O ENCONTRO ENTRE PUTIN E TRUMP NO ALASCA: PAZ OU GUERRA NA UCRÂNIA? I Professor HOC
0o tão esperado e tão desejado encontro entre o Trump e o Putin. Isso vai acontecer no dia 15 de agosto, sexta-feira, no Alaska. O encontro é extremamente importante porque o Trump deseja, tá buscando, tá face a face com Putin há muito tempo. Vou explicar um pouco disso para vocês e como que esse anseio do Trump tá impactando ou vai impactar ou pode impactar o resultado dessa conversa. Nós assistimos nos últimos dias uma série de mudanças, de posicionamentos, de tensões, de preocupações por parte da Europa, dos elens, que o Trump mudou de opinião já umas três vezes. Discursos contraditórios têm saído da Casa Branca do Trump. Eh, o Putin também recuou, tá? eh, mostrando desejo de encontrar com o Trump, uma coisa que ele até então vinha enrolando e e não fazia acontecer e agora decidiu aceitar isso. Por, vou falar disso, vou explicar quais são os termos dessa suposta negociação, desse suposto acordo, o que que pode sair dessa reunião. É, então tem bastante coisa para explicar, para conversar aqui com vocês. É, e vamos ver, né, o que que realmente vai acontecer. Pessoal, fazer só uma pausa rápida aqui para falar da entender, né? Primeiro, o encontro ele vai ser no Alasca e a primeira vez que o Putin é convidado para ir pros Estados Unidos depois de 2007, desde 2007, além, claro, de tá presente na ONU, a ONU tá sediada em Nova York, assembleia geral em Nova York, então os líderes do mundo acabam indo pros Estados Unidos para ir na ONU, mas aí não é uma visita aos Estados Unidos, é uma visita a ONU e aquele espaço é um espaço internacional e não é necessariamente uma visita aos Estados Unidos. Eh, então é um dado importante, né? O Putin vai ser recebido nos Estados Unidos, no Alaska, que é um território que os americanos compraram dos russos. Isso tá provocando uma série de reações na Rússia. parte de uma elite russa que entende que a guerra talvez não seja o melhor pros seus negócios, paraas suas férias, pro seu dinheiro que tava na Europa, tá nos Estados Unidos. acha que o fato do encontro acontecer no Alaska é um sinal positivo, é uma demonstração por parte dos americanos eh de enaltecer, exaltar a Rússia, dizer: “Olha, esse lugar já foi de vocês, nós compramos, então é importante que a gente se encontre aqui. Esse eh esse território, ele tem uma herança compartilhada. Eh, e para esse grupo de pessoas dentro da Rússia, a escolha do Alaska é nada mais nada menos do que um sinal positivo, um sinal de respeito à Rússia. Claro que tem outros na Rússia, né, outros outros grupos que são mais eh nacionalistas e enxergam isso como uma afronta. Você vai no território do inimigo Putin, ainda no território que era nosso, eh, um território que agora tá cheio de rednecks. E isso é uma afronta, isso é uma vergonha, eh isso é uma demonstração eh de fraqueza. Então, dentro da Rússia, a leitura é essa. Eh, os Estados Unidos tá recebendo o Putin, que iniciou uma guerra. Eh, o Putin já começa o encontro saindo vitorioso simbolicamente de muitas maneiras, porque ele tá sendo recebido pela maior potência do mundo, eh, no território americano, tá sendo recebido como se ele não tivesse causado nenhum problema. vai tirar uma foto do lado do Trump, eh, vai mostrar uma imagem pro mundo normalizada de alguém, eh, que é respeitado e recebido pelos Estados Unidos no auge de todas as sanções, de todos os confrontos, de todos os problemas e ameaças que a Rússia e o Putin fazem eh contra os Estados Unidos, a Europa e o mundo. Então o Putin sai ou vai poder mostrar uma certa importância acima da sua do papel, né, do que ele talvez merecesse. Mas esse assunto ou essa vontade de encontrar com o Putin é algo que que é quase que uma crença do Trump de que isso é absolutamente necessário. Encontrar com o Putin vai resolver todos os problemas. Eh, parte dessa história ou por que o Trump acha isso tem a ver de um lado porque ele entende ou que ele acredita que ele é um grande negociador e que ele é carismático e que ele ele vai falar as coisas certas e ele vai convencer o Putin. Então, ele acha que encontrar com o Putin tudo vai ser resolvido. Porque quando ele olhar no olho do Putin, ele vai falar pro Putin o óbvio, o racional. Você está perdendo dinheiro, você está perdendo eh seus soldados, sua população. Essa guerra não vai levar a lugar algum. Não faz sentido. Você pode ganhar muito mais. Se você fizer um acordo comigo, nós vamos fazer muitos negócios, eu vou retirar as sanções e você vai acabar com a guerra e vai sair ainda ganhando porque você vai conquistar alguns territórios. E é lindo e maravilhoso. Então, o Trump ele acredita de verdade eh que ele é capaz de usar os argumentos certos para persuadir o Putin. o que obviamente eh não funciona assim. é uma mistura de talvez eh um egocentrismo por parte do Trump, né, de achar que ele pode eh determinar o que vai acontecer na cabeça de alguém como Putin, não é um cara qualquer. né? E por outro lado, talvez uma certa ingenuidade e também uma um desejo obsessivo de ser visto e percebido como o grande pacificador do mundo. Ele quer ganhar o prêmio