O objeto MAIS DISTANTE feito pela HUMANIDADE!

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Qual é o objeto que a gente mandou pro espaço que já foi mais longe? Esse objeto já tá absurdamente distante, leva uma usina nuclear e uma mensagem para extraterrestres. E eu tô falando sério, sério mesmo. É tipo uma cápsula do tempo folhada a ouro para ser aberta por ETS daqui milhões ou bilhões de anos. Então, hoje a gente vai conhecer as sondas Voyager, que são robôs que o ser humano tá mandando para fora do sistema solar e que conta um pouco da nossa história. Para começar, então vamos voltar lá pro meio dos anos 1970. Os Estados Unidos já tinha mandado o homem pra Lua seis vezes e esse programa Apolo, que fazia essa viagem já tinha sido cancelado. Então, a exploração espacial acontecia de dois jeitos. Uma parte continuava usando gente, continuava usando astronautas, cosmonautas. E o objetivo não era mais chegar na lua, era ter estações espaciais. A União Soviética lançou a deles, a Saliut, em 1971 e os Estados Unidos lançou a Skylab em 1973. O problema dessas estações é que elas são muito legais para fazer experimentos. São como hotéis misturados com um laboratório e que fica girando em volta da Terra, mas é bem perto da Terra, né? entre 200 e 500 km de altura. Só a exploração espacial mais distante de chegar até outros planetas, chegar até cometas, luas de outros planetas, precisava ser feita sem gente. A gente precisava mandar naves, robôs que pudessem tirar foto, analisar como é que é o campo magnético desses lugares, analisar as ondas de rádio com máquinas que mandassem essa informação pra gente. O nome desse tipo de máquina de robô é Sonda. E é muito parecido com os satélites que a gente tem hoje girando em volta da Terra. É um jeito muito legal de explorar coisas distantes, porque não tem problema comida, com perigo de alguém morrer no meio do caminho. Enfim. Naquela época, várias sondas já tinham sido lançadas. A gente já tinha explorado os planetas mais próximos, desde Mercúrio até Saturno já tinha sonda que tinha dado uma passada ali, tirado uma foto de perto. Mas em 1977 ia começar um alinhamento de planetas raríssimo que só acontece no sistema solar a cada 175 anos. Que que é exatamente um alinhamento de planetas? Os planetas estão girando em volta do Sol, cada um numa velocidade diferente. Então, um tá do outro lado do Sol, tá do lado de cá, tudo espalhado. Só que pode acontecer em alguns momentos de coincidir desses planetas estarem perto um do outro. E o que ia acontecer nessa época é que a gente ia ter Júpiter, Saturno, Urano e Netuno alinhados de um jeito que dava para mandar uma nave e explorar os quatro planetas ao mesmo tempo, pegando carona na gravidade desses planetas e aproveitando o movimento de translação, né, o movimento que esses planetas fazem em volta do sol para impulsionar a própria nave e ir pulando de planeta em planeta. É, eu sei que parece uma ideia muito louca, mas é é isso mesmo. Você aproveita o embalo do planeta ali, que ele girando em volta do sol, ganha a velocidade e vai pro outro. Chama stiling gravitacional o nome desse negócio. Uma coisa muito interessante da gente entender é que essas sondas elas não são foguetes. É um foguete que manda a sonda pro espaço, mas depois que ela tá no espaço já não tem foguete nenhum. Com o embalo que elas saíram, elas continuam andando. No espaço, não tem resistência do ar. Então você vai embora. Tem alguns jatinhos ali para controlar a posição, para corrigir a rota e tal, mas é coisa muito pequena, não tem nada a ver com o foguete que a gente tem aqui embaixo. Então é muito importante esse negócio de aproveitar o movimento de translação de um planeta para ganhar velocidade. E aí que entram as sondas, que são as estrelas do nosso vídeo de hoje. Eles decidiram construir