Mecanização chega à cana e começa desemprego entre os boias-frias

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[Música] mais um setor da agricultura brasileira começa a desempregar Agora é a vez da cana A reportagem é do Nelson Araújo Nelson da semana passada a gente mostrou que a cana tá entrando numa nova fase procurando equilibrar economia com ecologia essa modernização dispensa boa parte da mão deobra Canavieira a cultura da cana está entre as que mais progrediram nas últimas décadas ponto de vista tecnológico e por circunstâncias que o meio ambiente agradece o setor canavieiro acabou escrevendo certo por linhas tortas as plantações de cana cresceram desafiando o princípio agronômico elementar de que toda a monocultura todo cultivo em larga escala é um foco de problema para combater as doenças que se multiplicavam nesses Canaviais a cada ano as usinas aumentavam as doses de pulverização até que o veneno ficou caro demais como tem sido frequente na cultura Canavieira a solução de um problema financeiro acabou trazendo também um ganho Ecológico a pesquisa genética selecionou variedades resistentes o que praticamente elimina o uso de agrotóxico contra doenças e antes de ir pro campo a cana planta passa por um tratamento que mata vírus e bactérias o fedido garapão que antes polua os rios acabou virando o principal adubo das fazendas de cana diminuindo o uso de fertilizante químico a novidade mais recente Visa acabar com as queimadas uma prática de colheita que polui o ar e empobrece o solo das regiões Canavieiras para substituir a antiga tecnologia do fogo as usinas começam a investir agora em máquinas capazes de fazer o corte da cana crua é a chamada colheita limpa que não suja a atmosfera e ainda protege e revigora o solo com a palha que antes virava cinza mas ao lado das inúmeras vantagens agronômicas e ambientais o novo sistema traz também um forte impacto no mercado de trabalho a máquina cortando cana é também uma máquina de cortar empr e que pode interromper umaa tradi Agri a tem Dee oor Maisa gente uma máquina desta corta toneladas por dia sozinha ela faz o trabalho de 80 pessoas um desempenho que facilita administra de uma fazenda de cana opinião doente Agrícola de usina que tudo mecanicamente com a colhedora diminuímos a um pouco da mão de obra né E se torna com você você tendo menos gente na lavoura se torna mais fácil para você trabalhar o número de colhedoras aumentou de forma impressionante ultimamente só as usinas da região de Ribeirão Preto já estão com 200 máquinas no campo neste ano colhem mecanicamente 20 milhões de toneladas de cana quase um nas outras regiões Canavieiras do Estado tem mais 200 máquinas trabalhando fazendo a conta você percebe que em São Paulo as colhedoras já estão substituindo 30.000 facões o que é que vai acontecer com os cortadores de cana Esta é a pergunta que começa a preocupar as regiões Canavieiras a categoria parece ter caído numa armadilha que ajudou a montar os cortadores fogem da cana crua como o diabo da Cruz eles exigem a cana queimada para trabalhar o que já foi inclusive objeto de reivindicação em campanha salarial você faz ideia de quantas vezes um cortador bate o facão na cana queimada por dia essa pesquisa foi feita e revelou que na cana que passou pelo fogo já foi dispal ficou com a área assim o serviço é facilitado uma pessoa como a dona Ana Cabral que é uma cortadora experiente faz pelo menos 7000 movimentos por dia mç fazera demais tem que vir PR cá preparado trar PES se na cana queimada o esforço parece excessivo é trabalhoso demais imagine cortador enfrentar a cana crua como esse talhão aqui olha oana como é que é enfrentar um paredão desse aqui ah é muito difícil tem tirar essas paias tudo e limpar a Rua do Meio não deixar paia nenhuma na cana é difícil demais é riscos na cana crua o desgaste do Cortador mais do que dobra chega a bater o facão 15.000 vezes num dia o serviço não rende sem contar o risco alto de se cortar com a palha verde e de levar picada de cobra tem convenção de trabalho que proíbe o cor manual da cana crua e usinas já foram multadas por forçarem esse tipo de serviço a situação conduz os canavieiros