O MAIOR escândalo alimentar do Brasil (BRF, Sadia e Perdigão)

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o que a Polícia Federal escândalos financeiros brigas de conselho apostas bilionárias e até carne vencida tem em comum acredite se quiser todos esses ingredientes fazem parte da história da BRF uma das maiores empresas de alimentos do mundo uma trajetória que começa com linguiça artesanal no interior de Santa Catarina e passa por uma sequência de revirvoltas digna de uma série de streaming com direito a traições empresariais heranças familiares e mega fusões e um final bem que talvez ainda esteja sendo escrito eu sou a Isis Franco e você está na AVP Capital seja muito [Música] bem-vindo a história da BRF não começa com um grande prédio espelhado nem com executivos engravatados discutindo estratégias em salas de reuniões nada disso a origem dessa gigante do setor alimentício tem cheiro de campo sotaque do sul e começa lá atrás no interior de Santa Catarina com duas famílias de imigrantes italianos que vieram pro Brasil foi em 1934 no pequeno município de Viderau a Perdigão criada pelas famílias Brandaliz e Ponzone a ideia a princípio era simples processar carne suína e vender para vizinhança de pouquinho em pouquinho foram crescendo até se tornarem uma referência na região na época ninguém imaginava que aquela pequena indústria iria marcar seu nome em praticamente todas as geladeiras do Brasil 10 anos depois em 1944 outra estrela começava a brilhar dessa vez na cidade de Concórdia também Santa Catarina era a Sadia fundada por Atílio Fontana que tinha como diferencial um olhar atento para exportações e tecnologia fontana queria mais do que vender no Brasil ele queria mandar presunto pro mundo inteiro e conseguiu a Sadia foi a pioneira em muitas coisas inclusive em marketing o que é simplesmente inovador porque imagina só quem é que 70 ou 80 anos atrás pensaria em aplicar estratégias de marketing para tentar vender presunto no Brasil pois é apesar de serem duas empresas distintas atuando no mesmo setor naquela época a Perdigão não ficou para trás as duas empresas cresceram em paralelo e simultaneamente travando uma verdadeira batalha de titãs nos supermercados sadia lançava Peru temperado em 74 Perdigão respondia com Chester em 79 era uma disputa boa daquelas que fazem o consumidor sair ganhando sadia investia pesado em congelados e exportações enquanto a Perdigão construiu uma cadeia produtiva robusta e bem verticalizada apesar da rivalidade acirrada ambas tinham algo em comum raízes profundas no agrobrasileiro uma forte conexão com o interior e uma capacidade absurda de crescer cada uma com seu estilo suas estratégias e suas crises que spoiler a gente vai falar mais sobre ainda nesse vídeo mas por enquanto fica o registro a BRF nasceu da união de duas marcas que já eram conhecidas no setor de alimentos marcas que surgiram pequenas lá no interior de Santa Catarina antes de serem siglas executivos e relatórios financeiros Sadia e Perdigão foram histórias de família de pequenas cidades e de um Brasil que ainda descobriu o poder da indústria alimentícia mas como é que aconteceu essa fusão exatamente é o que eu vou te ajudar a entender agora pois é tudo ia muito bom tudo ia muito bem até que no final dos anos 2000 a Sadia deu um passo maior que a perna e foi aí que tudo mudou tudo começou com uma ideia que no papel parecia genial apostar no mercado de câmbio a lógica era simples mas perigosa a Sadia acreditava que o dólar ia cair e resolveu vender um monte de contratos futuros apostando que ia ganhar dinheiro quando a moeda americana despencasse só que não foi bem isso que aconteceu em 2008 veio a famosa crise do subprime nos Estados Unidos com direito à falência do Leman Brothers e o caos generalizado nas bolsas do mundo inteiro você se lembra o dólar ao invés de cair disparou e a Sadia se viu no meio de uma tempestade cambial com os bolsos virados do avesso para você ter uma ideia a Sadia estava exposta a mais de 6,4 bilhões de dólares em contratos cambiais apostando que o dólar ia cair mas aí que veio a crise de 2008 o dólar disparou e a jogada virou um desastre financeiro o resultado a Sadia perdeu R 1,2 bilhão deais só naquele trimestre o pior da história até então mas eu preciso explicar aqui que esse valor não representava uma desvalorização da empresa como um todo mas sim com o tamanho do prejuízo causado pelas apostas com derivativos e para deixar mais claro esses 1,2 bilhão deais representavam cerca de 10,6% da exposição total