O MAL NÃO ESPERA A NOITE | Midsommar – Real?
3Imagina ser convidada para ir para uma viagem de última hora junto com seu namorado e os amigos dele, só para descobrir que aquele seria o seu pior pesadelo. Bem-vindos a mais um vídeo no canal. Se você gosta de conteúdo assustador, bizarro e misterioso, vou estar no lugar certo. Toda semana tem pelo menos três vídeos longos. Todo dia tem vídeo curto, então tem muito conteúdo para vocês. Se você gosta desse tipo de conteúdo, não esquece de deixar seu like, se inscrever no canal, comentar outros temas que vocês querem ver aqui. As fontes e os créditos estão sempre na descrição do vídeo. E o vídeo de hoje é de novo sobre algumas coisas reais dentro de um filme de terror muito sinistro. E eu confesso que quando eu fiz o vídeo aqui pro canal falando de Hereditário, eu não imaginei que vocês iam gostar tanto desse estilo de vídeo. E eu fiquei muito feliz porque eu tô louca para fazer vários outros parecidos. E dessa vez eu escolhi um outro filme que também é bem sinistro e que tem muita coisa por trás que vocês nem imaginam. Então, a gente vai ter muita coisa para falar. Quero agradecer vocês por sempre darem uma chance pros conteúdos novos que estão saindo no canal, porque eu fico muito feliz de poder expandir algumas coisas que eu gosto muito de falar e que eu descobri que vocês gostam também. Lembrando que também agora tá rolando post de alguns cortes de vídeos, então vocês devem receber algumas notificações extras por semana de alguns vídeos que talvez vocês possam ter perdido e que agora vocês podem assistir os cortezinhos deles também. Então, sem mais enrolação, bora pra história de hoje. [Música] Hoje a gente vai falar sobre Midsommer e eu já vou deixar o alerta de spoilers para quem não assistiu o filme. E esse vídeo serve tanto pras pessoas que já assistiram quanto pr as pessoas que têm vontade de assistir e não se importam muito de ficar sabendo algumas coisas antecipadas. De qualquer forma, eu acho melhor deixar o alerta, porque a gente vai falar sobre o filme todo, basicamente. E esse filme também é um filme que ou a pessoa ama ou a pessoa odeia. É muito difícil encontrar uma pessoa que fala assim: “Ai, gostei, achei legalzinho”. Não, tipo, ou você amou ou então você não pode ver esse filme pela frente. E eu acho que um dos principais motivos é que Midsummer é um filme bem longo. Ele tem quase 3 horas de duração e ele tem alguns momentos muito silenciosos que incomodam, só que a intenção é incomodar mesmo. Outra coisa que ajuda em parecer que o ritmo é um pouco lento é que o filme acontece todo de dia. Então parece que você tá vivendo um dia muito longo. Mas vocês vão entender que não é bem assim. No filme a gente acompanha a protagonista, a Dani. A Dani é uma garota que tem um pouco de dependência emocional. Ela já não mora mais com os pais. Os pais dela moram em uma outra casa junto com a irmã. E a relação deles é um pouco complicada. A irmã dela tem algumas questões de saúde mental que deixam ela muito ansiosa e com medo do que ela pode fazer. Ao mesmo tempo, ela tem um namorado, o Christian, que não tá nem aí para ela. Eles já estão namorando há alguns anos. E parece que o relacionamento tá um pouco desgastado. Os amigos do Christian não sabem nem por que ele continua com a Dani, mas parece que ele não consegue terminar e fica só oferecendo algumas migalhas para ela. Enquanto isso, a Dani é muito obsecada por ele. Qualquer decisão que ela toma, ela fica preocupada sobre o que o Christian vai achar. Então, por exemplo, no começo do filme, quando ela recebe uma mensagem esquisita da irmã dela, ela liga pro Christian e ele parece não se importar tanto. E aí ela começa a conversar com uma amiga do tipo: “Nossa, será que eu tô enchendo muito o saco dele? Será que ele vai querer terminar comigo porque ele não tá aguentando e ele tá sendo muito sufocado”? Algo muito importante também que depois a gente vai voltar é que a primeira cena do filme a gente vê um mural de desenhos e esse mural conta o filme todo pra gente. As preocupações da Dani se tornam verdadeiras quando ela recebe a notícia que tanto a irmã quanto os pais faleceram. A irmã dela tirou a