no centro da Europa, do pós-guerra, os os estados clássicos, vamos dizer assim, nós não tivemos do lado da tributação algo que pudesse de fato financiar eh gastos sociais que são importantes como saúde, educação e etc. Então, o que a gente tem no Brasil é um sistema tributário e que penaliza os mais pobres e a gente não consegue resolver essa situação. E do lado do gasto, eh, gastos públicos que em geral a maior parte do gasto do governo federal, especificamente, são gastos sociais. A gente tá falando da seguridade social, de saúde e educação. E esses são distributivos do ponto de vista que eles estão entregando provisões públicas para os mais pobres. Eh, e ultimamente os ajustes fiscais têm sido do lado gasto e não tanto do lado tributário. O lado tributário é um vespiro que é muito difícil mexer, né? Eu eu gosto da frase que diz que o difícil de uma reforma tributária que que taxa o andar de cima é começar o processo, né? porque é um processo sistematicamente bloqueado. E então eu acho que a questão dos privilégios e a forma tão rígida como o Estado brasileiro funciona e como é difícil mexer nisso é algo que precisa ser endereçado com uma certa chada no debate público. Ou seja, é preciso levantar esses temas, né, e e juntar forças que, evidentemente, eh, consigam furar um bloqueio que tá sempre aí no Brasil impedindo melhores substantivas no na política fiscal brasileira. É, e eu fico Vai lá, Ronils. Eu não sabia se você queria perguntar ou não, aí eu vou, entendeu? Se você não for, eu vou. Se você não for, eu vou. Vai lá, Ronilson. Não, isso aí, isso aí é abuso de poder, porque você é mediador, você olha só, eh, não, eu vou aproveitar, vai ser meio que uma pergunta e ao mesmo tempo um um jabá, porque eu vi ali no fundo do do Pedro, o livro dele Brasil em Disputa, que eu li muito recentemente e e considero uma contribuição importante. Então, minha minha pergunta, inclusive vai a partir de coisas que são levantadas pelo seu pelo seu próprio livro. que é que eu que talvez falte nesse debate uma perspectiva de comparações mesmo com relação ao próprio governo Bolsonaro. Quer dizer, falta eh falta colocar em perspectiva as contribuições, né, do do por exemplo do do Plano Mais Brasil, né, toda aquela ideia de um daquele que você chama do jabuti jurídico, né, que condicionou inclusive a garantia de direitos a a existência de recursos. você não tem recurso, você não tem garantia de direitos, mesmo sendo eles constitucionais, como tendo uma certa uma certa prioridade, toda a liberalização eh pros mercados de capitais que foi feito pelo governo Bolsonaro. Quer dizer, se nós temos hoje um congresso mais conservador da nossa história, isso também significa que nós tivemos em parte um congresso que foi conibinente com todo um um projeto que não colocou os mais pobres, não colocou eh grande parte da população como prioridade em em momentos muito drásticos. quer dizer, não fosse a economia, nós nós teríamos aí um projeto eh eh econômico em que grande a a parte mais pobre da população, os mais pobres com certeza não estavam na na prioridade, né? A gente lembra aquela frase clássica que você também cita lá do Paulo Guedes de que ele resolveria a a pandemia com R 5 bilhões de de reais e terminou gastando mais de 200 bilhões porque não tinha um plano, não tinha um um projeto pensado para os mais pobres, os mais vulneráveis. toda a ideia do do do eh do apoio, né, da da do do da política assistencial, etc. Então, como também trazer para esse debate que eh num outro contexto, no contexto da política que foi levada a cabo pelo governo anterior, nós estaríamos numa condição numa condição muito pior. que esse mesmo congresso, ele foi conivente com toda essa política e fiscal, tributária, financeira, seja como quiser chamar, é que está sendo colocada eh em cheque agora, o que torna ainda mais grave e ainda mais necessário eh eh fazer um debate sobre nós e eles, porque de fato naquela perspectiva foi nós e eles, foi uma perspectiva de de eh de uma da manutenção de de um governo aonde os mais pobres e suas necessidades não estava em perspectiva, né? Ronils é sempre bom saber que eu tenho um leitor tão qualificado como você, tem grande admiração pelo pelo seu trabalho. Fico feliz que você tenha lido o livro, né? E de fato o livro ele, aliás, o título do livro é O Brasil em disputa, né? Que no fundo no fundo tá tratando da disputa entre duas agendas econômicas, né? E eu acho que é exatamente isso que tá em jogo agora e que se manifesta de várias formas, né? e tá se manifestando de forma aguda eh nesse momento. Eu acho que você trouxe o tema do do governo Bolsonaro e toda a questão que foi colocada ali, eh, uma agenda que veio muito forte, fez reformas muito intensas, né? O Paulo Guedes, que na pandemia, você citou muito bem, eu acho que esse foi o grande erro do Bolsonaro, foi a própria atuação na pandemia, tirar auxílios emergenciais no momento que as pessoas mais precisavam. Talvez isso tenha custado a ele a eleição, mas isso é é outra história, né? Mas o fato é que a gente precisa pensar os recursos para as políticas sociais, né? Agora, a gente não pode inverter o que é as prioridades, né? A questão eh fiscal, ela não tá acima dos direitos que estão postos na Constituição. E do ponto de vista fiscal, fiscal é um instrumento, né? um instrumento para fazer valer o que a sociedade quer. Política fiscal nada mais é do que a gente decide gastar coletivamente. Se a gente vai construir uma ponte, se a gente vai beneficiar, distribuir do mais rico pro mais pobre, do mais novo pro mais velho, etc, etc. Se a sociedade decidir