NARCOTERRORISMO: A NOVA AMEAÇA À SEGURANÇA NACIONAL | Cartas Na Mesa – 03/11/25
0[Música] [Aplausos] [Música] [Aplausos] Boa noite, bem-vindos a mais um Cartas na Mesa. Hoje num cenário diferente mais uma vez e hoje ainda nas férias de do nosso querido ah Renato. Renato Dias, cujo nome me escapou no exato instante, nas férias do Renato, me toca essa missão de substituí-lo e apresentar ao meu lado Luís Felipe de Orlians e Bragança, professor também, mas cientista político, deputado federal. Christian Lobauer, cientista político também, professor. E lá direto de Belo Horizonte, Adriano Janturco, que se soma a nós para os debates nesta segunda-feira, nesse cenário improvisado, diferente. Não é improvisado, mas é diferente porque estamos numa promoção especial em novembro. Então, durante todo o mês de novembro, nós estamos tendo lives aqui ao vivo às 8 da noite e esta neste cenário aqui excepcional para o mês de novembro. E esse é o primeiro Cartas na Mesa desde a operação no Rio de Janeiro. A operação que deixou ah 121 mortos, sendo quatro deles policiais, uma mega operação ah da polícia do estado do Rio de Janeiro para cumprir ordens de prisão. Você já pode ter visto esse assunto ser tratado aqui nesse mesmo cenário na Brasil Paralelo, nessas lives que nós fizemos durante a semana. Mas é o primeiro cartas na mesa desde essa operação, né? Uma operação que teve, né, 62 dos mortos oriundos de outros estados, né? O que dá também um testemunho da natureza desse processo do do crime organizado. 19 do Pará, 12 da Bahia, nove do Amazonas, nove de Goiás e assim sucessivamente, né? E a polícia revelou que 59 deles tinham mandados de prisão pendentes. 59 dos mortos tinham mandados de prisão a cumprir e pelo menos 97 dos mortos tinham um extenso histórico criminal. Ah, segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, ainda 17 deles não ostentavam histórico criminal, mas 12 tinham indícios de participação no tráfico em suas redes sociais. Isso já dá um uma dimensão da da natureza, né, desse desse confronto com a Polícia Civil. E eu quero começar, né, abrindo a palavra aqui a partir dessa pesquisa da Quest. A Quest ouviu 15500 pessoas em 40 municípios do estado do Rio de Janeiro, lá no Rio, entre os dias 30 e 31 de outubro. Uma pesquisa que mostra uma ampla aprovação da operação da polícia do Rio de Janeiro. 64% das pessoas responderam aprovar a operação. 6% não aprova desaprova e apenas 27% desaprovam a operação. A de novo, a quest ouviu 100 pessoas. O nível de confiabilidade da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de três pontos percentuais. Além disso, a Quest também fez mais uma pergunta ou mais uma série de perguntas eh que na próxima tela nós conseguiremos ver na aprovação da população para aumentar a pena de prisão para condenados por homicídio eh a mando de organização criminosa, 85% de aprovação para aumento de pena para enquadrar a como organizações terroristas, as facções do crime organizado, mais de 70% de aprovação, 72, portanto, retirar o direito de visita íntima, 62% de aprovação. obrigatoriedades policiais de das polícias, né, de trocarem informação sobre organizações criminosas, 55%, proibir a saidinha, 53, 52 a favor da PEC da segurança, 48% a favor de que cada estado tenha sua própria lei com diferenciação nas punições de acordo com leis específicas, algo mais parecido com o que é nos Estados Unidos da América. e apenas 24% das pessoas favoráveis a facilitar a compra o acesso às armas de fogo. Então essa pesquisa da Quest, mas houve também uma pesquisa da Atlas Intel que separou ah a pergunta ou, né, tabelou diferentemente, mostrando a aprovação no restante da população. No Brasil 51% aprovou. Aí Brasil inteiro, 51% aprova, mas moradores de favelas 80.9% 9% a prova, ou seja, eh a população que mora nas favelas tá sujeita, né, ao domínio do tráfico, aprovando com muito mais margem. E no estado, na cidade do Rio de Janeiro, a Atlas Intel encontrou 55% de aprovação geral, mas de 87.6% no entre os moradores de favelas. Luís Felipe de Orleans e Bragança. Deputado, eh, como é que o o o clima em Brasília, como é a aprovação em Brasília reflete a opinião da população ou não? Eu acho que reflete. Eu acho que eh nós temos aí uma mudança de sinal do governo e sinaliza um outro aspecto que eu queria mencionar aqui. Eh, aliás, alguns aspectos aqui importantes. Primeiro, o terrorismo voltou, né? Não é só aqui no Brasil na forma do narcotráfico. Na Europa tem outro tipo de terrorismo, Estados Unidos é outro tipo. E nós estamos vendo que em todo o ocidente o terrorismo virou a ferramenta de desestabilização social e política. sempre foi, mas voltou com muita força e isso está bem patente em todos esses países que eu mencionei, todas essas regiões que eu mencionei. Então, esse é o primeiro aspecto. O segundo aspecto é que o controle das forças terroristas não estão 100% na mão do governo. Eu não acho que o governo está controlando o narcotráfico tanto quanto eh parecia. Talvez o narcotráfico esteja controlando o governo. Isso sim. Agora que o governo está ali com a mãozinha, porque o prejuízo político que essas ações ou que as reações das ações policiais está dando pro atual governo é muito grande. O governo tava numa ascensão de de respaldo popular, eh, de preferência popular até semana passada. E depois de uma ação dessa, depois da reação eh da um grande apoio às polícias militares, a polícia civil que fizeram essa incursão. E agora vemos os as reações do daqueles que defendiam o crime organizado, né? Os políticos de esquerda que defendiam o crime organizado. Isso é um prejuízo, né? a gente vê que a população de fato não tá alinhado com esses políticos e eu acho que eles não estão sabendo dosar a intensidade da do caos que eles estão gerando na nas cidades, ou seja, eles não estão controlando o caos e podem sofrer, podem sair vítimas do próprio caos que eles de certa maneira se omitiram a combater. Então, é isso que eu acho que é importante a gente colocar aqui, porque mesmo dentro dessa situação, eh, rapidamente o caos se organiza, essas forças do mal, as forças terroristas, sabemos que elas têm eh ascensão para outras áreas da economia, não só narcotráfico, passam a controlar outras áreas importantes da economia através da violência, passam a controlar o governo e todos esses agentes aí que usam da demagogia e ideologia política para defender os criminosos, eles acabam também sendo atropelados politicamente por esses eh por essas forças. Então, acho que eles estão lidando aí com uma força que eles não controlam. Isso tá bem patente e politicamente acho que vamos ter uma reversão de curso do ponto de vista de popularidade do atual governo, que é um governo de esquerda que apoia ou se omite ao combate ao ao crime. E por um lado, por outro lado, o próprio governo de esquerda vai ter que tomar alguma medida para sinalizar popularidade, ou seja, vai ter que tomar algumas medidas na questão de segurança pública. O que eu me questiono aí nos últimos 20 anos, quando foi que um governo de esquerda fez alguma política pública para ter mais segurança, para criminalizar mais esses grupos organizados, para dar mais forças para as forças policiais, ou seja, nenhuma vez, né? Muito pelo contrário. Então, talvez tenham que mudar aí o curso eh nesses nesses próximos 11 meses aí que precede a eleição do ano que vem. E Lobu era essa essa declara, toda a operação veio logo na esteira de uma declaração de Lula da Silva de que o traficante era vítima do usuário, né? Nesse contexto, ficou bem demonstrada essa dicotomia aí entre a aprovação da população, ah, as forças da lei fazendo a operação e uma opinião no mínimo complacente da presidência da República. O dano político pro governo federal é muito grande. Olha, eu acho que é um divisor de águas, não só na questão política nacional, esse já era e agora passou a ser e me parece que vai ser o tema principal da dos debates políticos no Brasil até as eleições gerais, que é a segurança nacional, a segurança das pessoas, a segurança do país, o sentimento de segurança. A intervenção foi feita pelo estado do Rio de Janeiro, não contou com nenhum apoio do estado do governo federal. Pelo contrário, essa afirmação do presidente, se não foi uma conspiração, eu acho que não foi, foi um azar que ele deu, porque logo depois ainda veio uma intervenção que foi muito planejada, como parece que foi, porque são 2.500 homens organizados numa intervenção desse tamanho, a maior já feita e me parece que não é a última não, ou pelo menos não deveria ser. é um divisor de águas, porque eh me parece que deveriam acontecer outras e seria desejável que acontecesse no Brasil todo, porque o problema é muito profundo. Eu me lembro em 2006, quando o PCC parou São Paulo, são quase 20 anos, que foi a primeira demonstração de força do crime organizado que colocou São Paulo de ponta cabeça, eu me lembro como se fosse hoje o pânico das pessoas indo buscar seus filhos na escola. 20 anos atrás. De lá para cá, não precisa dizer o que aconteceu. Quem acompanhou o a a o caso aí, o último caso do carbono oculto, já viu a dimensão e a gente comentou no programa a dimensão que chegou o crime organizado no Brasil. Então assim, a gente já convive com pessoas aspas estranhas no no nos ambientes mais sofisticados de todo o país, nos shopping centers, nos restaurantes, nas escolas. Então é uma coisa muito profunda e o que se deseja é o que aconteceu agora, aprovação da população total, ainda mais aquele que tá com a pele, como a gente diz, né, com tá envolvido com com o negócio. 87% de aprovação do do favelado, porque é ele que tá lá, né? Quem quem reprova é quem tá no ar condicionado ou quem tá no interior de algum lugar e não sabe o que tá acontecendo. Aí é bonito falar que ah, puxa a vida, vamos ver, será que houve abuso? Quem vive sob extorção, quem vive, quem perde o a sua pequena casa porque não pagou a a o aluguel aspas, o aluguel de pro criminoso manter você no seu na sua residência, que sabe o que significa isso. Então, assim, ansiosamente aguardada a intervenção. Acho tem totalmente o meu apoio, meu das dos meus da minha família, dos meus amigos. Acho que é isso que tem que acontecer mesmo. parece que foi uma intervenção planejada e organizada e espero que não tenha sido a última, porque eh eh a gente chega a imaginar e agora eu não vou fazer nenhuma, não tenho intenção de acusar ninguém de nada, mas a gente chega realmente a desconfiar quando vê a reação do judiciário, da imprensa e do governo federal diante do que aconteceu no Rio de Janeiro, toda integrada, vamos dizer assim, para fixar simples, todo o tempo fixar sua posição em torno do que será que houve abuso ou não houve? Ao contrário de dizer: “Puxa vida, alguma coisa tá sendo feita para voltar voltarmos à civilização, porque como foi dito recentemente por um analista aí, em Paris, em Londres, em Berlim, em Nova York, ninguém, qualquer pessoa que tem um fuzil na mão vai ser imediatamente combatida. Não existe uma possí andar com um fuzil, tirar foto e colocar no Instagram. Então isso que tem que ser revertido no país, acho que é uma pauta que chegou para ficar e espero que seja o início de uma época de rearranjo da segurança nacional. Ganturco, essa a lista que a polícia revelou dá o a natureza da do combate, né? Não não é uma luta do do bem contra o bem. tem umas, um lado é o crime organizado e o outro é a força da lei. Essa essa revelação desse dado contrasta com a opinião da mídia ou com a opinião da da classe artística. Como é que a opinião pública consegue manter a banda idolatria no Brasil eh com essas informações que vieram à tona abertas pela Polícia Civil? Jantur? É, para eles não adianta nada. Boa noite. Boa noite a todos. Qualquer evidência não vão mudar de discurso nunca, né? Olha, aconteceu já alguns dias atrás e muitas coisas foram ditas, então vou tentar eh falar algo diferente para não repetir. Eh, concordo inclusive com meus colegas, vou tentar mostrar o que a ciência política pode eh como a ciência política pode contribuir nisso aí. Primeiro ponto, o jurista santi romano falava a respeito da Itália que o Estado e a máfia eram do dois duas ordens concorrentes que tentavam se fazer concorrência entre eles para dominar o mesmo território. E é isso que está acontecendo. O estado, o comando vermelho, o PCC hoje são ordens concorrentes que lutam pelo território. é uma guerra, não é não é uma mera questão de segurança pública, de mera de mero crime e nem de mero crime organizado. É guerra mesmo e guerra por território. Outro ponto é a questão dos impostos. O que acontece? O economista David Friedman mostra o seguinte, que um território se expande, vai na mão de quem consegue cobrar impostos naquele território. Balmente, nós sabemos que hoje quem cobra impostos, entre aspas, impostos de fato, né, não legais, eh, nas favelas, é o crime organizado, é o narcotráfico, que cobram estes impostos através, por exemplo, de imposto mesmo. Nos Estados Unidos se fala de Racket, por exemplo, este aluguel ao qual estava se referindo, entre aspas, ao qual estava se referindo eh o Christopher, por exemplo. Então, o que acontece? Quem consegue extrair mais recursos hoje da favela é o crime organizado. A política, o estado brasileiro mal consegue eh extrair recursos eh extrair impostos de lá. Por isso, então, o que acontece? a o o estado tem pouco interesse em dominar aquelas regiões e tem menos recursos para para conseguir este efeito. Ao contrário, eh, para o crime organizado, eh, é muito importante dominar aquelas regiões, porque é de lá que eles derivam seus recursos e conseguindo extrair recursos das favelas, eles conseguem ter recursos concentrados para financiar a ação de guerra, a defesa, etc. Então, vai na o território vai na mão de quem consegue extrair mais recursos. O estado abandonou essas regiões, não consegue cobrar impostos e o crime organizado, ao contrário, consegue. Outro ponto é a questão geográfica. As favelas, os morros, as montanhas, a conformação mesmo geográfica eh complica