Nobel da Paz. Ele não se conforma que o Obama ganhou. não merecido. Obviamente Obama não tinha feito nada quando ele ganhou aquele prêmio. Mas também essa é uma discussão para um outro tema, para um outro dia. O que que é o Nobel da Paz, né? Quem escolhe, por escolhe. Eh, claro, existe um prestígio por trás daquilo, mas isso não quer dizer que todas as vezes que o prêmio é dado, ele tem sustentação ou base. E certamente o prêmio pro Obama não fez sentido algum, mas isso persegue de alguma forma o Trump e ele quer porque quer. E também ele tem prometido, ele disse isso desde o começo e do seu mandato, ele disse isso na campanha inúmeras vezes, que ele iria acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas. Já passaram-se muitos meses, ele tá frustrado, ele não consegue. Então isso abala a imagem do Trump também. Então, o Trump tem um monte de razões para continuar perseguindo isso e acreditar que ele é capaz de conseguir isso, até porque, eh, se ele não conseguir, ele vai ficar mal na foto, né? Ou ele vai ficar, o discurso dele vai parecer vazio, eh, oco, e ele não vai conseguir entregar o que ele deveria entregar. Bom, então vamos lá, né? O que que quais são as bases? Por que que esse encontro aconteceu agora? entender isso é de extrema importância para entender toda a dinâmica dessa discussão, né, dessa desse vai e vem e do que pode acontecer. E aí, eh, nós temos que lembrar, né, como que o Trump ele desde o começo tem sido muito duro com a Ucrânia, desde o encontro na Casa Branca. Aí os discursos ou as postagens dizendo que o culpado pela guerra era o Zelensk, eh forçando o Zelensk, dizendo que os Estados Unidos não vai dar mais dinheiro, que a guerra não acaba por causa do Zelensk. E aí o Zelensk foi engolindo, apanhando, até que começou a contornar o Trump e falar: “Tá bom, o que que precisa acontecer, eu aceito”. E aí o Trump foi percebendo que, na verdade, não era o Zelenski que não queria, mas era o Putin, porque cada vez que o Trump conversava com o Putin, né, eles conversaram por telefone algumas vezes, ligações longas e aí no dia seguinte, que que o Putin fazia? bombardeava KIV eh de formas ou de maneiras cada vez mais intensas e maior. Eh, no final das contas, o Trump desligava o telefone e falava: “Ué, pô, eu achei que tava tudo certo, tudo encaminhado e nada disso eh era o que acontecia na prática”. E aí o Trump então começou a perceber que o obstáculo para ele ter a paz eh na Ucrânia, né, o fim da guerra, talvez não é o Zelensk, mas sim o Putin, o que todo mundo já sabia, mas que a retórica, o discurso do Trump, eh, não podia encaixar com essa realidade. Afinal de contas, ele ele teve que criticar eh o Zelensk muito, ele criticou os Estados Unidos dar dinheiro paraa Ucrânia e aí não tinha como ele justificar que a culpa era só do outro lado, porque ele foi muito crítico da Ucrânia. Então, tudo isso é um alinhamento eh de uma posição política que ele escolheu. E eu nem acho que necessariamente eh isso é o que ele acredita ou não. Não dá nem para saber o que que o Trump realmente pensa sobre essas coisas. Mas isso é um ponto que eu percebo que todo mundo ou muita gente que acompanha não tem essa clareza, né, ou essa percepção tão óbvia que a política é um grande show, gente. Os políticos, eles assumem posições, não necessariamente que são as posições que eles acreditam, mas são posições que eles entendem que são as melhores para ocupar um espaço político, para ganhar o apoio do eleitorado, para se contrapor ao seu rival político, porque se o outro lado tá fazendo uma coisa, você vai virar e falar assim: “Não, eu vou fazer a mesma coisa que ele”. Então, qual que é a sua diferença? Qual que é a sua vantagem? Qual que é o apelo que se tem em votar em você? Então, políticos escolhem discursos e posições com um outro viés que não é o viés somente do que é o melhor ou o que é a verdade. Eles estão participando de uma outra competição, que é a competição pelo poder. É competição e não no sentido negativo, a competição por ganhar a eleição, por conquistar o eleitor. Como é que você vai conquistar o eleitor se você fala as mesmas coisas que o outro que está ali já no poder? Então você precisa construir narrativas, histórias, discursos, retóricas, coisas que quebrem com a posição do que tá acontecendo. E o Trump é extremamente habilidoso em fazer isso. Ele criou um movimento político, ele criou uma história, um storyting, uma narrativa, eh uma uma linha toda de raciocínio. para onde que os Estados Unidos têm que ir, o que que tá errado, porque a política externa dele é melhor e isso precisa ter sustentação. Então ele começa a construir um edifício, né, uma fundação inteira de raciocínio em cima de uma lógica. Repito, não necessariamente ele acredita ou sabe que essa lógica é a melhor, mas essa é a lógica que foi escolhida para ele chegar onde ele chegou. E essa é a grande dificuldade da política. A política ela é jogada sempre em múltiplos níveis. Tem o nível do que é o melhor pro país, mas tem o nível da sua sobrevivência política. E eu não tô eh falando isso de um ponto de vista eh de crítica, mas de um ponto de vista de descrição