que não, então é menos gasto. Se decidir que sim, é mais gasto e por aí vai. E como a gente eh arrecada, né? Ou seja, o lado da tributação todo tá aí. É uma é uma coisa bem simples a política fiscal. Agora, eu não posso tecnicamente constranger esse processo que é um processo da da própria democracia, né? Se as pessoas quiserem universidade pública, vai ter mais funcionário público, vai ter mais gasto público. Se não quiserem vai ter menos, né? Eu sou professor de uma universidade pública, mas eu entendo que há um debate sobre esse processo e aí vai, né? E não há uma coisa assim do tipo: “Não há dinheiro, não há recurso. O Brasil não tem problema. de escassez de recurso. O Brasil tem problema de má distribuição desses recursos e, evidentemente, também de de um uso inadequado e pouco efetivo de uma parte grande desses recursos, né? Então esse debate precisa ser feito. Eu acho que o governo Lula, de fato, num primeiro momento, teve aquela PEC da transição que ele recompõe alguns gastos, alguns setores, algumas políticas que foram eh extremamente prejudicadas durante governo Bolsonaro e e depois entrou numa fase onde de fato o arcabol fiscal servia ali como uma régua, né, que tava ali travando os avanços e que se coloca hoje como um um o grande causador desse debate que aí estamos, né? De um lado, ou seja, para fazer o ajuste fiscal, o Haddad tá propondo o o lado da tributação e aí a há o outro lado que mira os gastos. Então, no fundo, no fundo, a disputa se dá em torno do orçamento público, né, em torno da política fiscal, em torno do papel do Estado na sociedade. Ô, professor, eh, essa discussão do IOF, né, eh, que aí eu acho que ela ela é o o pacote principal, eh, nesse debate mais amplo também dos ricos e pobres e e é a ponta do iceberg, como a gente tem falado aqui para o início, eh, disso, foi graças a isso, talvez, que a esquerda inclusive encontrou esse novo discurso, né, que muitos estão dizendo: “Poxa, foi até que enfim encontraram um mote para seguir adiante porque tavam eh sem um rumo.” Eh, mas esse rumo é questionado inclusive pela direita. Pegando especificamente na história do IOF, professor, é verdade que só os ricos que pagam o IOF quando o governo compra essa briga, é uma briga certa ou errada, né? Eh, o IOF não atinge a todos. Quando se fala, ah, do IOF é o algo que vai atingir aos ricos. Isso tá errado? Qual que deve ser o discurso correto? É, essa é uma uma pergunta interessante, né? Porque no debate político as coisas são resumidas de maneira que elas ficam não exatamente técnicas ou ou teoricamente corretas, né? Então, o IOF ele é um imposto que incide sobre diversas eh formas de riqueza, né, e de renda. Quem tem riqueza, geralmente são os mais ricos, né? Então ele proporcionalmente afeta mais os mais ricos, né? Não é que ele não afete os mais pobres, mas proporcionalmente ele afeta mais os mais ricos. Há formas melhor de fazer distribuição eh de renda e riqueza? Há, sem dúvida. Eu não acho que o IOF seja a melhor solução, né? Aliás, o próprio Hadad, ele terminou com o IOF depois de de mandar outros pacotes com outras medidas alternativas, né? que também não foram não foram discutidas e não foram aceitas, né? Então eu acho que agora esse embate em torno do IOF representa um pouco uma solução final do tipo, olha, ou vai ou racha, né? Ou a gente faz o ajuste pela receita ou faz pelo gasto, né? Mas não necessariamente e é o o o instrumento ideal, vamos dizer assim. Eu não acho que seja a bandeira de luta de de pessoas na nas ruas, né? O que eu acho que precisa ser politizado é a forma como esse ajuste fiscal ele vai se dar. Isso sim, eu acho que é é pano dá pano paraa manga, vamos dizer, e merece um debate social mais amplo e que que de fato chegue até a política e possa de fato eh contribuir para um enfim, para um para uma organização das contas públicas que seja menos nociva pro pro andar de baixo. Agora é razoável dizer, professor, que a ao chegar no IOF, o governo mostrou que tá numa certa encruzilhada, porque se você vai, se você recorre ao IoF para fechar o caixa, significa dizer que você não conseguiu outras eh soluções que seriam mais interessantes, né? Porque o eh, salvo engano, ele é pago por todo mundo que precisa de empréstimo no Brasil, pequeno empresário que precisa de fôlego, um consumidor que tá pendurado no rotativo do cartão de crédito. Isto não mostra de certa medida que o governo chegou a uma encruzilhada. Se você precisa recorrer ao IOF para fechar o caixa, é porque você não conseguiu colocar em pé soluções que seriam mais palatáveis, não lhe parece? Olha, soluções mais palatáveis tem várias, Josias, e eu acho que, de fato, há uma encruzilhada dada justamente pelo pela amarração fiscal que foi proposta pelo próprio governo ao início, né? Então, quando a gente tem um arcabolso fiscal que tem um teto de gasto que tem limites de resultado eh primário que são rigorosos, né, isso evidentemente que vai colocar o governo alguns constrangimentos, né? No fundo aqui a gente não tem o o limite que tá valendo mais é o do resultado. Daí é a necessidade do governo ir atrás de receita para fazer resultado, né? E as receitas que o governo achou são essas, né? Tem várias outras que são mais interessantes para isso, né? De fato, é uma encruzilhada, porque o governo poderia ter muito mais flexibilidade no sentido de, olha, vamos pensar isso, esse horizonte um pouco mais longe, né? Vamos pensar a política fiscal de uma maneira mais ampla, né? Mas o constrangimento tá aí e ele é de curto prazo. E a política fiscal ela foi judicializada recentemente no Brasil, diria até