própria vida e levou os pais junto com um vazamento de monóxido de carbono na casa deles. A partir daí, ela fica devastada. E quando a gente vê os pais dela deitados na cama, a gente percebe que tem uma fotografia da Dani na mesa de cabeceira onde tem flores em cima, algo que também vai ser importante. Então, segurem essa informação. A Dani liga pro Christian e aí ele fica tipo: “Meu Deus, vou ter que ir lá consolar ela como se fosse uma obrigação”. Conforme as horas vão passando, a Dani fica mais dependente do Christian. Tem um momento em que ele vai para uma festa e ela decide junto, mas tá bem claro que ela não ia ser convidada. E aí durante essa festa, o Christian e os amigos estão conversando e eles comentam sobre uma viagem que eles vão ter paraa Suécia dali duas semanas. E a Dani fica pensando: “Nossa, mas viagem? Como assim? Você não me falou nada sobre viajar?” E aí o Cristian: “Ah, não, é porque eu eu não vou, na verdade é que eu não vou”. E aí a Dani fala: “Tá, mas você já comprou passagem?” E aí ele se desespera e fala: “Pois é, era uma surpresa para você. Você vai junto. Eu ia comprar essa viagem para você viajar junto com a gente”. E aí dá para ver que é toda uma situação esquisita. parece que ele quer evitar conflito. Então ele vai fazendo as coisas conforme a vida vai levando, mesmo que não sejam as reais vontades dele. E ele podia simplesmente colocar um fim no relacionamento ali e falar: “Olha, Dani, desculpa, mas acho que a gente já não tá mais na mesma energia. Vamos cada um para um lado.” Talvez ele tivesse com pena dela por ela ter perdido a família e ele ia abandonar ela nesse momento, apesar dele já não tá ajudando em nada. E a Dani também não consegue ver isso. É bem aquele típico relacionamento que você tá dentro e você não tá sendo bem tratada. E ainda assim você quer insistir e acaba acreditando, talvez pela própria manipulação do seu parceiro, que o problema é você. Os cinco amigos partem então na tão esperada viagem pra Suécia, que foi convite de um dos amigos do Christian, o Pel. O Pele ele também é sueco e ele quer apresentar a família dele e os rituais ali, as comemorações do Midsummer pros amigos. Junto com a Dani e o Christian, a gente também tem o Mark e o Josh. Aqui a gente entra em uma parte muito real. O festival Midsummer acontece todos os anos na Suécia. E ele não se chama Midsummer como filme, mas sim Midsummer, que significa o meio do verão. Vocês sabem que a Suécia fica ali no hemisfério norte, tem muitos períodos de frio, de noite. Então quando o sol chega, quando a gente chega ali no ápice do solstício de verão, tá todo mundo comemorando demais aquela luz do dia e o pouquinho do calor. A celebração é muito bonita. Ela acontece mais ou menos ali na segunda semana de julho. A origem é de rituais bem antigos e aí ao longo dos anos foi se misturando um pouco com o cristianismo, mas as raízes são pagãs, então eles cultuam muito a natureza. Se vocês verem qualquer foto das celebrações do Midsummer, vocês vão ver que tem muitas flores. É muito ligado à fertilidade da terra, à fartura e também a renovação da vida. As antigas culturas nórdicas da região acreditavam que nessa época do ano a natureza tava no auge. E aí os deuses eram homenageados com festa, com dança e com comidas típicas. Alguns elementos que continuam até hoje são as famosas coroas de flores no cabelo, que são usadas tanto por homens quanto mulheres e também crianças. Eles trançam os cabelos e usam essas guirlandas feitas à mão. As flores são colhidas frescas ali no campo. Essa tradição é associada a sorte, saúde e proteção espiritual. No meio do campo fica o mastro do Mid Summer e aí tem algumas danças circulares em volta dele. Eles também cantam diversas músicas tradicionais que tem nomes em sueco que eu não vou conseguir pronunciar, mas parece que a tradução de uma delas é Pequenos Sapos. Eles comem muito peixe, batata, pão crocante, queijos e muito morango, que é uma fruta símbolo do verão ali para eles. E a gente vê esses elementos no filme. Junto com as tradições, também tem as superstições. Muitas pessoas acreditam que a natureza tem poderes mágicos nessa época. Por exemplo, as jovens solteiras