ainda mais este tipo de ação. Por banalmente uma montanha, um morro é difícil de atacar e muito mais fácil de defender. Cálculos policiais falam que você precisa de quatro homens contra um para tomar o morro. é o mesmo fato pelo qual, por exemplo, claro, com as devidas proporções, eh, país microestados como San Marino, Lcktenstein, Andorra, Monte Carlo, Nepal, Tibet, etc., eh sobraram eh dentro do processo de construção do Estado nação, que são por quê? Porque são em cima de montanha ou entre montanhas, então militarmente difíceis de ser tomados. O fato da da da das favelas, ainda mais ter muita densidade populacional, as casas encasteladas um em cima do outro, eh, obviamente dificulta ainda mais. É por isso que muitas vezes morre, inclusive vários inocentes, a famosa bala perdida, etc. Eh, e aí torna o confronto bélico com uma guerrilha urbana. Na guerrilha urbana, obviamente quem é guerrilha tem a vantagem e o exército fixo eh oficial ou a polícia neste caso, tem uma desvantagem, exatamente porque tem uma técnica de guerrilha diferente. Existe um índice internacional, o ranking dos estados frágeis, antes chamados de estados falidos. O Brasil hoje está na posição 78 entre 179 países. Ou seja, o Brasil tem uma série de problemas, entre as quais um dos mais graves é a legitimidade do Estado. E uma nota de um de 0 a 10, o Brasil recebe 3,4 no quesito legitimidade do Estado. E parece que hoje o Brasil também está perdendo eh pontos na questão do uso legítimo da força, do monopólio legítimo do uso da força dentro do território. a outros grupos que conseguem utilizar a força, a violência dentro do território. O Brasil nessa nesse rank internacional está junto de países como Gabão, Peru, África do Sul, etc. Só para dar um contexto aí. Obviamente, gente, é o seguinte, ninguém perde território de boa. Eh, eu me pergunto se em lugar disser o comando vermelho, o PCC ou outro grupo brasileiro, se fosse Alqaida, se fosse ISIS, se fosse eh Bokoham, da qual talvez do qual talvez vamos falar mais tarde, com certeza nestes casos, o Estado brasileiro agiria e tentaria retomar, reconquistar aquele território. Então, por que neste caso nós não enxergamos, não notamos uma ação tão virulenta como se fosse nestes casos? Porque na verdade há coluios, há conexões entre estes grupos. Este é o ponto. Então, o que acontece? O Esto brasileiro recuou das favelas intencionalmente, não vamos esquecer disso, foi proibido por 5 anos de entrar nas favelas, da polícia entre as favelas. E por uma lei básica da ciência política e da geopolítica. que afirma que não há vácuo de poder. Quando um poder retrocede, o que acontece? O outro avança. Então, pela surpresa de zero pessoas com dois neurônios na cabeça, o crime organizado nestes 5 anos se fortaleceu e avançou. Então, hoje é mais difícil. Por exemplo, vimos que essas pessoas que estavam lá mortas, peladas, estavam peladas. Por quê? Porque na verdade tinha eh todos roupa camuflada que foi cortada antes da foto, coisa que há alguns anos atrás não tinham, por exemplo. Então eles estavam se profissionalizando sempre mais. Inclusive vimos inclusive que foram encontradas armas vindo da Venezuela e de Cuba. Olha que casualidade, né? As armas não viram da Hungria, não viram dos Estados Unidos, não viram da Polônia, viram de países alinhados a um certo lado ainda. Então o que acontece? Não há verdadeiro combate eh no Brasil ao crime. Por quê? Porque você tá falando de não é o bem contra o bem, é o bem contra o mal. Só que as coisas, meu vez são bem mais complexas. O estado não combate o crime fora dele quando tem infiltrações dentro dele. É por isso que então o Estado brasileiro hoje tenta, escolhe não combater o crime fora dele. Tá aí, Jean Turco. E na ADPF das favelas, ação de descumprimento de preceitos fundamentais da Constituição das favelas, agora, sob a relatoria de Alexandre de Moraes, aconteceu uma reunião entre o ministro Alexandre de Moraes e o governador Castro no Rio de Janeiro. A audiência foi ah domingo o ministro já tinha determinado que todas as provas se mantivessem eh resguardadas, né? todos os materiais eh do fossem preservados, né, para manter a integridade para eventuais perícias sobre a operação policial. E nesta segunda-feira se reuniu então o ministro Alexandre Moraes, o governador Cláudio Castro no Rio de Janeiro. A reunião aconteceu no Centro Integrado de Comando e Controle, durou pouco mais de 2 horas. E também a agenda do ministro Alexandre de Moraes prevê encontros com o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador Ricardo Couto, com o procuradorgal de justiça do estado, Antônio José Campos Moreira, o defensor público geral do Rio de Janeiro e o prefeito do Rio, Eduardo Pais e inclusive o governador Cláudio Castro, já que essa essa reunião, essa audiência foi a portas fechadas, Não temos imagens nem relatos de o que foi tratado nela. O governador Cláudio Castro é que postou um vídeo em suas redes sociais. [Música] Então, Luiz Felipe, essa essa visita de Alexandre de Moraes a Cláudio Castro já depois da da repercussão, digamos, positiva entre boa parte da população, o que esperar desse desse desta relação? Isso é talvez para evitar que outros governadores sigam esse exemplo? Eu acho que essa inércia que tá se criando, eh, ou seja, esse momento que tá se criando, eh, de junção de governadores contra o narcotráfico, acho que só tem a aumentar primeiro porque é popular. Segundo, porque a situação se impõe e é o que nós estamos vendo no Rio de Janeiro. Por que agora? Porque de repente a situação se impõe, ou seja, existe um descontrole absoluto da questão de segurança pública. E os governadores, se t algum interesse em se reeleger e se posicionar em prol da sociedade, precisam tomar alguma ação, precisam fazer alguma coisa. E você vê que os governos que de fato fazem é porque ainda existe governo. Em alguns estados não vão fazer absolutamente nada porque já fazem parte do narcotráfico. Então isso já está tomado. Agora, a boa notícia é que o cerco tá fechando, não só internamente você tem os governadores eh se fechando, fazendo ali uma diria que uma junção, uma união em prol da segurança. Você tem Argentina e Paraguai já decretando Comando Vermelho PCC como grupos terroristas, possivelmente até fechando fronteira ou acerrando o controle de fronteira, o que é uma boa medida. E você tem os Estados Unidos enquadrando Colômbia e Venezuela e sinalizando uma uma interferência interferência bélica nesses países, se necessário for, assim para debelar o narcotráfico mais bem organizado. Então, ou seja, o cerco tá fechando, eles não estão mais em expansão, em franca expansão. Acho que começou aqui uma reação, né? Acho que foi um primeiro passo. Os governadores, o governador do Rio, Cláudio Castro, atravessou o Rubicão, né? atravessou o Rubicão e deixou claro que onde tem governo vai ter agora confronto de segurança. E esse confronto de segurança é extremamente popular. É isso que não, ninguém pode negar isso. Até a própria esquerda, se quiser sobreviver no próximo pleito, vai ter que tomar medidas contra o narcotráfico, o crime organizado, o terrorismo. Isso é quase que inexorável. Caso contrário, tem a perder, tem a perder tudo, né? perder qualquer legitimidade como sendo um grupo organizado político. Agora, como eu vou como mencionei antes, a minha impressão é que eles não controlam o essa besta do narcotráfico. Isso já está fora do controle deles. E eu acho que essa besta é que controla eles. É isso que é o é o oposto aqui. Agora quero deixar isso bem claro, porque eu não vejo no Congresso Nacional, também não vejo eh no judiciário qualquer grande liderança da esquerda que de fato tem a ombridade ou a coragem de se opor a esse grupo ou de colocar esse grupo num quadrado e dizer: “Olha, não saiam dessa faixa de ação”. Muito pelo contrário, eh, o narcotráfico tem uma vida própria, cria toda a sorte de abuso e de desestruturação e social e política do Brasil. E depois a esquerda vai lá para justificar, mas nunca para limitá-los, né? Então você veja, eles não têm esse controle todo. É isso, é isso que é a sinalização eh impressionante aqui de que você vê de fato que é esse grupo organizado que tá muito por trás ali, diz uma é uma tá se transformando numa oligarquia dominante da esquerda brasileira e a esquerda brasileira tá capturada por esses eh agentes aí. É como eu tô vendo, tô vendo esse esse balanço aí, acho que eles não têm essa capacidade de impor limites. Então, nessa leitura, eu diria que o narcotráfico, o terrorismo eh nacional, como tá sendo colocado, eu acho que está agora com uma uma abertura de confronto mais clara e de agentes que de fato vão agir, não só governadores, mas também países regionais, assim como os Estados Unidos. Então é é positivo por um lado, agora que precisamos de mais confrontos como esse, precisamos, nós vimos até na no rescaldo da ação policial do Rio de Janeiro, eh, o, eu diria que a questão de segurança do do Rio, até do próprio Rio, não foi debelada. Continuou até na semana, nos dias seguintes, continuou eh uma série de problemas com eh arrastão, eh, assaltos, latrocínios continuaram. Então, ou seja, existe uma ação organizada que se iniciou, mas ainda precisa se repetir praticamente toda semana em igual medida, talvez em em medidas até maiores. É isso que eu acho. Então, esperamos que isso aconteça. É, eu mencionei isso no Magna Carta essa semana. Se essa se essa é a guerra contra o narcotráfico, essa foi apenas a primeira batalha. Não se pense que eh sequer o complexo da Penha ou o complexo do Alemão estão pacificados e que houve desarmamento de todas as facções ali. Foi uma operação eh relativamente pontual em comparação ao tamanho eh dessas organizações, que o Luiz Felipe comentou foram agora reconhecidas por Argentina e Paraguai, né? designaram o Comando Vermelho e o PCC como terrorista, as organizações terroristas. já tinha havido uma pressão do governo dos Estados Unidos para que o Brasil fizesse isso. O Brasil não tem intenção de fazê-lo. E nós temos aqui uma um um vídeo gravado por Sebastião Marc, que é um dos traficantes mais procurados do mundo, reunido com lideranças do PCC, fazendo ameaças diretas a forças policiais e forças rivais e pra gente refletir se isso não demonstra a natureza terrorista dessas organizações. Sebastian maro hoora en Bolivia en Colombia sea preparad nosotros estamos listos siempre amemos e essas, ou seja, né, mais do que demonstrada a natureza internacional dessas operações, mesmo assim nosso ministro da justiça, Lewandowski declarou aspas para Lewandowski, grupos terroristas são aqueles que causam perturbação social política grave e tem uma inclinação ideológica. Isso não acontece com as organizações criminosas, que são relativamente fáceis de se identificar porque praticam crimes que estão capitulados no Código Penal e na legislação extravagante. Grupos terroristas são organizações de outra natureza e não temos nenhuma intenção de confundir os dois conceitos. Fecha aspas para Ricardo Lewandowski. Ah, Lobuer, uma pressão externa aí até para que o Brasil faça um tema de casa que não fez durante década. Não, você fica na dúvida se quer dizer, não é nem uma uma dúvida, né? Mas assim, o quanto que o o governo federal e as suas autoridades e esses ministros e tem relação direta ou ou indireta com o próprio crime? assim, desculpa, é inevitável que a gente faça essa pergunta e desconfie do das afirmações do do ministro da justiça, quando o ex-ministro da justiça já foi fazer aquela visita lá para pra favela da Maré, né? O senhor hoje ministro da do Supremo, curiosamente, sem segurança e depois foi questionado o que foi fazer lá, não deu resposta nenhuma e até hoje nós estamos sem saber o que que ele foi fazer exatamente lá. O que nos leva a crer que alguma conexão direta com o crime já existe há muito tempo. Então, infelizmente, a gente é obrigado a especular se é essa uma das razões que pelas quais o governo federal fica fazendo esse esse colocando esses panos quentes em todo esse negócio que tem uma dimensão enorme e deveria fazer exatamente o contrário. Se não for isso, eu acho que também tem esse certo medo da tal da soberania, né? Porque quando você estabelece o conceito de grupos terroristas, ele ganha uma dimensão internacional, que é o que eles já são. Eu fui recentemente numa apresentação da Agência Brasileira de Inteligência, convidado pelo professor eh Feifer, que inclusive fez o nosso curso aqui com a gente de geopolítica no Brasil Paralelo e é coordenador do de um de um programa nas Universidades de São Paulo que faz a cooperação com a Abin e nós fomos lá assistir o desenho do quadro antes, inclusive antes de est tudo acontecer. E fiquei muito impressionado em ver o quanto já se sabe em detalhe sobre o PCC, sobre o comando vermelho e sobre um terceiro grupo que é o o terceiro comando puro, TCP, que ocupou o espaço do PCC pro varejo da droga e do e da contravenção, porque o PCC já é uma organização internacional de grande dimensão e a BIM apresenta, inclusive, ela sabe onde os líderes estão tão estão fisicamente. mente e não é no Brasil. Então assim, tá isso tá tá tudo mapeado. Você conhece, então não deixou de ser uma coisinha assim de traficante de esquina como já foi há 30 anos ou 40 anos atrás. Hoje o negócio é é de gente grande. Tanto que o sujeito faz esse vídeo aí destemidamente, sem nenhum problema, muito parecido com esses vídeos que a gente vê do pessoal no Rio de Janeiro com os fuzis fazendo graça, né? geralmente sobre eh efeito de de de enfim de droga, etc. Fazendo discurso de ameaça e de e de enfrentamento com as autoridades. Infelizmente, então tem um caminho para lidar com isso, que é a força. Não tem outro caminho. O estado tem que se impor, tem que se impor e vai ter vai ter prejuízo aí, vai ter morte, vai ter sangue, não é? não tem outro caminho para resolver o problema dele para manter a sociedade protegida, para manter um ambiente civilizatório. Senão é isso daí, ó, é daí pra frente você vai começa com a esse tipo de ameaça e termina num ambiente de guerra civil onde todos perdem. Então, eh, eu fico me perguntando ainda quando vai acabar essa divisão, Ricardo, entre a percepção que os governadores têm, a maior parte dos governadores já tá. Nós temos um problema institucional profundo no Brasil, que é essa distância entre o governo federal, a mídia, toda a mídia tradicional, questionando os o os métodos, os eventuais abusos. Ninguém falou que qual o benefício que isso tem para manter a ordem e a lei na na cidade do Rio de Janeiro. Me impressiona demais isso. Então é a mídia, o governo federal e uma o Ministério Público é uma parte do judiciário. Só a sociedade e alguns aventureiros estão aí se manifestando de forma positiva em relação ao que aconteceu. Deixa ouvir do Jean Turco. Jeanturc uma eventual declaração dessas reconhecimento dessas organizações como terroristas. muda o jogo, dá mais ferramentas pro estado brasileiro até ah em relações internacionais com apoio dos Estados Unidos, por exemplo, para para fazer esse enfrentamento. Olha, essa vez vou ser breve, sim, com certeza. E eu diria que é verdade, claro que tem diferença entre terrorismo, crime organizado, eh, com tráfico, existe também a junção do narcoterrorismo. Mas o ponto não é esse, o ponto é que precisaria ser equiparado. Você considera que é diferente? Tudo bem, equipara as penas do crime organizado, do narcotráfico e do terrorismo. Eh, para este caso, eu trago o exemplo de uma lei muito boa, que é o famoso artigo 41 bis do Código Penal Italiano, que é o pesadelo de todos os terroristas e criminosos e mafiosos italianos. Talvez a única coisa que os mafiosos italianos temem é exatamente o 41 bis. O que é o 40? 