MUNDO INTEIRO ESTÁ COMPRANDO OURO: O QUE SERÁ QUE ESTÁ POR VIR? | BRUNO MUSA
1O que aconteceu essa semana, que eu não vi quase ser noticiado afeta muito a sua vida financeira, a sua perspectiva, afeta muito ao Brasil e afeta muito a China e claramente o dólar, portanto, o mundo. Pela primeira vez desde 1996, os bancos centrais têm mais ouro em quantidade das suas reservas do que títulos públicos americanos, os chamados treasuries. o que está por trás disso e as oportunidades. E para nos protegermos, vamos entender todos esses detalhes. Antes de tudo, meu nome é Bruno Musa, eu sou economista e atuo no mercado financeiro há 19 anos com a locação, tanto no Brasil como fora. Há pouco tempo fiz um movimento que se tornou público. Faço parte agora da consultoria Portfel, que pertence ao grupo Primo, que aqui estou hoje gravando. Deixo o QR code na tela e o link no descritivo para quem quiser falar a respeito de investimento. Sou eu mesmo quem respondo. E a partir daí a gente estabelece uma comunicação para justamente entender o seu perfil especificamente em meio a todo esse caos que geram oportunidades no mundo todo. Pois bem, se um vídeo desse te faz refletir, por favor, se inscreva no canal, compartilhe, dê o joinha, ative o sininho. Isso ajuda com que o YouTube distribua esse conteúdo e, claro, nos ajuda nesse trabalho diário, principalmente de reflexão, em um país onde cada vez mais querem que você não reflita, que você não pense, que pense como eles querem. Pois bem, vamos então direto ao assunto aqui. Os bancos centrais ao redor do mundo vem optando nos últimos anos por aumentar a sua quantidade em ouro e não em título público americano. Isso não significa que a quantidade de título público americano que eles detêm seja baixa. Não, nada disso. Mas que há uma mudança dessa tendência, que é isso que eu quero analisar aqui. Desde 1996, o ouro passou pela primeira vez a quantidade que esses bancos centrais detém. de título público americano, mais ouro do que US Treasury nessas reservas internacionais, conforme a gente consegue ver aqui nessa própria matéria. Historicamente, essas reservas internacionais em dólares representavam o pilar do sistema financeiro internacional. Era considerado e é ainda os mais seguros. Claramente há uma opção pelo próprio dólar americano por toda a sua estabilidade ao longo da história em detrimento de várias outras moedas. Não é à toa que grande parte da liquidação internacional é feita através da moeda americana. Mas vale lembrar que enquanto os Estados Unidos ao longo dos últimos anos apresentam um déficit comercial e déficit em transações correntes com quase todos os outros países do mundo, enquanto os Estados Unidos importam mais, eles pagam com dólar. Então ele paga o seu fornecedor em dólar. Esses fornecedores, esses países acabam aumentando a sua reserva em dólar, justamente comprando mais título público americano com o mesmo dólar que ele recebeu dos Estados Unidos. Então o dólar sai do dos Estados Unidos, vai em direção aos outros países que volta com esses países financiando o governo americano comprando treasuries. Vale lembrar que essas reservas internacionais que os bancos centrais mantém em dólares não significa dólar espécie. Eles compram esses títulos públicos americanos, financiam o governo e, obviamente, recebem uma taxa de juros em troca disso. E, portanto, essa confiança, ela é histórica. O que vem acontecendo nos últimos tempos é que parece que essa confiança começa a ser pelo menos questionada, não diria minada, mas questionada. Vale lembrar e recomendo a leitura de um livro que chama Desestatização da Moeda, escrito por Hike. Foi prêmio Nobel em 1974 e o livro é dos anos 40. Ele prega uma abertura no mundo para moedas, ou seja, moedas públicas e privadas concorrendo. Vale lembrar que uma moeda quando não tem uso forçado por parte dos países, veja o Bitcoin agora, ela passa a ter uma demanda maior se você tem confiança naquela moeda. Hoje, determinadas moedas não t valor zero porque o governo te obriga a usar. Tô dizendo que seja o caso do Real hoje, mas o Brasil como viveu Cruzado, Cruzeiro ou Bolívia na Venezuela, que já vale praticamente zero, enfim, se houvesse uma competição aberta de moedas, claramente aquela com mais demanda seria a que as pessoas atribuem maior confiança a ela. Recomendo essa leitura do livro. Portanto, será que a confiança de financiar o governo americano vem caindo e por isso cada vez mais bancos centrais vem aumentando a quantidade de ouro e diminuindo? O que eles