que a empresa tinha nesses contratos na época ou seja em vez de vender peito de frango e investir no que sabia fazer a Sadia parecia estar jogando roleta russa no mercado financeiro e deu ruim muito ruim o prejuízo foi tão grande que a diretoria virou um carrossel o diretor financeiro o gerente de finanças e até o presidente do conselho deixaram seus cargos um atrás do outro foi o que a gente chama de debandada quando a alta cúpula começa a sair ou ser demitida em série a empresa tentou renegociar dívidas vender ativos e segurar a barra mas o buraco era fundo demais para sair sozinha e foi aí que apareceu a Perdigão a rival de décadas virou a única opção viável para evitar o colapso começaram as conversas os bastidores esquentaram e em 2009 veio o anúncio a sadia seria incorporada pela Perdigão não foi exatamente um abraço caloroso mas sim uma jogada de sobrevivência mútua nascia sim a Brasil Foods mais tarde rebatizada como BRF mas como toda união entre gigantes nada foi simples o CAD órgão que regula a concorrência no Brasil só deu sinal verde em 2011 e mesmo assim com um monte de exigências a nova empresa teve que abrir mão de várias marcas e fábricas para não dominar o mercado todo sadia e Perdigão juntas eram grandes demais o processo só foi totalmente concluído em 2013 e aí sim Sad e Perdigão passaram a ser apenas marcas dentro da BRF e não mais empresas independentes na prática a rivalidade virou um casamento de conveniência com direito a DRs corporativas e muitos ajustes no caminho e por falar em fusões e investimentos estratégicos se você quer aproveitar as melhores oportunidades do mercado e investir de verdade eu te recomendo a AOVP Capital se você já tem R$ 500.000 R$ 1000 investidos ou pode investir mais de R$ 500 por mês você só precisa clicar no link abaixo além dos benefícios ao VP na hora de investir você pode ter acesso ao cartão AVP o melhor cartão do mercado com acesso à salas VIP cashback na fatura um sistema de pontos espetacular dentre várias outras vantagens eu confio que você vai tomar a melhor decisão pro seu futuro agora voltando com um detalhe importante sobre a história da empresa a BRF já era listada na bolsa desde 1980 mas com o novo nome e a fusão oficializada ela passou a ser negociada como BRFS3 na B3 e como BRFS na bolsa de valores de Nova York Anise pronto a rivalidade do interior agora era um conglomerado global mas se você achou que os problemas acabaram por aqui espere até conhecer Abílio Diniz o empresário que quando entra em cena o clima esquenta e não é pouco depois do susto cambial da Sadia e da fusão que deu origem à BRF parecia que o pior já tinha passado a nova empresa era gigante tinha duas das marcas mais queridas do país e presença internacional mas como toda grande fusão ainda faltava responder a pergunta: Quem vai mandar nesse negócio agora a resposta veio com o nome conhecido no mundo dos supermercados Abílio Diniz o ex-comandante do grupo Pão de Açúcar lembra dele a gente já contou a história dele do grupo Pão de Açúcar por aqui se você ainda não tiver assistido vale a pena conferir depois pois então em 2013 ele chegou chegando com Áries de Salvador da pátria e uma ideia fixa na cabeça transformar a BRF na EV dos alimentos ao seu lado vinha a gestora Tarpon com mais ou menos 11% das ações da empresa juntos os dois passaram a dar as cartas na companhia a estratégia parecia usada e até promissora cortar custos focar em eficiência profissionalizar tudo ao extremo a ideia era tirar a gordura da empresa mas no caso da BRF a expressão acabou sendo quase literal aí e a Tarpon fizeram uma limpa no quadro de executivos muitos profissionais com décadas de experiência vindos da Sadi e da Perdigão foram substituídos por nomes de fora do setor a intenção era oxigenar a empresa como diziam nas reuniões mas o que aconteceu mesmo foi uma baita perda de knownow gente que entendia profundamente da cadeia produtiva genética de aves sazonalidade de mercado foi embora e o pior muitos desses profissionais acabaram indo parar na concorrência enquanto isso o novo comando apostava auto em decisões financeiras em 2015 por exemplo a BRF apostou na queda do preço dos grãos e consumiu boa parte do estoque de ração só que adivinha o preço subiu e a empresa foi pega de calça curta resultado mais prejuízo e mais dor de cabeça a parte do marketing também sofreu tentaram posicionar a Sadia como marca premium e a Perdigão como linha mais popular só esqueceram de combinar com os consumidores o pessoal que comprava Sadia não quis