41 bis é chamado o cárcere duro. Veja, é um artigo do Código Penal que é se refere a crime organizado, máfia e terrorismo. Então, para esses dois tipos de crimes existe o cárcere duro. Eles vão, primeiro é prisão perpétua. Repito, eh, bato nessa tecla tempo inteiro. É absurdo que o Brasil seja um dos únicos países do planeta a não ter prisão perpétua. qualquer candidato que esteja nos ouvindo, se colocar isso na pauta, na candidatura, nas sessões para 2026, vai ganhar fácil. Segundo, são só algumas prisões de e máxima segurança, específicas, especiais, com sistemas tecnológicos para evitar qualquer fuga, qualquer có tal. E as pessoas ficam numa célula individual à vida inteira, célula individual. O princípio é ele ter zero contatos para a vida inteira com qualquer pessoa. Ele tem só 2 horas de ar livre por dia, isoladamente, separadamente dos demais, nunca entra em contato com ninguém. Uma visita só de, se não erro, umas 2 horas por mês com os familiares, sem contato físico. Não existe essa piada de visita íntima e outras porcarias deste tipo. Então, com vidro separados duas horas por mês. Os encontros com os advogados são gravados, inclusive tem câmera 24 horas dentro da célula individual até para ir para caso de do toda a correspondência, todos os eh a comida que eventualmente recebem dos familiares, etc., é controlada previamente até eventualmente para curas em hospitais, só em caso de extrema necessidade, de falta de alternativas, eles podem ir ao hospital. Tudo isso, então por quê? para evitar que ele tenha qualquer contato com as pessoas e possa, obviamente de lá, a partir da prisão, continuar a fazer, a cometer os mesmos crimes, a comandar, etc. Isso aniquila totalmente aquela pessoa, elimina ela do daquele crime de crime organizado ou terrorismo. Claro que depois nós temos aí um outro problema, né, que obviamente quando uma pessoa é presa e fica no 41 bis, outros sobem eh no no lugar dele e tomam o lugar dele. Claro, mas aí é a polícia que faz este trabalho, o judiciário coloca ele na prisão perpétua dessa forma. Então, eh, eles temem muito tudo isso. A, o ponto é quando foi aprovado 41 bis, logo depois das, eh, dos homicídios que inclusive no Brasil ficaram famosos contra os juízes Falcone e Borselino em 1992, eh a máfia para evitar a aprovação do 41 bis, inclusive fez atos terroristas colocando, mesmo propriamente ditos, colocando bombas, por exemplo, museus, estátuas, tocando, eh, atacando os bens artísticos italianos. Então este é o pesadelo deles. É isso que deveria ter. Prisão perpétua, cárcere duro, equiparação entre crime organizado e terrorismo. Ponto final. Ah, mas isso eh pode abrir brecha para uma eventual eh ação, para eventuais ações dos Estados Unidos no Brasil. É verdade. Precisa ser dito. A direta tem que admitir isso. É verdade. Não não é não por acaso está sendo pedido pelos Estados Unidos. E sabe o quê? que seja bem-vindo, que se o Brasil não é capaz de fazer frente a isso, de fazer os trabalhos de casa, deveres de casa, de retomar seu território, de varrer do mapa os terroristas narcotraficantes, ou seja, as piores espécies que tem, então não é capaz de fazer nada. Se precisa de um babá internacional, que seja os Estados Unidos, que seja a ONU, que seja o Vaticano, que seja qualquer um, que bom que seja, venham, por favor, e ajudem. Não importa quem é, se se depois você fica ainda com este ranço latino, ah, o estadunidense, etc e, tal, o importante é que o terrorismo, o crime organizado, essa guerra entre facções acabe e as pessoas vivam em paz, com segurança e podendo prosperar. E quem está se mexendo é o Congresso Nacional, mas por iniciativa do deputado Danilo Forte aqui do União Brasil, do Ceará, que apresentou um projeto de lei assim, que muda a lei antiterrorismo, visando principalmente o primeiro comando da capital e o comando vermelho. e o secretário de segurança do estado de São Paulo, Guilherme Derrite, que é deputado federal eleito, vai se licenciar do cargo da à frente da secretaria para eh relatar, ele é o relator deste projeto ah no Congresso Nacional da então relata o projeto que equipara PCC e ICV a grupos terroristas. Então, seria uma medida via Congresso Nacional e não via ah o poder executivo, né? Se o projeto for aprovado, a lei antiterrorismo amplia o entendimento de motivações do crime de terrorismo, estendendo a sua aplicação a organizações criminosas e milícias que realizem atos de terrorismo, que o texto tipifica. Isso incluiria também a sabotagem de infraestruturas e de serviços de utilidade pública, como hospitais, escolas, portos, redes e energia, redes de energia e de telecomunicações. E em ah resposta talvez, mas o governo Lula que vai também apresentar um um projeto, né? A proposta já foi encaminhada à Câmara dos Deputados com urgência na sexta-feira o PL antifacção. Lula diz que vamos mostrar como se enfrenta o crime organizado. Nós temos vídeo do presidente Lula falando sobre o projeto. Eu estou assinando aqui para mandar um projeto de lei com urgência urgentíssima ao Congresso Nacional, que é um projeto de lei antifacção. Ou seja, nós vamos mostrar como é que se enfrenta as facções aqui nesse país, como é que se enfrenta o crime organizado, como é que se enfrenta aqueles que vivem na exploração do povo mais humilde desse país. Então, esse projeto criaria a figura da organização criminosa qualificada, a facção criminosa com pena de 8 a 15 anos de prisão para quem agir com objetivo de controle territorial, mesmo via atividades financeiras, né, o uso de violência, coação, ameaça ou outro meio intimidatório. E em caso de homicídio a mando de facção, a pena iria de 12 a 30 anos, que é uma pena de homicídio qualificado hoje no Brasil. Então, classifica ainda como ediono o crime, o que torna inafiançável, impossível de perdão por indulto ou anistia. Ah, Luiz Felipe, ah, projeto de lei deve cair num congresso com em que a base do governo vai se obrigar a votar por ser base do governo e a oposição deve votar pelo próprio conteúdo. O projeto deve passar fácil, é isso? Olha, eu não li o projeto ainda, mas só sei que a esquerda nunca perde uma oportunidade para avançar contra não somente os opositores políticos, mas contra a sociedade que ele ainda não tem comando. Então eu tenho que ler esse projeto com muita cautela. Não é só o que tá escrito, mas as interpretações que são possíveis, porque é muito provável, vindo de quem tá vindo, vindo da esquerda, vindo do governo, que esse projeto possa até criar uma situação política ou social pior ainda, né, do governo poder agir contra uma sociedade eh não criminosa, né, sociedade pacífica, civil, e as facções de fato ganharem poder. Então, todos os projetos que vem da esquerda vem com esse viés em que aproveita uma crise, supostamente eh apresenta uma solução da crise, só que ao contrário, eles fazem avançar a sua agenda política, eles nunca perdem oportunidade. Então, eu quero ler esse projeto com muita cauta, cautela o que vem do governo, o projeto do Danilo Forte lá da União e também que vai ser relatado pelo Derhit. Esse é óbvio que eu tenho muito mais confiança nesse projeto, né? Exatamente. Pela origem, mas também porque esse tema de terrorismo nós já tratamos nos últimos 7 anos. Eu me lembro que foi criada uma comissão em 2019, do qual eu participei. O deputado Víor Hugo é que liderou, não era uma comissão, era um grupo de trabalho. E ali, nesse grupo de trabalho, nós tínhamos a missão de entregar um relatório do definir o que que é terrorismo, definir exatamente o que que é organização criminosa e quais são essas possíveis organizações aqui no Brasil. E obviamente que a esquerda fez um veto absoluto e um barulho contrário absoluto a qualquer tentativa de sequer sequer definir o que que era facção, terrorismo, grupo criminoso. Ou seja, eles já estavam na defensoria aberta, clara da do crime organizado. Então agora tá vindo do governo que depende do crime, dependeu do crime organizado para se eleger e agora eles vão estar propondo um projeto para combater o crime organizado. Isso é muito, isso eu diria, no mínimo, olha, no mínimo oportunismo político, oportuno, mas no mínimo, no mínimo, mas mas eu gostaria de ler esse projeto com com outros intérpretes, porque é exatamente a interpretação possível na mão de um juiz que pode inverter completamente o intento desse projeto, até porque é nenhuma não tá criando nenhum crime novo, tá mudando as penas, ou seja, se o juiz já solta com a lei atual, pode continuar. continuar soltando com a nova lei. Lobar. É, não sei oportunismo. Olha, eu olho essa reunião aí, ele põe 4, 5 minutos, faz essa pose toda. No dia, no meia hora depois a gente já tá pensando o que que ele vai fazer lá em Belém, que que ele vai, se ele vai dançar no barquinho, se não tá nem aí, não tá nem aí, acabou de chegar de viagem, tá nem Isso aí é tudo show off, não tem importância nenhuma para mostrar que tá mostrar o que fazer nesse país. Faz 20 anos, cara, 30 anos nós estamos aguentando esse negócio. Eles estão no poder a 20. Não tem como, não tem nem para levar a sério uma conversa dessa. É tudo oportunismo. Agora do outro lado também é, mas do outro lado é o seguinte. Agora, do outro lado é o seguinte, teve a intervenção e deu um ambiente favorável para você empurrar uma lei decente. Esse daí não. Esse daí tá reagindo para para não perder popularidade. Tudo que ele faz desde que ele nasceu. É, tudo indica que há uma operação de marketing e não de política pública, né? Ah, o Senado também vai ter iniciativa. O Senado vai investigar as organizações criminosas numa CPI. A Comissão Parlamentar de Inquérito será instalada nesta terça-feira às 11 horas. E na primeira reunião já elege o presidente, o vice e o relator, foi proposta pelo senador Alessandro Vieira do MDB de Sergipe e tem 120 dias para investigar especialmente o crescimento das facções e milícias, né? Difícil imaginar uma CPI capaz de em 120 dias eh concluir algo que já não se saiba, né? Mas é, mas é interessante porque eu achei de quando eu vi a pauta toda, eu achei esse ponto talvez um dos melhores pelo seguinte, porque ninguém vai resolver nada com CPI. A gente tem uma dificuldade enorme de resolver qualquer coisa com CPI, mas ainda mais que o esse eh senador é um senador muito muito competente, põe na pauta, ele ele hã põe na pauta o assunto, né? É, põe na pauta e faz uma e faz um que você falou, já tem tanto material, você vai na BIM, você vai na Polícia Federal, tem muita coisa. Então, se que a gente sabe, a gente consegue um relatório eh mais compacto e mais assim atualizado do quadro geral, porque o quadro deve ser um negócio, se você colocar tudo num negócio, se disponibilizar pra sociedade, realmente deve ser um negócio horripilante que a gente, o que já se sabe sobre a presença do crime na vida do dos brasileiros. E quem mencionou aqui já mencionado, Lula, em vez de ir ao Rio de Janeiro, está em Belém do Pará para a COP. Mas nós vamos falar nisso já já, porque antes eu quero eh fazer um um convite para assistir um material muito especial aqui da Brasil Paralelo. Então você que está acompanhando a toda essa guerra no Rio, ah, é uma guerra não só em campo, ela é também uma guerra de narrativa e precisa, você precisa conhecer a fundo o problema da segurança pública no Brasil. A nossa equipe aqui da Brasil Paralela acompanhou especialistas, quem lida com o crime de frente e até quem já esteve do outro lado dessa guerra. O resultado você pode ver na nossa trilogia exclusiva para assinantes, Rio de Janeiro, paraíso em chamas. Está na hora de você se aprofundar e sair do conteúdo raso sobre a matéria. Aproveite a condição especial, apenas 7,90 para se tornar membro da Brasil Paralelo, ter conteúdo exclusivo e se unir à nossa missão de resgate cultural. A busca pela verdade vem em primeiro lugar, sem relativismos. Aproveite, assine agora o QRcode tá na tela e o link tá na descrição do vídeo. Então assista agora esse esse material sobre Rio de Janeiro, paraíso em chamas. das guerras para as ruas do Rio de Janeiro. Parece um vídeo de guerra de algum país do Oriente Médio, mas é a cidade do Rio de Janeiro. Não estamos falando de uma ficção. Tem lugares no Rio de Janeiro que se você que é paulista, se você que é argentino, virar para cá e errar o caminho, você pode morrer. Rio de Janeiro, paraíso em chamas. Pra