têm em treasury na média, obviamente. Claro que é um receio de uma inflação que obviamente o ouro tende a te proteger. O Bitcoin também, muitos bancos centrais já estão comprando Bitcoin. Claro que tem também o risco fiscal americano com uma dívida de mais de 36 trilhões de dólares. O Donald Trump batendo de frente com Jeron Pow Central. Ou seja, isso é muito complicado. Também entendo todo o diagnóstico que o Trump tá fazendo, mas não concordo com todos os remédios. Um deles é questionar a autonomia do Banco Central. Eu, na minha opinião, bancos centrais não deveriam sequer existir, como eu falei, recomendo a leitura, desestatização do dinheiro, mas eles vendem que é importante que o país tenha autonomia de emitir a sua própria moeda. Vale lembrar que os bancos centrais, os governos, quando querem inflacionar a sua própria moeda, eles arrecadam mais dinheiro. Portanto, eles têm muito mais controle sobre todos nós, mas nunca dirão que é justamente por isso. E claro, a geopolítica instável também força essa compra por ouro, que historicamente, em momentos de crise, ela tende a ter um incremento. E assim como a gente consegue ver aqui nesse gráfico, pela primeira vez desde 1996, a quantidade detida por ouro por esses bancos centrais supera a quantidade de títulos públicos americanos. Segundo o estudo do Banco Central Europeu, hoje os bancos centrais detém por volta de 36.000 1000 toneladas de ouro, que equivale a 4 trilhões e meio de dólares. Após a pandemia, a quantidade de ouro foi incrementada por parte dos bancos centrais durante o período inflacionário, que foi meio que bola cantada após a pandemia. E claro, depois que os Estados Unidos congelaram parte das reservas da Rússia em dólares em títulos públicos americanos por volta de 200 bilhões. Vale lembrar que o Brasil tem 340 bilhões de dólares em títulos públicos americanos. Então, uma atenção ao presidente brasileiro que fica questionando e batendo de frente contra esse sistema hoje é uma das coisas que fortalece ou mantém ainda uma certa segurança dentro do balanço de pagamento brasileiro, a quantidade grande de reservas internacionais. Portanto, vale muita atenção. Nesse segundo gráfico aqui, nós conseguimos ver a quantidade de títulos públicos americanos que esses bancos centrais detém. Veja que olhando ao longo do tempo, a gente vê uma clara tendência de queda, uma certa volatilidade, em alguns momentos crescem, mas no geral há uma clara tendência de queda. Interessante aqui olharmos esse esse outro gráfico onde é o retorno real do ouro e do título público americano de 10 anos mostra como o ouro vem crescendo também ao longo dos últimos tempos. Em meio a tudo isso, o que nós vemos, em meio a todos esses riscos geopolíticos e econômicos dos países endividados, países europeus, que eu já fiz vídeo aqui explicando, a França a beira de pedir uma ajuda para FMI, a Alemanha falando que precisa de reformas estruturais, países diminuindo o tal estado de bem-estar social, que não é social e não é justo, como eles adoram colocar, que é sempre uma segurança para todo mundo e fazem isso através do endividamento do estado que está chegando num gargalo máximo. Agora, em meio a todos esses isos, o que nós vemos são as bolsas mundiais nas máximas, as principais. Nos Estados Unidos não para de bater máxima. Aqui no Brasil o Ibovespa em valores nominais também mais próximo da máxima do que de uma certa queda. Claro que quando olhamos o EWZ, que é o índice da bolsa brasileira em dólares, estamos praticamente parados há anos em termos reais. Mas o Ibov aqui brasileiro em reais de fato está mais próximo das máximas mesmo em meio a tudo isso que estamos vivendo. Claro que subiu bastante agora com Tarcísio, subindo nas pesquisas e tirando, obviamente, se der certo, o PT do poder, que na minha opinião deveria ser extirpado do Brasil por ser muito, mas muito maléfico, não apenas hoje, mas ao longo de gerações que mantiveram pessoas à margem do incremento de produtividade através de distribuição de migalhas. Mas bom, isso é um tema de outro vídeo. Com todos esses riscos, por que então as bolsas estão nas máximas aqui? Eu quero entrar em duas questões rápidas. A base monetária e o M2 são agregados monetários. Que que é basicamente isso? É justamente a quantidade de dinheiro em circulação na economia. O M2 nada mais é do que todo o dinheiro que você tem no teu bolso. Todos nós temos. E o dinheiro depositado à vista e a prazo nos bancos de curto prazo. Portanto, o dinheiro ali de liquidez de curto prazo em