O Mundo ATERRORIZANTE dos Insetos GIGANTES – Como Era a Terra Há 300 Milhões de Anos
0Você tem medo de inseto? Bom, até quem não tem precisa admitir que não é agradável conviver com uma barata ou uma aranha rondando a sua casa. Agora imagina essa aranha 10, 20 ou até 30 vezes maior. Essa era a Terra no período carbonífero. Há 300 milhões de anos atrás, o nosso planeta era um verdadeiro pântano gigante, com insetos imensos voando e rastejando por aí. A partir de agora, o Top 10 vai fazer uma série de vídeos sobre os momentos mais incríveis da história do nosso planeta. E antes da gente embarcar nessa primeira viagem pelo tempo, se inscreva se você ainda não é inscrito no canal e ativa o sininho para não perder os próximos vídeos. [Música] O que foi o período carbonífero? Uma terra sem dinossauros, sem mamíferos e muito menos seres humanos. Sim, essa Terra já existiu e é o mesmo planeta que você vive hoje. O mundo é em que a vida ainda tava testando as possibilidades, fazendo experiências com formas, tamanhos e adaptações completamente diferentes do que a gente conhece ou acha que sabe. Um dos capítulos mais únicos da história do nosso planeta foi o período carbonífero. Ele começou a cerca de 359 milhões de anos e terminou por volta de 299 milhões de anos atrás, ou seja, durou uns 60 milhões de anos, tempo mais do que suficiente para rolar muita, mas muita coisa estranha e, é claro, fascinante por aqui. O nome carbonífero não é à toa. Ele vem da palavra carvão. Isso porque foi nessa época que se formaram muitas das florestas dessas. Essas florestas foram soterradas ao longo de milhões de anos e deram origem aos grandes depósitos de carvão mineral que a gente usa até hoje. Segura essa curiosidade aí. Cerca de 90% do carvão mineral do mundo vem de depósitos formados durante o carbonífero. Ou seja, o que a gente queima hoje nas usinas termoelétricas são florestas que viveram há mais de 300 milhões de anos. Um lembrete sombrio, mas interessante, de como o passado distante ainda interfere no nosso presente. A Terra naquela época era uma verdadeira máquina de produzir verde, mas não era essa árvore que tem aí na sua rua, não. Nada de IP, palmeira ou pinheiro. Eram plantas raríssimas que hoje quase não existem mais. Eu tô falando samambaias colossais, bambus gigantes, musgos imensos e as famosas árvores lepidodendron, que podiam passar de 50 m de altura com troncos que pareciam feitos de escamas. O planeta estava completamente diferente do que é hoje. Não existiam vários continentes separados. A maior parte deles estava unida em um mega bloco chamado Gonduana. Esse supercontinente englobava territórios que hoje equivalem à América do Sul, África, toda a Índia, além da Austrália e da Antártica. As condições climáticas eram bem peculiares, úmidas, quentes e cheias de oxigênio, mas cheias mesmo. Os níveis de oxigênio na atmosfera eram em torno de 35%, bem diferente dos 21% de hoje. Parece uma variação pequena, mas acredite, é estrondosa. tão estrondosa que se a gente acendesse um fósforo numa floresta carbonífera, provavelmente o fogo ia se espalhar em poucos segundos. Mas isso também significa que os animais respiravam com mais eficiência, inclusive os que não tinham pulmões como os insetos. A vida naquela época estava explorando a terra firme com um pouco mais de coragem. Os peixes já dominavam os mares e os primeiros anfíbios começavam a se arriscar nos pântanos. Mas quem reinava mesmo na terra eram eles, os insetos? Sim. Naquele mundo abafado, saturado de oxigênio e cheio de planta até dizer chega, surgiram os maiores insetos invertebrados que a Terra já viu, os insetos gigantes. Agora que a gente já entendeu o cenário maluco do período carbonífero, florestas gigantes, calor abafado e oxigênio a rodo, é hora de conhecer os