O momento mais grave da história do Brasil
0Olá, seja bem-vindo a mais um programa de perguntas e respostas aqui no canal. Eu sou Leandro Rel e falo diretamente de Miami. Uma vez por semana nós fazemos um apanhado do que aconteceu de mais importante na semana, além de responder dúvidas dos seguidores. Para participar é muito simples, é só você enviar sua pergunta quando abrimos as caixinhas nas quintas-feiras. Então vamos lá. Antes de responder algumas perguntas selecionadas, falar sobre o que aconteceu aí nos últimos dias. Obviamente que o assunto da semana é a carta de Trump pro descondenado Lula informando sobre uma tarifa de 50% que será aplicada a partir de primeiro de agosto para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, o que é uma verdadeira bomba sobre o regime brasileiro, né? Eu vou explicar essa situação, peço um pouco de tempo aí, um pouco de atenção, porque é uma coisa um pouquinho mais complexa. Essa carta aí encapsula um cenário todo que nós estamos vivendo hoje geopolítico. Mas enfim, essa tarifa de 50% é a maior nessa última rodada de tarifas que Trump apresentou a uma série de países, a uma série de blocos. Há uma negociação em curso em paralelo com a China, já houve uma negociação com o Reino Unido, há uma negociação com o Canadá, apesar de ter sido apresentada em uma tarifa de 35% para produtos que já não tinham eh caído num acordo anterior, né, entre Estados Unidos e Canadá, enfim, o Trump tem adotado uma postura de uso de tarifas como ferramenta de política externa. Eu já critiquei isso em alguns vídeos, você pode dar uma olhada no canal. Acho que isso é perigoso pros Estados Unidos, é perigoso pro mundo. Há outras formas de implementar aí essa mesma política externa, esse realinhamento dos Estados Unidos com o resto do mundo, mas é esse o caminho que foi adotado e não há expectativa de mudança. Num primeiro momento, os mercados aqui caíram bastante depois dessas primeiras tarifas, quando houve uma negociação com a China e a percepção que isso eh resultaria de alguma forma num novo sistema que é funcional, os mercados voltaram a subir forte. Agora as bolsas estão em máximas históricas aqui nos Estados Unidos, então isso não assusta mais tanto o mercado. E pro Brasil o recado foi dado justamente por conta de um realinhamento do Brasil com o eixo chinês, né? O eixo que envolve China, Rússia, Irã e outros países. Não necessariamente os bricks. Os bricks é mais, né, um um um balaio de gato ali que tem alinhados mais os Estados Unidos, países alinhados à China, por exemplo. A relação da Índia com a com a China eh não é tão boa quanto é com os Estados Unidos. E a Índia está caminhando para fazer um acordo muito melhor, né, deixando os bricks de lado. Até mesmo a própria China não foi na reunião dos bricks, mas o Lula eh apresentou aquela ideia de criar uma moeda, né, e defendeu essa ideia. E parece que esse foi o stopim para o Trump apresentar essa carta. Eh, já usando outros elementos. O que o Trump identifica é que o Brasil, sob a gestão do PT, da esquerda, desse regime que está aí, vai direcionar o país para um alinhamento com a China. E se tiver eh o grupo de direita no Brasil, o que é liderado, né, pelo Bolsonaro, nós teríamos a possibilidade de ter um alinhamento maior entre Brasil e Estados Unidos. Por exemplo, né, o Javier Milei na Argentina está negociando um acordo que basicamente zera a maior parte das tarifas e é muito proveitoso, muito favorável à Argentina em relação ao que está sendo discutido com o Brasil, em que Lula parece que gosta desse conflito, acha que vai ter benefícios eleitorais, vai ter mais apoio se usar a bandeira da soberania, né, a ideia de que está defendendo o Brasil contra um ataque imperialista. A esquerda sempre tratou os Estados Unidos com bicho papão, sempre foi anti-americano até o tutano. Então isso é uma coisa natural para a esquerda. E é no meio desse conflito que o Brasil se encontra. E a situação é muito difícil, muito complicada e muito perigosa, porque isso vai muito além das tarifas. Hoje nós temos