O Estado que ENRIQUECE, mas CONTINUA POBRE
0R bilhões deais. Esse foi o valor que o Piauí produziu só com o agro em 2023. O estado virou potência em produção de grãos e de energia. Agora olha só a posição do estado no ranking do PIB per capita do Brasil. 25º lugar. Enquanto o campo se mecaniza e os ventos geram riqueza, boa parte da população ainda vive na pobreza. A economia dispara, mas a desigualdade continua firme no mesmo lugar. Mas por que isso acontece? Por que dois setores tão promissores geram tão pouco impacto social? E o que o Piauí precisa fazer para transformar crescimento em desenvolvimento de verdade? Para responder, a gente precisa voltar no tempo e entender porque o Estado ficou tão longe dos grandes ciclos de riqueza do Brasil. O Piauí, mesmo com seus avanços recentes, carrega marcas profundas de um passado que o distanciou dos grandes centros de desenvolvimento do país. Diferente de outras regiões, como Pernambuco com ciclo do açúcar ou Minas Gerais com ouro, o estado nunca viveu um ciclo econômico de grande riqueza. Durante o período colonial e imperial, a economia local era baseada na pecuária extensiva e na agricultura de subexistência, especialmente no sertão. A geografia do Piauí sempre foi um entrável desenvolvimento econômico. O estado tem o menor litoral do Brasil e nunca contou com portos de relevância. Isso o deixou de fora das grandes rotas comerciais desde o período colonial, diferentemente de estados como Pernambuco e Bahia que se integraram cedo ao comércio marítimo. Além disso, a capital Teresina foi fundada apenas em 1852 e está localizada no interior. Essa configuração afastou o estado dos fluxos econômicos ligados ao litoral e dificultou o escoamento da produção. Tem uma cidade forte na costa, o Piauí passou a depender de cidades portuárias vizinhas como São Luís e Fortaleza, tanto para exportar quanto para importar mercadorias. Essa dependência limitou a formação de um mercado interno robusto e consolidou um ciclo de isolamento logístico e comercial. Outro fator é o clima. Grande parte do território piauense está inserido no polígono das secas, uma região marcada por longos períodos de estiagem, o que historicamente provocou migrações forçadas para o Sul e Sudeste e dificultou o desenvolvimento da agricultura familiar. A seca contribui para um modelo de produção voltado à sobrevivência e não para prosperidade. Esse passado difícil tem tudo a ver com a forma como o poder foi exercido no Piauí. Durante muito tempo, o estado foi dominado pelo coronelismo, um modelo político em que poucas famílias mandavam em tudo. Controlavam eleições, cargos públicos e até decisões sobre onde e como o dinheiro era investido. Mesmo com as mudanças das últimas décadas, esse tipo de estrutura ainda deixou marcas profundas. Em muitas cidades, o poder continua concentrado nas mãos de poucos. Isso dificulta a renovação política e atrasa decisões que poderiam ajudar o estado a crescer de forma mais justa. No entanto, esse cenário começou a mudar nos últimos anos. Com a expansão do agronegócio dos investimentos em energia renovável, o Piauí passou a aparecer nas manchetes como exemplo de crescimento acelerado. Regiões antes estagnadas se transformaram em polos de produção e geração de riqueza. Mas mesmo com todos esses avanços, os indicadores sociais seguem entre os piores do país. Afinal, por que o crescimento econômico do Estado não se reflete de forma mais ampla na vida das pessoas? [Música] O agronegócio e a energia renovável transformaram o Piauí em um dos estados que mais crescem no país. Entre 2015 e 2023, o valor da produção agrícola no estado cresceu 384%, saltando de 2,6 bilhões para quase 13 bilhões. O cerrado do sul do Piauí virou vitrine do chamado Matopiba, região que inclui Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Municípios como Uruçui, Baixa Grande do Ribeiro e Bom Jesus passaram a liderar a produção de soja e milho, atraindo grandes empresas e investidores de fora. Ao mesmo tempo, o estado se destacou na geração de energia limpa. Com forte e ventos constantes, o Piauí é o terceiro maior produtor de energia solar e eólica do Brasil. Quase 100% da sua matriz elétrica é renovável. Parques como Lagoa dos Ventos e o São Gonçalo do Gurgeia receberam bilhões de investimentos e colocaram o estado no mapa da transição energética. Esses dois setores, agro e energia puxaram o crescimento do PIB. Entre 2002 e 2021, o produto interno bruto Piauiense multiplicou por nove. Cidades que antes tinham economias estagnadas viram seu PIB disparar com a chegada de usinas e lavouras mecanizadas. Em Caldeirão Grande do Piauí, por exemplo, o PIB subiu mais de 600% após a instalação de usinas eólicas. E é nesse ponto que a história se repete. Aquele velho poder coronéis acostumados a beneficiar só um grupo apenas trocou de roupa. Ele abraça os projetos bilionários, mas sem abrir mão do controle, enquanto a economia local, que ajudaria muito mais gente, fica para trás. Porque apesar do crescimento nos números, pouco alterou a realidade da maioria da população. O que se vê é um modelo baseado em grandes empreendimentos altamente mecanizados que geram poucos empregos permanentes. No campo, tratores e colheitadeiras fazem o trabalho de centenas. Nas usinas, a operação exige mão de obra especializada, mas em número reduzido. E o pior, as poucas vagas que surgem muitas vezes exige uma qualificação que a maioria da população não tem, forçando a contratação de profissionais de fora do estado. São setores chamados