protagonistas dessa história. Em insetos de verdade. Estamos falando de criaturas que aparecem no pesadelo de muita gente. E não era um ou dois casos isolados, não. Era um festival de insetos gigantes dominando ar, terra e até os pântanos. Mas por que eles eram tão grandes e como isso foi possível? Bom, para responder isso, a gente precisa falar do tal super oxigênio. Como eu te disse antes, a atmosfera do carbonífero tinha cerca de 35% de oxigênio. Pode parecer só um número, mas isso muda tudo, literalmente. Esse nível absurdo de oxigênio permitia que os insetos crescessem muito mais do que conseguem hoje. Isso porque eles não têm pulmões nem respiração como a nossa. Eles respiram por um sistema de tubos internos que levam o oxigênio direto para as células. O oxigênio entra por uns furinhos no corpo chamados espiráculos e se espalha como se fosse uma ventilação natural. Ou seja, quanto mais oxigênio no ar, mais longe esse gás consegue viajar dentro do corpo do inseto. E quanto mais longe ele vai, maior o inseto pode crescer sem sufocar. Hoje, com só 21% de oxigênio na atmosfera, um bicho desses não duraria muito tempo. Ele ia literalmente morrer por falta de ar antes de conseguir terminar uma caminhada. Mas lá no carbonífero a coisa era outra. Era o paraíso dos artrópodes. Agora bora conhecer alguns desses monstros que já viveram aqui na Terra e talvez já passaram por aqui. Onde é o seu quarto? Hum. Meura, Alibéola Assassina. A Megaaneura é, sem dúvida, a estrela principal desse zoológico jurássico de invertebrados. Ela era aparente próxima das libélulas modernas, mas com uma pequena diferença, o tamanho dela podia chegar a 75 cm. Isso é quase o tamanho de um gavião. E diferentemente das libélulas de hoje, que são até meio fofinhas, a Meganeura era uma predadora voraz. Ela voava sobre os pântanos, caçando outros insetos, além dos pequenos anfíbios e qualquer coisa menor que ela. Os olhos da Mega Neura eram enormes, como os das libélulas atuais, e davam para ela uma visão panorâmica absurda. Ela tinha garras afiadas e uma capacidade de voo superstável. Isso fazia dela um verdadeiro drone carnívoro. E o mais curioso, a Mega Neura. é um dos maiores insetos voadores que já existiu. Nunca mais a natureza produziu um inseto com asas tão grande assim. Talvez porque depois que o oxigênio diminuiu, não deu mais para manter o tamanho. Ou talvez porque as aves e os répteis começaram a dominar os céus e não deram muito espaço. Não se sabe ao certo. Artropleura, a maior centopeia da história. Agora, se a mega neura dominava os céus, o artropleura era o rei do chão. Imagina um bicho parecido com uma centopeia, só que com até 3 m de comprimento. Sim, você ouviu certo. 3 m, maior que qualquer ser humano e mais comprido que um sofá de três lugares. Ele tinha dezenas de segmentos e centenas de perninhas que se moviam em sincronia, criando um som que provavelmente ecoava como o de uma máquina passando no mato. Fósseis dessa criatura começaram a aparecer no século XVI. Mas foi recentemente, em 2024, que os pesquisadores encontraram um esqueleto completo do artropleurá. Foi a primeira vez que eles conseguiram simular um desenho inteiro desse inseto gigante. Você deve estar imaginando que ele era um verdadeiro perigo para os outros insetos e animais que viviam naquela época, né? Mas sabe o mais curioso? O artropleura era herbívoro, pois é, um vegetariano gigante. Se alimentava de musgos, folhas mortas e galhos em decomposição. Mesmo assim, com esse tamanho, é difícil não imaginar ele como um vilão de filme de terror, rastejando por uma floresta escura. Ah, um detalhe, o Artropleura é o maior invertebrado terrestre de todos os tempos. Até hoje nada superou o tamanho dele. O monoscorpius, o escorpião de duas mãos. Escorpião não é inseto, nós