O MILAGRE OPERADO pelo PADRE CÍCERO!

Por coincidência, esse sítio tabuleiro grande, ele era de propriedade de Joaquim Bezerra, coronel Joaquim Bezerra, que é avô do Eitor Bezerra, que é hoje o presidente da Academia Reciência de Letras, eh, o colega meu da Academia Resência de Letras. Fiz, fiz a entrevista com ele agora recentemente, avô dele, pai da mãe dele, de dona, dona, acho que é Rosa Rosa Bezerra ou é Rosalina. E como é que o que que foi o o avançando um pouco, o que que foi o milagre da hóstia? Ah, sim. Aí, Marcelo, aí o caso da Maria de Araújo. Pronto. Aí, aí, pronto. Aí a coisa vai começar a É aí que a coisa de fato, porque era só Jos, era só um sítio. É, era, era, não, ele era o era uma era antiga terra chamada Tabuleiro Grande. Aí depois veio eh, era um lugar de passagem, né, que os os almocrebes paravam lá para pernoitar, né? comer alguma coisa, né? Justamente por causa do do do Juazeiro. Lembra da poesia do Juazeiro? Fala aí, Emília, a poesia do Joazeiro de Tu lembra da poesia? Juazeiro é uma planta. Ah, Leonardo Bastião. Leonardo Bastião. E Juazeiro é uma planta. Juazeiro, ele diz uma planta, né? É uma planta. Ele é um analfabeto. É, ele dizia. Então ele diz: “Tá vivo ainda.” Leonardo Bastião. O Leonardo Bastião. O juazeiro é uma planta que resiste a terra, a terra inxuta. O fruto não vale nada. A madeira é torta e bruta, mas a bondade da sombra tira a maldade da fruta. Essa daí é muito bem pensada. Essa é boa. Bom. Então tinha a sombra lá do juazeiro, né? Então eles paravam para refrescar um pouco para refrescar. comer também o o acho que Leonardo Bastião não gosta do fruto, mas a turma tem gente que gosta, né? O juá. É. Aí pronto. Aí o o aí a turma comia lá tudinho e aí ele foi. Mas era um lugar que tinha eh tinha pouca gente, né? Tinha mais tinha mais do que 300 habitantes. 400. Ah, bem pequeno. Era bem pequeno. Aí, pronto. Aí ele foi lá, chamado por esse portador. Era era um dono de uma de um sítio lá, de uma fazenda lá, desse pessoal antigo. Campanha contra o comunismo com promoção imperdível, frete grátis e três cursos de bônus até o dia 7 de agosto. Aproveite. Daí foi lá para para celebrar a missa porque justamente porque o povo tava precisando dos sacramentos, aquela coisa, aquela história toda. E aí vem mais uma vez outro sonho, o homem dos sonhos, né? Ele está, ele vai pernoitar numa escola lá e nesta, e nesta noite ele sonha que ele sonha que ele está eh em um determinado lugar e entra e vão entrando pessoas, homens barbados, com com túnica, com aquela cara e ele logo percebe que são os apóstolos, né? Os apóstolos de Cristo vão entrando, vão se colocando em torno da mesa e depois entra nosso Senhor nesta cena, olha para ele e diz para ele cuidar daquele povo. Digo: “Olha, a sua missão é cuidar desse povo”. Que ele chamava nas palavras dele de náufragos da vida. Náfragos da vida. São os náufragos da vida, né? O povo pobre, simples do nordeste brasileiro. Aí resultado. Então ali ele ele ele contava aquilo, né? para as pessoas. Isso aí é muito é uma coisa muito forte, né, para o povo assim, é uma coisa muito aí, resultado, ele celebra a missa e aí ele começa a eh ter uma conduta diferente, uma conduta de padre diferente que que se via. Então ele começou a moralizar os costumes e ele chegava na na tava lá tendo uma festa tudo mais, ele parava a festa mesmo, parou aqui, não vai ter festa não. Pegava lá a mulher lá, teve uma tem uma cena até que uma mulher disse que quem manda aqui sou eu. Disse quem manda aqui é o quem manda aqui não é você. Coisa nenhuma. É o diabo. Tragava o negócio para cima, batia para cima da mulher e