o AUGE e a QUEDA da MTV Brasil: a revolução impossível na televisão

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Os anos 90 tinham um som próprio. Era o barulho da fita rebobinando no walk, do CD pulando dentro do diskman, da conexão de escada entrando no bate-papo da Wall. Nas rádios e nas ruas era um caldeirão de estilos. O grunge do Nirvana dividia espaço com o Pop das Spice Girls. O rap dos Racionais tocava nas quebradas enquanto o Aché bombava no litoral. Tinha é o Chã, tinha Backstreet Boys, tinha Planet Hamp e tava tudo certo. A galera se vestia de um jeito esquisito que hoje é cool de novo. Jeans largos, pochete, cabelo com gel, camiseta da Bad Boy, a referência de moda, a revista Capricho e o catálogo da company. O auge do rolê era sair no shopping e comer uma batata no Bobbs, andar de bike pelas ruas do bairro e alugar uma fita na locadora e não esquecer de rebobinar. MSN e CQ, isso aí ainda não existia. E celular, só aqueles tijolões. Ser jovem nos anos 90 era um ritual, rebeldia e muita vontade de se expressar. Mas onde que tudo isso se encontrava? E onde que essa mistura de música, moda, atitude e comportamento se via na prática? A resposta era simples e tinha três letras: MTV ou MTV. Por um bom tempo, ela foi a coisa mais viva da televisão. Trocava de rosto o tempo todo, falava alto, fazia bagunça e de algum jeito conectava a gente como ninguém. Parecia impossível imaginar a vida sem ela, mas um dia tudo mudou. Sim, eu sei. A espera foi longa, mas hoje a gente volta no tempo para entender essa revolução que começou com clipes e virou programa de namoro, desenho tosco, talk show sem filtro, comédia improvisada e no fim das contas um estilo de vida. Foi um canal que fez barulho, lançou moda, bateu de frente com todo mundo e deixou uma marca que ninguém mais conseguiu copiar. Mas o que que aconteceu com esse furacão chamado MTV Brasil? Como algo tão intenso foi perdendo força até sumir do mapa. Hoje você vai saber a história completa. [Música] Teria perder emprego, cara, se eu tivesse encostado a mão naquele cara ali. Essa [ __ ] funcionar direito pra gente certo essa [ __ ] [Música] E a MTV liberou o beijo gay. [Música] Se nomes como disk MTV ou Hermes e Renato te trazem um quentinho no coração, eu sinto lhe dizer que já bateu a idade para arcar com as responsabilidades da vida, né? Pois é, pagar conta não é fácil, mas com a UVP Bom, antes da gente começar, preciso fazer um desabafo. Foi muito mais difícil do que eu imaginava encontrar material para ilustrar esse vídeo. Muita coisa da MTV simplesmente se perdeu. Não só os vídeos e registros, mas informações básicas que deviam estar por aí. Vários vídeos sumiram da internet, programas, várias imagens estão com a qualidade muito baixa e tem muitas histórias aqui que parecem lendas urbanas. Então, nem tudo deu para mostrar aqui, tá? Isso tem um motivo muito claro, tá? Eu vou mostrar com detalhes no final desse vídeo. A MTV ou Music Television nasceu nos Estados Unidos no dia 1o de agosto de 1981. Ela surgiu de uma parceria entre duas gigantes, a Warner Communications e a American Express. Isso mesmo, aquela lá do cartão de crédito. A ideia era usada pra época. Criar um canal de TV que exibisse videoclipes 24 horas por dia. Sem novelas, sem jornal, só música. Clipe atrás de clipe apresentado por jovens carismáticos que logo ouviram ícones, os famosos VJs ou videoqueys. Agora vale o parêntese, os videoclipes já existiam muito antes da MTV. Lá nos anos 60, os Beatles, por exemplo, já usavam vídeos para divulgar suas músicas. Mas o que a MTV fez foi transformar essa ideia em formato de televisão, um canal inteiro só para isso. E você faz ideia qual que foi o primeiro videoclipe exibido na MTV? A resposta é video Killer the radio star da banda de Buggles. Pelo nome já dá para sacar que não foi uma escolha qualquer. Era quase uma profecia. O vídeo matando a estrela do rádio. Um título simbólico que anunciava a revolução que estava prestes a acontecer e como a televisão mudaria para sempre a forma como a gente consome música. Não demorou muito paraa MTV virar um fenômeno cultural, principalmente entre os jovens que passaram a consumir música de um jeito diferente com os olhos e não só com os ouvidos. A estética virou parte da experiência. Os clipes não só mostravam a música, mas também editavam moda, comportamento e até o jeito de falar. E sem exagero, tudo isso ajudou a moldar uma geração inteira. Com um sucesso nos Estados Unidos, era só questão de tempo até o formato se espalhar. A primeira parada foi a Europa. No dia 1o de agosto de 1987, exatamente 6 anos depois do lançamento original, nasceu a MTV Europa. A programação era transmitida para vários países do continente e rapidamente conquistou espaço. Em pouco tempo já era uma força cultural por lá também. Esse sucesso deu gás para um novo plano da Vaiacon, que agora era dona da MTV. Transformar o canal em uma rede global com versões regionais e adaptações feitas sob medida para cada país. A estratégia da MTV para conquistar o mundo tinha o nome localização, ou seja, pensar globalmente, mas agir localmente. E foi exatamente isso que garantiu o sucesso do canal em vários países, inclusive aqui no Brasil. Por aqui a MTV não só chegou, virou um marco na TV brasileira. Foi a primeira emissora segmentada do país com uma programação totalmente voltada pro público jovem. A transmissão começou de forma tímida. O HF, canal 32 em São Paulo, canal 24 no Rio, mas logo foi se espalhando para outras cidades e também para as operadoras de TV por assinatura. A MTV Brasil nasceu de uma parceria entre o grupo Abril, que tinha licença para operar, e a Vaiacon, dona da marca. A estreia rolou no dia 20 de outubro de 1990, pontualmente ao meio-dia. Primeiro apareceu uma imagem clássica de testes, aquela color bar com o nome Rede Abril. Depois vieram algumas vinhetas institucionais e então quem surgiu na tela foi ela. Oi, eu sou Astrid e é com o maior prazer que eu estou aqui anunciando para vocês que está no ar a MTV Brasil. Astrid Fontinelli, a primeira VJ da MTV Brasil, dando as boas-vindas a um canal que ninguém sabia direito o que era. Desde o começo, a ideia da MTV Brasil era desenvolver uma identidade própria, contando com VJs brasileiros, programas originais e um grande foco na nossa música e cultura pop. A estreia também foi marcada pela exibição do clipe de Garota de Panema, cantada pela Marina Lima. Essa escolha já mostrava a cara do canal. Misturar a cultura musical de fora com a identidade brasileira. Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça. Nos anos 90 aconteceu uma revolução silenciosa na televisão, a chegada da TV a cabo. Até então, a maioria das pessoas só tinha acesso aos canais abertos. Globo, SBT, Record, Band. Eram essas as opções basicamente. Mas com a TV por assinatura, tudo mudou. De repente, dava para assistir canais internacionais, programas 24 horas, filmes sem intervalo, desenhos diferentes, documentários, música, esporte, tudo ali a qualquer hora. A TV aberta continuava existindo, mas perdeu o posto de única opção. Agora ela era só a TV gratuita. Quem podia pagar começava a explorar esse novo universo com dezenas de canais e entre eles, claro, estava a MTV. Mas em alguns lugares a MTV também era um canal gratuito. Na real, a questão dos sinais de TV ainda era uma bagunça. O canal até era transmitido de graça em sinal aberto, mas tinha um detalhe. Ele passava em UHF e isso complicava as coisas. Agora você vai ver como é fácil sintonizar a MTV usando o seu próprio vídeocassete, mesmo que seu televisor não possua receptor de UHF. Para conseguir assistir, você precisava ter uma televisão com seletor de UHF, uma antena específica e bastante paciência para ajustar o sinal. Para quem não tá familiarizado, o HF e VHF são dois tipos de frequência. O VHF era mais comum, mais fácil de pegar. Era onde ficavam canais como o Globo, SBT, Record. O UHF, por outro lado, era mais chatinho. Em muitas cidades, o sinal era fraco, instável ou simplesmente não funcionava direito. Em lugares como o Rio de Janeiro, a MTV chegou a ser transmitida também em VHF, o que facilitava bastante pra galera sintonizar e acompanhar a programação. Te vejo na MTV. O investimento inicial na operação da MTV Brasil foi significativo pra época, com cerca de 20 milhões de dólares. O foco da emissora era, claro, atingir jovens de 15 e 34 anos, predominantemente das classes A e B, com o slogan Te vejo na MTV, consolidando a proposta de criar uma relação próxima e pessoal com o público. Eu quero a minha MTV. Te vejo na MTV. Eu quero minha MTV. Eu quero minha MTV. Te vejo na MTV. Te vejo na MTV. MTV, a sua música favorita. Relação essa que não seria a mesma sem o carisma dos apresentadores. O time inicial de VJs foi fundamental para estabelecer a linguagem e o carisma que se tornariam marcas registradas da MTV. Outro fator foi a programação simplesmente única que explorava diferentes formatos e linguagens. Numa combinação de 70% de conteúdo internacional. com 30% de produção brasileira. A programação inicial foi marcada por clássicos como o Disco MTV, um dos programas mais icônicos e de maior audiência que durou 16 anos. Era a parada diária dos videoclipes mais votados pelo público por telefone e depois pela internet. A primeira apresentadora do Disco MTV foi Astrid de Fontinelli. Estamos na reta final do nosso Dis MTV que hoje veio com algumas mudanças, né? Acho que era Guns and Roses voltou pra parada, voltou na oitava posição. Ela estabeleceu um padrão de apresentação carismática e conectada com o público que ajudou a moldar a identidade inicial do canal. Mais tarde, ela comandou outras atrações da casa e passou o bastão paraa Cuca Lazaroto, outra VJ da formação original. A sucessão de apresentadores foi enorme até o fim do programa em dezembro de 2006. Vale lembrar que os videoclipes mais pedidos durante a semana pelo Disco MTV eram exibidos todos os sábados no Top 20 Brasil. Dando sequência à programação, também tinha o MTV no ar, que era comandado por Zeca Camargo, que trouxe um perfil mais jornalístico a MTV, com credibilidade e conteúdo relevante sobre música e cultura pop, ajudando a mostrar que o canal podia ir além do entretenimento puro. O Fúria Metal, que mais tarde se chamaria apenas Fúria, foi outra atração duradora. era dedicada ao heav metal e apresentado no começo por Gastão Moreira, assumindo a missão de ser um embaixador do metal na emissora. Ele se tornou uma referência para os fãs do somado, ajudando a popularizar inúmeras bandas no Brasil, sempre com o seu visual marcante e um baita conhecimento do gênero. A música, amo música, a coisa que eu mais gosto na minha vida. Vou fazer esses testes. Fui lá no Aeroanta, que era uma casa noturna extinta de São Paulo. E eu fiquei ali bem na minha e fui chamado para um cara que era bem gente boa de oclinhos, cabelinho enrolado, que era o Titi. Na hora que eu tava indo embora, um cara que trabalhava lá, que chamava Ari, meu amigo Arizinho, falou: “Cara, se ele gostou de você, fica aí, porque o cara é o dono”. Falei: “Nossa, cara, cancelei minha volta pra Inglaterra, fui fazendo os testes, eu fiz mais de 10 testes, para te falar a verdade, sempre simulando entrevistas, blá blá blá, aí ficava assim”. 3.000 candidatos para seis vagas. 1000 candidatos para seis vagas. 300 para seis, 100 para 6, 50 para se quando eu vi já tava na final. Eu ainda tava nessa. O último teste que eu fiz tinha um pessoal da MTV gringa presente e fiquei naquela expectativa depois do teste. Nessas teve uma feira em São Paulo, eles fizeram ali no projeto CP, um lugar gigantesco. Eles fizeram uma feira maravilhosa com vários stands. Cada stand era um programa Dis MTV, Fúria Metal. Quando eu entrei no stand do Fúria Metal, tá passando inner sepultura. Eu falei: “É isso que eu quero fazer pro resto da minha vida. Logo depois, no meu aniversário, 5 de setembro, fui chamado ali pela secretária da MTV. Apareça aqui que a gente tem uma ótima notícia. Entrei na emissora. Já o lado B foi pioneiro na divulgação de bandas de rock alternativo e ind rock no Brasil com a apresentação do Luis Thunderbird. Ele também era responsável pelo ponto zero, um espaço para bandas novas independentes. Seu humor peculiar e a autenticidade roqueira fizeram dele um dos VJs mais autênticos. Adoro esta banda. Acho os caras muito loucos e o som deles é muito legal. Atendendo gêneros diferentes, o Y MTV Raps durou 16 anos no ar e era a versão brasileira do programa americano dedicado ao hip hop. Ele começou sendo apresentado pelo Rodrigo Leão, que também dividia com a Daniela Barbieri a apresentação do Clássicos MTV. Esse programa passava os melhores e mais marcantes clipes de diferentes estilos e épocas. O nonstop, por outro lado, era uma programação contínua sem interrupções, que exibi os maiores sucessos do momento. Antes de brilhar no [ __ ] Planeta, a Maria Paula começou sua carreira televisiva como VJ. Na primeira passagem pelo canal, ela apresentava o Dance MTV, um programa dedicado à Dance Music, mas nem tudo era música. Pro público cinéfilo tinha o Cine MTV com a Lorena Calábria. Todos esses programas surgiram logo de cara em 1990. Pode até ser que algum tenha faltado aqui, mas como eu já disse, a história inteira do canal tem muitas pontas soltas a ponto de ser impossível documentar com precisão extrema. Mas é isso, se eu esqueci de algum, deixa aí nos comentários, tá? O fato é que a programação diversa e o time original de VJs deram a cara da MTV Brasil, ditando um jeito de fazer televisão muito mais espontâneo, informal e próximo da linguagem jovem. Não era só sobre passar clipes, mas sobre criar uma atmosfera com VJs que falavam com um público, programas que misturavam música, comportamento e humor, uma estética que quebrava totalmente com o padrão ingessado da TV tradicional da época. E pela primeira vez o jovem se via representado na tela. Mas ao mesmo tempo em que era antenada na atualidade, a MTV respeitava o clássico, celebrava ícones do passado, revisitava