pagar mais caro de repente e quem gostava da Perdigão torceu o nariz para mudanças que pareciam desvalorizar a marca moral da história ambas perderam o mercado mas o BAC Maior veio em 2016 quando a BRF registrou seu primeiro prejuízo líquido desde a fusão foram R5 milhões deais negativos era o fundo do poço e tudo isso depois de anos de promessas de que a nova gestão levaria a empresa ao topo o sonho de virar um amb dos alimentos foi ficando mais distante enquanto a realidade batia forte a BRF que tinha acabado de sair de um casamento arranjado entre Sadia e Perdigão agora enfrentava uma crise interna digna de novela mas calma que ainda tem mais acredite as coisas ainda podem piorar envolvendo polícia federal escândalo sanitário e até fraudes em laboratório sim o caldo vai engrossar se você achou que a BRF já tinha passado por momentos difíceis com a crise da sadia e os tropeços da nova gestão segura firme porque agora o bicho vai pegar a empresa caiu de cabeça num escândalo que misturava carne corrupção e muita mas muita dor de cabeça tudo começou em março de 2017 quando a Polícia Federal iniciou a famosa operação carne fraca parabéns inclusive para quem inventou o nome dessa operação então o objetivo era desarticular um esquema de corrupção que envolvia fiscais no Ministério da Agricultura e grandes frigoríficos a acusação pagamento de propina para liberar produtos sem a devida fiscalização sanitária e no meio da lista de investigados estava lá a BRF na época a empresa foi citada por supostas irregularidades na unidade de mineiros em Goiás onde teriam sido utilizados ingredientes fora do padrão e em alguns casos alimentos vencidos sim meus amigos vencidos o impacto na imagem foi imediato manchetes pipocaram no mundo todo países suspenderam temporariamente as importações e o consumidor brasileiro ficou com a pulga atrás da orelha mas a coisa piorou em 2018 veio a operação Trapassa uma nova fase da carne fraca dessa vez mirando direto na BRF a Polícia Federal acusou a empresa de fraudar exames laboratoriais entre 2012 e 2015 segundo as investigações alguns supervisores mandavam alterar resultados de teste de qualidade para esconder problemas nos produtos e-mails depoimentos reforçaram as suspeitas foi um golpe duro não só financeiro mas institucional a confiança do mercado despencou e as ações da BRF derreteram em meio ao causo o prejuízo financeiro continuava crescendo e foram de R 1,1 bilhão deais negativos só em 2017 o pior resultado da história da companhia a empresa claro negou as acusações e tentou se defender iniciou programas de compliance reforçou o protocolo de qualidade e trocou parte da liderança mas recuperar credibilidade no setor de alimentos é um processo lento e caro esse período também marcou o fim da era Abílio Diniz que após anos de influência dentro da BRF decidiu sair de cena em 2021 ele vendeu sua participação para um novo e ambicioso jogador Amar Frig empresa gigante do setor de carnes bovinas comandada por Marcos Molina a entrada de Marfrig trouxe uma nova reviravolta mas o que importa aqui é entender que esse momento entre 2016 e 2018 foi sem dúvida o período mais turbulento da história da BRF de uma promessa de eficiência e liderança global a empresa se viu no Centro de Investigações Manchetes Negativas e Perda de Mercado foi um BAC daqueles mas também um ponto de virada e como em toda boa história a história da BRF também tem seus plot twists com bastidores da Ascensão da Marfrig as trocas no comando e os novos rumos que tomaram a empresa porque sim a novela continua depois de escândalos prejuízos bilionários e uma gestão que mais confundiu do que ajudou a BRF parecia estar à deriva foi então que quase como num plot twist de novela das 8 entrou em cena um novo personagem Marcos Molina o chefão da Marfick gigante do setor de carnes bovinas e até então sócia de bastidores na história da BRF em 2021 Molina começou a comprar ações da BRF na miúda pela bolsa mesmo como que não quer nada em pouco tempo já estava com mais de 30% da companhia nas mãos oficialmente dizia que era só um investimento estratégico mas o mercado inteiro sabia ninguém entra desse jeito numa empresa desse tamanho só para fazer figuração e não deu outra em 2022 a Marfrig se tornou a maior acionista dentro da BRF com 33,25% de participação e aí meu amigo o jogo virou na assembleia daquele ano Molina foi com tudo indicou uma chapa completa pro novo conselho de administração o nome dele mesmo estava lá claro como presidente do conselho e de quebra levou