acabava a festa. Você manda em quê? Mulher quem manda? Quem manda é o pad é o padre Cícero que ainda não era o padrinho não, né? Aí, pronto, ele ia lá, ele conhecia bem aquela história, né? Uma pessoa muito firme, ele ia lá e parava, parava a festa. Eh, professor, nossa, ele deve ter feito um Então, assim, então esta mudança de costume fez com que o povo, né, disse: “Não, agora chegou um padre, agora chegou um padre aqui, né? Um homem que veio para moralizar as condutas. Aí, resultado aí, isso aí já deu já deu a ele, né, uma uma foi um um um vulto perante o povo. E aí, inspirado em padre Biapina, ele também fez o seu secto de beatas. É aí que entra a Beata Maria de Araújo. Ela nasceu em 1863. Então, quando ele chegou lá, isso aí vai ser o quê? vai ser ali na década de 70, ela era muito nova, era era uma adolescente, né? Aí, resultado, é aí que elas estão, quando vai acontecer o fenômeno, né, da da hóstia, eles estão depois de uma noite longa de orações. Eh, mas antes desse fenômeno ainda tem uma tem um fenômeno anterior. E aí, deixa eu deixa eu fazer essa digressão aqui. Chega depois do do bispo Dom Luís, vai chegar ao bispado do Ceará, o Dom Joaquim. de Itapetininga, em São Paulo. Esse Dom Joaquim foi um bispo de conduta também muito dura. Para você ter ideia, houve um evento público que o Dom Dom Dom Pedro II estava e ele se negou a dar a mão, a cumprimentar Dom Pedro II. Imagina a cena. Você tá, você tá no evento público, tá lá o imperador, o imperador vai falar com você e você não, você não fala. Aí aquilo dali causou uma comoção. Foram perguntar a ele: “Por que o senhor fez isso?” Ele disse: “Eu não dou a mão para um monarca que manda prender sacerdote. Porque ele tinha mandado prender Dom Vital e Dom Antônio Marco, lá do do Pará. Aí essa é essa é a cartão de apresentação de Dom Dom Joaquim. Acho que esse esse Dom Joaquim, esse episódio não foi em Campinas? Foi em Campinas. Foi em Campinas. Foi em Campinas. É, mas o Dom o depois o Dom Pedro II não perseguiu o padre, até aceitou que ele fosse bispo. Mas aconteceu mesmo. Não, mas a história completa, se não me engano, foi a seguinte. Tinha um evento lá em Campinas. Foi em Campinas. Foi isso mesmo. E aí todo mundo foi, né? E aí o Dom Pedro esperava então o pároco do lugar lá, né? Eh, recebê-lo ou conhecê-lo. E não foi. E ele já tinha avisado que não ia, né? Aí alguém teve coragem de falar pro imperador, falou assim: “Olha, o padre não quis receber aqui o senhor e tal”. E o imperador foi na casa do padre, bateu na porta da paz do padre, imagina o susto do padre abrir a porta o imperador lá. E o imperador foi tomar satisfação. Olha, tô aqui e tal, porque que o senhor não veio? Ele falou assim, ó, eu não vim por causa disso, disso, disso e não deu a mão pro imperador. Aí o imperador acho que falou umas coisas de não concordo, mas admiro admira sua coragem e tal, foi embora. Aí a foi isso aí. Esse é o, esse é o figura, essa é a figura. Então, ele chegou eh por volta de 18, ele chegou ali logo, foi na década de 70 ainda de do século XIX, né? Aí ele e o Dom Luiz e o Dom Luiz foi para foi assumir em Salvador. Aí veja a história de Dom Luiz. Dom Luiz chega no Ceará, pega padre Cistas, vai para Salvador, pega Antônio Conselheiro. Tava Luiz da Dá dando sorte, né? Aí tava lá com P Antônio Conselheiro já andando lá nos sertões. Aí resultado e Dom aí Dom Joaquim ele encontra com o padre Cícero em uma viagem apostólica lá para o interior em 1886. E o padre Cícero fala para ele que em um determinado dia, que em um determinado dia, que um determinado dia lá, eh, a uma beata chamada Maria de Araújo, depois