estilos consagrados e ajudava o público mais novo a conhecer sons, estéticas e histórias que vieram antes. Isso foi essencial para ampliar o repertório de muita gente e criar pontes entre gerações. Ao ajudarem a moldar o comportamento, a moda e a linguagem, os apresentadores viraram celebridades e com o passar do tempo, vários deles entraram pra história da televisão brasileira. O programa de hoje será um tuper mais cultural que os outros. Cultura em noite de sábado pode pesar mais que vapá para recém-nascido. Certo? A nossa eterna Rita também fazia parte do time, comandando o TV Lisão que ia ao aros sábados, um programa com aquele jeitão único e reverente e claro completamente fora dos padrões, do jeitinho que só a Rita sabia fazer. O Casé Pessanha, com o seu humor anárquico e experimental, comandou programas como Teleguiado VJ por um Dia e Buzina MTV. Ele quebrou paradigmas, apostou alto na improvisação e tinha uma interação inusitada com o público e convidados. O cara personificou a veia mais experimental e fora da caixa da MTV. A vibe era tão fora da caixa mesmo que teve até um dia que ele literalmente atiou fogo no estúdio. [Música] Agora o fogo realmente não tem volta. Estamos destruindo o cenário. É o dia de estilo final. Uhu! A Sabrina Parlatori apresentou o non stop, depois assumiu o comando do Disco MTV num momento de muito sucesso do programa e logo se transformou num dos rostos mais populares. Com carisma e beleza de sobra, ela virou um ícone da época, simbolizando a MTV como referência de moda e comportamento. Outra presença inesquecível foi a da Marina Person, que começou nos bastidores e depois brilhou como uma das VJs mais respeitadas e queridas. Sempre inteligente e carismática e imprimindo muita personalidade nas mais de 10 atrações que ela estrelou. Ela fazia umas entrevistas muito legais também, chegando a trocar uma ideia até com a Amadona. work with you. I mean, what exactly in his work attracted you and what sort of collaboration were you looking for when you called him? I like um I like the minimalism of his production. I like the way he processed the sound of mel. Um dos mais icônicos era o João Gordo. Punk. polêmico e sempre afiado, o vocalista da banda Ratos de Porão, comandou programas como Gordo Gogo, Gordo Freak Show, Gordo Pop Show, entre outros. O Som começou o programa agora. Agora começa. O som só começa depois que o programa começa ou o programa só começa depois que o som começa. É isso aí, pessoal. Gorda Gogou, mais uma vez aqui. Suas entrevistas eram tão ácidas quanto hilárias e renderam momentos maravilhosos e, claro, às vezes bem controversos, né? Teve o dia que ele expulsou Los Hermanos do programa porque Marcelo Camelo disse que Ramones era uma banda ruim. Você me deixou invocado com essa história de Ramones, mano. Falou, mano. Você me deixou invocado com a escola de Juá. Sai, por favor. Pode ir embora do meio grupo. Deixa ficar aqui, por favor. Por favor. Eu gosto, eu gosto de uma escolha respeita diversidade. João Gordo protagonizou também uma das brigas mais lembradas da televisão e uma das mais bizarras, né? O dia que ele tretou com o dado do Laba, velho. Mas [ __ ] tu traiu o movimento, velho. Que movimento que movimento seu movimento playby seu, velho. Movimento punk, velho. Ah, vai tomar no seu cu, meu. Idiota, cara. Ah, essa é velha, velho. Pera aí, pera aí, pera aí, pera aí, pera aí. Pera aí. Quem é você? Quem é você, Playboyzinho de merda? Vai falar de movimento aqui nessa [ __ ] O cara, cara, quebrou mesa. Quebrar, cara. Quebrou minha mesa, mano. Qual o problema, cara? Quebrou minha mesa, velho. Você tá louco, meu irmão. Que aconteceu com você, mano? Qual problema? Que que você tá louco, man? Bozinho de merda mesmo, cara. Que que você tá louco, meu irmão? Que isso? Você tá louco com você, pai. Você tá aí, meu. Você tá aí? Você tá aí, mano? Opa. Opa. Que foi? Que foi? Que foi, meu? Que que é? Qual é? Que é a sua? Vai essa merda aí. Seu palhaço. É, foi bom não ter batido, ia perder emprego, cara. Se eu tivesse encostado a mão naquele cara ali, ia acabar os bonecos, ia acabar boneco, não ia ter casa, sabe? É [ __ ] porque depois daquilo ainda foram os bons anos trabalhando. Foram aquilo foi divulgado 4 anos depois do acontecido. Como assim? Aconteceu em sei lá em 99 e foi soltaram em 2003. Por que os caras seguraram 4 anos o negócio? Porque seguraram. Eles só foram soltar quando a MTV soltou o site da MTV e para chamar a audiência soltaram. Os caras sabiam que o negócio ia fazer barulho. Eu tava na Espanha, na casa do Roberto Carlos, do jogador que foi lá é fazer o gord de visita lá na casa dele, cara. E eles soltaram isso aqui noqu e eu aora que eu cheguei, cara, tudo de novo. Parecia que que tinha acontecido de novo a treta, sabe? Isso aí. O programa de hoje tem algumas características especiais. Sim, hoje é a minha estreia. Eu estou estreando. É. Estou debutando aqui na nossa MTV. Já no início dos anos 2000, Marcos Mon renovou um humor da MTV com programas como o Piores Clips do Mundo. Seu estilo escrashado personagens e bordes transformaram o cara num verdadeiro fenômeno entre os jovens, personificando como ninguém a linguagem da zoeira e do entretenimento que dominou aquela fase. Com todo esse sucesso, Marcos Mon acabou saindo da MTV e foi pra Band, onde apresentou o descontrole, um programa tão maluco que para muita gente parecia mais MTV que a própria MTV, mas não demorou muito para ele voltar para casa. De volta, Mon assumiu o comando do Cover Nation, um programa que misturava humor, música e covers, né? Claro. E foi no Cover Nation que o Mon encontrou o seu próprio cover, o Monzinho. No final de 2007, estreou um programa que virou clássico para quem gostava de zoeira, o Descarga MTV. A proposta era simples e genial. Pegar os momentos mais bizarros, vergonhosos e constrangedores da história do MTV Music Brasil e jogar tudo na sua cara. No começo, quem comandava a bagunça era só o Marcos Monon, segurando o programa praticamente sozinho. Aí em 2008, ele embarcou em mais um projeto, o Quinta Categoria, um programa de improviso apresentado ao lado do Casé Pessanha. O formato fez tanto sucesso que em 2009 rolou uma mudança. O Casé se despediu e quem entrou no lugar foi o grupo de humor Os Barbichas, que trouxe uma pegada ainda mais cômica e caótica pro programa. Eu já fiz um vídeo completo sobre a carreira do Marcos Mon. Eu vou deixar aqui na descrição para você ver depois. Nesse período, a Fernanda Lima também mostrou versatilidade em programas como Mochilão MTV, Fica Comigo e Verão MTV. Ela transitava com desenvoltura entre viagens, comportamento e entretenimento. E por isso foi um dos principais nomes femininos da MTV na virada do milênio. Quase na reta final da emissora, a MTV revelou o Marcelo Adinê, que liderou a renovação do humor com programas como 15 Minutos e Comédia MTV. Com talento pro improviso, imitações e criação de personagens, ele é mais um talento lapidado pela emissora e hoje tá entre os maiores humoristas