sabemos, mas nós precisamos falar desse arquenínídio superdotado. O pulmonoscorpius era um escorpião terrestre que chegava a 70 cm de comprimento, ou seja, maior que a régua que você usa na escola. Se o escorpião já é mega perigoso hoje do tamanho de uma xícara de café, imagina naquela época. E sim, diferente do artropleura, o pulmonoscorpius era bem carnívoro. Ele vivia em regiões úmidas e abrigadas, como fendas de rochas e tocos de árvores. Caçava insetos menores e talvez até alguns pequenos anfíbios. O ferrão dele era forte o suficiente para perfurar a pele de presas maiores que ele e as garras. Bom, digamos que se ele te agarrasse, você não ia sair tão fácil. Hoje em dia, nenhum escorpião chega perto desse tamanho. O maior atual é o escorpião imperador, que pode chegar a 20 cm. Nos casos mais raros. E vamos falar a verdade, né? O pulmonocus faz esse parecer assim tipo um chaveiro. Baratas do tamanho da sua mão. Sim, as nossas queridas baratas. Elas já existiam naquela época e já incomodavam muita gente, quer dizer, muitos bichos. Na época do período carbonífero, as baratas atingiram o auge da ousadia. Havia espécies com até 10 cm de comprimento, algumas com asas largas e a maioria voadora. Ou seja, não bastava serem grandes, elas voavam na sua direção. Imagina a cena aí, por favor. Até hoje, pesquisadores não sabem muito sobre o comportamento das baratas naquela época. Os poucos fósseis encontrados mostram que muitas viviam em meio às folhas e troncos caídos. se alimentando de restos vegetais e já tinham a famosa habilidade de resistir ao caos, vivendo em ambientes extremos e se reproduzindo como se não houvesse amanhã. Spoiler, o amanhã chegou, viu? Mas elas continuam aqui até hoje do mesmo jeito, infelizmente. Ou você gosta de barata? Você é daqueles que morre de medo de baratas? Pois é, me conta aqui, ó, nos comentários. Mas não. E como que tudo isso acabou? Bem, nada dura para sempre. Lá pro final do carbonífero, o clima começou a mudar. Os continentes estavam se mexendo. O planeta ficou menos quente e úmido. Os pântanos foram secando e as florestas começaram a desaparecer. Sem tanta vegetação para decompor, a quantidade de oxigênio no ar começou a cair lentamente. Com isso, os bichos gigantes começaram a encolher literalmente o que era uma libélula do tamanho de um pássaro virou com o tempo uma libéula do tamanho da palma da mão e depois menor ainda. O que era uma centopeia de 2 m virou uma centopeia do tamanho de um lápis. Além disso, os répteis começaram a evoluir, rápido ocupando o nicho ecológico dos predadores. O jogo virou, os insetos gigantes não tinham mais tanto espaço e deixaram de ser caçadores para virar caça. Foi o fim da era dos insetos gigantes, mas o legado ficou e os fósseis deles estão por aí até hoje para provar que sim, a Terra já foi dominada por criaturas que fariam qualquer pessoa largar o chinelo e vazar rapidão. Aliás, falando em correr, e se eu te contar que teve uma época em que nadar pelo mar era bem mais seguro que correr pelo chão. Um período ainda antes dos dinossauros, o nosso planeta já viveu uma época em que a água era muito mais segura que a Terra. Quer saber mais sobre isso? Comenta aqui embaixo com essa carinha aqui, ó. Se vocês quiserem, esse pode ser o tema do próximo vídeo da nossa série sobre o passado da Terra. Então, ativa o sininho para não perder essa história. Como os pesquisadores descobriram tudo isso? Vamos falar da magia da ciência, de como pesquisadores conseguem até hoje destrinchar criaturas que viveram a mais de 300 milhões de anos. As primeiras pistas vieram dos fósseis lá no século XVI, quando os europeus começaram a explorar minas de carvão, começaram a aparecer uns negócios estranhos no meio da rocha. Um cara chamado William Buckland, que era geólogo