O Dia que a BET se TORNOU um VÍCIO

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Mas o que eu quero te mostrar com esse vídeo é que existem muitos Lucrécios pelo Brasil. Tem gente deixando de comprar itens básicos para 
jogar e outros pedindo adiantamento de salário porque perderam tudo no jogo. Me diz aí se alguém no seu círculo 
social já não está nessa situação. Mas como o hábito divertido de apostar se torna 
um transtorno, que muitos conhecem como vício? O que acontece no cérebro de quem começa 
a apostar e de repente perde o controle? O perigo das apostas está 
justamente no fato de que elas são extremamente excitantes para o cérebro. O cérebro está em constante busca por recompensas e sabe que o ganho financeiro que uma aposta bem 
sucedida proporciona pode prover mais alimento, mais conforto, mais diversão e claro, mais jogo. Essa possibilidade de recompensa somada à facilidade de acesso 
e às infinitas possibilidades de apostar, são a receita perfeita para um comportamento 
compulsivo começar e a dependência se estabelecer. A dependência de apostas 
presente no transtorno do jogo está ligada ao que chamamos de 
“sistema de recompensa” do cérebro. Nas pessoas que têm o transtorno acontece um desbalanço nos principais 
mensageiros do sistemanervoso. De um lado, a pessoa dispara 
mais sinais de alerta e estresse, promovidos principalmente 
pelo aumento do cortisol. Por outro, seu humor pode ficar deprimido, 
o sono e a digestão ficam comprometidos, em parte, devido a redução da serotonina. Mas o que realmente explica 
o comportamento compulsivo é a nossa cereja do bolo do sistema de recompensa: A dopamina, que é liberada quando 
pensamos em fazer algo prazeroso. A dopamina serve como uma ‘métrica’ para avaliar 
o potencial viciante de qualquer experiência. Quanto maior e mais rápida 
for a liberação de dopamina, mais viciante aquela experiência é para o cérebro. E olha só que interessante: quando a pessoa pensa 
em apostar e está na expectativa do resultado, ocorre um pico de dopamina. Essa explosão de dopamina é muito maior do que as que o cérebro está acostumado 
a lidar nas situações prazerosas do dia a dia, como terminar um 
livro ou receber seu salário. Esse fenômeno é muito bem explicado no livro 
Nação Dopamina, da psiquiatra Anna Lembke. Inclusive, eu recomendo demais 
a leitura porque vai te mostrar a beleza de como o nosso cérebro funciona e os perigos que alguns hábitos oferecem a ele. Eu deixei um link pra você 
comprar aí no comentário fixado. O problema é que da mesma forma que a 
dopamina se eleva no cérebro rapidamente, esperando uma recompensa, ela despenca em segundos depois da aposta, disparando um comportamento de querer 
buscar novamente a experiência, que está a um clique de distância. E é muito fácil receber a 
mensagem de recompensa de novo: basta apostar mais uma vez. Isso gera um ciclo de picos e quedas de 
dopamina no cérebro extremamente viciante, fazendo com que outras atividades 
não consigam gerar mais sensação de bem estar e energia do que as apostas. E por incrível que pareça galera, 
quando a situação chega nesse ponto, ela traz muitas consequências para a saúde. A preocupação constante com os resultados e o 
estado crônico de estresse causado pelas apostas disparam quadros de ansiedade, 
depressão e insônia que quase sempre estão associados aí ao transtorno do jogo. Tudo isso aumenta o risco de 
problemas cardiovasculares, como hipertensão e ataque cardíacos. Um comportamento irritado 
quando fica sem apostas… Perdas econômicas que vão levar 
aí a pessoa a ter menos acesso à qualidade de vida, à lazer, à comida de qualidade Então tudo isso está relacionado. A maioria das pessoas vai 
passar pelas apostas ilesa, como uma simples atividade prazerosa e excitante. Mas para até 6,5% das pessoas, 
as apostas podem se tornar uma compulsão que coloca as suas vidas em risco, igual uma doença. E considerando o quanto as apostas estão crescendo 
no Brasil né, principalmente entre jovens, a gente já pode dizer que em alguns anos, 
vamos ter uma epidemia de transtorno do jogo. Ou seja, por mais que você ouça que apostar por 
diversão quando se tem dinheiro no bolso é seguro, apostar é um comportamento 
que pode ser nocivo à saúde. Tudo bem que as apostas movimentam bilhões de reais no Brasil e que isso 
vai ser revertido em impostos, mas quanto será a conta da saúde pública, quando tivermos que tratar pessoas com transtorno 
que não conseguem se relacionar, viver e trabalhar tão bem quanto antes? E aqui galera, não estamos mais falando 
dos tradicionais bolões em família, ou aquelas apostas de colégio. Estamos falando de jogos de apostas 
que estão sendo anunciados o tempo todo na televisão e nas redes sociais como algo 
normal, mas que são um problema de saúde pública. Se você está passando por 
algo semelhante ao Lucrécio ou convive com alguém nessa 
situação, procure ajuda. O SUS oferece atendimento psicológico e 
psiquiátrico de graça em várias unidades de saúde. E o Centro de Valorização da Vida 
funciona por telefone 24h por dia, basta ligar para o número 188. E se você quer que eu faça um vídeo apresentando 
possíveis soluções para esse problema, comente #CuidadoComApostas que se este 
vídeo bater 500 comentários, eu faço. Agora, se você quer ouvir o que eu tenho a dizer sobre o uso polêmico da ritalina 
e de outros remédios para TDAH para melhorar a concentração em 
quem não tem TDAH, clique aqui. Um grande abraço, eu aposto que você 
ainda não tinha olhado para as apostas com essa perspectiva e diga Olá, Ciência.

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