do país. E para fechar, tem a Marimon, que é oficialmente minha paixão de adolescência. Ela virou símbolo da fase final da MTV, já super conectada com a internet. Ela é referência de estilo e atitude, além de ser uma das figuras mais influentes daquela geração. Na verdade, a Marimon é uma influenciadora relevante até hoje. Então, aí eu fiz o teste, não passei, mas eles falaram: “Olha, a gente vai te preparar. Você não passou, mas é, você é muito legal. A gente gosta muito de quem você é. A gente a gente sabe que é difícil fazer coisa ao vivo na câmera, dá um nervoso e tal. E claramente você precisa só se acostumar com a câmera, você é boa, você fala bem, porque quando eu fui dar entrevista eu era ótimo. Agora para falar o programa eu travava de nervoso. E aí eu lembro de passar uns bons perrengues assim no começo, eh, ficar bem nervosa. Às vezes começar um 3 2 1, eu não lembrar nem o nome da pessoa que eu tô entrevistando, pensando: “Meu Deus, como é que chama essa pessoa mesmo?” Nossa, é um nível de estress quando ele é muito grande começa a dar pane em você. Outra figura clássica da MTV era a Penélope nova, que comandava o ponto P. O programa era no mínimo ousado para época. Os telespectadores ligavam, mandavam perguntas sobre sexo pela internet e Penélope, sempre de um jeito muito aberto, leve e sem tabu, respondia tudo na lata. Você fica posso falar? Fala. Está [ __ ] Tô, né? Tá. Além de comandar o MTV na rua, está começando agora o primeiro MTV na rua. MTV na rua, programa que irá diariamente. É isso mesmo, não tem intervalo, é de segunda a sexta, é das 6 às 7, não tem feriado. Estarei eu a cada dia num lugar diferente para saber o que você pensa. Não dá para esquecer também da Sara Oliveira, que além do Disco MTV, apresentou um dos projetos mais queridos da emissora. o Lual MTV. Mas não foram só os apresentadores. Vários artistas brasileiros e gringos explodiram graças à programação da TV. Então era ali que a galera descobria bandas novas, via os clipes em primeira mão, se apaixonava por vários artistas que ainda nem estavam tocando na rádio. Se você quisesse estar por dentro do que estava rolando no mundo da música, não tinha outro lugar, era na MTV. Entre os músicos nacionais, a lista é realmente extensa. Na cena do rock dos anos 90 e 2000, nomes como Scank se destacaram com clipes como Garota Nacional, uma partida de futebol e resposta, além de um dos acústicos MTV mais bem-sucedidos. E é claro que quando a gente fala dos clipes mais icônicos da história da MTV Brasil, é simplesmente imprescindível falar de Maracatu Atômico do Chico Science e Nação Zumbi. Um clipe que não só marcou os anos 90, como virou símbolo da mistura de cultura, música e estética brasileira. Ele aparecia direto nos compilados da MTV, nos especiais de fim de ano, nas listas dos melhores clipes de todos os tempos. Ele estava sempre lá. E olha o peso disso. Maracatu Atômico foi simplesmente o último videoclipe exibido na MTV Brasil antes do canal sair do ar. O Raimundos também teve grande projeção com o seu rock reverente, impulsionado por hits como Mulher de Fases e a Mais Pedida, que dominaram programas como o Disco MTV e o VMB. O Charlie Brown Júnior virou uma das potências da MTV embalando uma geração com clipes como Proibida para mim, Zoio de Lula e Rubão, além de um acústico que foi um divisor de águas na carreira da banda. A emissora também foi essencial para transformar a Pit em uma das maiores vozes femininas do rock nacional, com clipes como Máscara, Admirável Chip Novo e Equaliz, que bombaram na programação e garantiram a ela vários prêmios no VMB. O CPM22 viu seu hardcore melódico ganhar força com sucessos como Regina Let’s Go tarde de outubro e 1 minuto para o fim do mundo. Além de também registrar sua passagem pelo acústico MTV. Já o capital inicial teve um papel essencial na retomada do sucesso nos anos 2000, especialmente com um acústico, outro que foi absurdo, e os clipes de Natasha e primeiros erros. O Planet Hamp também encontrou na emissora o espaço ideal para difundir seu somador, misturando Happy e rock. A MTV ainda abriu espaço para bandas independentes e alternativas como Pato Fu, Mundo Livre SA, além de nomes que surgiram na reta final da emissora, como Hancori, Vivendo do Óscio e Móveis Coloniais de Akaju. E por mais controverso que fosse, seria impossível ignorar o fenômeno do HCK, que tomou conta da MTV com bandas como Restart, Cine e Replace, conquistando uma legião de fãs. Também tem vídeo sobre Restart aqui no canal, tá? Foi meu segundo vídeo do canal, vou também deixar aqui na descrição para você assistir depois. No Pop Nacional, nomes como Sandy Júnior tiveram um enorme destaque, principalmente na fase mais pop da dupla, com clipes como As quatro Estações e a Lenda. O trio KLB também viu seus clipes de baladas românticas dominarem a programação. No rap e hip hop, a vitória histórica de Diário de um Detento dos Racionais MC no VMB de 1998 se tornou um marco, levando o rap da periferia ao centro das discussões e a audiência massiva da MTV. Seja no planet ou na carreira solo, fazendo aquele som que junta rap com samba, Marcelo D2 sempre teve a MTV como uma vitrine importante. Você tá curtindo esse vídeo, né? Então se você ainda não é inscrito aqui do canal, por favor, é só apertar geração descobrir bandas e artistas de fora, principalmente nos anos 90 e início dos 2000. O Grunge e o rock alternativo dominaram com Nirvana, Pergen, Sound Garden, Isson Chains e Smashing Pumpkins. O rock mais pop espaço como Linking Park. Headshot, Chili Peppers, Green Day, Off Spring, Blink On A2, o No Doubt, o Fade No More e também o Guns and Roses. No Pop, Madonna, Michael Jackson, Britney Spears, Cristina Guileira, N S, Backstet Boys e Spice Girls foram onipresentes, seguidos depois por Miley Cyros, Justin Bieber, Jonas Brothers e Lady Gaga. O hip hop brilhou com Eminem F Cent Outcast e Soldia Boy e até a música eletrônica teve vez com o Deft Punk e também o Gorillas, mas não parava por aí. Além de colocar esses artistas no centro da programação e turbinar suas carreiras com a exibição dos clipes, a MTV foi além. O canal criou seus próprios eventos, premiações, festivais, shows, tudo com aquele selo de reverência que só a MTV tinha. E isso ajudou não só a consolidar o sucesso dos artistas, mas também a transformar a emissora em algo muito maior do que um canal. A MTV virou de verdade um palco cultural. Só que teve um produto que mudou a carreira de muitos artistas. Inspirado no MTV Unplugged Americanum, o acústico MTV foi um fenômeno que marcou profundamente a indústria musical brasileira. Diversas bandas e artistas de sucesso tocaram suas músicas com instrumentos acústicos, entregando uma nova maneira de apreciá-las. Os especiais eram lançados em CD e mais tarde em DVD e VHS. Esses lançamentos alcançaram números expressivos, superando em muitos casos as vendas dos álbuns de estúdio originais dos artistas. O primeiro acústico MTV gravado no Brasil foi com o Marcelo Nova em 1990, mas