da realidade política. E quem tá assistindo e refletindo sobre esses assuntos, precisa entender isso. Se você quiser entender a geopolítica, claro que você pode só simplesmente comprar um discurso eh de um político porque você tem eh um apreso ou porque você gosta daqu daquele político e você não gosta do outro lado político que tá em disputa. Mas aí você não tá raciocinando sobre a geopolítica, você só tá eh se tornando um ator passivo nessa história que compra todas as narrativas e todas as retóricas políticas. Ou seja, voltando então pra história, eh, o Trump ele ele tá preso numa situação e só que essa situação não sai do lugar e ele não consegue entregar o que ele promete e aí é pior para ele não entregar do que ele mudar a sua narrativa. E ele aos poucos, nesses últimos meses, nós estamos assistindo ele mudando um pouco da narrativa, ele enrijecendo eh gradativamente o discurso contra o Putin, contra a Rússia, apontando o dedo, dizendo: “A Rússia não está fazendo, o Putin não cumpre. Eu não sei, eu estou cansado, eu estou irritado com ele, mas eu ainda preciso dele para fazer a paz.” Verdade. Eh, mas isso mostra um pouco que ele tá tendo que abandonar a posição política e lidar mais com a realidade. E é isso que eu tô tentando mostrar para vocês, um pouco da realidade, não só das posições políticas construída por políticos para convencer os seus eleitores ou seus eh apoiadores do que ele tá fazendo. Quando que a gente consegue perceber esse padrão? No em maio, eh, é estabelecido com a Europa um deadline que se a Rússia não concordasse com o cessar fogo, os Estados Unidos iria impor junto com a Europa sanções mais duras. E aí quando este prazo estava chegando, né, no limite, era 12 de maio, se eu não me engano, o que que aconteceu? O Putin virou e apareceu e falou assim: “Não, eu concordo então em conversar. Vamos conversar Ucrânia com a Rússia. Aí o Putin, ah, é isso que eu quero, então tá bom. Então eles vão conversar. E aí o Trump tava esperando que fosse um encontro entre o Putin e o Zelensk. Mas claro que o Putin não quer esse encontro, porque o Putin não está disposto, preparado e não tem vontade de fazer nenhum acordo com a Ucrânia, de acabar com a guerra. Ele não atingiu seus objetivos. Não tem por o Putin eh desistir agora. tanto esforço e tanto eh dinheiro e tanto eh tão comprado que ele tá nessa história que não dá para ele sair no meio do caminho sem ter tudo que ele quer. Ainda mais ele sendo quem ele é, o Putin, né? um líder forte, ditador, que ele precisa demonstrar que as coisas que ele eh os objetivos que ele se coloca ou que ele impõe, ele alcança, ele conquista. E ele construiu toda uma narrativa eh do ressurgimento da identidade russa apostada nessa expansão, nessa vitória, nessa reconquista. Eh, o ressurgimento da grande Rússia tá associado com a vitória da Ucrânia, a vitória na guerra da Ucrânia. Então ele não vai desistir disso. E aí quando veio o prazo limite, ele falou: “Não, então nós vamos conversar.” E aí o Trump: “Opa”. E o que eu tô tentando mostrar aqui para vocês, gente, é o o ponto de vista da posição eh do Putin, do Trump e do Zelensk e da Europa. E cada um olhando por um lado tem o o jogo real e tem o jogo político do que eles representam, querem mostrar, simbolizar, eh, e conduzir a sua nação. Então, eh, são posições diferentes, né? E cada um tem o seu jogo interno além do jogo externo. Eh, tem a o seu sonho, a sua eh a sua crença ou o que ele tá vendendo paraa população e pro mundo e o que ele acredita que ele é e o que tá acontecendo na prática. E aí, então o Trump olhou para aquilo, falou: “Ah, é isso que eu quero que eles sentem.” E no final, eh, o Putin enrolou o Trump, o Zelensk, não foi ele, óbvio, ele não iria, e mandou uma delegação. E aí a Ucrânia mandou a sua delegação e as conversas não chegaram a lugar algum, não evoluíram, não serviram para praticamente nada, mas ele ganhou um tempão porque essa história eh se estendeu por alguns meses. Bom, e aí passou. E aí o Trump percebeu, falou: “Pô, na verdade o Putin só me enrolou, não aconteceu nada. Ele continua bombardeando Kiv, eh, a capital da Ucrânia e a Ucrânia cada dia mais, com mais força, com mais intensidade. Ele tá cada dia mais mobilizado, a economia de guerra Rússia tá a todo vapor, enfim, não tem nenhum sinal de que ele tá eh caminhando para acabar com a guerra. Isso incomodou o Trump. E aí o Trump começou a falar assim: “Bom, então eu vou dar armas paraa Ucrânia, então Europa, vocês podem comprar as armas, eu vendo para vocês e vocês entregam paraa Ucrânia”. E começou a mudar o discurso. Eh, até que chegou no dia 28 e agora recente, faz poucos dias, isso, 28 de julho. E neste momento, o que que aconteceu? O Trump eh virou e falou: “Eu vou dar, não são 50 dias”. Ele tinha dito em 50 dias paraa Rússia chegar eh num consenso, falou que ia sancionar o petróleo russo, fez algumas ameaças, mas não levou a sério. Ninguém levou a sério, nem o Putin, ninguém se preocupou com a ameaça. os próprios mercados, e eu falei disso outro dia, eh quando ele falou que iria sancionar o petróleo russo, eh, o preço do petróleo caiu ao invés de subir. Porque