circulação na economia. O que nós vemos ao longo das últimos anos e até décadas foi um crescimento brutal, especialmente a partir da crise de 2008, onde a massa monetária cresceu de maneira impressionante, conforme a gente consegue ver aqui. Chega a ser mais do que impressionante essa quantidade de dinheiro em circulação. E veja, quando nós falamos que há uma oferta maior de uma camiseta, de um carro, sem o incremento de demanda, o que nós sabemos é que o preço dele cai. O dinheiro funciona exatamente igual. O preço do dinheiro em função da outra moeda ou de outras moedas, ele cai. Ou seja, o real pode desvalorizar frente ao dólar. E é justamente isso que tira o nosso poder de compra. A inflação não é a alta dos preços. A inflação é a desvalorização da moeda que tem como resultado a alta dos preços. A tua moeda vale menos. O teu poder de compra é dizimado. Consequentemente você precisa de mais unidades monetárias para comprar o mesmo bem ou serviço. E isso é inflação. A título de curiosidade, em primeiro de julho de 1994, que foi quando o real entrou em circulação, o salário mínimo era R$ 64. Ou seja, essa é a perda do poder de compra ao longo do tempo. Que R$ 64 compra hoje? Nessa a mesma métrica, desde primeiro de julho de 1994, o real já perdeu 90% do seu poder de compra. Por isso é importante também diversificar a sua carteira de investimentos lá fora, sempre mantendo uma parte em dólares, mesmo olhando o dólar, como a gente tá vendo, com uma certa ameaça, que eu acho que se ele for ameaçado demora décadas ainda para ser suplantado, mas de qualquer maneira é algo que temos que diversificar a nossa carteira, afinal de contas, o Brasil até o passado incerto, como diria Pedro Malã. Portanto, quando o banco central, os bancos centrais aumentam a quantidade de dinheiro em circulação, estimula o consumo, isso se torna altamente inflacionário. Mas não é uma relação direta. Por exemplo, em 2008, os bancos centrais começaram a aumentar demais a quantidade de dinheiro em circulação. Ocorre que aquele dinheiro não foi diretamente para o consumo, mas foi para ativos. Tanto é que nós vimos preços de casas, ações, ouro, tudo subindo. Ao longo da pandemia também, como você não podia consumir, estava tudo fechado. Eles aumentaram a quantidade de dinheiro para dar todos os auxílios, porém esse dinheiro não chegava ainda no consumo de produtos e serviços. pós pandemia. Sim. E justamente com uma quantidade gigantesca de dinheiro em circulação da massa monetária do M2, basicamente isso se transformou em altamente inflacionário, porque as moedas vão perdendo o poder de compra com o aumento delas se não tem o aumento da correspondente demanda. Isso tem muito a ver com algo que nós chamamos da velocidade do dinheiro, que é basicamente quantas vezes o dinheiro em circulação muda de mão entre as pessoas. Fica muito claro que se a quantidade de dinheiro sobe através da emissão de dívida por parte dos bancos centrais, eles emitem dívida porque gastam mais, precisam cobrir essa dívida, arrecadam dinheiro, portanto isso é uma impressão de dinheiro. Portanto, se a quantidade desse dinheiro sobe, mas a velocidade do dinheiro não sobe, significa que os preços não subirão de cara. Aumenta a quantidade, mas o dinheiro tá retido em suas mãos. Você não tá consumindo, o que faz, obviamente, os preços não subirem. Porém, em algum momento, haverá um estímulo por parte dos bancos centrais ao baixar as taxas de juros, quando aumenta a quantidade de dinheiro, os juros cairão, que foi o que aconteceu ao longo da última década e meia. Se a quantidade do dinheiro sobe mais do que a produção do país, é claro que você vai ter mais dinheiro para comprar um mesmo nível de produção, uma vez que a produtividade do país não subiu, apenas os bancos centrais injetaram dinheiro na economia. Portanto, com uma quantidade maior de dinheiro, mas o mesmo nível de produção, os preços sobem e isso faz parte do ciclo econômico. Nesse gráfico, a gente consegue ver como a velocidade do dinheiro caiu ao longo da pandemia e depois também da crise de 2008. Portanto, isso mostra claramente quando o aumento do dinheiro, como mostramos no gráfico do M2, com uma diminuição da velocidade do dinheiro, não traduz inflação no momento, porque a velocidade caiu. Quando essa velocidade sobe, as pessoas começam a consumir e, obviamente, com uma quantidade maior de dinheiro, sem o incremento de produtividade, naturalmente haverá inflação. E é isso que os bancos centrais fazem ao longo dos últimos anos, criar dinheiro