Ninjas são uma farsa? A verdade histórica e a construção do mito que inspirou os animes
0Ninjas realmente existiram, mas não eram assassinos treinados, não usavam shuriques nem se vestiam de preto. Nem preciso falar daqueles poderzinhos que a gente vê em Naruto, né? Mas se tudo isso é sua ficção, seriam os ninjas algum tipo de farsa? Como eles realmente eram? E será que existe algo neles que justifique o ícone cultural que eles se tornaram? É isso que eu quero te mostrar agora. Ninja. Escrevendo essa palavra em japonês, a gente tem duas letras. A primeira significa resistir ou se esconder, enquanto a segunda significa simplesmente pessoa, ou seja, uma pessoa que existe ou uma pessoa que se esconde. E mais, especificamente, a primeira letra com significado de resistir era um tanto quanto especial. Ela é formada pela letra que significa lâmina na parte de cima, enquanto na parte de baixo a gente tem a letra que significa coração. Isso passava a seguinte mensagem: “Se o ninja não controlasse seu coração para resistir das raivas, angústias e tentações, a lâmina iria cortá-lo.” Dependendo da tradição, essa interpretação pode até mudar um pouco, mas sempre enfatizava a importância de você controlar as suas emoções para manter uma mente clara, sendo que isso deveria ser um dos pilares da mentalidade de um ninja. E eles realmente precisavam desse pilar. Antes da unificação do Japão, aquele território vivia em conflito constante entre diversos clãs samurais. E os níndias eram, em sua maior parte samurais especializados na tarefa de espionar, tendo desenvolvido uma grande quantidade de técnicas, ferramentas e toda uma tradição para essa atividade. Tradição essa que hoje a gente ainda consegue ter acesso em alguns documentos, em especial os que ficaram conhecidos como os três grandes livros ninjas. Shonink, registro do verdadeiro ninja. Niden, tradição secreta ninja. E Bansen Shuukai, que significa algo como todos os rios se reúnem no mar. Todos eles recheados de informações sobre as atividades, crenças e ninjutsos que eles usavam. Mas claro que ninjuts aqui não tem nada a ver com os poderzinhos que a gente vê em Naruto. Também não era nenhum tipo de arte marcial secreta que só os níndias praticavam. Ninja is era simplesmente qualquer tipo de técnica que ajudasse o ninja no seu propósito de espionar. E tinha duas abordagens que esse ato de espionar poderia seguir, a dos chamados ninja in dos ninja yang, seguindo bem o conceito taísa de in, onde os opostos se complementam. Os ninjas Yan eram aqueles que trabalhavam na luz do dia, bem distante daquela imagem de ninja que aparece, some no meio das sombras que acaba vindo à nossa mente. Eles aplicavam aquela velha estratégia de que se você quer esconder uma árvore, coloque-a na floresta. Então, ao invés de se esconder literalmente, eles simplesmente se mesclavam completamente com a população local, se mantendo indetectáveis, mesmo completamente expostos. Esses ninjas eram verdadeiros mestres do disfarce, sendo esse um jutso indispensável para eles. Geralmente eles se disfarçavam de algum tipo de pessoa que fosse conhecida por viajar constantemente, como vendedores, artistas e amostes. Esse último era um tipo de monge que peregrinava pelas montanhas, mas não era simplesmente trocar de roupa. Para passar credibilidade, os ninjas aprendiam profundamente sobre a ocupação que eles estavam disfarçados e sobre como aquele tipo de pessoa tendia a se comunicar. Assim, eles se tornavam capazes de não levantar nenhum tipo de suspeita, mesmo sendo completos forasteiros. E outro jutsu que também era usado para ajudar nesse processo de ganhar a confiança da população local era viajar junto com uma concubina e apresentá-la como sua esposa, já que um viajante acompanhado da esposa levantava muito menos suspeitas que um solitário. Para esse tipo de ninja também era essencial dominar o dialeto e a cultura do local onde ele estava infiltrado. E acima de tudo, ele precisava ser uma figura carismática, alguém que os outros querem por perto. E somente assim ele conseguiria criar as conexões, que seriam as fontes de informação que ele usaria. E por mais que esse tipo de atividades fiquem longe do ideal que a gente tem de um ninja, era justamente isso que era responsável pela maior parte dos resultados que os ninjas alcançavam. Inclusive, em alguns textos, a gente consegue observar ninjas dando verdadeiros sermões, dizendo que o mais importante para um grande ninja não era saber escalar paredes, nem atravessar rios, ou muito menos abrir trancas, mas sim conseguir se aproximar de pessoas de todas as regiões e manter um contato