criminalizada, né? Há um uma preocupação enorme na classe política em torno da política fiscal. É bom lembrar que a gente teve uma um uma presidente que sofreu um processo de impeachment e foi deposta por motivos, vamos dizer assim, fiscais oficialmente, né? o que tá por detrás do do processo de impeachment, a explicação jurídica é ela é fiscal, né? E eu acho que o Brasil precisa repensar isso, né? No Brasil, o um prefeito, por exemplo, tem muito mais incentivo para fechar um hospital e deixar as pessoas morrerem nesse hospital do que eh de fato descumprir uma regra fiscal que pode custar o mandato dele. Então, eu acho que tem questões aí relacionadas à institucionalidade, à arquitetura fiscal que geram constrangimentos eh e levam a soluções imediatas e de curto prazo, que às vezes não são as ideais, né? Ó, eh, professor, queria agradecer muito a sua participação hoje aqui, eh, no nosso All News. Pelo jeito, a gente vai ver muito desse discurso e adiante, né, do ponto de vista econômico, o senhor acha que é um discurso que é importante de ser feito no país? É um é um debate importante no país, mesmo que seja de um de uma forma mais simplista, como alguns estão colocando nas ruas mesmo? É isso, Fabo. Acho que essa que é a mensagem, democratizar os debates econômicos. A economia não é um tema técnico para ser exclusivamente debatido entre tecnocratas, políticos. Ele é um é um tema que deve ser democratizado e pensado amplamente, porque desrespeita à vida de todo mundo. É isso. Obrigada, professor. Até uma próxima oportunidade. Obrigado. Um abraço. Agora meiodia e 11 minutos. Eh, eu queria trazer uma notícia que acaba de cair aqui na nossa página, notícia envolvendo o técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelote, condenado hoje a um ano de prisão por não pagar imposto sobre a receita de seus direitos de imagem quando era técnico do Real Madrid em 2014. Informação divulgada pelo Tribunal de Madrid na Espanha em um comunicado divulgado à imprensa. De acordo com a lei espanhola, qualquer pena inferior a 2 anos por um crime não violento raramente exige que um réu, sem condenações anteriores cumpra a pena de prisão. A gente tá acompanhando aí eh o que que pode ser o desenrolar eh dessa história, né? Eh, o, de acordo com a lei espanhola, ele deveria cumprir a pena de prisão. Eh, foi essa condenação divulgada hoje o técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelote, então, condenado a um ano de prisão por não pagar impostos sobre a receita dos seus direitos eh de imagem. Eh, Ancelote comendou o Real Madrid entre 2013 e 2015 e entre 2021 e 2025. Foi absolvido de uma acusação semelhante em 2015, pois o tribunal não conseguiu provar que ele permaneceu tempo suficiente na Espanha para incorrer em dívidas fiscais. Eh, e aí ele mudou para Londres após a demissão do Real Madrid em maio de 2015. Eh, ele, o ex-técnico do Bayern de Munique, eh, Milan e também Chelsea, é a mais recente celebridade do futebol a ser investigada e condenada por uma autoridade fiscal espanhola por suposta fraude fiscal. Não é só por aqui, então, né, Josias, mas ele tá em solo brasileiro, Carl Ancelote. E agora, hein? Qual vai ser a consequência disso aí? Será que ele deve sair da seleção? Não deve sair? Que impacto isso vai ter? pra seleção brasileira de futebol, hein, Josias, o único impacto é o constrangimento, né, Fabio? E como você disse, fica evidente que rico brinca de esconde esconde com o fisco no Brasil e alures, né? Eh, todo rico tenta pagar o mínimo de imposto possível. O esse mundo do futebol é é um mundo em que pessoas, não é o caso do Ancelote, mas pessoas humildes se tornam eh milionárias em pouco eh num curto espaço de tempo, né? E nós tivemos caso de o próprio Neymar eh enfrentou dificuldades com o fisco quando se transferiu eh para o futebol espanhol. E quando o treinador Ancelote foi paraa Espanha, aí fica aquela discussão, devia pagar imposto aqui, devia pagar eh no no Reino Unido, onde é que ele deve recolher o tributo. E há essa condenação, eh, uma multa eh de 387€, né? eh pelas contas aqui de do no câmbio de hoje, isso dá 2,4 milhões de reais, mas como disse, aa o constrangimento, não parece que a CBF vá se incomodar muito com isso, Fabula, a ponto de eh se livrar do Ancelote, até porque há multas contratuais que teriam que ser pagas, não é? Então, há um constrangimento, o treinador vai ter que se defender e acho muito improvável, eh, aliás, bastante improvável que ele enfrente a a uma pena de prisão por conta disso, né? Talvez pague a multa, talvez conteste a multa, mas aa o constrangimento fica essa percepção, Fabula, de que eh rico eh se comporta como rico em qualquer lugar, né? Podendo fugir do fisco, foge, né? São raros os que eh acertam as suas contas eh na mesma proporção que eh o herário julga que seria adequado, né? Então o esconde esconde vale para cá e vale para outros países. Fraude fiscal envolvendo Carlos Ancelote. Fala, fala Rilson. Teve problema não lembrar que o Messi já teve problema com o fisco, né, na na Espanha também. É verdade. Tanto que no final das contas esses caras sempre alegam que, e obviamente, né, eles não fazem a mínima gestão de tudo isso. Alguém faz, uma empresa faz, na hora joga na conta da empresa, faz um cálculo lá de quanto tem que pagar, provavelmente é o que eles ganham por mês. Se parcelar, vai parcelar em duas vezes e tá tudo certo. Ó, falando em futebol, eh, é hoje o dia do Paulistão das Meninas. A gente tá com futebol feminino aqui eh no no All transmissão eh para que você possa acompanhar. Taubaté versus Santos. O meu Santos Ronils torce