de, acredito que depois de comungar, enfim, não sei, depois de um certo depois de uma certa oração lá, depois de alguma questão lá, ela teria eh entrado numa espécie de torpor estático, num êxtase religioso e do seu e do seu seio do da da ela teria uma espécie de cruz em forma de carne, tinha surgido. E aí o bispo disse: “Olha, vamos com calma, deixa, observa”. Mas ele já ficou ali, né, com aquelas questão eh eh já de olheiro em pé, né, para pensar que situação aí. resultado aí quando foi em 1880 3 anos depois foi que é o evento da hóstia depois de uma noite de de sentinela, né, rezando, etc e tal, que o padre vai ministrar a a comunhão, a comunhão teria eh a hóstia teria virado sangue. Hum. E aí causou uma Isso foi em Juazeiro mesmo. Isso foi em Juazeiro. Aí causou uma comoção. Agora detalhe, viu? As beatas, elas moravam na casa que morava o padre CA. Não, não se deve fazer isso. É, é uma coisa que não, não dá para entender, né? Morava a mãe dele, a irmã e as beatas. É meio meio estranho. Estranho, né? Coisa meio baixa ser honesto. Tem que coisa constrangedor, né? É coisa constrangedora. Aí resultado, eh, então ela ela tem a questão do sangue e aí o tanto o padre quanto ela ficaram assim, né? eh numa situação muito acharam aquele fenômeno muito muito grave, né? Gravíssimo. Eles f e eles ficaram eh temerosos, né, do que podia acontecer, etc. E ela também ficou um tanto envergonhada daquilo tá acontecendo com ela, etc. Não foi aquela coisa assim de de espalhar fato, não. Só que a notícia correu correu e a notícia chegou no Crato e chegando no Crato, chegou a a chegou aos ouvidos do Monsenhor Francisco Monteiro, que na época era o reitor do seminário menor do Crato. O Crato já estava com seminário menor nessa época, né? E o monsenhor Francisco Monteiro ouviu aquilo dali. Isso foi em março, né? O evento foi em março. E em julho, na festa do preciosíssimo sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, eu acho que essa festa no calendário eh pós- Vaticano não tem mais, né? Do preciosíssimo sangue. Não sei. Eu acho que não se comemora mais. Eh, então na na no dia 7 de julho, ele sai com uma romaria. Foi a primeira romaria pro Joazo. Ele foi. Agora esse caso teve fama no Brasil. Teve. Chegou a chegou a ter chegou a noticiar no Rio de Janeiro, no norte do Brasil, tudo quanto é canto. Aí resultado, eh eh ele ele reúne um secto de Romeiros e ele vai em procissão até Juazeiro e ele faz um sermão, né? Ele faz uma peroração extremamente extrema extremamente eh eh como é que eu posso dizer? Exaltada falando do milagre que aconteceu. E ele disse mais o seguinte, né? que agora aquele chão ali, aquela terra era uma terra sagrada, porque aquela terra foi, digamos, foi tocada pelos sangue de nosso Senhor Jesus Cristo. E então a serra do Araripe agora virou o Monte Oliveiras, né? E o o e o e aí é o orto, né? Toda aquela situação, né? O padre Cícer, ele falava bem, ele tinha, ele era alto ou como é que ele era? esqueci de Não, ele não era, ele era, ele não era alto, mas ele tinha uma, ele tinha uma imagem, ele era, a família dele ali é uma família, é, mesti mestiça, né? Mas ele ele era mais puxado pro branco e ele tinha os olhos azuis, né? Então aquilo dali causava também nas pessoas e ele era tinha uma estatura mediana mais para mais mais para baixinho, mais para baixo. Mas aí esse esse Francisco Monteiro ele falou: “Rapaz, aí pronto, aí o povo enlouqueceu aí pronto.” E o o povo como é que o povo aí o povo o povo, como diz o matuto aqui, o povo doce. Como é que eles receberam, né? Como é que não, as pessoas ficaram assim, né? Agora é um milagre, né? O Senhor