era só um episódio piloto que não chegou a ser exibido ou lançado comercialmente. Então o primeiro episódio de fato foi o do Barão Vermelho, gravado em 1991. Mas como ele só foi comercializado em 2006, o primeiro álbum lançado de um acústico MTV foi do João Bosco em 1992. Acústico MTV já era, parceiro. Em mais de seus 20 anos, o Acústico MTV lançou vários artistas e várias versões de músicas que foram sucesso de público e também de crítica. Algumas delas ganharam até o Gramy Latino. E se a MTV já era esse palco cultural gigantesco, faltava uma coisa, uma premiação que fosse a cara da música brasileira. Foi assim que nasceu o VMB, o vídeo Music Brasil, inspirado no Vame americano, mas claro, né, com o nosso jeitinho, com a nossa zoeira. Por quase duas décadas, o VMB foi a principal premiação de música no Brasil. Era o momento que os artistas mais bombados e os mais improváveis subiam no palco juntos para receber prêmio, fazer show ou simplesmente causar. A votação era popular com telefone, internet e SMS. Mas algumas categorias técnicas ou mais específicas ficavam nas mãos de um júri. E a partir de 2007 o formato passou por uma reformulação. O foco passou a ser mais nos artistas e nas músicas do que só nos clipes. Depois o sistema de votação também mudou com o público escolhendo os finalistas e um júri dando a palavra final em algumas categorias. Em algumas edições surgiram categorias inusitadas como Web Hit, Twitter do Ano ou até Banda Sonhos, em que o público montava sua super banda, escolhendo um integrante por instrumento. As cerimônias do VMB eram sempre um acontecimento. Tinham apresentações de artistas que estavam bombando convidados ilustres, celebridades da própria MTV entregando prêmios e, claro, muitos momentos inesperados. Teve o Supla ganhando com bom humor a única edição do pior clipe do mundo. O vencedor é o Supel com Greenir com [Aplausos] [Música] Obrigado. Obrigado. Um momentinho. Eis a questão. Uma charada para você. Você é um comédia da mídia ou um comídia que faz média? Para de fazer média. [Música] Puerto Rica with spot girl hot little sandbox kitty cat in scratches ja girl in brail Jaa, japa girl agora aqui no VMB. É o seguinte, galera, é lógico que eu que tinha que ganhar. Porque assim, quando eu cheguei de New York, eu nunca poderia imaginar que tinha um tal de um comedia aí de um Marcos Filemion que tava falando dos meus clipes e tal, mas eu só quero agradecer a ele. [Música] Marcos Mão, graças a você, hoje eu sou o supla famoso de novo e eu sou astro global e eu sou e eu faço outra pérola foi o Caetano Veloso dando um puxão de orelha ao vivo na equipe da MTV por problemas técnicos na apresentação dele com o David Barn. [Aplausos] Olha, pessoal da MTV, vergonha na cara. Vamos começar de novo e bota essa [ __ ] para funcionar direito pra gente cantar certo com essa [ __ ] Respeito. E não era só Brasil, não. A partir de 2006, o VMB começou a trazer atrações internacionais pro palco. Passaram por lá nomes como Marilyn Manson, Franz Ferdinan, OK Gol, entre outros, o que adicionavam um tempero especial. Mais do que uma premiação, o VMB era um evento cultural que captava o espírito da música jovem no Brasil, lançava debates e exaltava a criatividade e a diversidade da cena musical. O VMB teve vários momentos icônicos, como quando o Marcos Mon entrou nu no palco ou o clássico beijo que ele deu no Casé Pessanha. Planeta e a MTV liberou o beijo gay. Nossa, quer dizer que agora pode passar na TV a qualquer hora aquilo que já acontecia fora dela há muito tempo. Exatamente. Isso é que é conquistar o espaço. Merece até um beijo. [Música] ou quando o Restart subiu ao palco para ganhar artista do ano e foram vaiados por quase todo mundo. Aconteceram. Queria agradecer também a Karina que foi uma das primeiras pessoas que acreditou na gente. Mandar um beijo enorme para cada um de vocês mesmo. Quem vaiou, muito obrigado. Sério, vocês fazem a gente crescer e críticas são sempre bem-vindas, sempre. Quando chegou ao fim em 2012, deixou um vazio sentido por fãs e artistas que cresceram com ele. Dava para ver que a MTV se consolidou como um canal criativo e de entretenimento, indo muito além de clipes. E poucos programas representam tão bem essa virada quanto o Rocky Go. Uma mistura ousada e completamente maluca de música, humor e futebol. Era um campeonato que quem jogava não era jogador de futebol profissional, eram os músicos, atores, humoristas e às vezes na maioria, né, eles nem sabiam que estavam fazendo direito em campo. O conceito era genial, um campeonato de futebol soci disputado por artistas brasileiros com narrações hilárias. Sem muito espaço paraa categoria e classe, o charme da coisa era a baixa qualidade técnica dos participantes, gerando lances desastrosos, gols esquisitos e situações cômicas que se tornaram a marca registrada do Rocky Goal. As edições 95 e 96 não transmitiram os jogos na íntegra, só compactos e reportagens. Mas a coisa ganhou outro nível a partir de 97, quando Paulo Bonfá e Marco Biany assumiram a narração. Eu não poderia deixar de destacar que eles, mas o Felipe Xavier como repórter eram o famoso trio de comédia Sobrinhos do Ataíd. O programa assumiu um tom humorístico definitivo com apelidos criativos, piadas internas e um estilo que fugia completamente aos das transmissões esportivas tradicionais. As bandas criavam nomes e uniformes personalizados pros times, sempre com toques de zoeira e autoparódia. Cidade negra, Barão Vermelho, seus convidados, eles fazem a finalíssima ca. Nos anos seguintes tiveram outros narradores com direito ao lendário Silvio Luiz e a Soninha Francini em 98. Mas a dupla Bonfai Biank se consolidou como a voz definitiva do Rock Gol, ficando ininterruptamente de 1999 a 2008. Eles criaram uma variedade surreal de apelidos depreciativos pros jogadores, como Canelada, que era o nazi do ira, o Jeão Podrão, que era o Jão dos ratos de porão, e o Quentin Tarantino pro Samuel Rosa do Scank, por motivos óbvios, né? A última edição na MTV foi em 2013, mas em 2023 rolou um revival comemorativo transmitido pelo TikTok, mais uma vez com a dupla Bonf Yunk. Entre os campeões destacam o Skank e comunidade ningitso com três títulos cada, mas outros artistas fizeram bonito na medida do possível, né? Como Cidade Negra, Nati Hoods, O Bross, For Fun, Forgotten Boys, CPM 22, Sabonetes e Tony Platão. Todos esses com dois títulos. E com o passar do tempo, a veia humorística da MTV só cresceu. Se tem um nome que representa bem esse lado é o Hermes e Renato, um fenômeno totalmente fora da curva. O grupo formado por amigos de infância de Petrópolis chegou a MTV no finalzinho dos anos 90 depois de mandar uma fita com sketches gravadas por conta própria. O canal que sempre teve um radar ligado em coisas fora da curva viu ali um negócio único. Um humores escraasdo não sense com sátira social, palavrão e uma estética tosca que era totalmente proposital. Então eles começaram com quadros curtos dentro do programa Voz MTV em 1999, mas não demorou para