têm o costume de colher sete tipos diferentes de flores e colocar elas embaixo do travesseiro antes de dormir. Elas acreditam que fazendo isso elas vão sonhar com o futuro marido. Outra coisa curiosa é que durante o Midsummer o sol não vai embora. É dia o tempo todo por conta da região e também da época do ano. Esse sol é conhecido como sol da meia-noite e é por isso que o filme Mid Sommer também só acontece durante o dia. Esses personagens que a gente conhece vão para uma região da Suécia que tem um pequeno vilarejo. E esse pequeno vilarejo, essa vila ali, se autodenomina Arga. Tenham em mente que a Dani, assim que chega no local, ela tá emocionalmente destruída. Ela tá tentando fazer de tudo para esquecer a morte dos pais. para não ficar pensando naquilo, para tentar se distrair. E assim que eles chegam no local, eles já consomem drogas. Durante o filme, quase em todos os momentos, os personagens estão drogados e tem alguns sinais que mostram pra gente isso. Em uma das primeiras cenas ali, a gente vê que eles consomem algum tipo de erva, cogumelo, não sei. E aí a Dani começa a olhar pras próprias mãos e pro corpo e parece que ela tá se juntando à grama. E ela também começa a ter algumas crises de ansiedade. Aquela situação, ela não ter controle do que ela tá sentindo deixa ela muito agoniada. Essa comunidade Arga é uma comunidade autossuficiente em que todos vivem juntos e todos se cuidam ali. Então, por exemplo, se um dos membros tem filhos, todo mundo ali da comunidade vai cuidar daquela criança como se fosse deles. Eles têm o próprio calendário, a própria religião, a própria linguagem simbólica e até um ciclo de vida que é organizado em blocos de 18 anos. Então, a gente tem a infância, o trabalho, a mentoria e o sacrifício que acontece aos 72 anos. Quando o grupo chega no local, a gente também vê algumas placas meio xenofóbicas, dizendo para parar a migração para aquele local. Além desses personagens de fora que a gente tem, que são os americanos, também tem um casal que é convidado por um outro sueco para participar dessa celebração. A gente vê todos eles sentados em umas mesas que tem um símbolo desenhado e aí todo mundo da comunidade tá usando essas roupas brancas. Eles têm os cabelos presos, trançados. Então, dá para ver claramente quem é dali e quem é de fora. Todos os personagens suecos falam na língua deles, que agora eu não, eu não não entendo sueco, então eu não sei se eles estão falando isso de verdade, mas em nenhum momento essas falas são traduzidas. a gente não sabe o que eles estão falando e isso é proposital. É uma escolha pra gente se sentir de fora mesmo, pra gente não saber do que que aquela galera tá falando. É pra gente se sentir como se a gente fosse aqueles personagens que também tão chegando ali naquela hora. E aí acontece uma coisa muito desesperadora. Tem um casal mais idoso que se levanta da mesa e começa um canto que ninguém entende. Depois eles são levados até um tipo de penhasco de pedra que tem na região e todo mundo acompanha. A gente não sabe o que vai acontecer e fica completamente surpreso quando esse casal pula do penhasco pra própria morte. O outro casal americano que tá assistindo aquilo surta. O Simon, que é o namorado, começa a xingar todo mundo e o que que vocês estão fazendo? E é nesse momento que a gente tem uma explicação. Esse é um ritual que vem de uma lenda real, onde os mais velhos se sacrificam para não dar trabalho pros mais novos. Esse é um mito escandinavo que foi traduzido pro sueco no século X7. O conto popular envolve uma família que se joga de um penhasco. Uma das pessoas que mora naquela vila explica que para eles é uma grande honra você tirar a própria vida quando você chega nessa idade, que quando ela chegar ela também vai fazer isso e ela vai est feliz com essa escolha, que eles fazem isso de forma voluntária. Então para eles é uma grande honra que tá tudo bem. O próprio Christian comenta isso com a Dani. Depois ele fala: “Bom, a gente coloca os nossos idosos em asilos. Talvez essa seja uma escolha melhor. A cena é muito chocante e algo interessante sobre essa cena também é o ator que faz o idoso. O nome dele é Beorn Andersen. Eu não sei