facção, o que importa é o território. Vender maconha e cocaína, besteira. Essa violência é real e tem mais a ver com a sua vida do que você imagina. Então, tá aí nosso especial Rio de Janeiro, paraíso em chamas. E quem não tá lá no Rio, já disse, tá em Belém. é Luís Inácio Lula da Silva, que se hospeda em um barco para acompanhar a COP 30 e em Belém, na conferência do clima da ONU. Ele está na cidade desde sábado, onde cumpre agendas que antecedem a cúpula de chefes de estado, né? A COP 30 será realizada de 10 a 21 de novembro e Lula se hospeda em um barco. O Iana 3 é um barco com características de embarcações regionais da Amazônia e permanecerá atracado na base naval de Valdecans, conforme a assessoria do presidente da República. Então, em meio à crise de hospedagem lá em Belém, foi toda uma controvérsa, né? Lula decidiu, a Folha de São Paulo mostrou isso. Lula se hospeda em barco com capacidade de hotel durante a COP 30. E já temos até imagens da de Lula e Janja no barco e Ana 3. [Música] Tem mais um vídeo aí. Enquanto isso, Lula decretou GLO, a garantia da lei e da ordem, ferramenta constitucional na COP 30 e não Rio de Janeiro. Então, Lula preferiu guardar essa essa ferramenta constitucional, se negou a fazê-lo no Rio. Houve diversas eh discussões a respeito para fazê-lo no Rio de Janeiro, mas no Rio não fez. Fez na COP 30. Ganturco. Ah, o que esperar dessa dessa conferência e da presença de Lula em seu barco? Só coisas ruins, muito gasto que já teve estatando e nenhuma, muita fala, muito blá blá blá, muita sinalização de virtude e nada de soluções concretas. Olha, eu me lembro quando na durante as Olimpíadas no Rio, a delegação dos atletas americanos ficou exatamente num barco, se não erro na época foi um um cruzeiro, né? Eh, no Porto do Rio e não ficou em um hotel. Aí na época até de todo teve todo aquele mimimi do povo carente, é porque são estadunidenses, não querem se misturar com o povo, com a gente, etc e tal, blá blá blá. Será que agora vão eh mostrar toda essa xenofobia também e essa raiva, essa carência, esse mim com Lula, que não quer se misturar com o povo, que não quer eh ficar na cidade, pisar no meio do povo, etc? Os dois lá aparecem muito fofinhos, né? A lua de mel tá continuando, geralmente estão conseguindo fazer um monte de viagens bacanas, interessantes, etc. Dá para postar mais fotos e colocar no álbum no final. Agora, concretamente estamos vendo, olha, estava lendo agora mesmo na notícia do grande jornalista Duda Duda Teixeira que mostra como uma nota técnica da transparência internacional, aquela ONG que faz o ranking de corrupção, do qual falamos muitas vezes, mostra que é das 22 obras realizadas pelo governo do Pará para a COP 30, só uma tem licença ambiental. É bom demais. É muito engraçado assim, é aquilo lá, seria cômico se não fosse trágico, né? Realmente assim, não dá mais para acreditar nisso. Quem tem um pouco de bom senso, né? As COP são todas falidas e fracassadas. Existe a COP 30 porque as a COP, as outras COP 29 fracassaram, senão não existiria mais a COP 30. E existirá a COP 31, 32, 300, 3.000, porque vão fracassar todas. Na COP 26, se não era no Dubai, teve mais delegados de empresas do que, na verdade, de países. Virou um balcão de negócio. É lobismo puro, é só isso. É sinalização de virtude. Se fala de e green washing e green washing político. O que é green washing? é lavagem da imagem das empresas através de uma política falsamente verde ambiental para depois continuar fazendo as mesmas coisas e poluir ainda mais na verdade. Então é só fachada. Olha, e isso não é nem uma visão de novo, porque essas coisas são são taxadas de extremismo, extrema direita, que nada nisso eu tenho que concordar com Greta Tumberg. Olha o nível. Até Greta Tumberg chegou finalmente junto com a maioridade, talvez chegou à conclusão da qual falamos faz décadas que a COP é uma farsa e que não leva nada de concreto. Nem Greta Greta Tumberg mesmo falou, já criticou, ela não participa mais. Então gente, veja, público, se você ainda defende e acredita na COP 30, você é mais extremista que Greta Tumberg, você é mais idealista infantil que Greta Tumberg. Acorde, isso aqui é só farsa fachada e concretamente é só gasto milionário, bilionário do nosso dinheiro e com GLO ainda por cima, né? Famoso, para quem não lembra, a GLO é a previsão do famoso artigo 142 da Constituição, que eh tanta polêmica já levantou aí no Brasil, né? Então agora ela, a cópia acontece sob o artigo 142 da Constituição e com uma ausência notável, é a ausência de Donald Trump. Trump vem para o Brasil e não enviará delegação dos Estados Unidos para a COP 30. Acho que acabou a o o clima, né? o o clima de amizade que tinha pintado, né, a química que se diz que pintou uma química entre Lula e Donald Trump. Então, Luiz Felipe, a eh Lobuer, primeiro, a ausência, né, acabou a química e a ausência de Trump na COP, não só de Trump, mas de uma delegação americana, é, ah, desvaloriza ainda mais o evento que já teve tantos, tantos problemas. O Jeanturco falou bem de de gastos e dificuldades de infraestrutura. O Janturco tem toda a razão. É uma a conferência do clima, conferência das partes, né? Por isso que é COP, né? Conferência das partes, é uma conferência que trata do clima mundial, né? Não necessariamente de um tema ambiental ou outro específico, é o clima geral. E as últimas vezes, as últimas COPs foram em Charmel Shake, no Egito, e no Azerbaijão, em Bacu no Azerbaijão. E as maiores delegações sempre foram a dos Estados Unidos e do Brasil, com destaque pra americana ainda com o governo anterior. Mas é coisa assim, 100 pessoas, 100 pessoas, o Brasil levou 12 pessoas para Bacup, para você ter uma ideia. Então assim, é uma coisa assim enorme com gente de várias organizações, associações setoriais do Brasil, da agricultura, do meio ambiente, governo. Essa de Belém ela já começou mal pela questão de estrutura. Depois ela perdeu ainda mais porque os Estados Unidos mudaram de governo e acabaram com esse negócio de multilateralismo ainda com essa com essa pauta que coloca a questão climática em questão e tem que ser colocado mesmo, porque é um é um a gente conversava até nós dois aqui antes do programa, né? Eh, essa questão climática tem que ser repensada. Tem muito livro bom, muito, muito cientista de primeira linha que tá repensando uma série de critérios sobre como calcular, sobre como avaliar, enfim, é uma coisa que virou uma histeria geral. E em Belém, com a ausência americana e com a ausência de vários outros países, não é só nos Estados Unidos, mas com a ausência americana, que sempre foi uma uma das protagonistas, realmente perde muito em importância. O que é mais, talvez sensível ainda é mostrar a fratura brasileira quando lida com esse tema. Eu tava hoje de manhã num encontro onde tinham várias lideranças da agricultura brasileira, onde se apresentou o ex-ministro Roberto Rodrigues apresentou um relatório construído por toda a agricultura brasileira, por todas as entidades, mostrando a convergência da agricultura com meio ambiente e como o Brasil é parte da solução do problema climático, seja ele qual for, porque a gente já tem energia renovável, tem matriz limpa, tem produção, captação de carbono em várias instâncias que não são reconhecidas lá. lá fora, inclusive na pecuária, tudo isso já tava apresentado nesse relatório, mas o próprio governo brasileiro tem dificuldade de aceitar o que tá no relatório. Então, a gente tem um problema existencial. Ou a gente resolve a nossa cozinha ou não conseguiu nem organizar uma COP, porque a gente não sabe até agora o que que o Brasil vai falar lá. A gente tem a impressão que vai ser o discurso da senhora Marina Silva, provavelmente vai ser contra uma boa parte do interesse produtivo brasileiro. Vai jogar nas, entre outras coisas, jogar nas costas dos brasileiros, da agricultura brasileira, a uma responsabilidade sobre emissões que não são dela, por uma questão técnica e de avaliação metodológica que não se aplica. Então, olha o tamanho do problema que a gente criou para nós mesmos, entende? É isso que atrapalha. Nós vamos ver, provavelmente vai ser aquele show de horror com foto de índio, quilombola, francês, etc. Mas de essência, de material técnico e de posicionamento de liderança de uma potência agroambiental que o Brasil é, nós não vamos ver nada. Aí é a pessimista previsão tanto de Janturco quanto de Lobuer para a COP no Brasil. Enquanto isso, nos Estados Unidos, as previsões também são eh duras para pelo menos para o partido republicano na cidade de Nova York, onde o socialista Zoran Mamdami lidera a corrida eleitoral paraa prefeitura. A eleição acontece amanhã em Nova York. O partido democrata apresentou mandami, né, o mais radical entre os os pré-candidatos, inclusive um dos pré-candidatos do Partido Democrata, que é o Cuomo, ah, se lançou candidato independente, saiu do partido para se lançar numa candidatura independente e parece fazer frente e as pesquisas mostram. Nós temos imagens da pesquisa eh mostrando eh publicada aqui no Brasil pelo poder 360, mostrando a liderança de Zoran Mandame com 45.4% do da dos votos previstos, né? E Andrew como de novo, como era do Partido Democrata, perdeu a prévia para pra Mandame e se lançou como candidato, tá em segundo lugar com 30.9%. vem crescendo até com uma migração de votos da do partido republicano. Lembrando que em Nova York eh o o Partido Democrata domina há bastante tempo a cidade de Nova York. que é muito difícil um republicano retomar ah nesse momento e parece tá havendo uma migração até de votos republicanos para Andrew Como para tentar evitar a vitória de do radical Zoran Mandani. E nós temos até duas imagens aqui para fazer a comparação. a primeira vídeo de campanha, ele que faz uma campanha nas redes bastante ah bastante bem elaborada, com muitos muitos elogios a estratégia de campanha de rede de de Mandami. Tá? E quando dizemos que é um candidato socialista, é por políticas como essa que ele propagandeia nesse vídeo. Didente. Yes. This guy going to theente. [Música] Isso já parece chocante no país berço do capitalismo, né, ou símbolo do capitalismo. Um candidato em na cidade de Wall Street dizendo que vai congelar os aluguéis. É importante lembrar também que Mandame é muçulmano e, embora apareça de terno e gravata fazendo esse personagem bastante moderno, tem também um outro lado, como dá para ver neste próximo vídeo. So who is to end the exception? [Aplausos] Aí já sem o terno gravata ocidental. Luís Felipe, eh, Nova York é uma cidade global e um sinal é preocupante pros Estados Unidos, né? Pois é. Bom, eh, combinação de duas coisas mortíferas para Nova York, controle de aluguel, você vai ter um desincentivo muito grande ao desenvolvimento da cidade, até mesmo investidores que têm apartamentos lá ou aqueles que herdaram apartamentos ou tem aquilo como negócio. Vai ficar desinteressante você ter imóveis quando você tem qualquer tipo de controle de preço. Agora, controle de preço em aluguel, vai ter um desincentivo bem claro. Então, o lado socialista dele é bem pronunciado. Isso é menos um dos projetos, tá? Tem outros projetos igualmente da destruidores da economia eh de de Nova York, né? Além de você fazer toda a sorte de benesses, assistencialismo, entre aspas, grátis para a população novaiorquina, isso vai gerar o que já gerou nas outras cidades dos Estados Unidos que adotaram essas medidas extremamente progressistas. Então você tem esse lado socialista dele que é destrutivo. O outro lado que é destrutivo é esse lado do da lei da xaria, né? você tem o essa questão do do da fé islâmica que de fato temos que fazer um um comentário aqui. Você vê em diferentes pontos os Estados Unidos e na Europa acontecendo isso, eles começando na base, ou seja, ganhando prefeituras, como tem lá na Inglaterra, várias prefeituras importantes, estão na mão de líderes muçulmanos. Agora, não é isso o problema da o problema não é a religião, mas uma parcela da religião, um destaque dessa religião, que é a lei da charia que vem junto, vem embutido. E quando você resolve representar a lei da charia ou querer impor ou mostrar um intento de querer colocar a lei de charia em andamento, você cria um grande problema, sobretudo no ocidente, em que as premissas fundadoras de todo o ordenamento jurídico da sociedade, do estado, eh, não comporta a lei da charia. Então, é isso que temos aí um movimento subversivo de profunda ordem que é a lei da charia e que em alguns países já está sendo proibida para muitas dessas comunidades muçulmanas, OK? Você pode ser muçulmano e só que não defenda a lei da charia enquanto você estiver dentro do ordenamento jurídico que foi criado aqui por premissas de eh estado de direito, cristianismo e tudo mais. Então, é isso que precisamos colocar aqui em pauta. Por quê? Isso já está se alastrando exatamente na base. O Brasil também precisa se prestar muita atenção com relação a isso, já se precaver com relação a essa dinâmica de lei da charia, porque isso é um, eu diria que é um, é uma, como se fosse uma punhalada no coração constitucional de um país que se diz ocidental, que se diz civilizado e que de fato preza pela sua cidadania. Por que que eu digo isso? Historicamente você já tem precedente de os próprios muçulmanos rechaçarem a lei da xaria, não só eh em agora recentemente, mas num passado ainda nos últimos 100 anos, por exemplo, na Turquia, o Atatur, ele fez exatamente isso, na falência do Império Otomano, que estava falindo exatamente em uma das razões da sua falência era exatamente a imposição da lei de charia em vários aspectos contra as outras comunidades. que existiam dentro do império otomano. Só que a Tatur foi inteligente e falou assim: “Vamos destacar essa parte da lei deixaria fora do islamismo, não vamos implementar isso no novo modelo de estado que nós queremos criar.” E a Tatur criou um estado moderno do ponto de vista muçulmano, foi uma proposta revolucionária até para um povo que se denominava muçulmano para adotar o modelo que a Taturk tava estava