ganharem um espaço só deles. Em 2000, o Hermes e Renato virou um programa oficial e foi crescendo até se tornar um dos carros chefe do humor no canal. O formato principal gerava em torno de sketes independentes com personagens malucos e situações absurdas. A galeria de personagens é quase infinita. Bossa, o cara azarado e ingênuo com voz esquisita. Eu vou contar uma historinha minha, meu, que eu passei no final de semana. O final de semana é meio cabreiro, né, meu? Joselito sem noção. Um agente do caos ambulante. Silêncio. Silêncio nesse tribul. Você tá falando comigoal. Você é um b competente. Você tá expendendo tá expendo. O padre que medo que dava conselhos nada convencionais. Tu quebraste o meu dedo, mas quebraste com a mão, não quebraste com a tua mente. Eu quero ver você quebrar esse outro dedo aqui com a força da tua mente. Palhaço gozo, que fazia piadas bem questionáveis de duplo sentido. Escolhe uma moça bonita, mas não dê nenhuma bitoca, porque boca de [ __ ] é gaveta de [ __ ] E o Charlinho, um garoto problemático com uma visão de mundo peculiar. Charles Menezes de 8 anos, um menino que só queria estudar, agora tem outro sonho, viver. Tudo bom, Chalinho? Rapaz, tira a mão da bunda, rapaz. Tudo bom? Tudo bom. Como é que tá? Bem. Tudo bem com você? Tudo bem com você? Pelo visto você desistiu de estudar? Desisti de estudar. Muito difícil. Era aquele tipo de programa que parecia feito no quintal de casa com figurino improvisado, cenário de papelão e zero limite pra piada. E justamente por isso virou um clássico. E apesar de ter entrado no grupo um pouco depois, o Gil Brother Away se tornou uma figura memorável em quadros como Awayi Esports e Away Nilson. Eles eram mestres em parodiar todo tipo de coisa. O jornal jornal zoava os telejornais sensacionalistas com notícias absurdas e apresentadores caricatos. E o documento trololó apresentava fatos bizarros e teorias conspiratórias sem pena em cabeça. Os caras também criaram bandas fictícias com estilos musicais bem distintos. A maior delas foi o Mass Creation, a banda de heavy metal, liderada por Detonator, que começou com uma piada e virou um fenômeno real, com shows, discos e clipes hilários cantados num inglês macarrônico com direito a muito grito agudo. E no programa Teleclass, eles se aventuraram na redublagem de filmes antigos que eram pouco conhecidos no Brasil. Com isso, as tramas eram modificadas e reeditadas com uma linguagem totalmente aloprada. Vamos acordar, piratada, que o capitão tá chegando para fazer a chamada. Hermes e Renato não só marcou época, como mudou o jeito de fazer humor na televisão. Eles trouxeram pra TV uma linguagem mais livre, mais suja, mais próxima do que a gente realmente falava na rua, na escola, no rolê. Hermes e Renato virou símbolo de até onde a MTV estava disposta a ir para quebrar formatos, arriscar e dar espaço para quem sinceramente não teria vez em lugar nenhum na TV tradicional. Na sequência veio comédia MTV, talvez o projeto de humor mais ambicioso da emissora. Um programa de sketches com um elenco muito criativo, reunindo o Adnê, Dani Calabresa, Tatavernec, Bento Ribeiro, Paulinho Serra, Rafael Queiroga, Fábio Rabim e outros nomes que hoje estão espalhados por toda a TV e internet. Era uma mistura de paródias de programas de auditório, reality shows, vlogs, novelas e qualquer coisa que desse para zoar. Sério, tinha de tudo. Desde pérolas como Invisible Cars e os vlogs da Fernandona até clipes como o Rap da realidade indiretas já. Um deboche maravilhoso em cima do Chico Buark e a clássica I’m American. É daqueles programas que se você não viu na época vale caçar os vídeos que ainda existem por aí na internet. Enquanto isso, mais pra frente o PC na TV mostrou o quanto a MTV sabia absorver as linguagens da internet, pelo menos por enquanto, né? PC Siqueira foi um dos primeiros youtubers a migrar paraa televisão e manteve o tom ácido e direto que ele tinha para comentar vídeos virais, notícias e cultura pop. Olá e boa noite. É, chegamos aqui ao número 400. E quem também surfou bem nessa mistura de humor com atualidades foi o FUR MTV. O programa inicialmente apresentado por Dani Calabresa e Bento Ribeiro era um falso telejornal que zoava as notícias da semana misturando imitações, sketches e comentários esculhambados sobre o que estava rolando no Brasil e no mundo. O furo foi um dos últimos grandes sucessos de humor da velha MTV e ainda rende boas lembranças para quem acompanhou a fase final do canal. Também é impossível não falar sobre o último programa do mundo, o talk show meio ficcional criado pela TV Quase que foi transmitido primeiramente na MTV. Aliás, nessa época eles brincavam com um fim próximo da emissora. O Daniel Furlan interpretava a si mesmo como o apresentador de um programa numa realidade pós-apocalíptica, onde não existia roteiro, chefe, audiência e muito menos propósito. Era uma bagunça deliciosa com convidados ilustres, quadros fora da casinha e personagens hilários. A MTV Brasil também deixou uma marca muito importante e talvez não tão valorizada no mundo das animações. Além de exibir desenhos internacionais de sucesso, como South Park e Bibbis e Buttad, eles apostaram em produções próprias que seguiam a mesma linha ousada e fora do comum. A primeira grande empreitada foi a Mega Liga MTV de VJs Paladinos, que estreou em 2003. A série transformava os VJs da MTV em superheróis com poderes inusitados e missões malucas para salvar o universo da música. Os episódios eram recheados de participações de bandas e artistas que faziam sucesso na época. E aquele traço, propositalmente grosseiro, já ajudava a entregar o tom da paródia. Dois anos depois, em 2005, estreava Fudêncio e seus amigos, que se tornaria a animação mais popular e duradora. O desenho era ambientado numa escola onde tudo era esquisito, né? dos alunos ao sistema de ensino. Fudêncio, o protagonista, era originalmente um boneco do João Gordo. Pense no boneco clássico. Aqui está ele, cara. O famoso fudêncio, cara. Fudêncio foi criado no gordo ao Pop Show. O humor era agressivo, ácido e muitas vezes incômodo com algumas piadas inimagináveis hoje em dia, mas ao mesmo tempo era viciante e dava um certo prazer no pessoal mais novo por ver um desenho tão subversivo. A série gerou em 2007 o derivado infortúnio, um programa de entrevistas apresentado pela malmorada Funereia. A personagem entrevistou dezenas de convidados, a exemplo do Rogério Skylab, Falcão, a banda Fresno e VJs da casa, como a Tatavernex. Tá começando mais um infortúnio. Hoje eu vou conversar com a VJ que consegue ser menor do que eu, a minúscula Tata Vernec. Tudo bom? No mesmo ano da estreia de infortúnio, veio o Rockstar Ghost. A história acompanhava uma versão fictícia do nazi, vocalista do Ira. Ele vivia um caçador de fantasmas especializado em capturar celebridades musicais já mortas. O visual tinha uma pegada mais estilizada, fugindo do traço escraasdo das outras produções. Por fim, em 2007, o canal também lançou The Jorges, uma animação que