se é assim que pronuncia também. Ele é um famoso ator sueco que já foi considerado a pessoa mais bonita do mundo. Infelizmente, a vida dele foi repleta de tragédias e fizeram até um documentário sobre ele que foi lançado em 2021 chamado O menino mais bonito do mundo. Ele nunca conheceu o pai e a mãe dele tirou a própria vida quando ele tinha só 10 anos de idade. Ele foi criado pelos avós maternos e ele começou a atuar desde pequeno. Em um dos filmes que ele participou, teve um historiador de cinema que disse que as cenas que ele tava poderiam ser extraídas do quadro e penduradas na parede do Luvre ou do Vaticano. Foi depois da estreia do filme Morte em Veneza, que ele recebeu todas as manchetes como o garoto mais bonito do mundo. Só que ele descrevia muito desconforto dele com as cenas. Ele disse que foi só depois que ele assistiu o filme que ele viu o quanto ele foi sexualizado. Toda essa pressão e o assédio levaram ele a ser viciado em bebidas alcoólicas e também sofrer com depressão. Para piorar, ele ainda perdeu uma das filhas. Depois disso, ele tentou sumir um pouco dessa fama e aí ele voltou a atuar mais no final da vida. Depois que o filme Mids Somer estreou, muita gente começou a pensar se era realmente de verdade aquela história, se os idosos antigos pulavam de penhascos. Mas nada nunca foi confirmado. Hoje, muitos historiadores acreditam que essa história é muito mais uma lenda do que realidade. As coisas vão escalando a partir daí. Parece que os americanos sempre fazem coisas muito erradas naquela cultura. Por exemplo, tem um dos amigos do Christian e da Dani que vai fazer xixi em uma árvore considerada sagrada e parece que a partir daí ele ficou marcado por aquele culto. Em determinado momento, quando eles estão comendo, uma garota chama ele tipo: “Ah, vem comigo”. Daí ele fica tipo, por quê? Daí ela fala, não, eu vou te mostrar. Daí ele fala: “Gente, eu já volto, ela vai me mostrar sem nem saber o que era”. E aí ele desaparece. A gente só vai saber o que aconteceu com ele depois. O Josh, um dos amigos, ele tá querendo fazer uma tese sobre aquele local. E essa ideia bate um pouco de frente com o Christian, porque ele também quer fazer uma tese sobre o local. Eles conversam com o amigo deles que é sueco, o pele, e aí ele pede autorização dos mais velhos se os dois podem fazer uma pesquisa sobre a cultura deles que é autorizada. A partir daí a gente vê movimentos tanto do Josh quanto do Christian para entender mais sobre aquela cultura. Em uma das cenas, o Josh tá olhando um livro sagrado deles, um dos mais idosos, explica que lá todo mundo contribui com aquela escrita. E ele até comenta de um dos membros do culto que a gente vê que é deformado. É, é meio ruim falar isso, né? Eu não tô sabendo uma outra palavra para usar, mas ele explica que essa pessoa nasceu de um endocruzamento, que basicamente é quando duas pessoas geneticamente parecidas têm um filho, às vezes pai com filho, às vezes irmãos. Isso dá a entender que naquele vilarejo as pessoas acabam tendo relações sexuais entre membros da própria família. O Josh pergunta se ele pode tirar fotos daquele livro e o ancião fala: “Pelo amor de Deus, lógico que não, só que o Josh não tira isso da cabeça. Em um momento, durante a noite, entre aspas, porque não fica de noite lá, ele tenta entrar escondido para pegar o livro, só que aí uma outra pessoa aparece e acaba matando ele. Essa pessoa parece est usando uma máscara de pele humana. Essa máscara é do rosto do Mark. Então aí já fica entendido também que o Mark foi morto. Outra coisa interessante é que o alojamento onde todos eles estão dormindo tem diversos desenhos na parede e esses desenhos representam os rituais daquele culto e também o que vai acontecer em seguida no filme. Em alguns takes a gente vê que eles focam no desenho, mas quando você tá assistindo pela primeira vez você não repara e não entende muito o que é aquilo. Mas se vocês assistirem de novo, vocês vão reparar. Ainda sobre o livro sagrado, dentro da comunidade eles têm uma pessoa que é considerada o oráculo. Esse oráculo no filme é o Ruben, que é esse garoto que nasceu de duas pessoas geneticamente parecidas. De acordo com os