o país, né, que segue sendo a grande potência global, a grande potência econômica, a grande potência eh militar, a grande potência cultural, o país mais influente do mundo, tratando o Brasil como inimigo por decisões da liderança brasileira, que parece gostar dessa ideia. O que que significa? Significa que daqui a pouco, além de tarifas, nós podemos ter outras medidas que dificultem o acesso do Brasil ao hub de mercado internacional. Estados Unidos é o grande hubiro do mundo, né? Várias empresas brasileiras abrem capital nos Estados Unidos, buscam recursos Estados Unidos. Os Estados Unidos são o maior investidor de longe, disparado do Brasil, investimento direto. É um estoque se somar investimentos que os americanos são ou majoritários ou que tem todo o capital de mais de 300 bilhões de dólares nos últimos anos. Então, eh, para fazer negócio, para participar do jogo, você tem que estar alinhado minimamente com os Estados Unidos. Se isso não acontece, você pode virar um país como Cuba, como Venezuela, que não podem participar do jogo, mesmo a Rússia, né, que foi cortada aí desse sistema global liderado pelos Estados Unidos, eh, depois da invasão da Ucrânia. Então, o risco que o Brasil está correndo é muito maior do que ser alvo de meras tarifas. É virar um país eh apartado do resto do mundo civilizado, né, do mundo livre. É isso que está acontecendo. E é uma percepção errada acreditar que a motivação disso é apenas Jair Bolsonaro, né? Não, a principal motivação é o alinhamento. A única diferença, a única questão que v o Bolsonaro é que Trump identifica que um caminho, né, de Bolsonaro voltando ao poder seria um caminho de alinhamento do Brasil aos Estados Unidos e não a es esse eixo chinês. E é muito difícil sair desse impasse porque diferentemente de outros países em que Trump colocou algumas exigências que são meramente comerciais, no caso brasileiro veio exigências políticas para fechar um acordo ou para gerar alguma proximidade. E aceitar isso do ponto de vista do Lula seria abrir mão de toda a retórica de uma vida e de todo um alinhamento com a ideologia eh de extrema esquerda, né? a ideologia chinesa, a ideologia que gerou o regime venezuelano, que está em Cuba há tanto tempo. Essa é a mentalidade da esquerda. A questão é que no Brasil existe uma coalisão entre a esquerda e o chamado centrão, que representa o establishment político e econômico, que dá as cartas desde sempre. E como o Brasil vai sair disso depende de como vai se comportar essa coalizão. Essa coalizão já estava sendo desfeita. Eu tenho falado isso nos últimos programas, há um afastamento desses líderes, né? Há uma certa briga interna que ficou mais clara no caso do IOF e até mesmo dentro do Supremo, que é um dos órgãos, né, que representam esse establishment, também há uma briga interna, né, apesar de não ser tão aparente. Então, se esse establishment resolver dar as mãos pro Lula para aproximar o Brasil e alinhar o Brasil com com esse eixo chinês, nós teremos dias muito sombrios pela frente. Agora, se esse Star começar a perceber que o custo de manter Lula no poder é virar o patinho feio internacional e ter que se alinhar com a China, isso é ruim pros negócios, né, por uma série de motivos, já que essa elite tem uma proximidade muito maior com os Estados Unidos do que com a China historicamente, apesar, né, de par da elite, aquela parte mais corrupta, eh, gostar muito do alinhamento com a China por motivos óbvios, né, mas se houver um número maior, né, né, de integrantes, de forças políticas contra esse alinhamento com a China. Aí nós podemos ter o racha no regime brasileiro e dias melhores pela frente. Isso é muito complicado. Isso vai levar meses. Mais sanções podem acontecer tanto a lideranças quanto ao próprio país. Então nós estamos aí no momento de decidir o destino do Brasil. Talvez seja o momento mais grave da história nacional e que vai repercutir pelas próximas décadas, né? Porque o que o PT quer é justamente o caminho venezuelano, é virar um satélite aí da China, em que não há mais liberdade