amigável com elas. Ou seja, um grande ninja não era aquele que invadia e se escondia melhor. Um grande ninja era, antes de tudo, um gênio em fazer amigos e extrair as informações que precisava desses amigos. Sempre que fosse possível, os ninjas cumpririam suas missões apenas usando essa abordagem mais pacífica e segura. Afinal, eles foram fortemente influenciados pel estrategistas de Nei Sansã, que há mais de um milênio antes já dizia que a suprema arte da guerra era vencer sem lutar. Porém, nem sempre isso seria possível. E aí que os ninjasin vão entrar, complementando onde o trabalho dos ninjas yan fosse insuficiente. Os ninjas sim vão ser aqueles que vão realizar as tarefas mais próximas do nosso ideal de ninja. Vão agir na calada da noite, escalar muro, invadir castelos e também vão ser eles que fizeram surgir a maior parte dos mitos que a gente vê hoje, como a ideia dos ninjas atuando como assassinos profissionais. A verdade é que a gente não tem nenhum registro que corrobora com essa ideia. Na verdade, nós não temos nem sequer um só caso de assassinato que seja atribuída a um ninja. Claro que isso não quer dizer que eles nunca tenham matado ninguém. Dada a natureza da atividade deles, isso é altamente improvável, na verdade. E a gente até tem registro de alguns jutos que caso fossem executados, seriam sim bastante letais. Por exemplo, numa invasão do completo escuro, o ninja era instruído a pegar a bainha de sua espada, estendê-la e quando ele sentisse que ela tinha batido em alguém, ele deveria cortar imediatamente, o que muito provavelmente levaria esse indivíduo a óbito. Mas mesmo que eventuais mortes pudessem acontecer durante a missão de um ninja, é bastante claro que o trabalho dele não era esse. Se eles pudessem entrar sorrateiramente e cumprir o objetivo deles sem serem detectados e depois saírem sorrateiramente, é certamente isso que eles fariam. Outro mito que é bastante difundido é sobre a utilização de um uniforme todo preto. Mas se você parar para pensar, só a ideia de um uniforme para os ninjas é algo meio estúpido. Tipo, por que que um espião teria um uniforme? Eles precisavam é de roupas que fizessem com que eles não fossem notados facilmente, algo que se alguém os visse de relance, não possibilitasse que essa pessoa distinguisse ele de mais alguém que realmente deveria estar naquele lugar, não algo que simplesmente gritasse que ele é um invasor. Então eles usavam vários tipos de roupas, sendo essas as roupas que eram populares na época e que não chamariam tanta atenção. Poderam ser marrom, laranja. Agora é o momento que você que sempre julgou o Naruto por usar uma roupa muito chamativa, pede desculpas. Tá bom. Isso daqui é só um vermelho que esbotou por conta do pergaminho ser muito antigo, mas vermelho é tão chamativo quanto laranja, então tá valendo ainda. E quando eles fossem cobrir o rosto, eles simplesmente usavam panos e não uma máscara. E é claro que esses mitos também chegam nas ferramentas que eles usavam. A mais famosa, as shuricanes, na verdade não são citadas em nenhuma das listas de ferramentas ninjas que nós temos. Talvez elas até fossem usadas bem eventualmente, mas certamente não era uma arma que os ninjas sempre carregavam consigo, igual a gente vê na ficção. Como arma de arremesso, eles tendiam a usar mais as agulhas. Na verdade, elas além de mais leve e discretas e também servirem como uma arma de dissuazão, ainda tinham múltiplas finalidades. Uma das mais legais era servir como uma espécie de bússola improvisada. Eles simplesmente esquentavam a agulha para magnetizá-la e depois colocavam ela para boiar. E pronto, eles tinham uma bússola. Isso era extremamente útil para eles se localizarem em noites que não dava para ver as estrelas. Isso porque nas noites que elas estivessem visíveis, eles conseguiriam se localizar apenas com seu conhecimento de astronomia, que também era um dos seus injutsos. Mas por mais que as shuriques não fossem uma ferramenta muito comum, pelo menos as cunais eram, apesar de que elas eram muito mais ferramentas para abrir portas e escalar do que uma arma em si. E além dessas que ficaram mais famosas por causa dos jogos de animê, a gente tinha uma enormidade de ferramentas ninjas com as mais diversas funções. Tinha diversos tipos de escada de corda ou ganchos amarrados em cordas para escalar, uma espécie de boia e pés de pato primitivos que ajudavam na travessia de rios. E curiosamente essa ferramenta em específico acabou gerando diversos mitos também por conta do seu nome Suiu e Comou, que são aquelas aranhas que ficam em cima da água. Muita gente acreditava que elas