costumes do vilarejo, os oráculos são o fruto de incesto intencional. Por quê? Porque a ideia deles é que essa consanguinidade cria pessoas não corrompidas pela lógica, o que na visão deles permite acessar uma sabedoria mais pura e conectada com os deuses. É como se ele fosse o canal de comunicação com os deuses. Enquanto todos os garotos estão se ferrando por aí, a Dani parece est sendo adorada. Todo mundo trata ela bem e em alguns momentos ela quer ir embora. Por exemplo, depois que ela viu aquele sacrifício, ela fica em choque. Ela diz que ela vai para casa. Mas o Peley, aquele amigo que é sueco, fala: “Não, você era a pessoa que eu tava mais ansiosa para vir para cá. Eu entendo que você tá sentindo. Os meus pais também faleceram queimados quando eu era criança. Então eu entendo a sua dor” e vocês vão entender isso que ele falou de faleceram queimados. Mas aí ele explica para ela, ele fala: “Por mais que os meus pais tenham falecido, eu encontrei uma família aqui. Todas as pessoas daqui são minha meus familiares. Todos eles me ajudaram muito. Eu nunca me senti sozinho.” Então eles estavam tratando ela com carinho, algo que o namorado dela, o Christian, nunca tratou. Enquanto a Dani participa dos rituais, dos jantares, dos almoços, ela continua consumindo aquelas bebidas que tão com drogas e ela começa a ter algumas visões. Uma delas, quando ela se olha no espelho logo no começo do filme, a primeira vez que ela se droga, ela parece ver a irmã atrás dela. Os espelhos também são uma metáfora em Midsomer. Por exemplo, a gente fica sabendo da morte dos pais da Dani vendo o rosto deles no reflexo de um espelho. Tem até um momento em que a Dani tá caminhando e atrás dela tem uma floresta que a gente vê que tem um rosto nessa floresta e o rosto também é da irmã. Na comunidade também tem uma jovem ruiva chamada Maja, que começa a se interessar pelo Christian. Desde o começo do filme a gente percebe que tem uns olhares dela para ele e o Josh mesmo encontra uma runa embaixo da cama do Christian que ele vai perguntar pro amigo dele sueco o que que aquela runa significa. E ele fala: “Ah, é uma runa do amor, parece que alguém tá interessado pelo Christian”. E aí ele até mostra a garota para ele. O Christian fica meio que de olho porque a gente sabe que ele não tá ali afim da Dani, né? Ele tá ali aberto a qualquer oportunidade de outra mulher aparecer. Algo que eu esqueci de mencionar é aquele outro casal americano. Eles também parecem tá dando um pouco de trabalho pros suecos. Eles não estão gostando muito do escândalo que eles estão fazendo de desrespeitar os costumes deles. E aí o garoto, o namorado Simon, ele desaparece. Aí a namorada dele fica em pânico falando: “Não, chega, eu vou embora também. A gente vai para casa. Ela pega todas as malas dela, tá pronta para sair. E aí um membro mais antigo do culto fala: “Não, seu namorado já foi. A gente levou ele pração de trem, só que é 35 minutos daqui, só cabem duas pessoas no carro. Então ele foi antes de você, mas depois o nosso motorista vai voltar para te buscar e aí você vai.” E ela não consegue acreditar naquilo. Ela fala: “Não, ele jamais teria saído daqui sem mim. Por que que ele ia me deixar? Por que que ele não ia avisar? E a gente só descobre o que aconteceu com o Simon no final do filme, que já já eu vou falar. Mas nesse momento em que a garota tá conversando com as malas, a Dani vê aquela situação e ela fica meio preocupada, meio sem entender, mas nessa hora uma outra pessoa já busca ela e leva ela para fazer as comidas típicas do culto. Então parece que estão distraindo ela do que realmente tá acontecendo. E aí a gente ouve um grito muito alto de uma mulher, mas também não sabemos o que que foi aquele grito. Tem uma cena antes de todos desaparecerem que eles estão comendo e cada um tem uma taça na frente com um líquido meio amarelo. Só que o líquido do Christian para ele beber estava mais vermelho. Quando ele vai comer a torta dele, ele percebe que tem um pelo pubiano. E aí é uma cena bem nojenta. Nessa refeição, a garota que estava interessada nele, a Maja, também colocou um pouco de sangue menstrual na bebida dele. Isso é tudo daquelas superstições