acompanhava os bastidores absurdos de uma banda de garagem disposta a tudo para alcançar a fama. Detalhe que quem fazia a voz do Fornalha, o vocalista da banda, era o Jimmy do Matanza. Além de usar no humor e nos desenhos, a MTV tinha uma quantidade inacreditável de programas sobre comportamento. Desde os anos 90, com o MTV no ar, o canal já combinava clipes, entrevistas e quadros sobre cultura jovem em um formato leve e variado. Depois vieram programas como o Muchilão MTV, em que os VJs rodavam o Brasil e o mundo, mostrando culturas, paisagens e histórias pela ótica de quem estava ali para viver e experimentar. Rolava espaço para discussão séria também, como no Barraco MTV, que levava pro estúdio temas polêmicos para serem debatidos com convidados e com o público. Em 2005 tinha também o Denadas, que era uma city meio maluca. O elenco era puro suco da MTV da época. Marcos Mon, Felipe Solari e André Vasco, vivendo, respectivamente, Mon, Patitas e Vasco. Três universitários que dividiam o apartamento e basicamente se metiam em problemas o tempo todo. Era um programa sobre nada, tanto que muita gente chamava de uma versão juvenil de Seinfield, só que com aquele jeitão mais bagunçado e despretencioso. Antes do ponto P com a Penélope entre 1999 e 2001, a MTV também falava e muito sobre sexo. O Erótic MTV era um programa feito para isso, falar de sexo de forma leve, direta e sem tabu. Quem comandava tudo era o sexólogo Jairo Bower, que ficou à frente das três temporadas. Toda semana rolava um papo aberto com a plateia e um convidado diferente, sempre para tirar dúvidas, quebrar preconceitos e tratar o assunto com naturalidade. Cada temporada tinha uma apresentadora convidada. No dia 5 de julho de 1991, a MTV também estreou 20 e poucos anos. E pouca gente sabe, mas esse foi simplesmente o primeiro reality show da TV brasileira. O programa ficou no ar até dezembro do mesmo ano e acompanhava a vida real, ou quase de jovens lidando com os dilemas, os sonhos e os perrengues típicos de quem tá bom nos 20 e poucos anos. Mais uma oportunidade aí que eu vou ter, uma chance para mim começar agora a crescer mais ainda em tudo. E aí vieram os realities de relacionamento que misturavam diversão, vergonha alheia e uma boa dose de caos. O Fica Comigo com Fernanda Lima já apontava essa tendência. No Meninas Veneno, os problemas das mulheres eram resolvidos na base da ação com participação de júri para analisar o caso de cada participante e um conselho que era dado no final. E não dá para falar da fase do reality sem lembrar dele, o beijaapo. [Aplausos] [Música] Comandado pela Daniela Sicarelli, o programa foi simplesmente um fenômeno de audiência. A fórmula simples e completamente doida. Participantes fantasiados de sapos, dinâmicas bizarras e declarações constrangedoras. No final, um beijo no palco na frente de todo mundo. O Neuro MTV também explorava neuroses e relacionamentos de forma bem humorada, com disputas entre homens e mulheres. O programa inspirou a série fictícia Casal Neura que tinha atuações dos VJs. Mas se eu puder abrir o meu coração aqui, o meu preferido sempre foi o Na Estrada, um programa que ia além dos palcos. Ele mostrava os bastidores, a correria, a zoeira, os perrengues e os momentos mais insanos das turnê das bandas. Era vida real. A câmera acompanhava tudo, desde a vã quebrando no meio da estrada até o som passando a resenha nos camarins e, claro, os shows. Passaram por lá bandas como Mamonas Assassinas, o Raimundo, os Titã, Sepultura e tantos outros. Para quem era fã de música, era tipo entrar no ônibus da banda e viver aquilo junto. É impossível não notar como MTV também se comunicava com o seu público com a sua estética visual, que era tão marcante quanto qualquer VJ ou atração. Desde 1981, a MTV americana já apostava numa identidade visual ousada com vinhetas criadas por artistas e animadores independentes que tinham total liberdade para experimentar. A MTV Brasil seguiu esse caminho e adaptou essa tradição ao seu próprio estilo, a começar pelo famoso Mutante, o logotipo que nunca ficava igual por muito tempo. Cada nova vinheta trazia uma versão diferente do símbolo. Às vezes derretendo, às vezes explodindo, virando massa de modelar, glitch digital ou colagem não sense. Isso não era por acaso. A ideia era mostrar que a MTV tava sempre se transformando, sempre em movimento. Aquelas chamadas malucas, também conhecidas como bumpers ou IDs, também viraram parte do charme e da identidade da emissora. Eram pílulas visuais de criatividade pura, muitas vezes sem nenhuma lógica aparente, o que tornava tudo ainda mais interessante. Não eram comerciais tentando vender nada, eram quase como o vídeo art pop feitos para causar sensação, provocar, brincar com a linguagem da TV e reforçar o espírito experimental do canal. A estética dessas vinhetas era psicodélica, abstrata, caótica de propósito. Por isso que a gente ainda ficava vidrado na frente da TV e se divertindo assistindo simplesmente as vinhetas e propagandas. Essa personalidade diferentona, sem filtro e reverente, com certeza foi o que diferenciou a MTV de qualquer outro canal de televisão. Mas convenhamos, não dá para ser assim tão transgressor sem juntar algumas boas polêmicas pelo caminho, né? E a MTV colecionou várias. Videoclipes com conteúdo sexualmente apelativo costumavam gerar debates e algumas críticas pesadas, mas a MTV defendia a liberdade artística e a relevância cultural dessas obras. Programas mais escraas, como Hermes e Renato, muitas vezes também flertavam com um humor de conotação sexual, o que gerava desconforto em algumas pessoas. Já o Bejapo recebeu críticas por dinâmicas consideradas constrangedoras ou pela exposição dos participantes. O linguajar desbocado dos VJs e de alguns convidados também gerava repercussão, principalmente declarações fortes que muitas vezes eram feitas ao vivo sobre política e religião, por exemplo. A MTV também não se privava de discutir temas considerados tabus, como sexualidade, uso de drogas e prevenção de DSTs. Mesmo com uma abordagem educativa, como nas campanhas de sexo seguro, isso causava certo escândalo nas famílias. Para complementar os momentos antes do fim da MTV Brasil, sob o comando do grupo Abril, foram marcadas por polêmicas sobre a gestão, a queda na audiência, a perda de relevância e o destino do acervo do canal. A própria transição e o destino da marca geraram muita discussão. A perda de relevância da MTV foi um processo lento, mas inevitável. O resultado de mudanças profundas no jeito como o público consumia música somada a uma crise pesada no grupo Abril. A verdade é que o mundo mudou, né? Veio a internet, chegou o YouTube, as redes sociais e depois os streamings de música. E aos poucos a MTV foi perdendo justamente aquilo que por muito tempo foi seu maior trunfo, ser o lugar onde os jovens descobriam clipes, bandas e tudo que era novidade. Agora tudo isso estava na palma da mão a um clique de distância. Ao mesmo tempo, o grupo Abril enfrentava uma crise financeira