junto nomes de peso como Sérgio Ral ex Santander sua esposa Márcia Marçal dos Santos e até um ex-banqueira do JP Morgan era o time dos sonhos da Marfrig e Molina estava pronto para dar as cartas do outro lado os antigos donos da bola tentaram reagir os fundos Preve do Banco do Brasil e Petros da Petrobras além da família Fontana fundadora da Sadia viram sua influência derreter a prévia até tentou um voto múltiplo para tentar emplacar pelo menos um conselheiro mas não adiantou muito pela primeira vez na história da BRF nenhum representante das famílias fundadoras estava no comando nem da Sadia nem da Perdigão a velha guarda tinha oficialmente saído de cena com molina no controle e o conselho renovado começava uma nova era e o discurso era claro: reestruturação eficiência crescimento com foco nada de devaneios financeiros ou apostas em estratégias mirabolantes a ideia era arrumar a casa primeiro e depois pensar grande por trás os bastidores os rumores de uma fusão entre BRF Marfrig voltaram a circular não era a primeira vez que isso era cogitado em 2019 a tentativa naufragou por falta de acordo na governança mas agora com o comando nas mãos de Molina os ventos pareciam mais favoráveis analistas começaram a especular que uma união entre as duas empresas poderia gerar sinergias gigantescas unindo o frango e o suíno da BRF com a força bovina da Marfig e mais juntas poderiam incorporar até a poderosa JBS no mercado global se a fusão vai acontecer mesmo ninguém sabe ainda mas em dezembro de 2023 por exemplo a Marfrig aumentou sua participação acionária na BRF para 50,6% mas segundo a própria empresa essa jogada visava assegurar o controle da marca sem necessariamente implicar nenhuma fusão agora para encerrar toda essa fofoca ou melhor a história da BRF a gente vai ver como essa nova fase transformou a empresa mais uma vez spoiler recordes de lucro novos mercados e um plano ambicioso para dominar o mundo dos congelados segue o baile se os anos anteriores foram uma montanha russa para BRF 2025 chegou como aquele momento em que o carrinho finalmente desce pega embalo e dá aquela sensação de agora vai sob o comando do CEO Miguel Gulart e com Marcos Molina dando as cartas no conselho a empresa passou por uma reestruturação intensa quase como se tivesse feito um detox financeiro o resultado R 6,5 bilhões deais de geração de caixa o maior valor da história da companhia isso mesmo maior da história a BRF começou a mostrar que tinha deixado a fase de trapalhadas para trás a virada não foi só de discurso no segundo trimestre de 2024 a empresa bateu records lucro líquido de R$ 1,1 bilhão deais geração de caixa de 1,7 bilhão ebítida 160% maior que no ano anterior e a menor alavancagem em 9 anos parecia outra empresa mas não é só de planilhas verdes que vive um gigante da alimentação a BRF colocou o pé no acelerador também nas frentes internacionais comprou 26% da Adorha Pory uma das maiores produtoras de frango da Arábia Saudita investiu 79 milhões de dólares numa fábrica na China e entrou de cabeça no mercado de gelatina e colágeno com a compra de 50% da Gel Prime e o que parece ser o plano da vez bom a empresa tem focado em alimentos processados que t maior margem de lucro e menor volatilidade de preço nuggets lasanhas pratos prontos esse tipo de produto já representa 70% do mercado nacional da BRF e vem crescendo também lá fora inclusive no segundo trimestre de 2024 a empresa ganhou 10.000 novos pontos de venda no Brasil para 2025 a BRF também decidiu voltar a apostar em manter uma divisão de pet food no catálogo da empresa há algum tempo atrás ela já tinha criado e tirado essa divisão da companhia mas esse ano as marcas Biofresh e Grand Plus voltaram pro planejamento estratégico com força total afinal se tem um mercado que só cresce é o tal do mercado PET graças aos pais de PET eu acho muito bom atualmente com mais de R$ 13 bilhões deais em caixa a BRF entrou em 2025 como uma empresa inxuta mais focada e ambiciosa o apetite por aquisições ainda existe mas agora o lema é começar pequeno testar e só depois engolir inteiro nada de comprar por impulso se a BRF vai dominar o mundo dos alimentos processados ninguém tem a bola de cristal mas uma coisa é certa a história dessa gigante está longe de acabar e nós aqui da AVP Capital estaremos aqui de olho no que acontece no mercado trazendo todas as atualizações semanais que você precisa conferir para se manter a par do mercado hoje eu fico por aqui e até a próxima m

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