se ele realmente sancionasse o petróleo russo, uma das grandes temores do mundo é que o preço do petróleo vai subir, porque a Rússia vai deixar de vender petróleo pro mundo, então vai diminuir a oferta e o preço vai subir. O mercado entendeu que isso não era real. O Trump não vai sancionar o petróleo da Rússia, não vai fazer isso porque ele não quer que o preço do petróleo suba. Então nem os mercados acreditaram, o petróleo caiu. Então para vocês verem que a ameaça do Trump não foi, não foi vista como uma ameaça real, sustentável, sólida. Bom, qual que é o andamento? Então aí no dia 28, quando ele tava na Escócia, o Trump virou e falou assim: “Olha, não são 50 dias. A Rússia tem 10 a 12 dias para chegar num consenso, numa num acordo final. Aí eu não aguento mais. Eu não aguento, eu tô cansado do Putin. Eh, eu vou sancionar, eu vou eh levar isso a sério. Na sequência que o Trump falou isso, o Dmitre Medevedev, que já foi presidente da Rússia e que hoje ele é o vice eh presidente ali do Conselho de Segurança, foi lá e respondeu pro Trump. falou: “Ó, a Rússia não é nem Israel e nem o Irã. Você não faz, você não dá de, você não dá prazo para nós sem achar que então você tá se preparando para entrar em guerra com nós. Só que a guerra não é com a Ucrânia, vai ser com vocês.” E aí, né? A gente sabe que o Medevedev ele ele tem essa posição ali. Ninguém sabe se essa posição foi dada para ele. Óbvio que ela não existiria se o Putin não deixasse, mas ninguém sabe se o Putin ligou para ele e falou: “Olha, Mev, o seu papel é ser sempre esse cachorro de ataque, eh, esse cachorro latindo, brigando ali nas redes sociais, porque ele passa o tempo inteiro fazendo ameaças de guerra nuclear. ele só faz esse tipo de coisa, o ex-presidente da Rússia. Então, a gente não sabe se isso foi eh foi um papel que foi dado a ele ou ele se colocou nesse papel e no final das contas, bom, ele ele sempre presta esse papel. O fato é que ele falou isso aí, o senador americano, o Lindsen Graham veio e respondeu para ele, falou: “Ó, eh, o presidente americano agora é o Trump, não é o Biden e você deveria levar a sério porque a gente não aguenta mais, essa guerra tem que acabar.” Aí ele respondeu, subiu o tom mais duas vezes, virou e falou assim: “Ó, eh, seus vovôs, parem de ficar se preocupando com as coisas. Vai cuidar do América em primeiro lugar, né? America first, ele escreveu lá no no post dele e falou mais um monte de coisa, fez mais algumas ameaças”. Aí no dia 31 o Trump entrou na briga publicamente e postou e virou e falou assim: “Ó, esse esse presidente da Rússia é um fracassado e essas palavras, essas ameaças dele são sérias e eu espero que ele tenha consciência do que ele tá fazendo. Eu estou reposicionando dois submarinos nucleares americanos para regiões apropriadas pra gente se preparar então para uma ameaça desse porte da Rússia, ou seja, uma ameaça nuclear. Eu vou mandar os meus submarinos nucleares para lá. Eu fiz um vídeo curtinho aí, um short eh sobre isso, explicando o que que significava, né? Bom, aí o Medvedevdeev respondeu: “Nossa, se um presidente tão poderoso dos Estados Unidos está tão preocupado com um comentário eh meu, é porque nós estamos no lugar certo, porque a Rússia está no caminho certo.” E o Trump continuou sendo duro, subiu o tom e aí silêncio. Dev sumiu, desapareceu. E aí, no dia 4, eh, o Kremlin, um oficial do Kremlin, veio a público e falou: “Ó, eh, o Kremlin não tem nada a ver com essas discussões emocionais, calorosas. Quem define a política externa da Rússia é o Putin. E nós estamos muito satisfeitos e achamos extremamente importante o encontro com o enviado especial do presidente Trump, que é o Witkov. E essa é uma figura à parte, gente. Esse cara é um completo pateta, mas eu já vou explicar o porquê disso. Eh, bastante papel eh que ele exerce nessa história toda é uma é um grande fracasso. Ele faz tem um papel ali eh ridículo. Eh, e parte da de toda essa manipulação de como as coisas são conduzidas é por causa do fracasso do Witkov. Mas ele serve um propósito pro Putin e pra Rússia, porque ele é facilmente enrolado, enganado, porque ele não é um profissional, um diplomata profissional. Ele é um bilionário eh da área imobiliária dos Estados Unidos, fez negócio com Trump, amigo do Trump, advogado. E aí o Trump colocou ele para ser o enviado especial para resolver as grandes guerras do mundo. Só que ele não entende nada de negociações desse porte. Eh, não tem nada a ver ser bilionário e comercializar imóveis, comprar e vender imóveis com resolver grandes guerras no mundo com potências atômicas. Primeiro que ele senta na reunião para quando ele vai encontrar com o Putin, eh, sem nenhum assessor, eh, ele não tem tradutor. E aí é oferecido um tradutor russo, que é uma tradutora que é uma espiã russa, que senta do lado dele e traduz, distorce tudo que ele diz pro outro lado e vice-versa. ele se presta um papel de completo bobo, porque, óbvio, né, se você tá sendo eh eh você tá numa reunião com o presidente da Rússia, com o Putin, o ditador maior da história, um dos grandes ditadores da história russa, um cara que é um ex KGB, eh, e você