Jesus Cristo tá aqui. Vai acontecer alguma coisa aqui, né? É aí que entra o caso lá que você ia contar, Emilia mais paraa frente, não? Acho que mais para frente. Mais para frente. Aí, pronto. Aí aconteceu isso aí. A notícia se espalha. seminário do Crato, o reitor do seminário começa a espalhar alguns padres da região, padre de de triunfo, padre de algumas cidades de Pernambuco, Ceará, tudo mais, começa a apoiar a romaria, começa a crescer, as pessoas querem começam a a ir para o Juazeiro, é buscar e milagre, ver o fenômeno e quem é esse padre que tava com a Maria de Araújo e começa e aí tem um contato que sai do do do do Francisco Monteiro, vai bater no no Rio de Janeiro. E a notícia sai nem Aparecida no lá em São Paulo, sai no no jornal, sai no Rio de Janeiro, sai no Recife e o bispo fica então numa situação extremamente delicada. E aí o bispo vai convocar o padre para se explicar. E aí começa aí quando vai começando o atrito do do fenômeno do Juazeiro com o Palácio Episcopal. E neste atrito, nessa busca de de eh de entendimento, né, houve o o bispo, ele deixa eu pegar aqui, ã, primeira manifestação. Então, o padre Cícero, ele vai ser convocado, interrogado em 1891. o o primeiro fenômeno foi em 1889, 1891 o padre ele vai ser eh interrogado. Já nesse interrogatório eh assim é é como tivesse uma inclinação já do bispo a dizer que aquilo dali não era eh um fenômeno extraordinário, sobrenatural. já nas suas manifestações já havia algo eh neste neste sentido. Até frases preconceituosas vindo do Pierre Chevalier, do pessoal do seminário. Eh, ficou conhecida uma frase que diria que Deus não iria sair da França para obrar milagre no no Brasil. Vê que uma coisa totalmente delirante, uma coisa delirante, né? Uma coisa completamente delirante. Aí o pessoal gosta de ficar repetindo repetindo essa frase, né? Aí isso é uma coisa que não faz sentido, né? Aí resultado, mas existia essa inclinação de não, sobretudo por causa da condução. E aí um dos problemas dessa condução teria sido por causa do Francisco Monteiro, que teria dado feito já um um sermão, já ter antecipado aos eventos. E naturalmente aqueles os panos que serviam para limpar o o o sangue que tava ocorrendo começou a ser objeto de veneração do povo. Aí pronto. Aí veneração aí descontrolar. Aí descontrolou. Aí daqui a pouco um comerciante faz uma uma medalhinha de padre Cícero. Aí faz aquilo e não sei quê. A beha da mulher. Aí, pronto, aí a coisa entrou num num descontrole completo, mas ainda assim o padre o o Dom Joaquim, ele solicitou que o padre Cícero começasse a agir nesse primeiro interrogatório e disse a seguinte: “Chame pessoas de scol da sociedade local para eles darem os pareceres dele.” Aí o padre Cícero chamou dois médicos, até eles tinham sido formados pela, acho que no no na Bahia, mas no Rio de Janeiro, dois médicos, um farmacêutico. O fato é que essas pessoas de conhecimentos científicos que viram o fenômeno, eles atestaram e assinaram que aquilo dali não tinha explicação. Aí ele começou a anexar o processo, né? Então, eram pessoas da do campo científico. Aí quando se chega nesse ponto, o bispo em 1891 ele faz a primeira comissão investigativa. Essa comissão investigativa foi composta por dois padres, dois dos seus melhores quadros da da da diocese cearense, pessoas que tinham grande capacidade teológica e doutrinal, direito canônico tudo no mundo, que era o padre Clicer e o padre Antero. manda esses dois padres para lá. Quando os dois padres vão para lá e assim aí ele um tinha até estudado em Roma. Aí você imagina o padre que tem uma visão completamente de formação da quando chega lá