séria. Como a MTV sempre teve um perfil de nicho com produções originais que custavam caro, os cortes começaram a bater forte. O canal foi perdendo investimento, programação, talentos e sua própria identidade. A tentativa de reverter isso com mais reality shows e menos música só afastou ainda mais o público que cresceu com a MTV. Um dos maiores destaques da fase final foi, sem dúvida, a Titi Miller. Por volta de 2011 a 2013, ela tava em tudo. Apresentou programas como Pod Sexsex, Verão MTV, Viva MTV, MTV Sem Vergonha, Mochilão MTV e, claro, o Acesso MTV que virou seu trabalho mais marcante ao lado da Marimon. Tit representa bem essa MTV dos últimos anos, mais comportamento, mais papo aberto e muito mais cara de internet. Em 2013 veio o fim. O grupo Abril anunciou que não renovaria o contrato com a Vaiacon e devolveria a marca. E como não poderia ser diferente, a emissora usou seus momentos finais para fazer aquilo que sempre soube, rima. O clima era de despedida, mas também de deboche, como se o canal não fizesse questão de esconder o que estava acontecendo. O maior símbolo disso foi o último programa do mundo, como eu já citei, mas outros programas também entraram nessa onda de fim de festa. O clima entre os VJs que ainda estavam lá era agre doce, divertido, mas com aquele peso de que tudo estava acabando. No dia 30 de setembro de 2013, a MTV Brasil se despediu oficialmente. Durante todo o dia, uma programação especial chamada TW MTV relembrou momentos marcantes da sua trajetória e quem encerrou a transmissão foi justamente Astrid Fontinelli, a primeira VJ da história do canal no Brasil que voltou para apresentar os minutos finais. Oi, eu sou Astrid Fontinelli e em clima de chegadas e partidas eu tenho a honra de anunciar o fim da MTV Brasil. E assim o ciclo se concluiu de um jeito simbólico. O que se seguiu foi uma nova fase com mudanças profundas pra marca quanto pro cenário da cultura jovem no país. A Vaia, que anos depois se transformaria na Paramount Global, relançou o canal já no dia seguinte, 1 de outubro, na TV Por assinatura. A proposta era diferente, uma programação mais alinhada a um modelo global da MTV, já bem distante do espírito da fase brasileira. A Nova grade também passou a priorizar reality shows, séries e conteúdos de entretenimento jovem, enquanto a música ficou mais restrita a eventos pontuais como premiações. Obviamente a transição não foi fácil. Os VJs passaram por transições, demissões, incertezas e o fim de um ciclo que marcou não só quem assistia, mas também quem fazia a MTV acontecer por trás das câmeras, sem falar nos produtores, câmeras, editores, enfim, todo mundo que trampava por lá. A preocupação com o acervo da MTV sempre existiu e com razão. São milhares de horas de programas, entrevistas, shows e registros históricos da música brasileira. Por muito tempo ninguém sabia direito o que ia acontecer com esse material. Eu acho que são esses tipos de conteúdo que, infelizmente, estão sequestrados. Eu vou falar essa palavra. Eu vou falar essa palavra. Ah, vai fala aí. Porque sequestraram o nosso arquivo. O arquivo da MTV tá sequestrado. Tá tá tá refém. E tá com quem? Não quero falar o nome porque eu não quero me complicar, mas é uma grande empresa que é um grande streaming também. Hum. É um canal de streaming aí dentro da Amazon Prime, mas é um dos canais, tá dentro da Amazon Prime. Não. Ah, sim. Ah, tá. E aí tá com eles ali. Mas isso aí também tá público. Aí podem podem pesquisar. E aí esse arquivo tá com eles. Eles, né, aquela coisa de não sabem o que fazer, n, não tem tanto interesse. A nossa briga é de que exista um canal Viva da MTV, ou seja, um canal que só tá tá passando os acústicos, tá passando os programas. Eu quero ver as nossas entrevistas com cara, a gente isso seria importante para vocês como profissionais. A gente não tem acesso a isso. A nossa história de de cada um tem uma uma período lá, mas a nossa história ela tá confiscada. Eu quero minha entrevista com o chorão. Eu quero, mas mais do que o que eu quero para mim, eu quero e acho importante pro grande público, inclusive para essa molecada que tá descobrindo e tendo o seu despertar e só consegue ter acesso ao Neem Mato Grosso se fizerem um filme do Nei Mato Grosso, porque senão não consegue, porque que tudo isso da MTV seja disponibilizado. A primeira entrevista do Rapa, a primeira o Raimundos quando ainda existia o na estrada com NX0 para que as pessoas fal cara e e falem: “Caralho, esses caras foram [ __ ] essa geração realmente foi [ __ ] pô, vamos reproduzir o que esses caras sabe que que que gere tudo isso.” Então assim, eu acho que a história da música nacional, grande parte dela e vídeos históricos e icônicos tão lá. Mas nos últimos anos surgiram iniciativas para recuperar, quem sabe digitalizar tudo. O Gastão Moreira inclusive visitou o prédio onde estão mais de 32.000 fitas guardadas. O problema é que o acesso público ainda esbarra em muita burocracia. Fica então a dica. Procura esse vídeo lá no canal Casa Gastão, que é pura nostalgia. Mesmo com o relançamento do canal pela Vaia com, o público não deixou de sentir um impacto que foi perdido. A identidade construída nos anos 90 e 2000 era única demais. para ser replicada, embora o novo canal tenha resgatado depois algumas atrações, como acústico MTV, Top 20, Beija Sapo e Lual MTV. Tá, mas no fim das contas, depois de tudo isso, que que a gente leva pra gente depois dessa história toda? A MTV Brasil foi muito mais que um canal de clipes. Durante 23 anos, ela moldou o gosto musical, o comportamento e a linguagem de toda uma geração. Deu espaço para artistas, novas cenas e falava sobre tudo que fazia parte do universo jovem. De música a política, sempre com irreverência, autenticidade e coragem. Esse espírito fora dos padrões acabou deixando uma marca que vai além da TV. A MTV ensinou que dava para criar conteúdo do seu jeito, na base do improviso, com humor, zoeira e sem medo de errar. E sem querer, ela acabou sendo a escola que moldou muito do que anos depois virou a cultura dos criadores de conteúdo na internet, especialmente no YouTube. Mas tem uma coisa que se perdeu nesse processo. Antes, com a TV a gente era mais aberto ao acaso, descobria músicas, artistas e ideias que nem sabia que queria. Hoje nos streamings parece que temos mais liberdade, mas é uma liberdade que vive dentro da nossa própria bolha. E sem o inesperado, algo essencial na formação do nosso repertório cultural simplesmente se perde. A MTV, com as suas loucuras fazia isso o tempo todo. E talvez esse seja o motivo dela ser ainda tão lembrada. É meio clichê, mas não tem como deixar de dizer que só quem viveu sabe. A MTV era muito maravilhosa porque ela era feita de pessoas maravilhosas, com intenções maravilhosas. Valeu, MTV, obrigado por tudo. Obrigada, MTV. 23 anos revolucionando sim a TV. A questão é a história da televisão brasileira. E isso ninguém tira da gente. [Música] 와 [Música] เฮ [Música]

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