se achando o grande entendedor, não, eu sou bilionário, né? né? Sou um grande pessoa de sucesso no mundo dos negócios. Fantástico. Mérito seu, mas não tem nada a ver com você negociar uma guerra e negociar com um ditador e com uma potência nuclear. Você não entende absolutamente nada, porque tudo que ele fala é é fica acordado de boca. E óbvio que o Putin não é bobo. O que que ele deve pro que ele falou pro outro? A primeira coisa que ele fala, elha desculpa, você não entendeu bem o que eu falei, porque você não tem sequer tradutor, né? Você usa o nosso tradutora e e você não tá ouvindo ela porque ela é a nossa espiã traduzindo para você. E aí nada é colocado por escrito. Bom, mas isso vai dar um outro problema que eu já vou chegar lá para vocês. O fato é que eh com essa história eh o aí no dia 6 eles se encontraram, né? eles iam se encontrar no dia 4, então, eh, o o governo da Rússia veio a público e se pronunciou e falando então que estavam felizes que iriam encontrar com o Witcoven no dia 6, por estabelecido pelo Trump, o deadline, era dia 8. E aí quando ele quando o Putin percebeu que o o Trump tá ficando de saco cheio, o Trump tá percebendo que tá sendo enrolado, não tá chegando em lugar nenhum, já foi engabelado umas três vezes e o Trump tá subindo o tom do discurso contra a Rússia. E aí o Trump também veio com uma outra decisão que foi aumentar as tarifas contra a Índia porque ela está comprando petróleo russo. Ou seja, é uma sinalização do início de uma sanção extra pro petróleo da Rússia. Isso vai danificar o orçamento russo para continuar sustentando a sua guerra. se ele começar a perder outros concorrentes, porque a Índia e vai acabar no final das contas falando: “Bom, não vou comprar mais o petróleo da Rússia”. E todo mundo achou que o Trump não iria fazer isso com a China. E e eu também acho que ele não vai fazer isso com a China, mas com a Índia ele começou a perceber, hum, dá para fazer isso com a Índia, então eu vou fazer com a Índia. E aí o Putin começou a perceber e aí depois com a troca de acusações, farpas e escalada ali no discurso entre o Medvedev e o Trump e o o Greenhan, e começou a parecer que o Trump talvez ia ficar mais duro. E aí que que o Putin fez? falou: “Tá bom, vamos dar pro Trump o que ele sempre quis, um encontro, porque agora não tem mais como enrolar, então eu vou encontrar com ele.” E aí o Wkov, né, que é o enviado especial, chega lá no numa reunião com o Putin e aí ele, o Putin gentil, né? hábil, eh, hábil manipulador, hábil, eh, líder, não tá no poder dominando o maior território do mundo, eh, porque é bobinho, eh, um grande estrategista. Vai engolindo o Witkov, vai dando todos os sinais eh que o Witkov queria pro Witkov chegar pro Trump e falar assim: “Não, tá tudo certo, o o Putin tá pronto para fazer o acordo Trump. E aí o Trump, pô, maravilha. Então tá dando certo, né, o a minha pressão, a o meu tom mais duro, eu sendo mais firme, mais agressivo contra a Rússia e o Putin, ele tá respondendo. E aí o Witkov fala: “Não, ele tá pronto para encontrar com você, com o Zelensk, eh, e vai dar certo”. Querendo vender resultado pro Trump, mas pata, né? eh, fazendo um papel de idiota. Aí saíram desta reunião duas confusões, que são as confusões que estão sendo discutidas o tempo inteiro pelo mundo todo. A primeira delas é sobre os elens que não participar da reunião. E e assim, claro, eh, o que que o Trump quer? um acordo. E é difícil você ter um acordo se você não tem os dois lados sentados conversando. E para isso acontecer, os elens que tem que estar na reunião. E o Trump achou, porque o Whtkov achou que a reunião ia ser entre Trump, Zelensk e Putin. Só que claro que quando eles vieram ao público falar isso, os russos responderam e disseram: “Opa, nada disso. A gente não disse que é com o Zelensk. Para ter uma reunião entre o Putin e o Zelensk, muitas coisas têm que mudar e essas coisas não estão prontas, não estão maduras para que isso aconteça. E aí o Wcov não tem nada por escrito. Não, mas eu entendi. Não, você não entendeu. Você trouxe que era importante ter uma reunião e a gente respondeu que para essa reunião acontecer precisamos ter outros elementos. E esses elementos não estão colocados. foi uma uma um uma falta de compreensão da sua parte. É, ele não tem o que dizer, né? Ele não tem nada por escrito, ele não entende nada do que ele tá fazendo ali, tá tudo bem. Aí vamos pro segundo eh desentendimento, né? E esse, antes de ir pro segundo, só mais um uma um ponto importante sobre isso. É estranhíssimo que vá se negociar eh o fim da guerra sem uma das partes presentes. Não faz sentido algum. Por mais que os Estados Unidos tenha eh poder eh e capacidade de impor coisas à Ucrânia, porque ele dá armamento, porque dá inteligência, porque é a maior potência do mundo, não dá para você virar pros ucranianos e falar assim: “Entreguem as suas armas, parem de lutar”. Aí alguns podem dizer: “É, mas eles não vão ter armas”. Mentira, eles vão lutar com o que eles tiverem. Eles vão continuar lutando. Ah, mas eles vão ser derrotados. Tá bom. Então, eles vão ser derrotados no campo de batalha, não acordo entregando a