política alguma, em que a economia destruída justamente para para facilitar o controle sobre a sociedade. E isso não pode ser descartado como um caminho para o Brasil. Então é isso que significa o que está acontecendo. Vamos agora responder algumas perguntas. Após a taxação de 50%, qual impacto na economia pode gerar? Na economia brasileira, o impacto esperado é de 04 a 06% de diminuição do PIB e de perda de 200 a 300.000 postos de trabalho, né? Isso levando em consideração só as tarifas e a admissão de comércio com os Estados Unidos. Agora, o prejuízo e o efeito pode ser muito maior se essa guerra escala, porque aí nós podemos ter impactos. eh muito mais profundos, muito mais disseminados, eh como, por exemplo, sanções que impeçam o trânsito de recursos pro Brasil, coisa do gênero. É algo que não está no radar nesse momento, mas é algo que eu não descarto. Dependendo do andar da carruagem. Com as tarifas dos Estados Unidos, você acha que haverá impeachment do descondenado? Olha, não me parece que esse é o caminho no exato momento, né? Conforme as eleições vão se aproximando, falta aí um pouquinho mais de um ano. Fazer todo um movimento de impeachment parece que não faz muito sentido mesmo pra oposição, né? Me parece que a guerra política mesmo vai girar em torno das próximas eleições. O que você achou das notas dos presidentes do legislativo, né, do Senado e da Câmara? eh, foi nota completamente neutra, né, sem eh colocar a responsabilidade no Lula ou no Bolsonaro, dizendo que precisa de negociação, né? Então, me parece que como representantes desse establishment, esses presidentes das casas estão esperando para ver o que acontece, né? Ainda não adotaram uma postura específica. Efeito Canadá com as tarifas, a esquerda pode tirar vantagem na narrativa? Sem soma de dúvida que há essa possibilidade, eles já estão fazendo isso, tentando apresentar, né, essa questão das tarifas como um ataque ao Brasil em si e não ao regime. E obviamente que isso não faz muito sentido. O grande problema é o regime, não é o Brasil. Os Estados Unidos querem o Brasil próximo, não querem o Brasil distante, mas com esse pessoal que tá no poder, isso é impossível. E o mais curioso é ver esse pessoal comunista que nunca foi eh nacionalista, nunca foi patriota, inclusive trata o patriotismo como uma espécie de fascismo agora, né, colocando a bandeira do Brasil, colocando aí a camisa da seleção brasileira, colocando o boné, né, sobre o Brasil e tudo mais, o que obviamente é uma farsa. Eh, o PT opera há anos com base no que é definido pelo Furo de São Paulo, aquela instituição que foi criada por Lula e por Fidel Castro para criar regimes comunistas ditatoriais na América Latina. Isso funcionou muito bem, por exemplo, na Venezuela. E o próprio Lula já declarou, né, em 2005, que a ação para proteger o Chaves, depois proteger o Maduro, foi uma ação entre amigos, não entre países, demonstrando que para ele o que está acima dos interesses brasileiros são os interesses eh do partido, do movimento. Eh, hoje a Venezuela é uma ditadura brutal, não há soberania do povo. O povo não pode escolher os seus os seus representantes, né, o seu sistema de governo. A mesma coisa acontece em Cuba décadas, que os petistas tanto adoram. Então aí não tem soberania. No caso brasileiro, uma outra ironia, né, é acusar os americanos de tentar interferir no Brasil, sendo que a interferência que os americanos fizeram durante o governo Biden foi recebida de braços abertos pelo PT, pela esquerda, em que houve uma intervenção direta para, por vários canais, por vários meios, alçar o Lula à presidência contra o Bolsonaro. O próprio Barroso falou isso, né? Não é uma teoria da conspiração, é um fato. O Biden atuou para impedir que Bolsonaro fosse eleito e facilitar a chegada de Lula ao poder. Eh, então essa história de soberania é só mais uma falácia, porque a esquerda brasileira jamais esteve preocupada com isso, né? A bandeira dele sempre foi vermelha e não verde amarela. Se Eduardo Bolsonaro pisar os pés no Brasil, ele é preso na