vê um campo minado assim, uma coisa completamente. Aí o padre começa dis onde é que eu vim parar, né? Aí eu tô fazendo aqui que é que eu tô é que eu vim fazer aqui. Aí resultado, começa as investigações. Aí uma uma Beata, tá lá tudo no processo. Ela disse que foi em espírito para o Vaticano para comungar da mão do Papa Leão X. O papa leão 13 diz que quando viu, ela disse, ela, ela contando, ela disse que quando o papa viu que ela tava se aproximando da comunhão, o papa perguntou: “Você vem da parte de quem?” Ela disse: “Da parte de Deus”. O o o. Então, teve esse caso, outras beatas eh relatavam eh coisas as mais extraordinárias possíveis e o ápice de tudo era Maria de Araújo, que o autor Lira Neto, que é um livro excelente, né, que conta a história da do do padre Cícer, ele disse que era a Ana Catarina Emerrique do Sertão. Ah, boa analogia, né? Porque ela ela ela na infância dela ela brincava com nosso Senhor, né? Ela conta que brincava com nosso Senhor, ela bebezinha, ela brincava com ele. Depois ela foi crescendo. E chegou num ponto em que ela afirma e padre Cero avalizava isso, que ela teria feito um casamento espiritual com o nosso Senhor, um casamento mesmo, que ele teria até colocado uma aliança no dedo dela e que esse casamento teria sido eh ele teria sido assistido por Nossa Senhora, São José e toda a corte celestial. Nossa. Nossa. É. Pois é. e os padres anotando tudo isso, etc. E e outras outras beatas contando outros fenômenos também, eh, sangue que jorrava das cruzes, o um uma a hóstia que virava carne. Entra nessa história o José Marrocos, aquele seminarista que eu disse que era importante, ele ele escrevia muito bem, ele ele era abolicionista também e tudo mais. ele ele começa a escrever sustentando os fatos na verve dele nos jornais, a coisa começou a tomar um pé. E o que é mais extraordinário, esta comissão, eles concluem que aquilo era um fato eh sobrenatural e que eles não estavam convencidos que aqu dali tem alguma coisa do céu. É, eles passaram a acreditar no no fenômeno. Fenô. O bispo não acreditou. Nossa, o bispo deve ter ficado fazendo aqui uma coisa aqui. Bispo, o bispo disse: “Pare o mundo, pare que eu quero descer, né?” Que coisa, hein? Impressionante. Que coisa impressionante. Aí, resultado, o bispo ficou uma arara, né? Aí o bispo então nomeia uma segunda comissão em 1892, eh, dessa vez liderada por padre Alexandrino. Esse padre, comparado a esses outros dois, não tinha a formação que os outros dois tinham. E por que que ele fez essa comissão? essa segunda comissão, segundo assim, né, segundo as interpretações históricas aí, essa segunda comissão foi meio que uma comissão pro forma para condenar o evento. Ah, tá. Então, põe o padre Alexandrino. Encomendado, então é, põe o padre Alexandrino que era ele vai resolver o problema. O padre Alexandrino vai resolver o problema. E aí ele dizia o seguinte, o bispo dizia: “Você vai fazer assim, assim, assado.” Por exemplo, você vai dar a comunhão para ela e ela não pode abrir a, ela não pode fechar a boca com 15 minutos. Tem que ficar com uma comunhão na boca 15 minutos e tem que analisar se se vai ou não. Para ela não pode fechar a boca, não pode ir para para isso, para aquilo outro. Você tem que ficar olhando na frente dela, na frente de todo mundo. Aí resultado, fazia isso. Austria não, não. E outra coisa, não era só com padre Cícero, não, viu? Qualquer padre que desse a ela comunhão, a óstria ficava com sangue. Ah, não era só com o padre, não. Não. Aí, resultado, eh, eh, ele, aí, o padre Alexandrino fez isso, não deu. Aí quando o padre Alexandrino perguntou por a a óstria não