planejando ali. E aquilo deu certo por 100 anos até agora, até quando o ditador Erdogan deu um golpe de estado e agora está recentemente na Turquia, está envzando o país de novo para ser um país, um estado islâmico, né? e impondo a lei da xaria. Veja agora o que aconteceu no Irã. Exatamente. As mulheres lá já estão se revoltando contra a lei da Xaria, que tem uma série de eh limitações impostos sobretudo nas mulheres, criam uma cidadã de segunda classe. Então, é isso que nós queremos para o ocidente, é isso que queremos para o Brasil, é isso que Nova York merece. Então, é isso que esses pontos aqui são importantes a gente colocar, porque é exatamente isso que ele representa. Ele representa não só o mal do socialismo, mas o mal desse aspecto da fé islâmica que vem para criar uma opressão estatal monumental. E isso não é bom. Isso é um sinal muito ruim. Eu espero que os americanos, se tiver algum ponto positivo de dessa dessa eleição e se por acaso escolherem ele, que ainda é uma chance de de não escolherem, é que aquilo sirva de exemplo, né? Sirvo de exemplo ao a tudo que não pode acontecer nos Estados Unidos. Agora tem também um outro risco, digamos que ele possa ser eleito e não adote nenhuma dessas medidas e seja extremamente prócado, seja uma pessoa até conservadora do ponto de vista econômico, ortodoxo aqui na questão de de gestão pública e não socialista, não imponha o socialismo. Então esse é o maior risco, porque aí cria uma uma bomba eh de efeito [ __ ] para um uma futura carreira política. O ideal é que talvez eh eh se resolva ali nessa eleição, ou seja, ou ele não seja eleito e se for eleito, se ele adotar medidas extremamente radicais, isso cria um efeito reverso ah para o próprio movimento eh esquerdista que existe hoje nos Estados Unidos. Então fica aqui minha minha análise com relação a esse tema. É complexo, mas é o que tá acontecendo no mundo, especialmente nesses países onde tem uma abertura muito ampla aqueles que querem ver a destruição da sociedade e do país como tal. O Partido Democrata que já paga um preço alto por algumas escolhas ah mais radicais que vem fazendo, né? inclusive Camala Harris concorrendo à presidência da República Janturco. Eh, a ascensão do islamismo na Europa também já é um uma realidade. E agora, eh, botando as mangas de fora, logo numa cidade que foi vítima de um grande atentado terrorista eh islâmico, né, de promovido por radicais islâmicos. Claro que não todo qualquer muçulmano, mas o islamismo radical. Eh, lembrando do ataques às torres gêmeas, eh, o que esperar dessa dessa desse desembarcar nos Estados Unidos do dessa tomada islâmica que já aconteceu em várias partes da Europa? Olha, nada de positivo, porque especificamente Mamdami é um extremista, um populista, inclusive um mentiroso. Populista porque vocês viram, né, promete tudo grátis, etc e tal, que é exatamente como prometer balas para as crianças. Mentiroso. Por quê? Porque na verdade ele nem pode eh frisar eh bloquear os aluguéis. Por quê? Porque os aluguéis na cidade de Nova York são decididos por um conselho. Então eu eventualmente o conselho onde muitos dos membros eh foram nomeados inclusive pelo prefeito precedente. Então não é nem verdade. É verdade que e os aluguéis são problema, que são altos e no mundo inteiro, especialmente nas metrópoles, nas megalópolis, como eh como Nova York, em comparação algumas décadas atrás, o valor dos imóveis de forma geral, tanto para aquisição quanto para alugal, para aluguel, é muito mais alto em comparação à renda. E tem realmente muita gente que faz um grande esforço e acaba comprometendo uma grande parte da arenda deles no aluguel. E isso é muito grave, mas não é dessa forma que se combate. Por quê? Porque na verdade quando você freeza os aluguéis gera o resultado posto, como Luiz Felipe estava mostrando. Então várias cidades ao longo do do da história, em vários países já colocar em prática essa política e já voltaram atrás porque deu errado, desincentiva as pessoas a lugar, as pessoas deixam vazio, e tal. Então você vai ter uma escassez, na verdade de apartamentos, de aluguéis, etc. Além disso, ele promete eh ônibus grátis. De novo, mentira. Além do populismo e tudo grátis e tal, sabemos que não existem aluguéis grátis, não existem ônibus grátis, mas ele não pode fazer isso, porque os ônibus eh em em Nova York são do estado e não da cidade de Nova York. Então, enésima mentira. ainda ele promete fazer eh supermercados eh populares mais baratos da prefeitura. Assim, ele está criando basicamente a União Soviética de Nova York eh um kibuts em Nova York. Então assim, isso simplesmente não vai funcionar. Nós sabemos que é como funciona a lei da da oferta da demanda. Ainda ele promete aumentar os impostos em cima dos bilionários. sempre a mesma visão. Todos os experimentos de impostos sobre grandes fortunas, etc., no mundo inteiro fracassaram fragorosamente. É claro que Nova York é uma cidade linda, fantástica e atrai todo mundo, especialmente os mais ricos. E as pessoas pensam: “Ah, eles vão viver aqui de qualquer forma”. Não, por a Nova York faz concorrência Londres, Paris, Dubai, Boston, Miami. Então, um rico deses demora 2 segundos para ir embora. O dinheiro dos ricos tem asas, eles têm contador, tem advogados, eles vão embora um segundo, então vai obter o resultado oposto. Eh, então assim, é mero populismo, totalmente mentiras, não existe nada disso. E obviamente ele é além da da corrida agora para para a prefeitura, é é um teste na verdade para a política nacional para as próximas eleições presidenciais, ao ponto que é o mesmo Trump entrou na campanha eleitoral criticando muito Mabdami, chamando ele de o pequeno comunista e ao ponto que o mesmo como entrou depois na na candidatura, na campanha eleitoral, talvez incentivado, a pedido eh de vários grupos eh contra e medo deste extremismo. E hoje, Mamdami, se ele ganhasse essas eleições, ele é um uma das lideranças em destaque do Partido Democrata, é muito jovem, inclusive na nas nos anos 90, alguma coisa, 92, 93, para eh eventualmente concorrer com nas eleições presidenciais no futuro. Então, espero que não aconteça isso. Ele é amigo, por exemplo, de Bern Sanders, da vertente mais extremista e espero que o Partido Democrata tenha e escolha candidatos mais moderados e mais promissores, que saibam como funciona a lei da demanda da oferta e não caia no populismo mais barato. E mesmo assim lidera com 45% a pesquisa. Em segundo lugar, Andrew Como, dois democratas aí dão 75% somados, né? Isso é a força do Partido Democrata em Nova York. Impressionante, números impressionantes. E para não sair dos Estados Unidos, mas também trazer paraa América Latina, temos um assunto aqui que eu vou querer a opinião dos três. quero ouvi-los, até porque envolve um certo exercício de futurologia, mas de leitura também do atual cenário, que é a proliferação ali de operação quase de guerra dos Estados Unidos na no mar do Caribe, próximo à costa da Venezuela com eh acho que o Lobar falou semana passada, né? 20% da frota naval americana de guerra já tá no mar do Caribe com grandes navios e temos essa fala de Donald Trump aqui levantando um um amarelo piscante, um sinal de preocupação pro regime de Nicolás Maduro, Donald Trump. I think so. And this issue of potential landes in Venezuela. Is that true? I don’t tell you that. I mean, I’m not saying it’s true or un would Trump sendo Trump, mas dizendo que os dias de Madura estão contados. Vou ouvir os três, mas vou começar com Luiz Felipe. O que é que vai acontecer na Venezuela? tá pintando uma invasão, uma operação, eh, como tá enxergando essa movimentação aí de da marinha americana, né? Como eu enxergo é o seguinte, uma invasão custa caro, em que pese tanto Venezuela quanto Colômbia são países onde você são países menores, em que você concentra mais o poder, ou seja, debelando alguns poucos pontos do país, você controla todo o país e controla o problema e contorna o problema e dá uma vitória rápida. Então isso de certa maneira pesa aqui no cômpito deonde começar se for porventura contemplar uma invasão, né? E a Venezuela tem já uma criminalização jurídica do seu líder mundial, né? Não tem nenhum juiz. É difícil você encontrar a país a não ser o Brasil, é óbvio, né? Os países bandidos, liderados por bandidos, todos eles se confluem em apoiar a Venezuela. Agora, a maioria dos países não quer ser tingido de país bandido, então eles acabam criminalizando também a atuação do Maduro. Então acho que o Maduro já está condenado, né? Então, para o Trump dizer que ele é um inimigo, que ele precisa ser neutralizado e que ele precisa ser removido do poder de qualquer forma, já está contemplado por praticamente todo mundo. Já sabemos que isso é um um de facto uma realidade de como que vai se suceder isso. É que eu diria que eles vão mexer muito na forma, né? Na forma que é o importante. Por quê? Porque você fazer uma invasão, fazer um confronto bélico, você eh acaba dando danos colaterais a uma civilização que não é necessariamente inimiga, né? A civilização das Américas, os latinos, não é uma civilização inimiga da civilização norte-americana, né? Nunca foi, pode ter rivalidades, mas nunca foi um grande, não quer destruir os Estados Unidos, destruir o americano, como é a questão do, de alguns países na do Oriente Médio. Então, por esse lado, acho que é bom sempre manter a porta aberta de amizade e é um vizinho, né? um país vizinho, tá próximo. Eh, eu até gostaria de até resgatar aqui um fenômeno da Segunda Guerra Mundial, em que o oposto disso que eu tô falando aconteceu, eh, monitorando os embates aéreos da Segunda Guerra Mundial, quando existia o embate estava ali com eh limitado aos países europeus, existia ainda um código de tratamento entre os prisioneiros de guerra ou até mesmo dentro de combate. Quando os Estados Unidos resolvem entrar pr pra Segunda Guerra Mundial, que já é há dois anos depois do início dela na Europa, a brutalidade começou a imperar exatamente porque os Estados Unidos entra, não é vizinho, é um país distante e quer resolver o problema o mais rápido possível. Então ele acaba criando toda a sorte de eh não vou dizer abuso, mas atrocidade. E aí a guerra toma um outro nível de destruição total, que é foi o que sucedeu a partir de 1943 em diante, né? destruição total, porque eles queriam aniquilar o problema e não queriam mais estar lá. Agora, quando você é vizinho, você ainda tem uma certa cordialidade. Você trata os prisioneiros de guerra bem, você não abate os pilotos de guerra e você não abate ele quando tá em para-quedas, o que aconteceu muito com os pilotos americanos sendo abatidos e vice-versa abatendo alemães enquanto estava em situação de para-quedas. Então você vê ter esse tipo de coisa. Como o Venezuela tá próximo aqui nas Américas, eu diria que eh eles vão querer manter essa cordialidade e querer diminuir o qualquer efeito colateral. Então eu acho que é por aí. Agora você fala assim: “Então, por que o Maduro e não o também, né, como tá eh colocando aqui o presidente da Colômbia ou até mesmo o presidente do Brasil? É porque o trâmite do ou de Cuba, ou de Cuba, é porque o trâmite, primeiro que Cuba não tem muito para oferecer. Cuba não tem, não é um problema. Deixa Cuba isolado assim do ponto de vista geopolítico. Eh, para que invadir Cuba? Para que ter Cuba? Qual é o problema que Cuba gera, né? Esse que é o um país que tá completamente miserável, não tem recursos naturais para se para sobreviver, não é um perigo bélico eh em termos de de de território, um território extremamente pequeno, não cabe aos Estados Unidos ter mais esse mais um território. Já a Venezuela já tem outros interesses aqui que pode ser importantes a gente contemplar. Então, neste caso, eh, o não só existe uma criminalização do presidente venezuelano, que já está praticamente fora de qualquer quadro jurídico do do Ocidente em termos de sendo uma pessoa idônea, digna e honesta, muito pelo contrário, é um criminoso com Tumás. Então essa criminalização do próprio sistema judiciário dos Estados Unidos é muito importante, o que não aconteceu ainda com o presidente da Colômbia e também com o presidente brasileiro. Se por acaso isso vira à tona, esse tom do presidente Trump com o presidente colombiano, assim como o presidente e brasileiro, se ficar constatado que tem envolvimento com narcotráfico, sim, que estão de fato vinculados com o terrorismo, como nós noticiamos aqui, eh eu diria que essa até essa essa essa esse diálogo diplomático que aqui ainda existe vai cessar imediatamente e o país entra aí numa rota de colisão eh extremamente prejudicial pro próprio país. Então, esperamos que isso não aconteça com o Brasil assim. Mas o que vai acontecer na Venezuela, eu não vejo futuro, né, com Maduro no poder, não vejo. É, é muito difícil você eh projetar isso, eh, como ele ainda se segurando no poder, considerando que a falência interna e também do apoiamento externo já está bem patente. Lobuer, é por aí. Eu acho assim, eh, toda vez que você vai derrubar um, tem uma operação para derrubar um ditador, tem que se pensar o que que vai entrar no lugar. Então, foi o grande problema sírio, né? depois da primavera árabe na Síria, tentou se derrubar o Assad, mas aí viu que que vinha podia ser pior ainda. E aí ficou uma situação de divisão do país em várias regiões, ficou uma situação muito difícil até hoje, até agora talvez resolva eh nesses últimos eh meses com a chegada de uma nova uma nova força aí de reconstrução da Síria. Mas no caso venezuelano esse problema não existe. já tem uma figura que é considerada uma espécie de reconstrutora aí a Maria Corina que seria pela pela condição que alcançou de resistência agora o Prêmio Nobel e tal seria Mas tem uma peça faltando nesse negócio que é assim, ó, tem 60.000 cubanos infiltrados nas forças de polícia interna ali, já faz um bom tempo. São os privilegiados. E nas forças armadas você tem, ao que parece todo o primeiro e o segundo escalão das forças estão cooptados com com Maduro, porque são mais de 350 generais com