hora, né? Olha, eu acho que a chance de acontecer é muito alta. Inclusive, eu vejo a possibilidade de decretarem a prisão dele, mesmo que ele não pise no Brasil, para passar um recado. Houve até conversas dos bastidores sobre a prisão do próprio Jair Bolsonaro antes mesmo do final do show trial, né, sobre o suposto golpe. Então, o cenário é bem complicado e não ficaria surpreso se uma dessas duas medidas fossem tomadas. Como as tarifas de Trump afetarão o mercado, tanto americano quanto brasileiro? Bom, até agora os impactos são limitados. Há uma perspectiva no mercado brasileiro que vai chegar a algum acordo, que isso não vai ficar desse jeito, que não vai ficar em 50%. Particularmente, eu acho que há um certo otimismo até exagerado. Talvez o que o mercado esteja, brasileiro esteja percebendo é que há a possibilidade dessas tarifas caírem por um fator externo, não por decisão de Lula, de Trump, né? Não por uma eventual negociação, mas sim por uma decisão da justiça americana. Essa lógica toda tarifária que o Trump tá apresentando, tá subjúdice aqui nos Estados Unidos. O governo americano, o governo do Trump já perdeu é aí na primeira instância e o caso tá na segunda instância da Corte Internacional de Comércio, a Corte Americana. Então foi dada aí e um efeito suspensivo dessa decisão, mas essa decisão pode ser confirmada e aí nós podemos ir pra Suprema Corte, mas pode ou não cair essas tarifas dependendo dessa decisão, né? Só que seria um alívio temporário, já que o governo tem outros instrumentos para estabelecer tarifas ou outras medidas. Então, talvez esse seja um dos motivos de certa eh certo otimismo aí do mercado brasileiro. Tirando isso, o que a gente vê é efeitos mais pontuais, né, empresas específicas. No Brasil, por exemplo, nós temos a Embraer sofrendo mais, já que a Embraer seria uma das empresas que perderiam mais com a implementação dessas tarifas, né? O que pode acontecer no avanço eh desse conflito é o mercado como um todo sofrer muito mais. Aí nós veríamos a desvalorização cambial, né, através de outras medidas, de outras sanções, a perda de valor de ativos brasileiros em geral, não só aqueles diretamente afetados por tarifas. Esse é o risco. No mercado americano, o risco é muito menor, já que o Brasil, se eu não me engano, representa 1.4% das importações americanas. fica mais na carne, suco de laranja, coisas desse tipo que t algum impacto, mas o impacto é bem limitado, né? Nós temos que lembrar que a economia americana é uma economia de 30 trilhões de dólares de PIB e o Brasil é uma economia de 2 trilhões e pouco de dólares, né? 40 bilhões de importação dos Estados Unidos ou exportação é mais ou menos o mesmo valor, é pouquinho em relação à economia. pro Brasil já é um percentual bem maior. Com essa taxação, o Trump não está jogando o Brasil no colo da China. Na verdade, o Trump já identifica, e parece ser verdade que o Brasil está no colo da China. Então, me parece um movimento para tentar tirar o Brasil do colo da China. As tarifas de Trump contra o Brasil podem fazer alguma mudança ou não irá adiantar nada? Olha, eu creio que já fez algo muito importante, que é colocar o bod na sala, né? Qual é o bode na sala? O bode na sala é que o Brasil não vive mais uma normalidade democrática. Nós temos uma perseguição sistemática à direita brasileira. Eh, nós temos um regime que você não pode mais criticar sobre risco de sofrer alguma sanção, né, de ser censurado, até mesmo ser preso. Há, eh, um claro tratamento diferenciado entre esquerda e direita. E isso há uma série de pessoas presas por conta de um protesto, né? uma pessoa presa, a cabeleireira lá, 14 anos de cadeia por eh uma frase de batom numa estátua e muita gente e eh na prisão com penas duríssimas, mais do que homicídio por conta de protesto que eh por pior que seja não poderia ter esse tipo de pena ou esse tipo de processo. Então, há todo um sistema no Brasil que não é mais compatível com democracia, com liberdades individuais. E obviamente que uma parte significativa da população brasileira, talvez