para um beco sem saída é o que nós vamos mostrar no próximo bloco voltamos já [Música] já vamos agora à segunda parte da reportagem especial de hoje o desemprego provocado pela mecanização da colheita da cana a safra da cana em São Paulo é considerada a maior operação agrícola do Brasil o estado produz mais da metade de todo o açúcar e álcool que o país consome os Canaviais Paulistas ocupam mais de 1.000 ha a cana cortada e transportada anualmente para as usinas chega ao 40 milhões de toneladas é duas vezes o tamanho da safra Nacional de grãos até pouco tempo atrás tudo era colhido no facão o corte da cana em São Paulo chegou a empregar mais de 100.000 Trabalhadores Rurais hoje esse número caiu para 70.000 agora de cada 100 toneladas 25 já são colhidas por máquina as usinas estão apostando Firme Nas colhedoras Afinal acharam ferramenta que não só ataz economia como ainda atende o que a sociedade vem cobrando menos poluição pois a tendência da colheita mecânica é acabar com as queimadas e a contrapartida que parece Irreversível é o corte manual diminuir à medida em que a máquina vai cortando gente nas turmas é uma situação amarga na história desses Trabalhadores nos anos 80 os canavieiros se organizaram num grande movimento sindical começaram protestando contra o transporte peit gado no perigoso caminhão P de Arara em 81 eu estava na região de Ribeirão Preto fazendo cobertura desses acontecimentos para o Jornal Nacional nestes últimos 5 anos 60 boias frias morreram em 33 acidentes que poderiam ter sido evitados nas estradas e é impressionante o número de feridos 742 sendo 63 deles menores de idade uma tragédia nas estradas da região o transporte decente em ônibus foi uma das primeiras mudanças as greves pipocavam nas regiões Canavieiras e muitos direitos foram conquistados carteira assinada descanso semanal remunerado pagamento dos Dias parados por causa de chuva férias 13º fundo de garantia equipamento de segurança como luva e perneira marmita para manter a boia quente Cabana para servir de banheiro no canavial ambulância na história da Luta dos cortadores de cana por melhores condições de trabalho um nome será sempre lembrado João de Barro o nome desta Vila aqui na periferia de Guariba que foi o foco de resistência dos boias frias no auge das greves de 84 Este Lugar era um campo de batalha a polícia reprimiu o movimento com violência numa ação que Revoltou o país na época Houve morte dezenas de grevistas saíram feridos hoje 12 anos depois estamos de volta à Vila João de bar encontramos muita gente que ainda fala daqueles acontecimentos como se foss cois de ontem a Don osda deos des el aí nisso a polícia jogou uma bomba na janela e eu trava grávida e perça per a criança eu tava de meses eu aan a João de Barro continua sendo a mesma Vila pobre de trabalhadores rurais como a diferença a antiga Fortaleza dos boias frias agora é um reduto de desempregados você tá empregado não parado tá parado você tá fazendo o qu parado provalmente é a cidade mais crítica pro trabalhador acabou né po can aqui né na sua família tem gente desempregada também não tem quantas pessoas estão paradas lix aqui tá tudo é quantas pessoas são aqui tem C cinco tá tudo parado trabalhava em que antes cortava cana Dona osvalda conta que os filhos já largaram o facão e foram embora procurar emprego em outras cidades quem sabe na laranja ou no Café o povo não pode viver sem trabalhar porque nós trabalhando nós trab Olha tenho o dinheiro que nós ganha para comprar o que comer o que beber poder sobreviver para não comer folha de chuchu que nem eu já comi e é esse pé de chuchu aqui eu apanhei folha de chuchu cozinhei com só comida e pro cilho porque não tinha o que comer pelos cálculos do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guariba este ano a mecanização da colheita desempregou quase um ter dos cortadores do município como aconteceu com os filhos da dona osvalda a maioria tá indo buscar emprego fora ees de trabalho bem piores que no corte da C A gente tá vendo pessoas hoje que se obrigam a trabalhar de qualquer forma sem direitos algum per jogando fora tudo aquilo que conquistou ontem em 84 Com muito sacrifício