vira sangue, aí ela deu uma resposta bem ousada a Maria de Arajo, porque o senhor não está em estado de graça. Nossa, olha, veja só que que que impressionante. Aí o padre pegou uma uma tábua e bateu na mão dela. bateu nela. Aí resultado, o o Então assim, aí a a a segunda comissão não viu o o os milagres acontecerem e a segunda comissão então eh concluiu que não havia milagre. Era o que o bispo queria, digamos assim, né? Então não tinha milagre. E o que que o bispo fez? Então, a gente já tá aqui, Marcelo, em a reação. Como foi a reação? Exatamente. Aí o bispo manda 1892, segunda comissão. 1894 o bispo manda para o Santo Ofício. E o Santo Ofício ele ele condena. Cadê? Eh, é em 1884 chega o chega o processo no Santo Ofício, ele vai condenar o evento e ele também vai proibir o padre Cícero de celebrar no Ceará. Agora, como é que como é que essa coisa só pro Santo Fío? O que que é levado esse o livro entra em detalhes que o bispo poderia levar só o que ele quisesse, né? Não, é porque o seguinte, é porque o o houve como como na como como padre C era muito obstinado, né, eles junto com uma uma um grupo lego chamado Legião da Cruz e o padre eh o padre o Marrocos, né, e esse Legião da Cruz que tinha um líder agora que eu esqueço o nome dele, eles estavam articulando junto a o a o embaixador da Santa Sé, como chama o o padre em Petrópolis. Eles o Núncio, eles estavam eles estavam articulando junto com o Núncio e estava articulando também em Roma. Eles estavam articulando em Roma, passando por cima para ver se conseguia uma resolução de cima contra o bispo. Aí resultado, como a coisa aqui tava desandada por causa dessa questão dos panos do já desse já já esse esse devocionismo em torno do evento, o bispo reuniu tudo, pegou a comissão, manda para o santo ofício para ter uma resposta oficial. Mas vejo o detalhe, quem vai dar resposta vai ser o santo ofício. Quem tá, quem é que tá faltando? Quem é que tá faltando da resposta? Se o Santo ofício falou, mas tem alguém que é maior do que o Santo ofício, então ele vai falar com o papa. O padre C, ele vai para Roma para falar com o Papa. Ah, ele foi para Roma. Foi para Roma para falar com o Papa. Na época era o Papa Leão 13. Aí ele foi para Roma para falar com o Papa. Então ele não ele não se contentou com o Santo Ofício. Aí quando ele é proibido pelo Santo Ofício e pelo bispo local de celebrar no Ceará e isso é 1896, ele vai para Salgueiro. Não, mas conta essa história. Ele foi para Roma, chegou a ser receito pelo Eu vou eu vou eu vou falar, eu vou falar. Ele foi para Salgueiro. Em Salgueiro, as autoridades civis e as autoridades eclesiásticas ficaram empolvorosas porque tiveram temor que ele descesse. Para onde? para Canudos. Ixe, disseram, pronto. É, disseram meu amigo, se ele, se ele se juntar com padre, com com Acabou o Brasil, meu amigo. Acabou o Brasil. É, ele vai juntar o norte ali com a Bahia. Pronto, aí acabou. Se ele tivesse juntado, acabou a história do Brasil, seria diferente, porque ele tava, eles estavam temendo exatamente essa reação, né? Imagina, ele ia levantar o interior todinho contra o exército, eles iam parar na em Salvador. Aí, pronto, aí ficaram nesse temor. Mas aí a turma, o o ele ficou acolhido lá na casa de um juiz e começou a ter uma atividade de composição daquelas lutas fratricidas dessas famílias do interior. Aí foi aí que ele começa a agir como um grande articulador de de de entendimento, né? E aí se referindo aos coronéis, os coronéis. Aí quando ele começa tudo, começa a agir nesse campo, né? Ele chegou a ter um forte atuação política. Isso depois depois ele foi, ele foi, ele foi