duas máquinas que iam aproveitar esse alinhamento de planetas e fazer uma trajetória um pouco diferente. Ela tava o tempo todo aqui do meu lado, ó. É esse bichinho aqui, a sonda Voyager. As duas são praticamente idênticas, tá? Então vamos dar uma olhada na anatomia dela. Essa parte branca principal que parece uma antena parabólica, é de fato uma antena que é pr as sondas se comunicar com a Terra. Olhando assim, na minha mão parece uma coisa pequenininha, mas na vida real isso aqui tinha 3,70 m de diâmetro. Dava quase para colocar um carro aqui dentro. Esses dois chifrinhos aqui atrás eram antenas também, mas elas serviam para captar a frequência de outros planetas. Essa aste era dos sensores, então tem sensor de ultravioleta, sensor de partículas e na ponta, é lógico, a gente tinha câmera. A a as gigante que parece, sei lá, aquela torre de palitos que a gente fez, era um magnetômetro, um sensor de campo magnético para medir o campo magnético dos outros planetas. Aqui embaixo, no corpo da nave, a gente tinha toda a parte eletrônica, inclusive um gravador de fita magnética, porque essas fotos quando elas eram tiradas nem sempre dava para mandar direto pra terra. Então ela conseguia guardar algumas fotos aqui para depois mandar. E finalmente a gente tinha aqui as duas partes mais legais. Nessa aste eram três usininhas atômicas que usavam plutônio para gerar eletricidade. O plutônio esquenta e eles conseguiam usar isso para gerar energia. E é por isso que essa sonda não tem placas solares, ela vai só com isso. E a coisa mais legal de todas é esse disquinho dourado que tá aqui na frente, que eu vou deixar para falar um pouco mais tarde, tá bom? Mas vão acompanhar a viagem dessas bichinhas. Elas foram lançadas no segundo semestre de 1977. O estranho é que a Voyager 2 foi lançado antes da Voyager 1. Eu não entendia exatamente por, mas mas tudo bem. Logo de cara, elas tiraram uma foto inédita, lindíssima, que é da Terra com o filhotinho dela, que é a lua. Olha só que coisa legal. Era a primeira vez que a gente via a Terra e a Lua inteiras desse jeito assim, mas a viagem ia ser muito mais longa. Só para vocês terem uma ideia, a Voyager 1 chegou em Júpiter um ano e meio depois. E é aí que começa a parte mais legal, porque elas começaram a mandar fotos de coisas que a gente nunca tinha visto, não tinha ideia de como funcionava. Primeiro que as sondas conseguiram enxergar vulcões ativos em I, que é uma das luas de Júpiter. Era a primeira vez que a gente via a atividade vulcânica fora do planeta Terra. Pela primeira vez também a gente conseguiu ver de perto, com bastante detalhe, o funcionamento da grande mancha vermelha de Júpiter, que é uma tempestade imensa, mais ou menos do tamanho do planeta Terra, que gira no sentido antihorário. Meu, tem assim uma um caminhão de descobertas dessas missões, mas eu não vou ficar descrevendo cada uma, senão esse vídeo vai ficar infinito. Mas só para vocês terem uma ideia, em 1989, 12 anos depois do lançamento, a Voyer 2 conseguiu alcançar Netuno. Durante o percurso, então, pela primeira vez, a gente tinha chegado perto de Urano e Netuno e as sondas conseguiram descobrir 22 luas novas desses quatro planetas ao longo do caminho. E aí, mais ou menos que acabou a missão inicial das Voyagers, que era aproveitar o alinhamento para visitar esses quatro planetas externos do sistema solar, os quatro planetas que ficam depois de Marte. Mas e o disco dourado, hein? Que será que tava escrito nele? Ó, a gente fez aqui uma reprodução do disco que foi levado ali na frente da Voyager. É um disco de 30 cm de diâmetro. Ele é de cobre e é foliado a ouro. O ouro fica aqui em cima para poder proteger as informações que estão aqui por milhões e milhões de anos. A ideia desse disco era fazer uma espécie de cápsula do tempo com uma mensagem