pro Santos. Tá tudo bem. Não vai torcer pro Taubaté. Torcer hã torcer assim de graça para um time grande como o Santo é um pouco difícil, mas posso considerar porque é futebol feminino, né? Não é outra energia, é outra vibe. Eu também acho. Exatamente. Porque pro Fluminense você não torceu pelo jeito, né? Pro Fluminense você não torceu pelo jeito, não, né? Eu fui razoavelmente solidário porque tem uma esposa e uma filha que se consideram tricolores, mas eu juro, eu não comemorei. Eu fui pro meu quarto, eu fiquei sozinho, eu gritei sozinho, sozinho. Nossa, foi triste isso ontem, né? Aliás, a tá falando aqui do Taubaté e Santos. Eh, no Qcode aí, se você colocar o seu celular, você basta você colocar o seu celular assim, ó, na foto, apontar. Eu não vou conseguir apontar aqui. Você aponta aqui, ó, tchum. Aí você cai exatamente na nossa transmissão e você vai acompanhar uma transmissão com os comentários da Milly Lacombe, Lucas Mosete e com a narração de uma mulher que é a Vivi Falcone, que é a nossa narradora aqui do futebol e que vai narrar esse jogaço aí de Taubaté e Santos. O Josias eu não preciso nem perguntar porque ele é meu parceiro de ponta a ponta. Ele vai ser Santos desde o nascimento. Eh, a carinha dele e tá tudo certo. Ó, vamos ao intervalo para quem tá conosco na TV. A gente fala Josala. Não, eu torço pelo melhor futebol e evidentemente um pedido seu será atendido automaticamente. Sou santista desde criancinha, ó. Desde criancinha. Tem uma criancinha santista. Ela tava louca. Qu não é santista. Aqui, ó. Eu tô com uma criança aqui também hoje. Tá vendo aqui, ó? Meu Deus. Férias escolares e feriadas apelação. Vamos chamar o intervalo. Vida real começou, hein? Com certeza. É mãe apresentadora nesse lugar. Ô Ronil, você sabe bem o que é isso. Ó, a gente vai pro intervalo, mas a gente segue aqui pelo YouTube. Vamos que vamos. Eh, eu acho legal que a sua você convida, né? A minha invade. Ela tentou invadir várias vezes. É que a gente cortou a câmera aqui. Aí agora eu falei: “Pode ir, mas agora pode voltar lá, Marina. Ela, a gente tá com plateia hoje ao vivo aqui no nosso estúdio. Eh, é isso. Programa ao vivo a gente faz dessa maneira, ó. Vamos pro telão que eu queria trazer a manchete principal do All mudou neste momento e fala sobre um colapso no sistema de energia elétrica. É a manchete principal do All. Agora a ONS alerta que o país precisará de térmicas e volta a falar no tal horário de verão, aquele que desperta, né, amores e ódios pelo Brasil afora. Bom, foi lançado nessa terça-feira o planejamento da operação para o sistema elétrico brasileiro pros próximos 5 anos e que vê degradação da capacidade de atender a demanda no horário de pico e recomenda medidas alternativas para resolver o problema. Entre elas, segundo o operador nacional do sistema elétrico, está o retorno do horário de verão. O horário de verão foi suspenso ainda durante o governo de Jair Bolsonaro, eh, e que agora pode se tornar imprescindível caso as condições, eh, não melhorem nos próximos meses. A preocupação com que eles chamam de suprimento de potência no horário de ponta vem crescendo nos últimos anos com o aumento da oferta de energia solar e foi reforçado inclusive no plano de operação energética para esse período entre 2025 e 2029 e que foi lançado ontem. O documento aponta desafios já de curto prazo para atender a demanda no início da noite durante o período seco de 2025. Dizem que todos os cenários indicam a necessidade de despacho de usinas térmicas, além daquelas que não podem ser desligadas por inflexibilidade. E uma das alternativas para enfrentar esse problema, quer dizer, a gente tem o medo, claro, de ter um apagão, de ter uma dificuldade aí com energia, do fornecimento de energia pro Brasil. E eles falam que a a contratação da capacidade adicional de energia de reserva seria resolvida por um leilão pelo governo, mas a concorrência foi cancelada. Foram vários questionamentos judiciais e acabou não dando certo. E sem o leilão, além do uso das térmicas, a ONS diz que os cenários indicam a necessidade da utilização da reserva operativa, um volume mínimo de energia que é armazenado ali para que a gente não tenha algum problema no fornecimento de energia. E agora eles estão ampliando e estudando um pouco mais. E aí veio a sugestão de voltar com tal do horário de verão. A gente tá voltando com quem tá conosco na TV para que a gente possa também explicar isso melhor pra nossa audiência. Estamos de volta e a gente tá discutindo aqui a manchete principal do Hall neste momento, que é o alerta de que o país poderá eh precisar de novas térmicas e já entrando aí numa possibilidade, numa discussão de voltar com o horário de verão. A a reportagem aqui mostra as questões técnicas, Josias, mas o medo é a falta de energia no Brasil? É um apagão geral? É hora de voltar com o horário de verão. Isso tem que realmente ser discutido, Josias? É, o horário de verão se tornou no Brasil e uma muleta indispensável. Nós temos uma dificuldade crônica eh de suprimento de energia e estamos falando de um país, Fabula, que está com a sua economia, embora crescendo, mas cresce numa proporção muito inferior ao que seria razoável, né? Imagine se o país bombasse, se o PIB brasileiro bombasse, aí faltaria energia para ligar as fornalhas da indústria no Brasil. Qual é a nossa o nosso dilema, Fabulo? Nós temos um crescente fornecimento no Brasil de energia solar e energia eólica. O que não falta no Brasil é só e vento. Ore que há uma dificuldade de eh injetar essa energia solar e eólica no sistema. Por quê? quando eh o vento eh escassia