posições para os padrões venezuelos de privilégio. Então você teria que ter junto com a Corina uma parte das forças nacionais de secessionistas, vamos dizer. E eu, até onde eu tenho lido aí, tenho ouvido falar, não, não, isso não aconteceu ainda. Então, mesmo que os americanos façam esse esforço e façam, talvez, estejam fazendo já uma negociação por baixo do pano, acho muito difícil eles fazerem uma intervenção por terra. Teria que ser as forças venezuelanas rebeldes, vamos chamar assim, e isso não tá disponível. Então, é aí que tá, eu acho que o problema. E a gente vê aí que tem equipamento russo e iraniano fornecido pras pras forças venezuelanas, que não é lá grande coisa, mas a gente tem que a gente tem uma ponte aérea, Terã e Moscou com Caracas, que foi se estabelecida nesses últimas duas décadas. Então não é tão simples assim esse negócio. Eu vejo, a gente tem recebido vários vídeos aí, vocês devem ter visto memes aí de inteligência artificial do Maduro ligando pro Kung, ligando pro ligando pro como se fosse. É uma brincadeira, a gente rir para não chorar, mas é uma brincadeira do tipo, já tá derrubado, mas o que vem depois é que é a questão. Eu acho que o Trump tá fazendo um pouco isso que ele tem feito nos últimos meses, 8 meses de governo. Ele faz um anúncio de estapafúrdio assim, depois negocia, sabe? Não sei se a Venezuela ainda tá eh numa situação de derrubar o regime. Não tenho essa segurança não. Ianturco, a gente tava comentando aqui que Nova York, se o prefeito esse for eleito, vai ficar com cara daquela Nova York dos anos 80, suja, com muita violência, criminalidade, um lugar muito diferente da da Nova York que a gente tá acostumado a visitar agora, né, ou até 4 5 anos atrás. O mundo inteiro tá ficando com cara de anos 80 ou talvez 70 ou 60. Je turco tava voltamos a Guerra Fria. Estamos falando de operação da CIA para derrubar presidente na América Latina. É isso. Voltamos voltamos algumas décadas para trás e dá para esperar uma operação americana aí para para depor? Olha, interessante. Com certeza estamos numa Segunda Guerra Fria. Com certeza voltou a política de potência e tornou e voltou um um homem forte e duro a Casa Branca, o Cowboy Reagan, eh similar neste sentido. Então, algumas semelhanças tem Maduro realmente merece o pior do pior. Existe realmente uma camada específica no inferno de Dante para todos ditadores socialistas como ele, que além de ser ditadores como todos, ainda mais se enchem a boca de grandes valores, pobres, o sul do sul global, eh, contra os ys e gringos americanos, etc. Agora, eu concordo muito com lower. É claro que o mundo no mundo ideal, gente, assim não existiria e deveria ser tirado eh na hora. Infelizmente eh a população venezuelana não tem a mínima força, não tem a menor condição de tirar sozinhos. Então, alguma eh ajuda externa tem que ter. Hoje em dia, nós vivemos neste mundo atual de Estados Nações, onde temos essa fixação com soberania estatal. vai entender por a meu ver o que é mais importante é a liberdade das pessoas. Quem ajuda eles a ser livres pouco importa. Só que é eh a transição desses regimes não é nada fácil. A maioria das quedas de regime totalitários autoritários não gera uma transição democrática, mas gera uma transição para um outro regime autoritário. Então tem que ser planejada e mesmo planejamento, porquanto cuidadoso, não eh acaba conseguindo sendo não é difícil realizar 100% perfeitamente. Eh, depende de vários fatores, inclusive muito aleatórios, sorte, etc. Então, todo mundo espera isso, mas não é garantido que tenha a democracia, uma democracia eh que possa se consolidar no tempo. Eh, claro que tudo indica que seria Corina Machado, a futura líder, mas especialmente quando a interferência de um país estrangeiro, essa essa transição é muito complicada. Além do caso da Síria, eu lembro o caso da Líbia, por exemplo, exatamente porque Gaddafi foi morto, foi tirado do poder junto com a clara eh intervenção americana, francesa, ocidental, etc. Tal. Isso complicou exatamente a transição depois. E veja que ambos estes casos, tanto a Síria quanto a Líbia e vários outros casos atuais e da história, eh, não foram transições democráticas de sucesso, muito pelo contrário, são países que caíram no caos mais absoluto. Eh, a Síria, por exemplo, caiu na mão de uma célula de ISIS, né? Hoje Aljolani mudou de nome, colocou terno, gravata, etc. Mas é isso que era, né? Até pouco, poucos meses atrás. Muito bem lembrado também a presença de militares cubanos eh na elita do exército venezuelano, que treinou inclusive o exército venezuelano, que faz parte inclusive da do dos guardacostas de Maduro. Inclusive, cito outros dois grupos, a presença clara já comprovada de russos que mandam inclusive eh armas, dinheiro, etc., do grupo Wagner na Venezuela e também das FARS. Eh, boatos relatam que nas últimas semanas saíram por medo exatamente de uma intervenção americana. Mas isso que significa? Significa que é mesmo tirando Maduro de lá de alguma forma eh vivo, morto, que seja, é muito possível eh uma preocupação que o poder caia na mão destes grupos paramilitares, que é o que todo mundo quer evitar. Então, a transição de regime tem que ser muito bem organizada. Eh, por exemplo, nesses dias, o ministro das gerações exteriores de da Venezuela agradeceu publicamente Putin e a Rússia. Então, tudo eh parece agora se configurar para uma eventual fuga de eh Maduro e a elite do governo dele para a Rússia. a Rússia, que não por acaso, hospeda também eh a família a família Rassad, que que governava até ontem na na Síria. Então, é mais complicado do que simplesmente desejar a queda de do regime maduro, que é claro, todo mundo deseja. A coisa tem que ser bem organizada para que não não o o tiro não saia pela culatra. E o Jean Turco falou da, enfim, da conexão eh muçulmana com a Venezuela. E tem mais uma, sobrou mais uma ameaça de Trump aqui, dessa vez para o regime da Nigéria, que enfrenta mais de 15 anos uma insurgência girradista e com perseguição a cristãos. Então, Trump deu um recado pro Bocarã e pro Estado Islâmico da África Ocidental, né? O governo eh Trump anunciou uma possível ação militar na Nigéries, que ah o a Nigérides que aceita ajuda desde que a soberania seja respeitada. Já ouvi isso em algum lugar. Nigéria está há mais de 15 anos, então, aí sob controle ah gerradista, né, do do Estado Islâmico da África Oriental. E a declaração eh de Daniel Boala, porta-voz da presidência nigeriana, foi recebemos qualquer, receberemos bem qualquer assistência dos Estados Unidos, desde que reconheça a nossa integridade territorial. E o Trump falou via Truth Social, sua rede social, disse o seguinte: “Se o governo nigeriano continuar permitindo o assassinato de cristãos, os Estados Unidos suspenderão imediatamente toda a ajuda e assistência à Nigéria e poderão muito bem invadir esse país agora deshonrado, com armas em punho, entre aspas, para eliminar completamente os terroristas islâmicos que estão cometendo essas atrocidades horríveis. Estou instruindo o nosso departamento de guerra, era o antigo departamento de defesa que Trump renomeou com nome original, departamento de guerra, a se preparar para uma possível ação. Se atacarmos, será rápido, brutal e certeiro, assim como os terroristas atacam nossos queridos cidadãos. Aviso, o governo nigeriano deve agir. Que que eu falei, ó? Vai, tá certo. Agir rapidamente. Nossos queridos cristãos, eu falei, falei errado, ó. Se atacarmos, será rápido, brutal e certeiro, assim como os terroristas atacam nossos queridos cristãos. Aviso, o governo nigeriano deve agir rapidamente e ali, ó, com data e tudo. Então, tá aí um aviso também paraa Nigéria. Luiz Felipe, então, eh, o que você tá, o que estamos confirmando aqui é o que eu mencionei na última vez que eu estava presente aqui no programa, né? As prioridades dos Estados Unidos. Número um, Europa. Número dois, Oriente Médio. Número três, Ásia. Número quatro, América Latina e África. E é exatamente isso que nós estamos vendo no desde o início do do governo norte-americano do Donald Trump, ele percorreu exatamente essas prioridades. Como ele teve vitórias aparentes e algumas vitórias absolutas em alguns casos nesses primeiras três prioridades, agora está na quarta prioridade que é América Latina e África. E tem que ser exatamente como mencionou, rápido incisivo. Só que eu vou deixar claro aqui, em termos de rápido incisivo, a questão da Venezuela está muito mais próximo de ser rápido incisivo. Até foi debatido aqui, discorrido rapidamente esse tema, exatamente porque você não vai ter que construir um governo novo, né? O governo já deveria, o governo certo já deveria ter sido impossável. uma houve uma fraude eleitoral massiva, pública, mundial, vista por praticamente todo mundo. Então, eh na questão de não é necessário construir as instituições da Venezuela, mas sim fazer valer o resultado das eleições. É isso que é por isso que eu acho que é muito mais rápido, muito menos custoso e o a população, uma, eu acredito que boa parte da população da Venezuela veja essa interferência como sendo positiva. Então, eh, diria que é o melhor cenário e claro, minimizando aí qualquer efeito colateral, dano colateral, eh, nessa extração do Maduro, eu vejo que o saldo é positivo para o governo norte-americano, para as eleições que ele também vai ter do midterm no ano que vem. Então, é importante essa vitória de confrontos internacionais. Já o caso da Nigéria, por mais que você diga, ah, muito bem, eh, ele disse ali que pode ser incisivo, é muito mais complexo, é porque você tá lidando, primeiro que é um país também com com a população vastíssima, é duas ou três vezes maior que a população da Venezuela. Segundo, mais distante. Terceiro, você tem uma situação de eh em termos de opinião pública na África e até mesmo dentro da Nigéria, que não apoia os Estados Unidos intervindo. Os Estados Unidos estaria intervindo para proteção de um grupo minoritário ali que merece toda a proteção, inclusive do Brasil. Aliás, pergunta ao governo brasileiro que medidas o governo brasileiro vai adotar para criminalizar a omissão do governo nigeriano e também a ação desses grupos terroristas que estão agindo dentro da África subsa. Importantíssimo o governo se posicionar o Itamarati. Então, como é que vocês vão se posicionar? É importante a gente também sinalizar esse esse apoio a essa a minoria cristã que tá sendo perseguida lá. Então, neste quesito da minha Nigéria, eu acho que é muito mais complexo e o custo fica elevadíssimo. E aí sim você começa a ver que o buraco lá na Nigéria é muito mais embaixo, porque lá eles teriam que fazer governo, fazer as instituições. Muito aconteceu no Iraque, né? no Iraque, depois que houve toda aquela intervenção, tiveram que construir praticamente as a oposição, os partidos, eh como é que funciona um parlamento, como e você vê que a natureza da população não não tá eh adepta a isso ainda, não tiveram não tiveram ainda os ciclos eleitorais, não tiveram ainda as chances de participação, como existe maior parte dos países do ocidente. Então, é por isso que eu digo, a gente precisa mapear isso com muita cautela, porque é exatamente esse esse comentário que eu tô fazendo, é exatamente o serviço de um analista de geopolítica que está no Pentágono e tá dizendo e orientando o governo norteirin como intervir e na intensidade e se é favorável, não, se vai ter dano colateral, não, e se a população é favorável e o que que os Estados Unidos têm a ganhar em fazendo qualquer tipo de incursão, sobretudo agora contemplando a a questão eleitoral do ano que vem. Agora é curioso que a gente no mesmo programa tenha tratado da da possível vitória de um muçulmano radical em Nova York e da perseguição a cristãos na Nigéria, exigindo uma intervenção, talvez militar do governo dos Estados Unidos. É, Lobauer pediu a palavra. Não, interessante mesmo isso que você falou. Não, rapidinho. É porque o Bcoarã, Bcoharã é um grupo já faz bastante tempo, tá mais de 15 anos já. quase 20 anos que faz esse terrorismo islâmico radical, tinha e ainda tem indiretamente relação histórica com o Alcaeda, todos aqueles grupos radicais islâmicos no início desse século que se que se expandiram pelo mundo, fosse na Filipinas, na Indonésia, eh, e também na na África, na sub-sariana e e na esses, em particular no sul da Nigéria, em regiões pantanosas, ali no no nas regiões da costa sul da Nigéria, muito agressivos, muito gente fanática mesmo e que a Nigéria, que é um país grande, um país que rico, enfim, com uma população vasta, não consegue combater. Acho também muito difícil os americanos conseguirem dar uma uma navalhada e resolver o problema. Pelo contrário, acho que é uma maneira mais também espalhafatosa de falar que vai ajudar, mas é um um é uma situação e uma região muito difícil de intervir. Não consigo ver um porta-avião chegando e resolvendo, sabe? É muito mais complicado isso aí. Maravilha. Obrigado, obrigado Lobauer. Obrigado Luís Felipe Jeanturco. Eu quero fazer um convite para todo mundo ah ficar e assistir. Depois do encerramento, nós vamos transmitir ah os 30 minutos do nosso especial Rio de Janeiro, paraíso em chamas. Mas antes eu quero fazer um um convite a todos, porque vem aí um novo filme original da Brasil Paralelo. Uma história que não queriam contar, mas que nós resolvemos trazer para as telas. Uma história dolorosamente real e tão real que nós preferiíamos que fosse mentira. Olha, eu afirmo para vocês, esse filme não passará despercebido e não poderá ser ignorado. Nós estamos finalizando o filme John Money, contando a tragédia que aconteceu na família Heimer, principalmente com os gêmeos Bruce e Brian, e como isso se conecta à tão propalada teoria de gênero. Assine agora para garantir o seu acesso no menor preço da história da Brasil Paralelo, apenas 7,90. E você garante nossos filmes originais que estreiam em breve. Agora, enquanto a gente encerra aqui e aguarda o retorno de férias do inesquecível Renato Dias. E até lá, fique com esse gostinho do que vem