sua vida e a sua terra. Não adianta você fazer um acordo com Putin se você não combinar com a Ucrânia e os ucranianos não concordarem com esse acordo. E além do mais, existe a Europa que sabe das consequências de entregar a Ucrânia pra Rússia desse jeito, porque ela sabe que ela será o próximo da lista. Então a Europa se tiver que arcar com esse problema sozinho, vai arcar, vai dar os meios para a Ucrânia continuar lutando. Ou seja, não faz sentido imaginar que é possível se chegar num desfecho para a guerra sem o consentimento, a participação e a combinação com a Ucrânia, porque a Ucrânia vai ter que cumprir o que foi combinado ali. Só que se ela não participou da combinação, se ela não concorda, se ela sequer entendeu o que foi combinado, ela não vai cumprir. Então não vai ter acordo e não vai adiantar nada. Vai durar um mês, uma semana, um dia e eles vão voltar a brigar. Óbvio que eh isso não é necessariamente que o Trump não quer que os elé esquivá, mas é o Putin jogando. E aí o Trump não tem opção e falou assim: “Bom, tá bom, pelo menos vou eu lá e eu vou convencer o Putin”. E claro que isso gera um receio gigantesco no Zelensk e na Europa de que o Trump possa chegar a uma conclusão eh que ele fez um acordo com o Putin ou que o Putin possa convencer o Trump ou persuadir o Trump ou enrolar o Trump ou o Trump simplesmente mudar de ideia como ele já mudou 1 milhão de vezes e ele achar que é, quer saber, eu tenho que impor esse acordo mesmo. ela abaixo a Ucrânia e vai ser assim. E ele já mostrou que ele pode se comportar desse jeito. Aquela reunião na sala oval com Zelensk foi um exemplo de como ele pode mudar completamente e partir para cima da Ucrânia, exigindo que ela se renda basicamente. Então, e isso tá causando um receio, uma discussão enorme para a Europa, para os elensk, para a Ucrânia. e pro mundo, né? Porque o que que vai acontecer? E se o Trump realmente for convencido? E se o Trump realmente decidir tomar o lado eh do Putin? Então, essa é uma preocupação. Vamos para o segundo ponto da reunião que causou também eh uma uma grande discussão que é a tal de trocas de territórios, o land swap. E o que que é isso? o o Witzkov, né, virou e assim os russos falaram para ele: “Olha, é o seguinte, a gente eh pode parar de atacar, a gente aceita um cessar fogo parcial, ou seja, eu, Rússia, paro de atacar se a Ucrânia me der território. Territórios que eu ainda não conquistei, que eu quero inteiro para mim. Donetsk, a região de Donetsk. Eu quero inteira Rússia e eu não conquistei inteira, mas se a Ucrânia me der ela inteira agora, eu diminuo, eu faço um cessar fogo parcial em certas partes do país. E aí o Witkov, que não não compreende absolutamente nada, ele não entende do mapa, ele não sabe quais são os territórios que estão ocupados pela eh pela Rússia, quais são da Ucrânia, até onde que tá a linha eh de contato, a linha de frente, a linha de combate, como que tá dividido, o que que tá acontecendo. Ele não entende isso, ele não sabe do assunto. Ele só acha que ele é um grande, exímilio negociador. Quando a discussão acontece, ele vira e entende que o quê? Ah, a Rússia tá oferecendo entregar uma parte dos territórios que ela já conquistou de Kerson e Zaporija em troca que a Ucrânia dê os territórios que ela não conquistou ainda em Donetsk. Não foi isso que os russos falaram. Os russos disseram: “Nós aceitamos um cessar fogo parcial na região de Kerson e Zaporija em troca da Ucrânia dar território para nós.” Vocês estão entendendo, gente? A Rússia não propôs uma troca de território. O Witzkov inventou, abstraiu da cabeça dele que os russos tinham proposto isso e os russos falaram: “Bom, deixa ele achar isso, a gente não vai fazer isso, mas deixa ele ir lá e falar e acontecer a reunião, a gente ganha tempo, a gente não tá preocupado. A gente só não quer que o Trump pegue mais pesado e venha com sanções e faça uma série de coisas”. E aí ele chegou e falou pro Trump: “Ó, a Rússia concordou em trocar território e esse é o caminho pro acordo”. E aí o Trump veio a público e falou: “Vejam, teremos troca de território para ter a paz e a Ucrânia vai ter que ceder territórios que ainda não perdeu e talvez ela recupere outros territórios que ela já perdeu.” E aí o Zelensk falou assim: “Opa, eu não posso entregar território porque a Constituição da Ucrânia diz que eu não posso dar território para ninguém sem a população concordar. vai ter que ter um referendo, vai ter que ter alguma discussão aqui. E aí o Trump ficou louco e falou: “Ah, pronto, é o Zelensk que está querendo melar com o acordo. É, para ele fazer a guerra, ele não precisou de autorização da Constituição, o que é uma fala completamente absurda. Faz sentido algum você dizer isso, né? Trump eh primeiro que essa fala dá a entender que quem fez a guerra é a Ucrânia. Depois ela dá a entender que eh entregar território e proteger território é a mesma coisa que não vai não tem nada a ver uma coisa com a outra. Mas enfim. E aí o o Trump entra no campo da da retórica, das das falas dele que não correspondem com a realidade, mas que são parte do que ele acha que é eh as posições dele para conquistar