até a maioria, provavelmente a maioria não concorda com isso. Então você tem um país eh dividido que não opera mais eh pelo estado de direito. E isso fica evidente quando nós temos o presidente dos Estados Unidos, né, a maior potência do planeta expondo isso pro mundo. Agora é uma questão de definir um novo caminho pro Brasil, se o establishment vai bancar esse custo, né, e vai eh radicalizar a repressão ou se nós vamos voltar a ter alguma normalidade democrática. Basicamente é isso. Como o Lula sairá dessa? Bom, pelo que ele falou até agora, parece que ele não quer sair dessa. Ele quer esse combate, até porque ele pode usar a carta da defesa da soberania nacional, apesar de ser uma balela, né? Mas enfim, o brasileiro médio tem uma capacidade bastante limitada de entender o que acontece. Ele talvez acelere, né, na direção da China e acelere o projeto venezuelano. Então não parece que ele quer sair dessa, ele quer entrar nessa para acelerar rumo ao fundo do poço para o Brasil, mas ao poder para sempre para ele e pro seu grupo, né? Esse é o objetivo. Quais são os efeitos da taxação de Trump em cima de quem só investe no Brasil? Bom, o risco ficou maior, né? Porque nessa eh guerra tarifária que vai muito além das questões tarifárias, que que vai e na questão da relação entre os dois países, nós podemos ter eh medidas até mesmo por parte do governo brasileiro que dificultem ou até impeçam a série de capitais pros Estados Unidos, né? A gente já viu isso, o ensaio disso com o aumento do IOF, que depois o TXAD voltou atrás, né? fora o risco para os ativos brasileiros serem desvalorizados caso esse conflito se amplie. Então, esse tipo de cenário só demonstra a importância de você ter uma carteira diversificada. você tem uma carteira de investimentos em diversas moedas, em diversas jurisdições, né, em diversos países, classes diferentes de ativos para fazer frente a esses riscos crescentes de um novo cenário geopolítico extremamente complexo. O Brasil pode virar uma Cuba ou uma Venezuela? Acho que não. Não tem como virar assim exatamente uma Venezuela, né, pelo tamanho do Brasil. Mas sem sombra de dúvida, o modelo que o PT tem em mente, o modelo dos sonhos dos petistas da esquerda em geral, é esse, é criar uma grande Venezuela no Brasil em que você tem um partido único que dá as cartas e todos são escravos do Estado e do grupo que controla o Estado, né? Isso eu não tenho dúvida alguma. Eh, infelizmente esse risco aumentou através de uma postura de radicalização do PT nos últimos meses, né? simplesmente estão colocando aí, tirando a máscara de democratas, de moderados e deixando claro o que eles querem. Eles sempre quiseram isso. Eles só esperam as condições certas para fazer esse tipo de movimento. Por que o governo americano quer baixar o valor do dólar em relação a outras moedas? Porque esse é o paradoxo de ser uma moeda de reserva, né? O que acaba acontecendo sendo uma moeda de reserva? Quando acontece uma crise global, todos os países buscam os dólares, eh, precisam de dólares, né? países, empresas, famílias para bancar suas dívidas que são em dólares. Isso faz com que o dólar se valorize e os produtos americanos, a competitividade americana cai ao invés de aumentar no momento de crise. Então, sistematicamente, isso acabou produzindo a desindustrialização dos Estados Unidos. Claro que é um debate sobre se isso é necessariamente ruim. Não me parece que seria ruim se o mundo fosse mais parecido em termos de valores, né? Mas quando você tem um oponente como a China com um desejo de suplantar, né, o seu poder, é, você passa a ter uma desvantagem. Por exemplo, né? Se você tem a China produzindo aço e você precisa de aço para fins militares, você fica na mão do seu inimigo se tiver uma guerra. Então tudo isso é bastante complexo, mas no frigiro dos ovos, essa posição do dólar é ótima pros Estados Unidos, por um lado, mas acaba dificultando alguns aspectos econômicos por outro. Esse é o motivo. Há alguma chance do Brasil voltar a ser uma democracia ou já era? Olha, chance sempre