e reverendo, uma mistura bem incomum de profissões, encontrou os primeiros traços de um inseto gigante e percebeu que aquilo não era normal. Com o tempo, outros cientistas começaram a coletar mais e mais fósseis, asas enormes, mandíbulas afiadas, partes de exoesqueletos resistentes que resistiram ao tempo. E esses esqueletos não estavam sozinhos. vinham acompanhados de fósseis de folhas, troncos, galhos, raízes, tudo junto ajudando os cientistas a montar um quebra-cabeça colossal. Hoje, com tomografia computadorizada, espectroscopia, análise de isótopos e até modelagem digital, os paleontólogos conseguem recriar esses animais em 3D, calcular a massa corporal, estimar a dieta deles, os hábitos e até a expectativa de vida. Aliás, foi assim que descobriram que muitos desses insetos gigantes foram desaparecendo quando os níveis de oxigênio começaram a cair no final do período carbonífero, lá pelo início do permiano. O planeta começou a ressecar, os pântanos sumiram, a vegetação mudou e a festa dos bichões foi acabando. As espécies foram encolhendo ou sumindo de vez. O registro fóssil hoje é tão detalhado que é possível ver até a textura das asas, a estrutura dos olhos e até rastros que eles deixavam no solo. Esses rastros contam histórias inteiras de comportamentos e interações. É como se a Terra tivesse mantido um diário secreto por milhões de anos. E os paleontólogos são os leitores curiosos, decifrando tudo. Os insetos gigantes podem voltar a existir? E aqui vem a pergunta de 1 milhão de dólares, ou melhor, de 1 milhão de formigas. Será que os insetos gigantes podem voltar? A resposta curta é tecnicamente não. Pelo menos não do jeito que a gente viu no carbonífero. E a principal razão é o oxigênio. Como a gente já contou, os insetos respiram de forma passiva através do sistema traqueal. Eles não conseguem puxar o ar como a gente faz com o pulmão. Então, se o nível de oxigênio do planeta não aumentar de novo, não dá para esperar um gafanhoto do tamanho de um Golden Retriever pulando no seu jardim. Além disso, o mundo de hoje tem muitos predadores, muitas mudanças ambientais e o clima está bem diferente. Os ecossistemas de hoje em dia não favorecem as criaturas desse tamanho. Um inseto gigante seria um alvo fácil e também não teria como competir com aves, répteis, mamíferos e seres humanos. Para que ele sobrevivesse, a natureza foi certeira. ajustou o tamanho para que eles pudessem se esconder e se abrigar de forma mais segura. Ela não erra, é ou não é? Mas e se a ciência desse um jeitinho? Olha, já teve gente que tentou. Em laboratórios, alguns cientistas tentaram criar insetos em ambientes com mais oxigênio para ver se eles cresciam mais. E sim, eles cresciam um pouco, mas nada comparado aos monstros do passado, porque o crescimento também depende da genética da estrutura do exoesqueleto e de vários fatores biológicos que a gente ainda tá entendendo. Então, a resposta definitiva é: eles não devem voltar. A não ser que a gente crie um Jurassic Park dos Insetos. Mas aí é outra história. E sinceramente, quem ia querer visitar um parque com baratas voadoras do tamanho de um gato? E assim termina a nossa primeira parada nessa viagem maluca pela história da Terra. O período carbonífero foi um dos momentos mais fascinantes da evolução da vida. Um tempo em que os insetos dominavam os céus, as árvores formavam selvas colossais e a terra respirava mais oxigênio do que nunca. Um mundo estranho, úmido, cheio de barulhos e asas zumbindo por todos os lados. Se você gostou desse mergulho no passado, deixa o like e comenta aqui embaixo, ó, qual inseto gigante você teria coragem de enfrentar. Se inscreve no canal se você ainda não é inscrito e assim você não vai perder os próximos episódios dessa série. Até o próximo. [Música]