e quando chega o período sem sol, eh a energia solar e a energia eólica não resolve o problema de pico ali na hora da no início da noite, quando aumenta o consumo de energia eh domiciliar, quando os chuveiros são ligados. Então, sempre que a gente tem eh um período de agora não é o caso porque tá chovendo eh inclusive temos um excesso de chuva na região norte, mas o que tá se o que está se e estimando aqui é a necessidade de energia no médio e no longo prazo. E o sistema brasileiro não consegue prescindir da utilização das usinas térmicas, da energia térmica, de uma energia que consome carvão. é uma energia altamente poluente, porque não se desenvolveu ainda uma técnica capaz de prover, de injetar no sistema, de forma a dar solidez ao ao sistema nacional interligado de fornecimento de energia elétrica, a energia eólica e a energia solar. E há uma outra discussão, Fabíola, sobre uma discussão que tá sendo superada, por exemplo, na Alemanha. A Alemanha tava reduzindo o provimento, o fornecimento de energia nuclear, mas teve problema com a Rússia. A Alemanha importava energia da Rússia e como eh com a crise eh a partir da invasão da Ucrânia pela Rússia eh a a Alemanha se associou aos países que boicotaram a Rússia. o o a energia que era fornecida, eh, o gás que era transmitido, que era fornecido pela Rússia à Alemanha, eh diminuiu e eles estão agora, eh, voltando a utilizar a energia nuclear numa proporção em que eles não imaginavam que precisariam usar. No Brasil, a energia nuclear foi estigmatizada. Hoje, algumas pessoas avaliam que seria o caso de aumentar o uso de energia nuclear. Mas nós temos essa deficiência, Fabíola. É uma deficiência que foi diagnosticada quando tivemos o apagão lá atrás no governo do Fernando Henrique Cardoso. Começamos a utilizar ali de forma mais intensiva como uma muleta a eh energia térmica e eh não nos livramos mais dessa necessidade. seria o caso de tentar eh o substituir a a as usinas térmicas pela energia solar, pela energia eólica, mas não temos ainda, Fabora, capacidade técnica para fazer isso. Então, estamos aí diante dessa dessa necessidade de acionar as usinas térmicas e diante da necessidade de voltar a utilizar o horário de verão como uma muleta para reduzir o consumo de energia elétrica no Brasil. E aí, Josias? É interessante isso, né? Porque agora não é uma coisa, ah, gosto, não gosto, quero ou não quero. Eh, se eles acharem a necessidade da volta do horário de ver, é guela abaixo, é isso, né? É guela baixo, né? Algumas pessoas gostam muito, né? Eu particularmente acho o horário de verão, eh, do ponto de vista da da conveniência, né? Você estica um pouco mais eh o dia, né? Agora mesmo tive na na Europa e no verão lá, eh, o o sol ou a claridade ela dura até 8, 9 horas da noite, né? Eu acho muito bom, acho conveniente, mas muita gente não gosta disso, né? Mas como você disse, Fabo, não é questão de gostar ou não gostar, é uma necessidade. Eh, infelizmente, eh, nós não podemos fazer essa opção. Eh, o horário de verão se apresenta como uma algo incontornável diante da necessidade de eh evitar sobrecarga no sistema nacional de provimento de energia elétrica. Nossa, dá até um um receio, né? Ô Ronils, eu não sabia que a gente estava nessa situação, não. Mas resta saber é se esse horário de verão vai ser suficiente para que não aconteça algo grave no país, né? Pois é, a gente tinha pouca noção com relação a esse a esse status, mas acho que o temor de um apagão acho que ele é muito muito grave, muito caro pra gente, né? O José colocou bem. Seria muito bom se nós tivéssemos o horário de verão como uma forma de aumentar, né, o nosso tempo de lazer, de contição, como é na Europa, nos Estados Unidos, né? Nos Estados Unidos, super importante, o inverno é muito rigoroso, fica muito é muito escuro, depressivo. Eh, então, por isso o horário de verão ele é bem longo, né? Na verdade, é um verão que pega o outono também. E a gente aqui não tem nenhuma dessa graça. Aqui pra gente é meio que estatus de sobrevivência, né? eh alterar o consumo de forma que nós não tenhamos um colapso e tenhamos de passar pelo trauma do apagão, que todos nós lembramos bem das consequências que que deixam, né, o o país de uma maneira geral. É bom, qualquer novidade a gente traz mais informações, mas a reportagem completa que é feita inclusive pelo jornal Folha de São Paulo, é a nossa manchete, tá aí à sua disposição para que você possa também eh se informar e já se preparar eh para isso. Eu queria agora falar e trazer também as novas informações e a atualização do caso da Juliana Marins, eh, a brasileira que morreu lá na Indonésia e a saiu hoje a autópsia que foi feita aqui no Brasil. Eh, e a Juliana morreu em razão de traumas provocados eh por queda. Isso foi o que indicou a nova autópsia que foi feita eh no Brasil a pedido da família. da Juliana, que não estava confiando na autópsia que foi feita lá na Indonésia. E com isso, eh, tá aí o resultado. Segundo o novo laudo, a causa da morte foi uma hemorragia interna em razão de lesões eh provocadas pela queda que ela teve de uma altura de 600 m. A perícia aponta que ela teria sobrevivido por no máximo 15 minutos após o trauma, mas foi inclusive eh foi inconclusiva quanto ao horário e em qual queda ela morreu eh devido às condições eh do corpo. Eh e o que disse o primeiro laudo? Segundo a autópsia lá na Indonésia, ela sofreu um trauma torácico grave depois de cair pela segunda vez na encosta eh do Monte Rijane. E membros eh superiores, inferiores e costas foram áreas mais machucadas e teve órgãos internos respiratórios comprometidos. E essa nova