há, né? Mas a situação tá bastante complicada. Eu creio que a gente tá numa situação em que nós, se nós não revertermos o caminho que está sendo trilhado, especialmente com esse pessoal que está no poder executivo, e essa coalizão de poder que tá cada vez mais afeita a censura, a perseguição política, eh vai ficar mais difícil que nós tenhamos a retomada da democracia em algum momento num curto espaço de tempo, né? O grande problema desses ciclos autoritários é que conforme a gente vai cavando esse buraco, fica mais difícil de sair dele, até que muitas vezes fica praticamente reversível por muito tempo, né? Cuba, por exemplo, já tem aí mais de meio século, quase 70 anos de ditadura, mesmo com o povo na completa miséria. Então, é muito arriscado. A deriva. Será que a oligarquia brasileira continuará apoiando a ideologia do molusco? Olha, a ideologia dele, exatamente não me parece que esse Starsman apoia, né? Eles apoiam o molusco ou apoiaram com objetivo de gerar a grande blindagem eh desse sistema em relação à revolta que foi simbolizada ou materializada pela Lava-Jato e pela eleição do Bolsonaro, né? Para isso que eles tiraram o Lua da cadeia para colocar na presidência. Agora, não me parece que todo esse establishment esteja alinhado com os próximos passos que o PT quer dar para transformar o Brasil numa Venezuela, né? E essa talvez seja a esperança do Brasil em não cair nesse buraco. Diante de tudo que está acontecendo, o dólar ainda está barato? Por quê? A escaria um teto. Me parece que o dólar, né, tá relativamente barato se nós pegarmos aí as últimas semanas ou mês, mas se nós olharmos para um prazo de meses a anos, o dólar tá, né, bem alto em relação à média histórica. Por que que o dólar ficou mais barato? por único motivo, com todos os problemas de destes fiscais, né, de estouro das contas e tudo mais. E agora com essa questão tarifária é mais um elemento, porque o mercado acredita na possibilidade bastante alta de mudança do governo, mudança do regime no ano que vem. Esse é o único driver que faz com que o dólar, né, perca um pouco de valor em relação ao real. Claro que há o movimento internacional, né? Há um esforço do próprio governo americano de diminuir o valor do dólar que ficou sobrevalorizado nos últimos anos para facilitar aí eh um superte comercial, entre outras coisas. Eh, é um jogo difícil porque se você aperta muito desse lado, você pode colocar em risco o status do dólar como moeda de reserva global. Mas enfim, no Brasil o principal fator é o fator político. Então, se por algum motivo ficar menos provável uma mudança de governo 2026, nós vamos ver o dólar subindo forte, a bolsa caindo e assim por diante, né? Esse é o único motivo que o dólar deu uma aliviada. Como me planejar para a série do Brasil? Olha, eh, essa é uma pergunta que eu recebo bastante, né? É preciso de tempo, é preciso que você, num primeiro momento, faça uma diversificação internacional dos seus investimentos. Acho que esse seria o primeiro passo. Você precisa estudar qual país você irá. Você precisa estudar como você gerará a renda nesse país. Você precisa estudar os aspectos culturais desse país. Você precisa fazer uma visita inicial, idealmente não como turista, mas tentando passar um tempo, estudando alguma coisa, vivendo algumas semanas, né, como uma pessoa comum no país e não simplesmente para visitar. Então, tem uma série de passos que você precisa dar para fazer esse movimento. Eu vim pros Estados Unidos em 2013, 2014, mas eu comecei a fazer esse estudo, esse planejamento, esse preparo em 2008 ainda. Então, o pior erro que você pode cometer é fazer esse movimento às pressas, né, sem pensar em todos os aspectos como funcionará a sua vida. Eu vejo muita gente fazendo isso e se dando mal. Muito obrigado pela atenção. Espero que você tenha aproveitado aqui o programa e se você gostou desse material, não deixa de enviar pros seus amigos, pros seus familiares, dá o seu like, que assim a nossa mensagem chega mais longe. Muito obrigado e até semana que vem, se Deus quiser. Ciao. Ciao.