eram usadas nos pés, andando por cima da água, mas infelizmente as leis da física não permitem esse tipo de coisa. E também tinha uma série de ferramentas para abrir portas e estourar portões e muitas, mas muitas mesmo, ferramentas incendiárias. Os documentos ninja que nós temos realmente vem recheados de formas de preparar tochas, flechas incendiárias, pólvora. Os ninjas certamente tinham um pezinho na piromania. E é claro que além das ferramentas, a gente também tinha uns jutsos que ajudariam eles a não serem detectados. E isso começava antes mesmo da invasão em si, com eles isolando da luz do sol por dias para acostumar suas vistas a um ambiente sem luz. Segundo uma carta do líder do clã samurai Rode do ano de 1651, era comum que os nçassem a preparar suas vistas de 7 a 5 dias antes invasão. Já outros documentos afirmam que esse treinamento podia durar até 35 dias, mas esse provavelmente é um número exagerado. Já na hora da invasão mesmo, eles tinham justos de todo tipo, desde coisas bem simples, tipo pular em cima de arbustos quando fosse descer de um lugar alto para evitar se ferir ou algumas coisas mais criativas. Por exemplo, se o ninja tivesse precisando tcir, ele poderia pegar a ponta de um pedaço de bambu, enfiar ela no chão e tcir dentro do bambu, evitando assim a propagação do som ou até um jeito de andar sem fazer barulho, colocando suas mãos embaixo dos seus pés, o que certamente parece meio ridículo, mas dava resultado. E quando todos esses esforços falhavam e eles eram detectados, o que restava era correr e espalhar Macbish pelo caminho. No caso, essas são aquelas taxinhas ninja. Mas se nada funcionasse e a captura realmente parecesse inevitável, aí só restaria o churrascamento, tipo, literalmente mesmo. Nessa situação, o ninja ele deveria colocar fogo nos arredores e encher de pólvora um futom que estivesse perto dele, o que garantia que pelo menos o seu corpo não seria reconhecido pelos inimigos. Infelizmente a gente não vai ter nenhum jutos se você faz uma sequência de gesto com as mãos e solta uma bola de fogo. Mas a notícia boa é que esses gestos de mão ou selos numa tradução mais literal realmente existiram. Na vida real, eles estavam completamente conectados com uma das coisas mais intrigantes sobre os ninjas, que eram suas crenças e práticas religiosas. As crenças dos ninjas não vem de uma religião específica. Na verdade, elas eram fruto de um processo de sincretismo do xintoísmo, taoísmo, budismo esotérico e um pouco de confusionismo. Ou seja, era uma grande mistura de crenças originadas de diversos pontos do leste asiático. E a gente já consegue observar essa mistura nos selos de mão que os ninjas usavam. Eles eram usados principalmente dentro de uma prática chamada kudigimbo ou o método de autodefesa das nove letras em português. A origem dessa prática vai estar no taoísmo, mas especificamente no livro Palpud do alquimista Kon, onde tinha um trecho que dizia que se você fosse entrar nas montanhas, nove letras deveriam ser pronunciadas em voz altas como um tipo de encantamento para trazer proteção. E chegando no Japão, esse conceito vai se mesclar com a prática de fazer selo com as mãos, que já era bastante comum dentro de uma corrente esotérica do budismo japonês chamada Miku. Então, para cada letra, passou a ter um selo que era feito junto com a pronúncia da letra. E esses eram rim avançar pior soldado do batalha chá pessoa kai todos de informação de batalha retu fileira z estar star zen frente. E essas letras representariam a frase noomaka minaare, que literalmente significa algo como soldados que avançam, pessoas que lutam, todas marchem em formação de batalha, estejam à frente, o que trazia a ideia de que você não estaria sozinho, mas sim com todo um exército de aliados junto contigo. E para finalizar o ritual, Ninja fazia o selo da lâmina com a mão e faria nove cortes no ar, sendo cinco na horizontal e quatro na vertical. Acreditava-se que com esse ritual o ninja se protegeria de desastres e também afastaria os espíritos da preocupação e ansiedade, deixando assim a sua mente livre das angústias e permitindo que focasse somente na missão que ele iria executar. Mas esse não era o único ritual que os ninjas usavam os selos de mão. Outro que era amplamente utilizado pelos ninjas era o Maristin Yongo ou o método da invisibilidade de Maristéin. Maristen no caso é uma divindade budista associada à luz e ao sol. Fora do Japão, ela vai ser representada como uma figura feminina e ser chamada de Marice. Mas no Japão, especificamente, foi mais comum representada como uma figura masculina que teve muitos devotos, principalmente