do absolutamente nada. E isso cobra seu preço em algum momento. O preço é altamente inflacionário e deteriora o poder de compra, especialmente dos mais pobres. Isso virou uma cultura dos bancos centrais. Ao intervir sempre com a mesma estratégia, o aumento de liquidez, dizendo que estão lá para te salvar. Só que lá na frente, no próximo ciclo, você perderá e muito o teu poder de compra. E depois que eles fazem a impressão, dão todos os estímulos, fica cada vez mais difícil retirar. É como aquela frase que eu sempre falo, não há nada mais permanente do que um imposto temporário. E a desculpa dos bancos centrais é sempre a mesma. Abre aspas, não se preocupem, temos todas as ferramentas, não teremos inflação. A crise não chegou, aqui está tudo controlado. As ferramentas são sempre as mesmas. Imprimir, imprimir, imprimir mais dinheiro para dizer que estão te salvando. E os investidores viraram viciados em dinheiro barato, em dinheiro fácil, como se não houvesse amanhã, como se as consequências não chegassem. Significa que com os ativos nas máximas, com bolsas na máxima, eles estão pagando mais caro por uma mesma unidade ou fração de empresas ou de título público ou do que quer que seja que eles estejam investindo, sem que haja o crescimento real na mesma proporção dessas empresas. Eu não estou dizendo que não há oportunidades, há muitas oportunidades, especialmente na bolsa brasileira, que está barata. São métricas que podem ser analisadas. Se o governo muda, o Brasil tem um espaço na bolsa para crescer, os juros cair, o real valorizar e tudo isso são oportunidades que estão passando debaixo dos nossos olhos. Mas ao olharmos as bolsas, especialmente nos Estados Unidos, onde 75% do resultado do S&P equivalem a basicamente 10 empresas de tecnologia, as métricas me parecem bastante esticadas. é o seu dinheiro, é o dólar valendo menos e pagando muito por algo que pode estar mais esticado, ou seja, o teu prêmio de risco começa a diminuir, claramente você passa a ter um risco maior, uma vez que os preços parecem esticados. E no geral, quando a bomba estoura, que isso acontece, são ciclos econômicos, quem paga a conta, no geral, ou o pequeno investidor, ou, obviamente, os mais pobres. E nesse cenário, me parece mais uma vez que grande parte dos investidores perderam um senso de razoabilidade, ou seja, pagam mais por ativos do mesmo valor, como eu acabei de mencionar, porque você tem uma quantidade muito grande de dinheiro promovida pelos bancos centrais ao longo dos últimos anos. Uma simples bizarrice se nós contássemos essa história alguns anos atrás. Apesar que usar esse subterfúgio justamente de imprimir mais moeda, vem desde a época do Império Romano e ele sempre produziu inflação ao longo dos ciclos econômicos. Portanto, não confunda luzes verdes na tua tela olhando o mercado que é tudo subindo com alta na economia real, com alta de produtividade ou de crescimento real das empresas. Tem muitas empresas crescendo, repito, não é isso que eu estou dizendo, mas não confunda as máximas dos mercados como se não houvesse um risco. Fecha o olho e simplesmente sai comprando. Mercados em altas não necessariamente significa aumento do poder real ou crescimento sustentável numa economia. A engrenagem, portanto, que sustentou as últimas décadas, será que começa a ser questionada? E você vai continuar esperando que um burocrata, um banco central ou um governo saia resolvendo a sua vida, resolvendo, entre aspas, prometendo coisas simplesmente impossíveis e a gente buscando justificativas, aceitamos essa ajuda sem entender todo na entrelinha e que estamos assinando e vendendo a nossa alma para o diabo, literalmente. Afinal de contas, o que eles querem é puramente o controle, mas em nome de estado de bem-estar social, pensar no seu bem, eles estão sempre lá, prontos para imprimir mais moeda, emitir mais dívida e dizer que você não pagará por isso, que é apenas uma forma necessária de pensar no seu bem. Abre o olho. É importante entender as entrelinhas. Eles querem apenas o seu controle e o controle absoluto do nosso dinheiro. Consequentemente, pagamos o preço. A solução para eles é sempre a mesma, mais do mesmo, que é justamente aquilo que originou o problema. A bomba estoura, a crise vem e eles surgem novamente com a mesma desculpa e a gente continua caindo. Mas as oportunidades passam na nossa frente e as formas de proteção também. Portanto, falemos a respeito e espero que isso tenha feito você refletir e entender alguns processos. Seguimos. [Música] เ