pr você conseguir arrumar a pessoa para você. Então ela já estava preparando ele pr isso. O Christian tinha sido selecionado pelo ritual de acasalamento. Esse ritual acontece quando todos os outros membros americanos já tinham desaparecido, com exceção da Dani. Ele é levado para uma sala e essa cena é bem esquisita. Quando ele chega nessa sala, tem a garota que tava interessada nele, deitada em uma cama de flores. E aí tem várias mulheres da vila ali atrás sem roupa, olhando aquela cena de mãos dadas e fazendo um canto. E aí o Christian começa a ter relações sexuais com a garota e todas elas ali em volta ajudam. E isso simboliza muito o que o culto é, que todo mundo sente as mesmas coisas, todo mundo tá ali para todo mundo e tudo eles fazem juntos. Enquanto Christian tá nessa, a Dani é selecionada para ser a rainha do Midsummer. Então eles estão colocando a coroa de flores nela. Daí as garotas estão fazendo umas danças. Tem uns rituais esquisitos que eles fazem também de enterrar um pedaço de carne com os outros elementos ali. Só que quando ela volta pro local próximo onde o Christian tá, ele ela começa a ouvir uns gemidos vindos de dentro daquela casa e aí ela vai ver e pega o namorado dela traindo ela com a outra mulher. A partir daí tem aquela virada de chave. Se a Dani tinha qualquer esperança de que o Christian não ia trair ela ou ia ser uma pessoa boa para ela, ali aquilo acabou. A partir daí ela só estava buscando vingança dele. Em um outro momento do filme a gente descobre que o culto precisa fazer nove sacrifícios. Então eles precisam escolher nove pessoas para serem sacrificadas naquele ano. E grande parte já tinha sido os outros colegas americanos. Eles dizem que todo ano eles precisam trazer pessoas de fora. Essa questão de trazer pessoas de fora também é para eles terem mais filhos que não sejam geneticamente parecidos. Então aí vem uma genética diferente de outro lugar. No final do filme precisa ainda de mais quatro sacrifícios para completar os nove. Então duas pessoas são selecionadas com o sorteio que eles fazem. A Dani também tem que escolher uma. E se eu não me engano tem mais uma ou eram três que sobraram no final? Tô na dúvida se eram três ou quatro. Na verdade, eu acho que são quatro porque ficam quatro ali na frente pra Dani escolher a terceira. Tipo, duas são sorteadas, aí tem mais duas ali que a Dani escolhe entre Ai gente, essa parte, enfim, é irrelevante, mas eu fiquei um pouquinho perdida agora de lembrar exatamente o fato e o que é importante pra gente é que a Dani escolhe o Christian. Nessa hora ela poderia ter escolhido outra pessoa e poupado a vida dele, mas não. Ela tá com muita raiva e agora ela quer se vingar. Então o Christian é escolhido para ser o último sacrifício. E a parte dele é mais tensa ainda, porque mostra o culto pegando um urso que já tá morto, tirando todos os órgãos internos desse urso e vestindo o Christian com o urso. Então ele é colocado dentro da pele e ele também tá com alguma substância que não permite que ele se mova, nem que ele fale. Então ele não consegue lutar, ele só tem que aceitar o destino dele e aí todos os sacrifícios restantes são colocados dentro de uma casa que vai ser queimada e aquelas pessoas são queimadas vivas. A cena final também é muito impactante porque a gente vê a Dani ao longo do filme todo triste. Ela nunca tá feliz, ela nunca tá rindo, mas na última cena ela sorri. Parece que ali ela encontrou a família, ela encontrou a vingança e ela encontrou o amor que ela estava procurando. Sobre o Simon, que eu falei que ia voltar para contar o que aconteceu com ele, a morte dele é baseada em um ritual viking real. Antes do Christian ser morto, ele tenta fugir e aí ele entra, parece que é um galinheiro. E quando ele entra nesse galinheiro, ele se depara com o Christian pendurado no teto. E ele parece estar com asas formadas pelas próprias costelas que se abriram. E os olhos deles também são duas flores. O corpo dele foi esfolado vivo e os pulmões estavam estendidos. Esse ritual Viking era conhecido como águia de sangue. Essa cena é mais assustadora ainda quando a gente percebe que o Simon tava vivo quando aquilo foi feito com ele e