dentro da classe guerreira, tendo sido tomado como uma espécie de protetor por samurai e posteriormente pelos ninjas também. Sendo uma divindade associada à luz, ele também era visto como um deus das ilusões e invisibilidade. E buscando essa invisibilidade, os ninjas faziam o seguinte ritual. Eles começavam lavando o corpo para tirar todas as impurezas e com o corpo já limpo, o ritual começava de fato com eles fazendo o mesmo selo que aparecia na letra pio, a de soldado. Aí eles deveriam levar as mãos até a área do coração sem desfazer o selo. E com as mãos lá eles falavam mantra de maristém ou um anite mariei soaka. Isso sete vezes. Tendo terminado essa primeira parte, ele ainda não desfazia o selo e encostava as mãos na testa, ombro esquerdo, ombro direito e colocava em cima da cabeça. E para finalizar, eles desfaziam o primeiro selo sem tirar as mãos da parte de cima da cabeça e agora faziam o selo que aparecia na letra zen, que significa frente. E mantendo esse selo encostado na parte de cima da cabeça, eles falariam o mantra de Marie Chitrin por mais só 108 vezes. E com isto, por mais que eles não se tornassem literalmente invisíveis, certamente tinha os benefícios atrelados a uma prática de meditação. Mas os rituais que os indíndias praticavam também iam muito além dessas práticas de meditação que a gente viu. Também tinham vários rituais envolvendo atirar flechas para direções específicas em momentos específicos e até coisas que a gente facilmente poderia chamar de magia negra. Por exemplo, no documento yo kanka mukugi, nós temos um juts chamado Konohaga, algo como escondido nas folhas ou oculto nas folhas em português. E lá a forma de fazê-lo é explicada da seguinte forma. No quinto dia da quinta lua, arranque o fígado de um cachorro preto sem nenhum pelo branco e pendure para secar na sombra até o 17º dia da oitava lua. Depois, três vezes por dia, escreva em sânscrito no fígado, transforme pó e sempre cubra em sete camadas de brocado. Agora, quando for se esconder, segure folhas em frente ao seu rosto e se você passar o pó de fígado nelas, as outras pessoas não poderão te ver. Vários rituais nesse estilo são citados em múltiplos pergaminhos ninja, coisas como arrancar os olhos de algum animal enquanto ele ainda está vivo ou escrever nesse animal alguma coisa. E é o que tudo indica, eles eram sim relativamente comuns, mas isso também não significa que todo ninja fazia e acreditava nesse tipo de ritual. Nós também temos algumas evidências que vão no sentido contrário disso. Por exemplo, nós temos um pergaminho que afirma que eles não realmente acreditavam que esses rituais poderiam trazer algum efeito sobrenatural, mas era algo que eles realizavam para se sentirem mais confiantes e conseguir manter a calma na hora da invasão. E certamente também existiam ninjas completamente céticos que deixavam de lado toda essa parte mais ritualística. e também levando em conta que o auge dos ninhas foi no período sem Goku e que próximo ao final desse período teve o contato dos portugueses com os japoneses e com isso um número bem considerável de conversões para o cristianismo, tendo até vários casos de samurais e daio se convertendo, é bem possível que a gente tenha tido um pequeno número de níndas cristões, apesar de até hoje não ter sido encontrada nenhuma evidência concreta disso. Como eu disse, o áudio dos índias foi no período Sen Goku, que é marcado pelos conflitos constantes e vai da metade do século XV até o começo do século 17. Mas como foi a decadência deles e como é que eles chegaram ao fim? [Música] A decadência dos ninjas vai começar na era Edo, que é marcada pelo domínio absoluto do clã Tokugawa e por ser uma era que o Japão se isolou do resto do mundo. E isso tudo fez com que o Japão ficasse extremamente estável, não tendo conflitos na maior parte do período. E se os ninjas prosperavam nos períodos de guerras constantes, aqui eles começaram a perder parte de sua função. Mas enquanto na realidade eles sofriam essa grande queda, ao mesmo tempo foi nessa era que a imagem do ninja que a gente tem hoje começa a se formar no imaginário popular, principalmente por conta do teatro japonês, em especial. Foi aqui que eles ganharam um uniforme preto padrão. Porque esse uniforme na vida real atrapalharia eles, no teatro era desejável que a plateia imediatamente reconhecesse o ninja quando ele aparecesse. Também foi aqui que eles passaram a ser vistos como assassinos profissionais, porque, né, um assassinato é muito mais dramático do que uma missão que se resume a coletar informações. E também foi aqui que os selos de Mon passaram