O Avião Que Foi ao Espaço por ACIDENTE (E o Piloto Quase Morreu na Volta)

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Em 1963, um avião simplesmente cruzou a fronteira do espaço e o mais impressionante foi por acidente. A missão era de rotina, o piloto experiente, o plano calculado até o último segundo, mas bastou um pequeno erro de ignição para empurrar o X15, além dos 100 km de altitude, direto para o vácuo. Lá em cima, sem combustível, sem cápsula de resgate e a mais de 7.000 1000 km/h. O piloto Joey Walker precisava transformar um foguete com asas num planador ou seria engolido pelo calor da reentrada. Como isso aconteceu? E como ele voltou vivo? A resposta é uma das histórias mais inacreditáveis da era espacial e começa muito antes desse voo. A engenharia por trás do X15. Para entender como isso aconteceu, primeiro precisamos voltar num tempo para o auge da Guerra Fria. Naquela época, Estados Unidos e União Soviética disputavam cada centímetro do céu. Quem subisse mais alto, mais rápido e com mais tecnologia, ganhava mais que prestígio, ganhava poder. Foi nesse cenário de paranoia e ambição que engenheiros americanos, com apoio da Força Aérea e da recém- criada NASA, desenvolveram um dos projetos mais ousados da história da aviação, o X15. Ele não era um avião comum, na verdade, nem parecia um avião. Era um tubo metálico com asas minúsculas, um nariz afiado e um motor que mais lembrava um foguete do que qualquer coisa que já tivesse voado antes. O X15 foi projetado para voar, onde nenhum avião jamais ousou chegar, à beira do espaço. Mas o mais curioso, ele não decolava do chão. O X15 era preso embaixo de um avião gigantesco, um bombardeiro B52 modificado daqueles usados para carregar bombas na guerra. Esse avião mãe levava o X15 até cerca de 13.000 m de altura e aí lá no alto soltava o foguete tripulado no ar, como se largasse uma flecha pronta para disparar. Esse motor era uma besta, queimava quase 7 toneladas de combustível em 83 segundos. A velocidade máxima registrada pelo X15 foi de impressionantes 7.273 km/h. Seis vezes a velocidade do som era tão rápido que, se quisesse poderia cruzar os Estados Unidos de ponta a ponta em menos de 15 minutos. Mas ele não foi feito para levar passageiros. O X15 era um laboratório com asas. Cada missão testava sensores, materiais resistentes ao calor, equipamentos de navegação e controle em alta velocidade. Tudo que a NASA precisava entender antes de mandar humanos ao espaço de verdade com as missões Mercury, Gemini e depois Apollo. Era testado ali naquele tubo metálico. Só que tinha um detalhe. Nada disso funcionava sem alguém lá dentro. E esse alguém era Joe Walker. Joe Walker era mais do que um piloto. Ele era um explorador. Piloto de testes da NASA com nervos de aço. Já tinha voado o X15 dezenas de vezes e atingido altitudes e velocidades que nenhum outro piloto havia alcançado naquela época. Ele era, sem dúvida, o nome certo para levar o avião foguete ao limite, mas afinal, o que aconteceu para que o avião fosse levado ao espaço acidentalmente? O plano que saiu do controle. Em 19 de julho de 1963, Joe Walker se preparava para mais um voo no X15, o de número 90 do programa. Vestindo seu traje de pressão, parecido com o de um astronauta e revisando cada item, ele estava pronto. No papel, a missão parecia simples. Subir até 106 km de altitude, soltar um balão atmosférico, testar dois sensores, um ultravioleta e outro infravermelho, voltar para casa. Tudo cronometrado, tudo sob controle. O motor precisava queimar por exatos 83 segundos. A subida tinha que acontecer num ângulo bem específico. Cada missão carregava até 200 kg de experimentos. Câmeras de altíssima velocidade, detectores de radiação, amostras de novos materiais. Em suma, o X15 era uma aula de engenharia extrema, metade avião, metade foguete e 100% laboratório. O cockpit do X15 era minúsculo. Walker voava praticamente de pé com o capacete encostado na parte superior da cabine. Um bloco de dados plastificado preso. A perna trazia tabelas de altitude, velocidade e ângulo. Era seu computador de joelho. Mas mesmo com toda essa preparação, algo saiu errado. O motor queimou por apenas 1 segundo a mais e o ângulo da subida ficou meio grau mais inclinado do que o planejado. Só isso. Mas no X15, só isso é o suficiente para mudar tudo. Por causa desse pequeno erro, Walker ultrapassou os 100 km de altitude, a famosa linha de Carman, ponto considerado por muitos como o começo oficial. do espaço. Sem querer, Joe Walker se tornou o primeiro civil americano a ir ao espaço. E o mais incrível, ele nem sabia disso. Para ele tinha sido só mais um voo difícil. Só depois, com os dados analisados e comparados, perceberam o que realmente tinha acontecido. Só que Walker não parou por aí. Pouco mais de um mês depois, no dia 22 de