autópsia que foi feita então agora no Brasil mostra que ela morreu em razão de múltiplos traumas. provocados por uma queda de altura. Eh, a causa imediata da morte da jovem foi uma hemorragia interna em razão dessas dessas lesões provocadas pelo pela pelo trauma. E isso feito graças aí a um pedido da família que foi atendido inclusive pelo governo brasileiro eh para essa nova autópsia. E aí agora a família também vai decidir o que fará eh com esse resultado, né? Eh, como a gente já até aqui ouviu, eh, a defensora pública que está na causa vai depender muito da família. Eles estavam eh pensando na possibilidade de entrar ou não com uma ação contra o governo da Indonésia. A gente não sabe ainda se isso vai ou não dar sequência. O presidente Lula inclusive recebe o presidente da Indonésia hoje e a o caso da Juliana pode inclusive ser uma pauta, né? O Josias, eh, era uma agenda já programada. O presidente recebe hoje o presidente da da Indonésia, o Prabom, eh, Subianto, não sei se é assim que pronuncia o nome dele corretamente, mas certamente o caso da Juliana eh vai ser um caso, já que eles já falaram sobre isso. Não sei se os presidentes não se falaram, mas as nossas autoridades, eh, as embaixadas se falaram até na época em que Juliana aguardava um resgate, né, Josias? É, certamente esse assunto vai entrar na pauta, né, Fabio. Esse encontro eh tava previsto, não ocorre por conta do do da morte da da Juliana. Eh, ocorre porque a Indonésia integra os bricks. É um dos países que ingressaram mais recentemente nesse bloco econômico que tem o Brasil como integrante, não é? E houve a reunião no Rio de Janeiro, o Lula está se reunindo com todos aqueles presidentes que manifestaram o desejo de manter com ele um encontro, uma conversa bilateral. Recebeu eh o líder da Índia, agora recebe o presidente da Indonésia. Mas esse assunto obviamente vai ser vai constar da pauta, né? Seria um contracenso se não falassem sobre isso. Agora, quis me parecer, Fabula, que a autópsia realizada no Brasil não difere eh na essência daquela análise que foi feita pelos legistas na Indonésia. Dizia-se, eh, quando a o corpo da Juliana foi eh, submetido a essa análise na Indonésia, falava-se que a morte dela teria ocorrido alguma coisa em torno de 20 minutos depois da segunda queda, nãoé? Agora, eh, a autópsia feita no Brasil fala, estima, eh, que ela teria sobrevivido por no máximo 15 minutos depois da queda. Há aquela cena, todos nós nos lembramos da uma cena que foi feita eh com o drone que mostrava a Juliana ainda viva, não é? se movimentando depois da queda. Agora, houve uma segunda queda. Aparentemente as conclusões dos legistas vão na direção de que essa segunda queda teria sido eh a queda fatal, não é? Teria provocado eh consequências que levaram resultaram na na morte da da Juliana. Nada disso eh reduz, Fabula, nada disso eh diminui a impressão de que houve negligência, seja na condução da da trilha eh que fazia a Juliana num grupo maior, não é? E essas trilhas elas são eh elas são prevalece nas trilhas eh a máxima segundo a qual eh o ritmo de quem participa do grupo deve ser ditado por aquele que tem menos capacidade, menos resistência, né, e não o contrário. Então o guia aparentemente não se guiou por esse princípio, né? Porque em alguma em algum momento a Juliana manifestou o desejo de parar de eh recuperar o fôlego e pelo que consta o guia eh a deixou para trás, algo que não poderia ter sido feito de nenhuma maneira, não é? E também há a percepção, e essa percepção não se reduz eh pelo resultado da autópsia de que houve demora na no resgate, né? Então, aí fica aquela dúvida, a demora eh poderia ter sido, a Juliana poderia ter sido resgatada se eh na primeira queda já tivesse sido providenciado ali uma uma operação eh de resgate ou não? Então, essas dúvidas elas remito da coincidência eh que pode haver entre as conclusões da da autópsa feita no Brasil e na Indonésia, né? Então, vai depender da família. Agora, a depende da família essa decisão de dar ou não consequência jurídica a esse resultado, a essa análise médica que foi feita eh no corpo da Juliana, não é? Agora, que eh houve negligência durante e depois da da trilha, parece não haver muita dúvida, né, Fabula? A necrópsia eh dá um quadro aí que não elimina essa percepção de que houve alguma negligência. É isso. Meio:35 minutos. A gente vai entrar agora num caso eh muito delicado, muito triste e que viralizou nas redes sociais e que tem a ver com a educação e tem a ver com o atendimento de uma criança autista. Esse caso tá sendo aí discutido pelo Brasil afora, as imagens circulando por todas as redes sociais. Um menino de 4 anos, autista nível três de suporte, foi amarrado por uma professora dentro de um banheiro, de uma escola particular, na região metropolitana de Curitiba, na cidade de Araucária. Ele foi encontrado sozinho, com os pulsos e a cintura amarrados em uma cadeira dentro do banheiro da escola. A criança foi resgatada por agentes de guarda municipal após uma denúncia. O menino é autista, não verbal e estudava na escola há 3 anos. Os pais disseram às autoridades que receberam outros vídeos do filho passando pela mesma situação. São essas imagens que a gente tá vendo aí, eh, justamente da situação e como esse menino foi encontrado. A professora foi presa em flagrante por maus tratos contra a criança e no momento da prisão ela admitiu que ela amarrou mesmo ele porque ele tava muito agitado e ela não tinha ali como conter. Bom, a escola foi procurada, enviou uma nota, eh, dizendo que para quem eh para quem me conhece sabe o quanto mantemos a integridade