o que ele quer, né? No caso que a Ucrânia ceda eh o território, porque ele acha que o acordo pode sair se houver eh a troca de território, o que não é a posição da Rússia. O que que a Rússia quer? A Rússia quer donetsk inteira, Loransk inteira, Kerson inteira, Zaporije inteira. Ela quer que a Ucrânia não entre na OTAN, não possa entrar na OTAN. Ela quer que tenha eleições para que o Zelensk saia do poder. Ela quer que a Ucrânia não tenha um exército mais forte. Ela quer que o Ocidente não entregue mais armas, que a Ucrânia não tenha meios para se defender, que ela esteja enfraquecida politicamente para aí sim tudo estar perfeitamente simples e fácil para que ele conquiste o país inteiro. Então essa posição russa, simples assim. E aí, óbvio que os europeus e os elens falaram de jeito nenhum. Mas aí vamos imaginar, e o que eu tô falando aqui agora é se fosse real, se realmente a Rússia quisesse uma troca de território. Vamos imaginar isso, gente. Vamos pensar eh nas consequências e na implementação prática disso. A implementação prática é o seguinte. Você tem de um lado eh uma questão militar, né? Vamos supor que seja isso mesmo. É uma troca tal, é difícil paraa Ucrânia, mas talvez possa até fazer sentido. Vamos supor que a Rússia quer isso, a Ucrânia aceitou, esquece todas as posições políticas e estratégicas. Vamos lidar com a prática. Agora você tem os dois lados militarmente entrincherados, com barreiras, defesas, posições, campos minados, trincheiras, eh consolidadas. Essa linha de contato, essa linha de frente de combate, ela não é uma linha reta estática, ela ela está em movimento e ela não é reta, ela não é fácil de ser identificada e ela tem uma separação entre um lado e o outro e de lugares totalmente inacessíveis, de difíceis trânsito e passagem. Você tem pontes que conectam essas partes que foram destruídas para você retirar as forças militares dos dois lados, limpar as trincheiras, limpar os campos minados, limpar as barreiras, limpar tudo, reconstruir as pontes para que um lado possa ocupar, passar, entrar pro outro lado. Isso pode levar meses ou anos. Anos. Então, na prática, fazer essa troca de território do ponto de vista militar é muito difícil. E aí tem mais outras questões práticas bem sérias. Quando você fala: “Ah, os russos estão aqui, os ucrainianos estão aqui, então os russos vão se retirar. Os russosor, eh, eu eu não vou sair daqui, eu vou avançar para pegar o espaço que eu que eu vou trocar. Eu quero esse espaço primeiro. A, aí os ucranianos falam: “Tá bom, mas eu só eu só saio daqui quando você sair do outro lado lá. Quem sai primeiro? Não, não funciona assim. Ninguém confia no outro. Ah, tá bom. Aí a Ucrânia fala: “Não, não, tá bom, eu tô saindo, ó. Tá tudo seu aqui”. Aí a Rússia não saiu de Kerson, não abandonou a Zaporija, não devolveu a usina nuclear de volta, perdeu. Não, não existe. Não é assim. que que você vai precisar de uma grande força internacional, uma missão de paz para operacionalizar essa transição territorial. E não é uma operação pequena, é uma operação gigantesca, porque o território, a área em jogo é muito grande. Ucrânia é o maior país da Europa. Então vocês imaginam que esses espaços são imensos. Você vai precisar ter muitos soldados de uma força internacional. E aí vai começar uma discussão da onde vai ser essa força internacional da OTAN? Certamente a Rússia não vai aceitar da ONU. Que país da ONU é que vai mandar e vai estar qualificado e armado suficiente para coordenar essa retirada de tropas dos dois lados e monitorar que as coisas vão acontecer simultaneamente? Outro problema praticamente insolúvel. E por fim, você vai ter que combinar com as pessoas. Quando Israel se retirou de Gaza, você tinha de 8 a 10.000 israelenses morando lá que não queriam sair e eles foram retirados à força pelo exército de Israel, mas eram 8, 10.000. Agora, quantos que estão dos dois lados que vão ter que ser retirados? E aí tá bom mesmo que essas pessoas aceitem sair, elas vão virar e falar assim: “Bom, eu perdi minha casa, agora eu quero uma nova propriedade em outro lugar e eu quero eh uma indenização. Você vai ter discussões infinitas de como viabilizar essa troca de território. Trocas de territórios não são coisas estranhas em acordos de negociações de paz. a discussão entre israelenses e palestinos, eh, na possível criação do estado palestino na na S Jordânia, já incorporou a ideia de você trocar lados, trocar territórios entre os lados. Assentamentos israelenses dentro da Jordânia seriam mantidos e Israel daria territórios para os palestinos. dentro do lado de Israel para não ter que relocar, realocar, tirar aqueles assentamentos ali, tirar aquelas pessoas que iam resistir, que não iam querer. Você fala: “Bom, vamos deixar aqui, vamos fazer uma uma fronteira toda retalhada e aí eu te dou um território que eu que você perdeu aqui, eu te dou dentro do meu território do outro lado.” Isso já foi cogitado. Existe precedente para esse tipo de coisa. Mas não aconteceu, né, nesse caso. Então, eh, mesmo que a Rússia quisesse, você tem todos esses obstáculos e as condições são de extrema desconfiança que isso não