de capital intensivos. movimentam muito dinheiro, mas empregam pouco. Além disso, boa parte da riqueza gerada nesses setores não permanece no estado. As máquinas agrícolas vem de fora, os insumos são comprados em outros mercados e muitas empresas que atuam o Piauí t sede em outros estados. O lucro sai e o impacto na economia local é limitado. Mesmo municípios com crescimento acelerado continuam enfrentando baixos indicadores sociais, como é o caso de Uruí, onde a produção agrícola bate records, mas o IDH ainda é considerado mediano. Outro gargalo é a falta de valor agregado. É como ter uma mina de ouro e vender um minério bruto para os outros fabricarem as joias. A produção agrícola do Piauí é, em sua maioria exportada em estado bruto. Grão saem do campo direto para fora do país, sem passar por um processo industrial dentro do estado. O Piauí exporta o grão de soja, mas importa o óleo e o farelo. O mesmo vale para a energia. Apesar de enorme potencial, ainda não há uma política consistente de atração de indústrias eletrointensivas que aproveitem essa energia gerada. Sem transformar o que se produz, o estado perde a chance de gerar mais empregos e fortalecer sua economia interna. O Piauí avança nos números, mas a desigualdade continua no mesmo lugar. A economia cresce, mas os frutos desse crescimento seguem longe da maioria da população. Enquanto os índices melhoram no papel, a realidade nas ruas muda pouco. A pergunta que fica é: o que precisa mudar para que a riqueza gerada chegue também às casas, às escolas e à mesas dos piauienses? A resposta pode estar em políticas que já estão em curso e em outras que precisam sair do papel. [Música] Apesar dos desafios, o Piauí tem mostrado sinais de mudança, especialmente na educação. O estado vem melhorando no IDEB, o índice que mede a qualidade do ensino público com base em notas de alunos e taxas de aprovação. Também aumentou o número de escolas em tempo integral e investiu na formação de professores. O Ceará tem conseguido melhorar seus indicadores sociais apostando na educação e na diversificação da economia, mostrando que apostar na educação básica pode de fato melhorar o desenvolvimento social. E o Piauí começa a seguir esse caminho. Outro ponto importante é a diversificação da economia. Com uma matriz energética quase 100% renovável, o Piauí tem uma vantagem estratégica: energia limpa, abundante e barata. Isso pode atrair indústrias que consomem muita eletricidade, como fábricas de fertilizantes, produção de hidrogênio verde, unidades de processamento de alimentos e até data centers de empresas de tecnologia. Ao invés de apenas gerar energia e mandar para fora, o estado pode usá-la como motor de um novo ciclo de desenvolvimento mais produtivo e com mais empregos qualificados. Mais do que isso, o Piauí pode construir um ecossistema onde a tecnologia não seja apenas consumida, mas também desenvolvida localmente. Isso significa investir em centros de pesquisa, incubadoras de startups e parcerias com universidades para criar soluções voltadas ao próprio território, como inovação agrícola adaptada ao semiárido ou tecnologias para energias renováveis. Com isso, o Estado deixa de ser apenas um fornecedor de matériapra e passa a ser um centro de inteligência, produção e transformação. Mas para isso tudo acontecer, a infraestrutura também precisa melhorar. Estradas como a PI262, que ligam regiões produtoras a centros de consumo, ainda enfrentam trechos precários. Investimentos, como a conclusão da ferrovia transnordestina poderiam transformar a logística do Estado, reduzindo custos de transporte e aumentando a competitividade dos produtos piauienses nos mercados nacional e internacional. Nada disso é simples ou imediato, mas o próprio Piauí já mostrou que é capaz de avançar. Em duas décadas, o estado aumentou sua IDH. Um salto relevante, especialmente para quem partiu de tão baixo. Mas isso levanta uma questão. Esse avanço nos números representa de fato uma mudança real na vida das pessoas? Melhorar os índices é importante, mas não basta. O desenvolvimento precisa ser sentido no cotidiano, no acesso à escola de qualidade, ao posto de saúde, ao emprego digno. Sem isso, os números viram vitrine, mas não o espelho da realidade. O paradoxo do Piauí ainda está muito presente. É um estado que cresce no papel. mas onde boa parte da população segue a margem. A produção avança, a economia se expande, mas a desigualdade continua firme no mesmo lugar. A pergunta que fica é: o Piauí vai conseguir transformar esse crescimento em desenvolvimento de verdade? Me conta o que você acha aqui nos comentários. Quero saber sua opinião. Agora, uma pergunta: o que fez você assistir a este vídeo até o final? Se você ficou imerso na história, saiba que isso não foi por acaso. A maneira como a narrativa foi construída, com um gancho forte, uma tese clara, o uso de dados e uma conclusão impactante. Tudo isso faz parte de um método. É um método que eu chamo de engajamento invisível. Ele serve exatamente para isso, transformar temas complexos como a história de uma cidade e narrativas que prendem atenção e geram valor. Mesmo que você não queira aparecer na frente da câmera, o vídeo que você acabou de ver é a prova de que ele funciona. Se você tem interesse em aprender a aplicar a mesma estrutura nos seus projetos ou no seu negócio, preparamos uma aula gratuita explicando os pilares desse método. O link está na descrição e no Qcode que está aparecendo na sua tela. Assista antes que saia do ar. M.