da escola, bem como bem é a dona da escola que mandou essa nota, né? Para quem me conhece sabe o quanto mantemos a integridade da escola, bem como o bem-estar das crianças, inclusive promovendo bem-estar a todo momento de cada uma delas. Esse tipo de denúncia é grave, é séria e já estamos tomando todas as providências cabíveis. quanto ao ocorrido e pessoas envolvidas, inclusive com advogados, para essa ação injustificável. Nunca havíamos passado por tal situação, o que nos deixa bem tristes e sem palavras. Eu quero agradecer pelas mensagens de apoio aos que conhecem o meu trabalho e, acima de tudo, falar o quanto lamento pelo ocorrido. A gente chamou aqui a conversar conosco ela que é especialista na área de educação, educadora, a professora Cláudia Costimos a partir de agora aqui no nosso AN News. Olá, professora. Muito obrigada por aceitar nosso convite. Até a gente fica engasgado ao contar esse caso, ao mostrar essas imagens. Eh, é muito duro, é muito triste como mãe acompanhar uma situação como essa, um episódio como esse numa escola brasileira, né? Como é que a senhora analisa isso que aconteceu? Quem é o responsável por isso? Como que a gente pode dar uma resposta a uma situação como essa? Boa tarde. Bom, boa tarde, Fabíola. Boa tarde a ao All News, a aos outros integrantes Josias que eu já conheci pessoalmente. Eh, um prazer falar com vocês. Infelizmente é um episódio muito triste. Eu, como avó de dois netos autistas, ah, é, é chocante. Quando vi a notícia, fiquei muito perturbada, porque não era para acontecer isso em escola. Infelizmente as escolas refletem o que existe fora da escola. Quer dizer, falta de empatia completa e despreparo da professora. Eh, nós poderíamos dizer que, lógico, a questões estruturais, a formação que o professor recebe na universidade, ela, infelizmente, sete em cada 10 professores, é formado exclusivamente por IAD e com uma formação que é completamente desconectada da realidade da escola. E a gente tá falando de crianças na primeira infância, né? Então, eh, é muito triste, mas eu não posso deixar de achar que a escola também falhou, porque se a criança precisa de apoios, nós estamos falando de suporte nível três, que precisa de alguém mais na sala de aula para apoiar, eh, não faz sentido a escola não contar com uma pessoa. E nós estamos falando de uma escola particular, então, realmente muito triste. inaceitável. A gente tem que se preparar para ter uma escola inclusiva. Não basta incluir crianças com deficientes e neurodivergentes dentro de sala de aula. Nós precisamos ter estratégias e protocolos de como fazer uma inclusão que funcione. Mas parece que a gente nunca sai nesse lugar, né? Eh, só uma emenda nisso, Josias. Eu sei assim, eu acho que desde quando eu sou jornal e iniciei minha carreira, a gente fala sobre essa história. A gente nunca vai sair disso. É preciso discutir a inclusão. É preciso discutir a inclusão. E a gente não sai desse lugar de que é preciso discutir, né, professora? É só só para responder antes do Josias falar. Na verdade, a inclusão é um processo muito desafiador e eu fui uma das pessoas que foi contraar. Primeiro vamos criar todas as condições, depois a gente inclui a inclusão é um processo, a gente vai aprendendo na medida em que inclui a então sim, alguns erros foram cometidos, não tô falando de erros desse nível, no processo de inclusão, escolas que ainda não tinham livros ah em braile e que a gente incluiu crianças com deficiência visual que não podiam acessar. Tô falando de erros mais eh iniciais e não tão graves e que foram sendo corrigidos no processo. Mas eh aqui nós estamos falando de um tratamento humano empático, né? É de uma coisa muito mais grave. Então sim, nós vamos ter que continuar por muito tempo, Fabíula, discutindo como é que inclui e como é que a gente inclui melhor e aprendendo com os nossos erros. Espero que não mais colocando crianças em risco, como isso aconteceu aí no Paraná, lá no Paraná. Professora, eh, o Censo demográfico do IBGE coletou eh informações sobre a quantidade de brasileiros com o transtorno de do espectro autista, nãoé? E eh há dois meses divulgaram-se os dados preliminares e a gente descobriu aí que há eh alguma coisa em torno de 2,4 milhões de pessoas que foram já diagnosticadas eh com autismo, né? Diagnóstico confiável feito por profissional de saúde e tal. Isso representa aí 1,2% da população, né? E dá uma ideia do tamanho do nosso desafio, né? E o autismo ele traz condições eh que eh afetam a comunicação, a interação eh social, o comportamento, né? A gente vai eh quando eu vejo um negócio desse numa escola particular, eu fico imaginando o que não estará acontecendo nas escolas públicas, né? Que tem desafios eh que são muito mais eh que tem uma multiplicidade de desafios que mostram que talvez a gente não esteja preparado, né? Eh, a senhora disse, foi incluindo, eh, não necessariamente eh, com o preparo adequado, né? Qual é o tamanho do nosso desafio? Enorme. E, e, curiosamente, eh, ele tende a ser um pouco maior em escolas particulares. E vou falar por quê? Porque na escola pública o Ministério Público está de olho no processo de inclusão, os tribunais de contas estão de de olho no processo de inclusão, as denúncias se fazem em várias instâncias. eh o que obrigou as escolas públicas a eh ao longo dos anos criar uma estrutura mais um pouco mais adequada eh especialmente nos grandes centros, mas também nos pequenos. Quer dizer, houve um aprendizado um pouco maior. Não por acaso nos grandes centros, a o percentual de alunos de classe média, média e alta nas escolas públicas é maior