seria sustentado, não chegaria até o momento real, né, até o momento da consolidação. E mesmo que depois trocasse e tivesse dado tudo certo, isso significaria que a Rússia acabaria com a guerra de vez ou a Rússia viria para uma segunda rodada ou para uma terceira rodada? A primeira rodada já foi em 2014, segunda rodada foi em 22 e talvez a terceira rodada venha. Ou talvez essa não seja só a segunda rodada, mas seja a quarta rodada, porque talvez tenha começado lá atrás quando ela assinou eh o memorando dizendo que ela não iria violar a fronteira nos anos 90, que ela não iria violar a fronteira da Ucrânia e descumpriu. Então a Ucrânia não tem garantias. Aí ela precisa de garantias. Quem vai dar essas garantias? a gente volta para as mesmas discussões de antes. Então, não me parece alguma que existe zona de acordo. E isso tá ficando claro nos últimos dias, tanto que eh teve uma reunião entre os líderes europeus e o Trump e o Trump já saiu da reunião falando assim: “Eu não tô indo encontrar com o Putin para eh fazer acordo de paz.” Porque o Trump percebeu onde ele tá entrando. Percebeu hoje? Isso não quer dizer que na hora que ele tiver ali do lado do Putin, ele não mude opinião completamente, porque a gente já viu ele mudar de opinião 10 vezes nesse assunto. Um dia ele detesta a Ucrânia, no outro dia ele detesta o Putin. Não detesta o Putin com a mesma intensidade que ele já detestou o Zelensk, mas ele cada hora muda de lado. Então não dá para garantir que ele não vai mudar de lado e ficar do lado do Putin. O fato é que ele já disse uma coisa diferente num discurso eh na quarta-feira falando que não, veja bem, eu não tô indo fazer acordo, eu tô tentando um cessar fogo. E ele também tinha dito alguns dias antes da quarta-feira dizendo já, ó, eu não sei o que vai acontecer. Talvez eu levante e saia andando no meio da reunião e abandone o Putin. Eu vou sentir na hora se ele tá disposto. Mas o Putin vai ficar lecionando, dando aula, dando lição de moral, eh, explicando para o Trump como que a Ucrânia já era parte da Rússia e vai contar um monte de história. Bom, a moral da história é que além de tudo isso, tem acontecido outras coisas no campo de batalha. E nos últimos dias, a Rússia conseguiu uma quebra e um avanço substancial. Avançou por volta de 15 km para dentro do território eh da Ucrânia. E isso é um grande avanço. Os avanços até então eram muito pequenos e curtos, né? pouco território, nem se chegava a 1 km por vez. E essa foi uma grande quebra. E a retaguarda ucraniana, ela sucumbiu porque simplesmente não tinha soldados suficientes para lidar com esse avanço. Não foi um avanço eh em massivo num território uniforme, foi como se fosse uma península. Eles entraram com um pedaço de terra avançando, fazendo eh quase que um um uma faixa para dentro. Eh, e agora tão no meio da batalha. Mas isso é mais um sinal que mostra pro Putin que ele pode vencer, que ele tem chances e isso provavelmente vai fazer ele não estar disposto a um acordo, a não ser que dê tudo e dá tudo. Nem o Trump talvez eh entenda que é possível e que é uma uma decisão inteligente de se fazer. Porque ele vai ouvir a pressão de todo mundo, dos europeus, da Ucrânia e até de alguns dos seus assessores falando: “Ó, aí você tá dando muita força pra Rússia e ela vai partir para uma nova guerra. Se você não conseguiu acabar com uma, você vai ter que lidar com mais do que uma”. E isso o Trump também não quer. Eh, mas por outro lado, a gente pode dizer que o Trump também pode se sentir eh que a Ucrânia não tem chance de vencer, já que ela tá perdendo o território e a Ucrânia é mais fraca, é a perdedora, é melhor ele ele forçar um acordo agora para ele tá do lado do vencedor, ele detesta perdedores e assim por diante. Então, tem uma série de dinâmicas acontecendo. Eh, o desfecho dessa história é que a gente não sabe exatamente eh que tipo de situação vai sair dessa reunião, mas eu diria que não existe acordo a ser feito. Qualquer coisa que sai dali não vai ter sustentação para eh se manter. Porque todos esses elementos que eu expliquei para vocês deixa claro que as zonas de acordo elas estão muito distantes, elas não estão presentes se você juntar as necessidades de todos os lados, os objetivos, as vontades e tudo que tá em jogo. Mas vai ser interessante, eh, vai moldar bastante do comportamento, eh, do Trump em relação ao Putin daqui paraa frente. Vamos ver. Como é que vai ser? Acho que por um lado o Trump pode sair bastante impressionado ou achando que ele tá próximo do Putin ou que que o Putin tem boas intenções ou que é melhor ser amigo do Putin. Mas no final das contas eh as ações vão mostrar isso pro Trump e nem que demore mais tempo, ele vai perceber que não tem saída ali. Vamos esperar. Vamos acompanhar. Vai ser muito interessante ver o resultado eh dessa desse encontro, dessa reunião. extremamente relevante eh esse momento e vou estar aqui acompanhando com vocês, gente, fazer uma lembrança aqui, né, para vocês eh aproveitar esse desconto da Insider, que ele dura pouco tempo, e darem like no vídeo, seguir o canal, ativar o sininho, eh compartilhar com seus amigos. Até mais. Yeah.