por aí na Brasil Paralelo. [Música] Este é o primeiro filme sobre um dos casos mais discutidos no mundo nas últimas décadas. [Música] In other words, seual repression and childhood can be detrimental to their ability to identify with their gender. Don’t ever let her think was that secret don’t you want to be like other girls? I be like me [Música] we to tell her true. [Música] Muito obrigado. Muito boa noite. Até a próxima e fique agora com um trecho de Rio de Janeiro, paraíso, em chamas. [Música] Quando trago algum colega para conhecer o Rio de Janeiro, ele diz para mim: “É a cidade mais linda do mundo”. E o Rio para mim é uma cidade que talvez seja única no mundo em termos de belezas naturais. Rio de Janeiro é uma maravilha. A verdade é essa. O Rio de Janeiro foi a primeira cidade a ser reconhecida pela UNESCO como uma cidade de paisagem urbana que vale como um patrimônio, né? Patrimônio cultural. Esse lugar é lindo demais. Qualquer lugar que você olhar é lindo. A praia é bonita, floresta bonita, montanha, tudo é bonito. Tudo é bonito. Você sabe que Rio de Janeiro ele não foi só a capital do Brasil, foi escolhido por Dom João VI para ser a capital do Império Português. O Império Português foi governado pela cidade do Rio de Janeiro. Olha que moral. Brasil, Portugal, Algarves foram governados desta cidade. A biblioteca nacional tá onde? Tá no Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro é capital cultural do Brasil. É comum se vê no Rio de Janeiro um paradoxo, né, ou uma dualidade entre uma espécie de paraíso, né, cidade maravilhosa, uma cidade que é linda, linda, linda, mas ao mesmo tempo é uma cidade que tem a questão da violência, né? [Aplausos] Infelizmente o Rio que era famoso mundialmente pela sua beleza natural, ele hoje também é famoso mundialmente pela insegurança. Um exército de criminosos. Hoje o comando vermelho toma conta de pelo menos 75% das comunidades. Parece um vídeo de guerra de algum país do Oriente Médio, mas é a cidade do Rio de Janeiro. E sem dúvida alguma, enquanto nós estamos aqui conversando, está tendo uma troca de tiro no Rio de Janeiro. Então é o inferno. O domínio de grupos armados no Rio dobrou. Mas a principal facção criminosa que cresceu foi exatamente o Comando Vermelho. E a expansão das milícias no Rio de Janeiro já chega a 60% dos territórios dominados por criminosos. A situação, o Rio de Janeiro não está atrelado à guerra às drogas. A questão realmente é domínio territorial. Já é uma realidade. A gente tem áreas onde de fato o estado não atua. Tem lugares no Rio de Janeiro que se você que é paulista, se você que é argentino, se você vier para cá e errar o caminho, né, você pode morrer. Qual estado do Brasil isso acontece? Só no Rio de Janeiro. Por que que a gente passa isso? A gente permitiu, é por isso que a gente passa. A gente permitiu [Música] eu quero Eu [Música] [Música] quero, eu quero ser eu queroar. você [Música] [Música] Eu [Música] quero, eu quero zoar, eu quero, eu quero zoar, eu quero voar, eu quero, eu quero voar, eu quero, eu quero voar Ah. [Música] Tiroteio na Avenida Brasil. tiroteio que parou uma das avenidas mais movimentadas do país. Surpreendida pela reação dos traficantes, a PM precisou recuar. Foram mais de 2 horas de pânico. Ó, a senhora com a criança aí que embaixo do homem outro filho ali. Ó o fogo na pista lá na frente. Ó o fogo lá, ó. Trabalhar, ó. Aí, ó. Adrenalina. Todo mundo no chão, ó. Olha aí, ó. ficar pensando que ia passar alguma situação dessa. [Música] Há alguns meses você viu um caso aqui no Rio de Janeiro bem simbólico. 120 policiais numa manhã tentando entrar na favela da cidade alta e eles não conseguiram. Não tava com a equipe do BOP, nem com o batalhão de choque. Eram policiais do batalhão de área, nono batalhão, 41º Batalhão. Tentaram prender o traficante Peixão. E o traficante Peixão, de forma covarde, ele determinou que os bandidos da sua facção atirassem contra os moradores, né? Então aquelas pessoas atingidas na Avenida do Brasil não foi bala perdida, foi tiro colocado. Seis pessoas foram baleadas. Renato Oliveira, de 49 anos, não resistiu. Tô desquecendo do trabalho. Minha mãe me ligou, filho. Tua mãe levou um tiro. Minha reação. O motorista de aplicativo estava com um passageiro no carro quando foi baleado também na cabeça. Um terceiro inocente também foi baleado e morreu. Trabalhador aí, ó. E você pode questionar, Pimetel, mas a operação policial foi feita sem inteligência? Não tinha muita inteligência na operação policial. A polícia sabia que o peixão tava na favela naquele dia. A polícia mobilizou 120 homens, viaturas blindadas. O que a polícia não contava é que o bandido para promover sua fuga fosse determinar que atirassem na rodovia. Pessoas mortas dentro de ônibus. Foi uma ação de terrorismo. Pô, o Bandido começou a dar tiro em cima do caveirão, pô. O tiro bateu no ônibus, atingiu o meu amigo na cabeça. Nós estava vindo pro trabalho. A gente sai para trabalhar e não sabe se vai voltar para casa. Foi embora, irmão. Acabou. A vida nossa é assim, ó. Eu não fiz giro. O cara tem família aí, ó. Quem é que vai sustentar essas crianças agora? Mas é a principal artéria do Rio de Janeiro. Mais de meio milhão de pessoas passam ali. Então, se o policial fechasse a rodovia, ele ia criar um caos na cidade. Mas ainda assim, eu acho que o policial podia ter fechado por 5 minutos. Mas quando eu pergunto isso aos policiais, eles dizem para mim: “Olha, naquele mês nós tínhamos entrado na favela cinco ou seis vezes e não houve nenhum tipo de disparo. Na sétima vez, o bandido atirou”. [Música] Muita gente me pergunta, “Pimet, o Rio de Janeiro é muito violento. Se eu utilizo o dado principal para sinalizar a violência, que é o número de incídios, na verdade o Rio de Janeiro hoje é o 16º estado mais violento da federação. Então existem 15 estados mais violentos que o Rio de Janeiro e alguns muito mais violentos. Mas muita gente pergunta, primel, mas o Rio de Janeiro tem algo diferente? Tem algo diferente. Domínio territorial. Uma pesquisa mostrou que o domínio de grupos armados no Rio dobrou em 16 anos. A principal facção criminosa que cresceu foi exatamente o comando vermelho. O estudo divulgado nesta segunda-feira mostra que em 16 anos o número de áreas que são controladas ou pela milícia ou pelo tráfico de drogas aumentou mais de 115%, ou seja, mais que dobrou. A gente tem uma situação territorial importante quando você tem, ah, não pode entrar ali. Como não pode entrar ali? Não pode entrar ali porque é da facção tal. Então tem um problema territorial, problema territorial é um problema nacional de soberania, entendeu? Então não é uma mais uma questão dos munícipes do Rio de Janeiro ou do estado do Rio de Janeiro, uma questão nacional. Povo e território são os elementos materiais do Estado. O Estado exerce seu poder soberano, seu poder de império sobre os seus elementos materiais. E essa soberania se reveste de legitimidade na medida que ela é orientada pra promoção do bem comum. Ora, se eu tenho um ator não estatal exercendo influência direta sobre povo e território, a soberania do Estado dentro daquele espaço segregado, ela perde as suas características. Isso leva a uma imposição da renegociação das condições de existência do estado dentro daquilo que Batos Stanislavs, que Heronim, chamou de black sports, ou seja, buracos negros. No hemisfério norte costuma chamar de no go zones. Já é uma realidade. A gente tem as no go zones, áreas onde de fato o estado não atua. Você tem lugares e há muitos anos que, por exemplo, oficiais de justiça não vão. Então, se eu como juíza der uma determinada ordem, e não é uma ordem criminal, é uma ordem de uma pessoa pagar alimentos paraos seus filhos, uma ordem para ela ser intimada, para ela comparecer a um determinado local, o oficial de justiça não vai, ele não pode ir. Ele não pode ir sozinho, não pode ir acompanhado de policiais, ele não pode ir. Então você tem estados onde o estado não existe, a justiça não existe, mas ele também não vai, não vão médicos, médicos de família não sobem a lugares para atender seus pacientes. Você também não tem escolas, você não consegue entrar para saber se aquela criança foi ou não foi à escola, porque que ela tá faltando. Você não tem assistência social nesse lugar. Então o estado não existe. Hoje a criminalidade é o estado em vários locais do Rio de Janeiro. O que nós estamos falando era as condições de existência do próprio estado sob uma perspectiva da teoria geral do Estado. É, a gente percebe que as organizações criminosas elas atuam sobre uma parcela do território, sobre uma parte da população e colocam em cheque, comprometem a soberania e a finalidade do Estado brasileiro. Então, quando operações da polícia ocorrem, quando equipes da COR realizam uma incursão, a gente não tá simplesmente combatendo um assaltante, combatendo um traficante ou miliciano. A gente tá realizando um resgate da soberania nacional naquele território. O tipo de atuação do criminoso do Rio de Janeiro, ele é diferente de todo o resto do país. O que as forças de segurança do Rio de Janeiro enfrentam não tem paralelo. O tipo de armamento, o tipo de geografia. Se você entrar numa favela do Rio de Janeiro, você vai encontrar vielas, são labirintos e várias delas ficam localizadas em Morro. Então, a polícia além de tá eh se deslocando num labirinto, ela tá num plano mais baixo. O criminoso tá aqui no plano mais alto, né? Quem tá no plano mais alto tem a vantagem. O que que pode ajudar o policial numa situação dessas? O helicóptero, o apoio aéreo. Traficante tem horror a helicóptero. O helicóptero da polícia é um inimigo terrível para este porque reverte essa vantagem, né? A vantagem da visão privilegiada passa pra polícia. [Música] Isso é um é um sintoma de um estado em guerra. Vou utilizar um dado aqui da Universidade Federal Fluminense que afirma que 4 milhões de cariocas e fluminenses vivem em áreas dominadas por facções, milícias, terceiro comando, ADA ou comando vermelho. Aqui no Rio de Janeiro são quase 1900 favelas no Rio. Num espaço pequeno desse ano é um absurdo. Então a desordem é um fator que impacta muito negativamente na segurança pública. A gente vê que o criminoso ele busca a desordem e não o contrário. Em termos práticos, como é que eles edificam esses verdadeiros enclaves de microssobberania, verdadeiras áreas não governadas no interior do estado? Tomar no cu, [ __ ] É, esses grupos eles combinam técnicas de coersão e computação para agir de forma direta e indireta sobre a população local. E a partir daí eles desenvolvem basicamente quatro eixos de esforço. O primeiro é imposição do sistema normativo. O segundo é o controle de recursos. é a água, é a luz, é a internet, é o gás, é o transporte alternativo. O terceiro é a criação de verdadeiras zonas de silêncio, dentro da qual eles calames dissidentes e promovem a sua narrativa hegemôica. Quatro é a redefinição ou estabelecimento de um padrão de comportamento cultural e socialmente aceitável. Dessa forma eles conseguem impor o sistema normativo no nível local. De acordo com algo que é chamado teoria do controle competitivo, quem impõe o sistema normativo detém o controle efetivo. Há décadas se tolera que parcelas significativas do território da cidade estejam entregues ao crime organizado. Hã, isso é tolerado há pelo menos 40 anos, pelo menos quatro décadas. [Música] É, eu já escutei muitos comentários a respeito de surgimento de facções, só que elas sempre tiveram origem dentro do cárcere. Então, se você quiser realmente saber como funciona uma facção criminosa, você tem que estar lá dentro diariamente com ela. Não adianta passar um dia numa comunidade, você tem que estar lá dentro. A primeira grande facção realmente surge no presídio da Ilha Grande, no governo militar. Infelizmente teve uma uma alguma alma na década de 70 que resolveu misturar presos políticos com bandidos comuns, tá? Todos são convencionais, mas um era denominado como preso político. Eles tinham viés de quê? Combater o governo. Hoje é sabido que alguns participavam desses treinamentos lá fora, seja em Cuba, seja onde foi, táticas de guerrilha, desestruturação de governos, inteligência, contrainteligência e tudo que a gente sabe que envolvia esses processos revolucionários da época. O que que foi passado para essas facções na época, quando eles se uniram dentro do Instituto Penal Cândido Mendes, na Ilha Grande, todas essas técnicas oriundas desses treinamentos de guerrilha feitos lá fora por esses pseudos revolucionários que combatiam o governo da época. Então ali foi a semente da primeira organização criminosa. Essa união deu início realmente a falange vermelha, a falange de jacaré, que eram presos que já eram vinculados ao Jacarezinho, e os demais eram os da falange vermelha, que eram presos que depois posteriormente mudaram seu nome para essa facção chamada com nome vermelho. Era o conhecimento de guerrilha. Vamos nos organizar como se organiza uma célula terrorista, como é que se desestabiliza um governo, uma administração. Então eles resolveram começar a colocar em prática para desestabilizar a administração desse Instituto Penal. Vamos fazer greve de fome, vamos começar a reivindicar coisas, vamos começar a juntar dinheiro, vamos começar a realmente financiar os nossos projetos. A princípio era para quê? melhorar a convivência dentro do cárcere. Então, originariamente foi para vamos melhorar nossa vida, como tudo no começo é romântico e poético. Só que eles viram que aquilo ali poderia se ser colocado em prática para quê? cometimento de crimes. Então, realmente deixou de ser uma organização de pessoas que estavam dentro do cárcere para realmente virar uma organização criminosa, organização para cometimento de crimes. E com isso eles foram se aperfeiçoando, eles foram se profissionalizando, eles têm uma organização realmente que faz diferença dentro do cárcere. tudo que é organizado, ele passa de uma forma mais eh hierarquizada. Eles têm hierarquia, sim, eles têm as suas, digamos