entre as crianças, entre as famílias com deficiência, porque a atenção tende a ser um pouco maior e a supervisão tende a ser um pouco mais cerrada, mais forte. Ah, nas escolas particulares, e tem é importante lembrar, Isaías, que nós temos eh eh escolas privadas de todos os níveis, né? Quer dizer, tem escolas privadas que têm um bom nível, um bom nível educacional e tem escolas privadas, especialmente na primeira infância, mais fragilizadas, mais inadequadas. Então, sim, há há um problema de despreparo, mas esse despreparo varia muito de escola para escola e não necessari Ah, infelizmente tivemos um probleminha na conexão dela. Ronils até aproveitando, né, a uma análise sua sobre esse episódio. Eh, voltamos, só voltamos. Espera um pouquinho, deixa só concluir. A senhora tava falando sobre a questão do despreparo, que não se trata só disso, né? Isso, exatamente. Não é só eh despreparo. Eh, é também há uma questão até de o quanto que o professor é empático nesse processo. Quer dizer, não dá para dizer, não, a culpa é toda da falta de preparo ou a culpa é toda da da escola. A professora tem uma responsabilidade. O que nós vimos nessas fotos que vocês mostraram, eh, é um um, eh, eu desculpe julgar a professora nesse caso, mas é algo de desumano, né? É, eu acho que é totalmente desumano, né, Ronilson? O Ronilson, inclusive, que que, né, atua nessa área de direitos humanos e tudo mais, eh, é algo que assim deveria chocar o Brasil inteiro uma cena como essa, né? você deixa o seu filho na escola e você recebe eh vídeos como esse, fotos como essa, isso não foi a primeira vez que aconteceu, né? É, quer dizer, essa declaração da dona da escola é suficiente, Ronils, quando a gente olha, quando ela diz: “Nossa, eu não sabia”. Como que a escola não sabia eh de algo como isso estava acontecendo dentro da escola? Pois é, Fabiola. minha minha pergunta vai um pouco exatamente nessa direção. Quer dizer, a gente teve acesso, você não leu a nota na íntegra, mas o que a professora, a diretora da escola, proprietária da escola, fala, é quase como uma forma de exentar a escola, né? Quer dizer, a escola é uma escola de alto nível, de muita qualidade, que tem muito cuidado. Isso aconteceu por uma decisão única e exclusiva da professora, óbvio que tem responsabilidade. A professora mesmo faz lá as declarações dela de que ela amarra o mesmo e tal. Eh, e talvez exatamente por isso a escola tenta se exentar, mas não tem como se exentar, né? Eu acho que lidar com vidas tão importantes, né? Que é são filhos e filhas de outras pessoas, lidar com crianças é algo tão é tão precioso, tão caro, caro no sentido do valor moral e caro no sentido financeiro, né? A escola não é não é barata em nenhum aspecto, ainda mais uma escola que tem eh essa especialidade ou essa qualificação nesse nesse nível, eu imagino. É, então, se é possível dissociar esse nível de responsabilidade, se a escola tá bom, você é super bem intencionada, super bem preparada, mas a escola tem responsabilidades no tipo de ambiente que proporcionou com o professor, no tipo de assistência, de auxílio, de observação, de treinamento, de reciclagem, seja lá o que for. Mas eh como é que a gente pode eh eh enquadrar a escola, não exentar a escola da responsabilidade pela decisão tomada por um por um professor diante de uma situação eh tão grave que vai para além da questão da inclusão? A questão da inclusão pode ser, poderia ser talvez distanciar a criança de uma certa brincadeira por causa da sua condição autista, mas amarrar, ela poderia ser uma criança que não fosse autista, poderia ser a minha filha que não é autista, mas eh amarrar vai para além disso, né? Como é que a gente coloca eh eh todas essas questões na mesa para além de uma responsabilização individual, né? É, Ronilson, primeiro lugar, é prazer te rever. Eu não tinha reconhecido, não, não vi o nome lá na na no no quadradinho, mas um prazer te rever e até conheci tua filha. Mas voltando à questão da responsabilização da escola, ela é importante porque, como você bem colocou, eh não é que esse episódio aconteceu só agora, ele há imagens de outros momentos. Então, a escola tem que eh primeiro exercer supervisão nos seus professores, dar-lhes os apoios necessários, como eu falei no começo. Quer dizer, eh você pode ter, como a ocorre em várias redes de escolas públicas um agente de inclusão educacional que apoie o professor. Sim, eu posso entender que um professor com uma turminha de alunos de 4 anos que deve ter 20 ou no pior dos casos 25 crianças, ele vai precisar de alguém que o ajude nessa situação. Ah, e para que isso funcione, quem quem tem que cuidar disso é a direção da escola. Então, eh, não é um trabalho de tanta qualidade o trabalho que a escola faz no momento em que não há um apoio ao processo de inclusão. Professora Cláudia Costim, muito obrigada pela sua participação aqui. Até uma próxima oportunidade. Eu é que agradeço. Agradeço também ao Ronils Pacheco, Josias de Souza. Um tchau coletivo aí para vocês, meninos. Tchau, tchau. Beijo. Tchau, tchau. Boa semana para nós. Boa semana para nós. Difícil, né, com essas notícias, inclusive essa aí que engasga, né, qual a gente vê tudo isso. É realmente inaceitável essa situação. É muito duro. A gente tem acompanhado o desdobramento disso e vamos ver também a resposta jurídica a isso. Bom, o nosso vai ficando por aqui, mas eu vou e eu volto porque hoje eu sou a companhia do tio Rei. Reinaldo Azevedo. aí com Olha aqui e a gente vai também tratar de vários assuntos importantes do nosso país. Então continue conosco aqui no canal Wall. [Música] Wow. [Música]