pessoas que perdeu até vida hoje se obriga a jogar esse direito fora somente para conseguir o emprego sobreviver agora lutar cont as máquinas vocês não vão não tem como você Proibir a máqu aend tudo é mecanizar é computador em todas quant área de trabalho que tiver isso isso vai afetar não é só Guariba isso no Brasil inteiro tá essa essa situação de desemprego devido à mecanização a automação cortador de cana é uma categoria é uma categoria ção não digo isso de hoje PR amanhã mas ao longo dos anos como nós já estamos sentindo hoje na pele a falta desse emprego a repercussão da mudança do corte manual pro mecânico está apenas começando a região de Ribeirão Preto sempre atraía 10 15.000 safristas do Paraná Bahia Minas todo ano agora lugar paraos de Fora praticamente não tem mais para os daqui o serviço está com os anos contados comento que até o ano 2000 vai tirar b os cortador O que é que essa gente vai fazer quando acabar o serviço na câ Ouça a ideia deste usineiro nós temos um déf Habitacional no Brasil entre 15 e 20 milhões de residências e nós sabemos que todo esse contingente de cortadores de cana seriam insuficientes apenase como servente de pedreiro para atender essa demanda fora essa hipótese da construção civil tanto remota nos dias de hoje não há nenhuma alternativa concreta para a mudança que pode trazer uma crise de desemprego sem precedentes nós não temos out saída eu vejo que tem que começar a brigar buscar outro tipo de emprego indústria sei lá fábricas outro tipo outro ramo de serviço enquanto nós vivemos só de cana nós vamos é daqui PR pior a gente passa falta a gente passa fome as autoridades que cuidam do meio ambiente como o ministério público o que mais pressiona para acabar com a poluição também não apontam para nenhum caminho palpável e devolvem a bola quadrada para as usinas um processo de mudança de tecnologia que gera desemprego essa mudança de tecnologia tem que est adequada às necessidades da sociedade portanto empres aliado tem discutir com a sociedade com os trabalhadores com o Ministério Público enfim com a sociedade de uma forma geral alternativas para que a o avanço tecnológico não não Gere problema social se nós eh reconhecêssemos essa responsabilidade todas as outras culturas que mecanizar a a sua colheita ao longo dos últimos 50 anos deveriam parar suas máquinas e contratar novamente todo o pessoal como é o caso do milho da soja eh do algodão todas as culturas Mecan a muda tecnológica ficar na mão dos empresários somente eles vão alegar que não existe alternativao que isso tem que ser discutido com a sociedade democra sem poder de decisão nessa polmica aos trabalhadores resta esperar e matutar formas de enfrentar o problema que logo logo vai chegar a Ana por exemplo que nós vimos no começo da reportagem já sabe o fazer servo naxa for pra Terra da Gente onde é que a gente foi nascido a senhora veio de onde para cá de mina o senhor também senhor n também vocês estão a quantos anos aqui na região 10 anos 10 anos já a família do seu Lourenço da Silva não tá vendo para onde escapar Afinal eles vivem em Sertãozinho já H Três Gerações compraram terreno ergueram casa construíram a vida puxando o facão nós dois construímos educamos tudo na cama o que que senhor acha dessa mudança que tá vindo aí é mudança meia ruim né Nós é ruim é o que vai ser sem o o serviço da cana para vocês aqui sei Aí questão aí vai ser muito ruim vai ser péssimo não vai ser vai ser horrível e meus filhos como vai ficar se chegar na hora de não tiver servo é só roubar Ah vai ser tudo L mas eu não tenho go de roubar Olha esse que já assusta né tá no começo ainda que nós vimos aí é um sinal de alerta é fácil prever o que pode acontecer nas regiões Canavieiras se não houver uma política de emprego séria e que leve em conta que essa mão deobra que sendo dispensada tem vocação Rural a alternativa que esse pessoal tem tido até agora é montar acampamento em beira de estrada até domingo que vem até PR semana [Música] [Música] [Música] zsl B 860 EPTV emissoras pioneiras de assista agora Grande Prêmio da Hungria de Fórmula 1 ao vivo [Música]

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