assim, os seus decretos, as suas leis, as suas seus slogans, né? E outras facções, obviamente, outros grupos, né? Vieram meio copiando, né? meio fazendo com que eh parecesse com comando vermelho. No próprio presídio da Ira Grande tinham bandidos de uma comunidade específica, de uma favela específica Jacaré, que não queriam se aliar essa facção e montar uma segunda facção que depois depois muito depois se torna o terceiro comando. O terceiro comando, ele vai sofrendo variações porque ele ele tem várias comunidades no Rio de Janeiro que são isoladas e cada bandido de uma facção dessa vai provocando dissidências. Aí surge em algum momento terceiro comando puro, uma dissidência que vai ficando mais forte. Depois surge o ADA já na década de 90, até final da década de 90, com uma proposta bem parecida com o nome, amigo dos amigos. Era uma proposta realmente de ser uma facção menos sanguinária, que enfrentava menos a polícia. Eh, parece engraçado eu falar isso para você, mas tinha algumas histórias no BOP na minha geração. Pimenté, ADA não atira em polícia, né? Atiravam sim, se tivessem cercados pela polícia, tá? Terceiro comando, não atira em polícia também. Só atiravam na polícia se tivessem cercados, mas não tinham aquela disposição do comando vermelho de atacar a polícia. Comando Vermelho até hoje ataca policiais. Está atirando. [Música] 1981. Vim pro Rio de Janeiro. Eu vim pro Rio de Janeiro porque já era um adolescente problemático na cidade de Rio Grande, onde eu nasci, no Rio Grande do Sul. Meu nome é Cláudio Piumma, né? Eu fui mais conhecido como gaúcho. Eh, foi um dos chefees do tráfego do complexo do alemão em várias comunidades da Bada Fluminense. Foi um do general da facção Comando Vermelho. Eu via muito eh por televisão, por meios de comunicação, eh como funcionava o crime no Rio de Janeiro e em outras cidades do país. E então ali eu via que uma visão mais ampla de melhorar a vida através do crime. Eu lembro que eu via muito na época era uma série chamada Bandidos da Falange, né? Era uma série que passava na Rede Globo, era Bandidos da Falange. E eu ouvia falar muito em Escadinha, esses caras, né? era os cara mais emblemático da época do crime no Rio de Janeiro. Enfim, isso aí me passava uma sensação de que a vida podia melhorar através daqueles crimes cometidos por eles e que eu tinha que fazer a mesma coisa para ter uma vida melhor. Aí fui roubar uma mansão lá em Novo Iguaçu, fui preso, me mandaram pro padre Sivirino. O padre Sivirino era tipo uma escola do crime. essa rapaziada que eu conheci no padre Sivirino, começa a minha carreira no crime do Rio de Janeiro. E aí comecemos se envolvendo o tráfico de drogas também no Gogó da Ema. A partir daí eu comecei a a receber presos que refugiando a Ilha Grande, que eu era um cara que eu já estava na rua, né? Eu já estava fortemente armário com a quadrilha, essa solução de bancos, recebi esses caras e tal e acabei me tornando parceiro dessa rapaziada da Ilha Grande e ele já viia com uma filosofia da Ilha Grande, do presídio, de chegar na rua, assaltar banco, carro forte, essa situação toda, e sempre mandar alguma renda pra prisão. E ali eu fui passei a entender o que que era e qual era o objetivo da facção Comando Vermelho. A ideologia era fazer o que o estado não fazia. Era cuidar das favelas, não deixar ninguém roubar ninguém, ninguém maltratar ninguém, não esculachar ninguém. Se fosse roubar alguém, não esculachar ninguém. Mesmo se fosse rico, podia ser o que fosse. Se esculachasse era decretado a morte, porque não era aceito que se esculachava ser humano nenhum. E quando a gente fala na construção dessa territorialidade, eu fiz menção anteriormente que o primeiro de esforço é a imposição do sistema normativo. [Música] Determina aquilo que pode e aquilo que não pode ser feito no nível local. Isso se dá por meio da imposição de um sistema de justiça, que ele é 100% informal, ele é quase sempre muito brutal, mas ele é ágil, crível, previsível e eficaz. Tudo aquilo que a justiça ofertada pelo Estado não consegue ser. é aquilo que normalmente, vulgarmente, é chamado de tribunal do tráfico. Então, o tribunal do tráfego é um instrumento de coersão que, aliado com outras técnicas de coopação, vai subtraindo progressivamente a legitimidade do do estado dentro daquele espaço segregado. E para quem nunca viu ordem na vida, para quem não conhece o estado, o município, isso passa a ser um apelo sem igual. Imagina você nasceu numa periferia do Rio de Janeiro, uma imundícia, pichação nas paredes, o lixo abandonado. Aí chega lá um traficante e chama o morador e fala: “Ó, quem colocar lixo aqui na rua vai pagar uma multa de R$ 50 e quem colocar pela segunda vez vai tomar uma coça.” Aí para piorar as coisas, esse traficante no dia das crianças manda comprar 5.000 brinquedos. E não é brinquedo vagabundo, não é bicicleta nova. é boneca bonita, arrumadinha e faz uma festa, distribui isso pra comunidade. Pronto, esse traficante virou um herói no local e vai convencer esse morador que esse traficante não é do bem. A missão era sim, bens que que queria, dinheiro, assalto a banco, carro forte, essa situação para poder sustentabilizar as favela, ajudar as pessoas nas comunidades e levar o de melhor pra comunidade. E assim as comunidades abraçavam aquela aquela rapaziada porque tinha um uma ideologia bacana de cuidar daquele povo, das favelas, né? Porque a única forma de entrar algumas coisas pra favela, como sempre foi, como é até hoje, era através do crime dos criminosos da favela, né? Porque a gente sabe que o estado nunca levou nada pra favela e nunca vai levar. A gente faz o papel que o estado deveria fazer, omissão do estado, precisa se levantar alguém possa liderar uma comunidade e que possa fazer que essa comunidade venha se desenvolver e receber as devidas atenções que precisam. Me chamo Douglas Alberto, sou morador dessa comunidade desde que eu nasci, né? Então a gente tem como chamar cria, né? que é da comunidade. E hoje eu faço parte da associação de moradores da minha comunidade, fazendo mediações, né, entre o poder público e a comunidade. É, eu acho que o avanço da criminalidade no estado é a omissão do estado. O estado é o maior responsável por isso tudo que acontece, porque eh a corrupção, né, já se instaurou, a gente vê pelo pelos nossos governantes. Quantos governadores aí no estado do Rio de Janeiro foram presos em em pouco tempo? Não fuma não, que você vai levar. É, então não vem da comunidade, já vem do alto para baixo. E as pessoas vão tomando exemplo como como essas pessoas, né? As pessoas falam: “Pô, para que que eu vou fazer o certo? Porque seu próprio governador não tá fazendo o que é certo”, né? A gente costuma dizer aqui que primeira os problemas vai pra associação, a gente tenta resolver conversando, né? mediano. Caso a gente não consiga, a gente diz que não tem como resolver e aí o tráfico mesmo pega esse problema e resolve da maneira deles. Maluco maluco i rapaz, tem que parar de filmar agora, [ __ ] Acabou, acabou. Várias vezes eu tenho que falar: “Olha, melhor resolver aqui do que o tráfego pegar e resolver com eles lá”. A gente não é connivente, a gente convive no mesmo espaço. Ah, mas convive com o tráfico, mas também convive com a polícia. Então a gente é convivente e a gente tem que conviver para sobreviver, né? Porque você vê tamanho de Santa Marta que é pequeno, né? A gente não tem 0,5% envolvido em tráfico. Você vai na rocinha, que é aquele tamanho lá, você não tem 1% da rocinha envolvida em tráfico. A gente aqui quer o bem-estar da população, que o dinheiro público tem dono. Quem é o dono? Somos nós que pagamos imposto. Então, a Rocinha é essa cidade dentro da cidade, mas a Rocinha precisa prioridade no saneamento básico. A Rocinha precisa de acessibilidade, a Rocinha precisa de melhoria no transporte, a Rocinha precisa eh reformular nossa UPA que tá quase caindo aos pedaços, que a gente apresentou lá. O que que a Rocinha quer? O que a Rocinha não quer, o que a Rocinha quer? Quer paz, tranquilidade, segurança. Que a Renha não quer violência, entendeu? Você não quer violência. Ol vendo a parte que a gente tá aqui, ó. Parece você tá na maior favela do Brasil num feriado. Aqui, ó. Nem até os passarinhos tá de férias hoje. Então, eu vim do complexo do alemão, do seio de uma família de retirantes nordestino, onde eu vivi 45 anos da minha vida, que ainda não era o complexo do alemão de hoje. Era muito mais uma zona rural em transformação do que um complexo com 13, 14 favelas. Como é hoje? Sou de um tempo em que a violência da favela, ela era barbária. Era barbária. Nós pulávamos corpos de alguém que era assassinado paulada, facada, numa briga doméstica até, né? que tinha uma ocupação de entes criminosos, não como hoje. Inclusive eram bandos que tomavam conta do território. Diabo louro, Antônio Russo, Cisso Cabeça. Então era o bando, cada um desses rando controlava um bando que controlava um território. Então a gente vivia num ambiente que era um ambiente de guerra e que tinham esses movimentos de barbária de quando em quando. E a gente vai crescendo nesse ambiente. Na minha geração, o estado já era minoritário. O estado nunca foi a máximo. Na minha época era os DPO, a implantação do DPO, que era uma salinha, um prédiozinho pequenininho com efetivo policial pequenininho já num ambiente gigantesco populacional. O que pode fazer meia dúzia de policiais num ambiente que você sai da curva da presença do bando para o surgimento das facções? Com o surgimento das facções, uma presença de capacidade bélica cada vez mais próxima de uma capacidade de guerra. E aquele DPO continua pequenininho, modesto e só ele representando o estado. Então, desde muito jovem, nós assistimos o estado ser menor, que poderia ser e auxiliar resolver esse problema da violência que cresceu, se estabeleceu, se institucionalizou e hoje é de difícil controle. Se você não é presente, quem é presente crie suas fronteiras, crie suas barreiras. Ora, isso é do humano, isso está na natureza humana. No final do dia, quem pode uma casa, tranca suas portas, fecha as suas janelas para proteger o seu habitat. Então, se o estado não cresceu no território, o que cresceu no território protege o território, não quer perder o território. A desordem começa lá atrás. Por quê? O estado não pode se fazer presente na comunidade através da segurança. Por que não? Nós temos três serviços básicos da da do estado: educação, saúde e segurança. Por que que a segurança não pode? E a gente vê, né, decisões polêmicas do passado de governadores que dizem assim: “Ah, a segurança não pode estar aqui. Se você não pode se fazer presente pela segurança, alguém ocupa esse espaço”. E foi o que aconteceu no Rio de Janeiro. Isso foi difundindo com muita com muita facilidade. O senhor está se referindo ao ex-governo de Leonel Brizola? Exatamente. É, o Brisola foi o foi o assim, pelo menos eh teve a coragem de declarar isso, né? Ele declarou isso e textualmente e disse que não queria a polícia na na comunidade. Bandido tem que ir pra cadeia. O bom policial é aquele que não mata, prende. Jamais fazer da morte um método policial. Nós tivemos um governador, foi o governador Leonel Brizola, que proibiu a polícia de ã, na época a gente falava subir o morro, né? Significa entrar em comunidades dominadas pelo tráfego. Numa perspectiva, não de toda errada, de que o problema crescente da violência no Rio transcende a mera questão da repressão policial. E o Nel Brisola, eu falo para vocês sem medo de errar. Foi o único político que nunca precisou negociar com traficante algum para entrar na favela. Que que ele é um cara respeitado, que ele é um cara visionário, o cara que tinha o discurso na alma e interesse de fazer o menos desfavorecido. Dia de sábado, domingo, feriado, Leonel Brejola não deixava ter operações na favela. Porque ele tinha a filosofia de dizer que era o dia do trabalhador descansar. E nesses dias não podia ter polícia de favela, horário de escola não podia ter polícia em favela, não podia mais prender ninguém sem ter uma testemunha, porque na época a polícia dava muito forjado nas pessoas. Então foi tudo eh atitudes de Leonel Brizolas a favor da população pobre. Eu era criança, bem criança, e eu morava muito embaixo do morro do Juramento. Morro do Juramento foi praticamente o berço do Comando Vermelho, eh, onde era liderado pelo Escadinha, que era um dos líderes do comando vermelho. E eu sabia desde pequena que ali era um lugar que a polícia não subia, que ali era um lugar que a polícia não se metia, porque existia essa visão no aspecto político de que a polícia ela era um representante agressivo do estado, uma reminiscência da época do governo militar. Então, eh, retirar a polícia era um sinônimo de liberdade, um sinônimo dessa dessa redemocratização que o Brasil estava vivendo. Mas essa liberdade, sem nenhum tipo de regra, sem nenhum fornecimento do Estado, do que ele tinha que fornecer, não podia dar certo. Houve um pouquíssimo investimento em segurança pública. No governo Brisola, nós tínhamos viaturas velhas, nós tínhamos armamento ultrapassado, mas sinceramente, se o Brisola fez algo muito ruim pro Rio de Janeiro na segurança pública, deveríamos ter revertido isso nos próximos governos e não conseguimos. Então, eu não tenho uma opinião de que o Brinzola foi o foi o pior pro Rio de Janeiro, não. Eu entendo que a sequência de governadores do Rio de Janeiro, com pouquíssimo compromisso com a segurança pública, isso sim foi a tragédia do Rio de Janeiro. A partir daí, os traficantes passaram a ganhar muito mais dinheiro, né? já ganhavam bastante, passaram a lucrar muito mais, porque, evidentemente, sem a presença da polícia, o comércio de de cocaína e outras drogas, né, principalmente cocaína na época, ficou mais fácil. E eles investiram esses lucros maiores, né, que eles passaram a ter na compra de armamento mais sofisticado. Foi aí que o fuzil ingressou na crônica policial do Rio de Janeiro. E nesse momento só os criminosos tinham fuzil.