a fazer efeitos mirabolantes, como sumir na fumaça ou se transformar em animais, ao invés de serem simplesmente algo religioso. Mas mesmo que na era Edo as atividades dos ninjas tenham caído bastante, elas nunca chegaram a sumir completamente. E aqui a gente também vai ter o surgimento de um dos grupos ninjas mais conhecidos. Isso é, se a gente pode chamar eles a si mesmo. Com a morte precoce do sétimo Shogum, o ramo principal da família Tokuga acabou ficando sem nenhum nome para assumir o governo. Então acabou que alguém dos ramos secundários da família assumiu o posto. Mas o problema é que como ele era alguém de fora, ele não tinha plena confiança nos vassalos do Chogunato. Então, quando ele vai pra cidade de Edo para assumir o posto de Shogun, ele leva consigo 17 vassalos de uma classe mais baixa, mas que tinham a confiança dele. Oficialmente, eles atuariam apenas como guardas no jardim. E é justamente isso queaban significa. Mas por debaixo dos panos, eles seriam espiões pessoais do Shogun. E a dinâmica que eles entravam em contato um com o outro era bem curiosa. O Shogun simplesmente iria passear no jardim, ir até uma área mais deserta e ele iria simplesmente falar em voz alta a missão, sem fazer nenhum tipo de contato com Vassalo. Tecnicamente eles não eram ninjas, já que eles não faziam parte de toda aquela tradição que a gente viu. Mas por serem um tipo de espião, eles acabaram entrando no imaginário como os ninjas do período Edo. E hoje a gente consegue ver referências a eles em diversos animê como Ururoni, kenin, One Piece e Katanagatari. E se os ninjas já tinham perdido muita importância com a era Edo, quando ela acabou, eles sumiram de vez. E não foram só eles. A classe samurai como um todo foi abolida na restauração Meidi. E no lugar vai surgir um exército profissional no padrão dos estados nação europeus. Mas mesmo depois que eles deixaram de existir, eles ainda ganharam mais duas características marcantes que formam a imagem de ninja que temos hoje. A primeira foi, por incrível que pareça, o próprio nome Ninja. Na verdade, essa palavra só surgiu no final da década de 50 com o sucesso da série de novels N, que em 2005 foi adaptada para animê com o nome de Basilisk. Mas a verdade é que na época que os níndias realmente existiam, ninguém dizia ninja. Só que ao mesmo tempo, a palavra ninja não foi simplesmente inventada do nada, ela é simplesmente uma leitura mais nova das duas letras que formam a palavra que eles realmente usavam. Ou seja, a palavra que os ninjas utilizavam se escreviam igualzinho o ninja que nós temos hoje, mas era falada shinobono. E a outra característica marcante que eles ganharam na mesma época e por conta da mesma série de nóvs, foi a noção de cunoites como mulheres ninja. A palavra noite só aparece de fato no bansen Shuai e lá a gente tem até a etimologia dela que vem do fato que se a gente pegar o katakanaku, o katakano e o candit, a gente consegue formar o ideograma de mulher combinando esses três traços. Mas o problema não é nada disso, e sim a forma com que esse texto descreve elas, que passa mais perto de ser como ferramentas do que como mulheres ninja. De fato, como no trecho, o jutso daunoite é a pessoa que transforma essas três letras em uma. Em outras palavras, é colocar uma mulher para espionar. Utilize esse jutso para lugares que seria difícil um homem entrar. As noites são ardilosas, inaptas. Tanto seu conhecimento como suas falas são superficiais. Por exemplo, mesmo ser parte censurada, sem supervisão se tornarão inúteis. Se tiver alguém para supervisionar, faça-as jurar solidamente em um papel apropriado. E depois de fazê-las ouvir bem sua promessa, conduzo à esposa de seu inimigo com os meios apropriados. Caso a Noite se torne serva dela, no tempo desejado o sucesso será alcançado. Essa censura no meio do texto não fui eu que coloquei. Na verdade, até hoje nunca foi encontrada nem sequer uma cópia desse documento que não esteja censurada. Então, naquela frase em específico, a gente não faz ideia do que poderia estar escrito. Mas claro que esse texto não é uma prova definitiva que nunca existiu nenhuma mulher ninja. Na verdade, a existência delas continua como algo incerto. Mas uma coisa que não é nada incerta é a importância do seu like, de você hypar esse vídeo e se inscrever no canal. Pode ter certeza que isso é algo vital para que eu produza mais vídeos como esse. E também não esquece de comentar o que você achou. E aqui na tela eu tô deixando um vídeo em qual eu comento a ligação da cor azul com o conceito de juventude em japonês, que é algo que a gente vê escondido em vários animê.