prefeito, vice, ele foi prefeito, vice-governador e deputado federal. Aí vai lá parado. Aí resultado. Aí quando ele tava lá em Salgueiro, aí veio a ideia de juntar dinheiro para ele ir para Roma. Hum. né? Aí a turma junta rapidamente, junta um dinheiro muito bom, né? Inclusive para ele fazer uma doação lá, até para tornar o pessoal mais simpático a causa, né? A turma diga: “Ó, leva uns 20 conos de réis porque ele já para conversar com os cardiac.” É, para conversar com os cardiacos, você já dá uma, o pessoal já vai lhe ver com outros olhos, né? Aí, resultado, e eles eles conseguem mesmo uma uma é uma uma quantia muito alta de dinheiro e ele vai lá e outra coisa aí, então ele vai, ele passa quase um ano em Roma. Mas ele vai ser recebido então pelo Papa Leão. É, ele ele consegue uma articulação lá com autoridades brasileiras do clero e ele consegue no final das contas uma audiência para para dizer de forma simples e numa sala o papa estava também, ele estava lá, ó, que o Cícero, o Papa Papa deu uma bênção nele, mas o Papa não recebeu para conversar com Ah, tá. Não foi numa audiência que eles conversaram. audiência que ele foi nessa audiência, ele estava lá, ele conta particular, não, ele ele escreve uma carta dizendo que falou com o papa tudo mais, etc e tal, que houve esse contato entre os dois, mas foi um contato protocolar, digamos assim, não foi um contato de sentar e escutar tua história lá do do Não, não houve isso. Mas aí a ideia inicial seria conseguir, né, eh, essa essa inclinação do Papa para a causa dele, da questão do do milagre, mas ele não consegue e o Santo Ofício mantém. Eh, a luta dele passa a ser então a a o restabelecimento das ordens, né? Mas aí o Santo ofício diz a ele o seguinte, que ele eh ele poderia voltar e se possível ele se afastar de do Joazeiro. Tu tem o se possível. Aí ele aí ele pega disso aí e volta, né? Aí ele volta e ele volta efetivamente pro Juazeiro. Aí quando ele volta, como ele como ele esgotou, né, todas as chances dele, chegou até a Roma, aí sim é que ele vai começar a colocar um um uma pedra em relação a essa história do milagre. E a e a sociedade passa, aqui dali passa a virar um tabu mesmo, as pessoas passam a não comentar mais. É, então ele pôs uma pedra em cima mesmo. Foi depois que aconteceu essa questão aí que ele ele escreveu e submeteu o detalhe, viu? Todos os padres, todos os padres que apoiavam o evento, padre Clicério, padre Antero, padre Duentes de Triunfo, o Monsenhor Monteiro, o o padre Quintino Rodrigues, que depois virou o primeiro o primeiro bispo do Crato, todos eles se retrataram e quase todas as beatas também se retrataram, dizendo que aqui deram um fenômeno em busteiro. É, quando a OD chegou do Vaticano ser retratado todo se o último a se retratar ficou o último a se retratar foi o padre Antero da primeira comissão assim, né? Quem não se retratou assim como os outros se retrataram foi o próprio padre Cícero, mas todos os se retrataram. Aquilo dali era embusto, não era isso, era eh concordo com o que a igreja tá dizendo, tudo mais, e não falo mais no assunto. Pronto, todo mundo se retratou. Desde então, então, desde então cessou o fenômo. Cessou, cessou o fenômeno. Fenô foi aí, cessou tudo aí. Aí acaba aí nós temos aí isso aí é o quê? Isso já nós já estamos chegando no início do século XX, 1900 e aí a gente acaba, né, essa primeira fase da vida do padre Cícero, que é essa fase religiosa do padre Cícero. Agora vai começar a fase política dele. Agora vai começar a fase política. Você acaba de assistir um corte do Caravelas. podcast. Na tela está aparecendo o episódio completo e outro corte.