agosto de 1963, Walker voltou ao cockpit do X15. Dessa vez, o objetivo era ainda mais ousado, atingir 110 km de altitude. Mas havia um limite. Os engenheiros calculavam que se passasse de 122 km, o atrito na reentrada poderia ser forte demais, forte o suficiente para destruir a aeronave. Então, a ideia era chegar perto, mas não longe demais. Walker decolou e mais uma vez foi além. chegou a 108 km de altitude. Durante alguns segundos, flutuando em microgravidade, ele olhou ao redor. Nada de som, nada de barulho. Sol vazio e a escuridão absolutos do espaço e a curvatura da terra diante dos olhos. A terra azul lá embaixo brilhando num céu negro. Mas aquele momento incrível durou pouco. Os segundos de silêncio estavam contados. O voo não estava nem perto do fim. O momento mais crítico ainda estava por vir à reentrada na atmosfera. Sem motor algum, o X15 agora precisava planar de volta para a Terra. Mas não era como pousar um planador comum. A aeronave estava a mais de 7.000 1000 km/h e o atrito com o ar poderia transformá-la numa bola de fogo. Se o ângulo de entrada fosse errado muito íngreme ou muito raso, o avião simplesmente se desintegraria. Walker sabia disso e mesmo assim manteve a calma. Porém, alguns anos depois, outro piloto do X15 não teria a mesma sorte, mas já chegaremos nessa parte da história. Comentos precisos, Joes ou os pequenos propulsores do sistema de controle, o chamado RCS, para alinhar a altitude da aeronave durante a queda livre, a 29 km de altitude, executou uma manobra de altíssima força G. Seu corpo foi pressionado como se pesasse sete vezes mais. para estabilizar o voo por volta de 21 km. A partir dali, começou a planar sem motor, sem sistema automático, apenas ele, o manche e a física trabalhando a favor da gravidade. Então, com um controle quase cirúrgico, Walker pousou suavemente no leito seco do lago Rogers, na Califórnia. Missão cumprida. Joel Walker tinha ido ao espaço duas vezes com um avião e sem cápsula de resgate. Legado e tragédia. O programa X15 teve ao todo 199 voos entre os anos de 59 e 68. Além de Walker, outros cinco pilotos chegaram ou ultrapassaram a linha de Carman durante o programa. Todos esses pousaram em segurança, é certo um. Em 15 de novembro de 1967, o tenente Michael J. Adams atingiu 81 km de altitude, mas perdeu o controle do seu X15. Durante a reentrada, a aeronave começou a girar descontroladamente e sob forças aerodinâmicas brutais acabou se despedaçando no ar. Adams não conseguiu se ejetar a tempo e perdeu a vida, tornando-se a única fatalidade em quase 10 anos de operação do X15. Apesar desse acidente trágico, o X15 não foi em vão. Ele gerou dados essenciais para os projetos Mercury, Gemini e Apolo, que viriam na sequência. Suas tecnologias influenciaram diretamente o design do ônibus espacial anos depois. Por exemplo, o conceito de uma espaçonave com asas que planava de volta à Terra veio em parte da experiência com o X15. Foi no X15 que os engenheiros testaram pela primeira vez o uso de jatos de controle fora da atmosfera, o RCS, que ajudava a apontar a nave no espaço. Foi nele que ensaiaram diferentes perfis de reentrada atmosférica e só compreenderam melhor os efeitos da radiação cósmica em pilotos e grandes altitudes. Era literalmente um laboratório para aprender a ir e voltar do espaço. Joe Walker faleceu 3 anos depois de seus voos históricos, em 1966, num acidente aéreo envolvendo o jato F104 que ele pilotava e o protótipo supersônico XB70. Um fim trágico para um homem que já tinha encarado a borda do espaço duas vezes e voltado iliso. Apesar do grande feito, Joe Walker não foi reconhecido na época como astronauta. Ele era um piloto civil da NASA. E naquele período, só os astronautas do programa Mercury, que voam em cápsulas orbitais, eram formalmente reconhecidos. Já os pilotos de teste, por mais extremos que fossem seus voos, ficavam de fora dessa política. Décadas depois, porém, a história começaria a ser corrigida. Com a linha de Carman em 100 km, sendo adotada como padrão internacional, o feito de Walker ficou ainda mais claro. Em 2005, ele junto com outros pilotos do X15 foi reconhecido póstumamente como astronauta civil pela NASA. Foi tarde, mas foi justo. E aí, depois de ver o X15 ultrapassar a fronteira do espaço sem querer, bateu a curiosidade de saber por, décadas depois os aviões supersônicos capazes de voar duas vezes a velocidade do som simplesmente sumiram. Então você não pode perder tempo. Clica no vídeo que tá aparecendo aqui na tela. Lá a gente revela o que aconteceu com essas máquinas incríveis dos dias de glória do Conc. Eu me lembro aos segredos que podem trazer a próxima geração supersônica de volta. Bora decolar de novo. Não se esqueça de se inscrever e deixar o seu like antes. Te vejo lá.

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