quando o Christian o encontrou, ele também estava vivo. Então tava sendo uma morte lenta. E os vikings antigos usavam isso como uma forma de tortura. É claro, quase todas as artes do filme Midsummer tem alguma referência com o final ou com a com partes do filme. A gente tem, por exemplo, um quadro que tem uma pintura com um urso na frente de uma mulher que tá com uma coroa de flores. Essa mulher é pequenininha, parece que é tipo uma rainha assim, igual que aconteceu com a Dani. Ela se tornou a rainha ali daquele local enquanto o Christian estava dentro da fantasia de urso. A gente também tem diversos temas numerológicos, principalmente os números oito e nove. O número oito se assemelha ao infinito, é claro, e tá presente em grande parte da arquitetura daquela vila. Isso pode ser um sinal de longevidade daquela comunidade ou até mesmo da crença de que os rituais e sacrifícios vão permitir que eles continuem existindo indefinidamente. A gente também tem aquelas histórias do ciclo da vida, que são sempre múltiplos de oito. Então a gente tem a morte chegando com 72 anos, o número em que oito ito e nove são multiplicados. Também tem a cerimônia que acontece uma vez a cada 90 anos e nove também é o número de mortes exigidos da comunidade como parte da cerimônia deles. A tapeçaria no começo do filme que eu também falei que ia voltar é um prenúncio de morte dos personagens. Tem uma garota no centro que dá pra gente entender que é a protagonista da história, ou seja, a Dani. Depois tem algumas pessoas ligadas a ela com uma espécie de corda. Isso faz referência aos familiares dela que faleceram intoxicados com o gás. Depois vem um homem bem arrumado do lado de outra mulher, que no caso seriam o Christian e a Dani, além dos diversos amigos reunidos vem do festival Midsommer. Também vemos pessoas pulando do penhasco e vemos a Dani sendo coroada rainha de maio. No fim, o filme é sobre perda, sobre isolamento e sobre a vontade de pertencer, mesmo que isso signifique que você vai acabar parando em um culto. O mais curioso é que esse filme nasceu de um término de relacionamento real e muito traumático do diretor Warter. A intenção dele era criar um filme de separação disfarçado em um terror folclórico e ele conseguiu. Muitas pessoas não consideram Midsummer como um filme de terror, mas sim um filme sobre vingança, sobre término de relacionamento. Na época do lançamento do filme, que foi em 2019, a A24 até ofereceu pras pessoas terapia de casais gratuita. Ele também simboliza você morrer duas vezes. É como se você sobrevivesse a um término de relacionamento e depois voltarse transformado do outro lado. Como eu falei no começo do vídeo, eu acho que esse é um filme que incomoda porque tem muitas escolhas de silêncios desconfortáveis, de coisas que você não tá entendendo, de tá tudo embaçado e balançando e as pessoas estão drogadas e elas não têm controle e aquilo parece que é um filme sem esperança. Já tava tudo planejado. aquele amigo sueco, ele foi o responsável, o encarregado de trazer pessoas para serem sacrifícios no culto. Então, ele nunca foi amigo deles de verdade. Ele já tinha essa intenção de realizar esses sacrifícios e ele já sabia o destino de cada um deles. Talvez quando Christian sugeriu levar a Dani pro pra viagem, ele já achou que seria uma oportunidade dela ser a nova rainha de maio. Tem algumas pessoas que até teorizam que o próprio culto foi responsável por plantar as ideias dos pais da Dani falecerem e da irmã também para que tudo levasse ela pra Suécia. Mas aí eu já acho que pode ser um pouco demais. Talvez sim, talvez não. Quero saber a opinião de vocês. Se vocês não assistiram o filme, eu espero que vocês deem uma chance. Eu acho que é bem interessante quando vocês assistirem de novo também. Reparem nas imagens, reparem nas ilustrações. Esse diretor é o mesmo diretor de Hereditário, então é um filme que a gente pode esperar vários símbolos por aí, assim como ele tem. E talvez vocês tenham visto até outras coisas que eu não comentei aqui no vídeo. Então, deixem aí nos comentários se tem alguma coisa que eu deixei passar. Comentem aí se vocês gostam do filme ou não também. E até a próxima. Oh.