pré extraterrestres, porque as Voidagers elas poderiam voar muito longe e se um dia algum ET encontrasse, ele poderia ter informações sobre como funciona o planeta Terra, sobre as grandes coisas que os seres humanos inventaram, enfim, eles poderiam conhecer a nossa civilização muito tempo depois. E aí, como você deve imaginar, essa é uma tarefa muito difícil, porque o que que você vai colocar num disco, cabe muito pouca informação aqui, não dá simplesmente para falar: “E aí, ô alienígena, como é que vão as coisas aí no céu hoje?” Então, o que que eles fizeram na época? Criaram um comitê, um grupo e o líder dessa galera era ninguém menos que o Cor Sean, que é um astrônomo superstar. É tipo papa da divulgação da ciência. Ele já morreu há um tempo, mas foi ele que reuniu várias pessoas para pensar o que que poderia representar a humanidade para um extraterrestre. E aí o que eles fizeram foi uma coleção muito legal de algumas imagens e sons. Olha lá o que tem. Saudações em 55 idiomas, incluindo português. Olha só. Paz e felicidade a todos. E em inglês, quem fez foi o filho do Coragan, que era criança. Também tem vários sons do dia a dia aqui do ser humano e sons do planeta Terra, tipo uma mãe beijando bebê ou o som de uma baleia. Uma coisa que eu não posso tocar aqui porque vai dar problema direitos autorais no YouTube são as músicas. Então tinha Bethoven, Mozart, Chuck Berry. Eles tentaram representar o máximo possível a música. ao longo dos séculos e também ao redor do mundo. Então tem música de muitos países diferentes e não tem do Brasil. Isso me deixou meio chateado, porque sinceramente o Brasil é muito importante na música. Só para vocês terem uma ideia, Garota de Panema é uma das músicas mais regravadas da história da música. Sempre você olhar a lista das músicas mais regravadas, garota de Parema vai est lá e não entrou nada no disco. Enfim, puxão de orelha no Corsegan, hein? Coisa feia, rapaz. E na coleção de imagens tem 116 fotos ou ilustrações de coisas aqui da Terra. Tem bastante coisa de ciência que é para explicar um pouco como é que essas informações estão sendo passadas, para explicar um pouco como é que funciona o pensamento científico aqui da Terra, etc. Mas também tem bastante coisa que representam o nosso dia a dia. Eles não escolheram as imagens por serem bonitas, mas por serem representativas, né? Por explicarem bem o que que acontece aqui. Eles também tiveram a preocupação de não colocar cenas de fome, de guerra, de coisas ruins, porque poderia dar uma impressão meio agressiva pros extraterrestres, né? Que era uma mensagem mais de ameaça do que de amizade. E aí nessa altura do campeonato você já deve estar pensando, né? Mas como é que o extraterrestre vai ler um um disco desse se nem Vitrol ele não tem e depois você bota imagem num disco de áudio? Pois é, o Carlsag também teve essa dúvida no caso. Então, primeira coisa, esse disco, sim, é muito parecido com aqueles discos pretos de música, né? praticamente a mesma tecnologia e ele levava junto dele uma agulha com uma cápsula, né, que é aquela pontinha da vitrola, do braço da vitrola que consegue ler o disco. E é lógico que eles mandaram também um manual de instruções, que é a capa do disco, que é o que ficava virado para fora da nave. E é isso aqui. Eles tentaram representar tudo de um jeito mais simples possível para ser lido por outro ser, né, por outra civilização em outro tempo e etc. Enfim, é o esforço máximo da simplicidade aqui. Então aqui é o disco com a vitrola e a cápsula. Dá para entender qual é a rotação que tem que tocar o disco, como é que coloca a cápsula. Essa aqui é a mesma vista, só que na horizontal. Aqui em cima a gente tem as ondas sonoras que vão ser geradas e como isso pode ser transformado em imagem. Aqui embaixo tem uma imagem com uma varredura na vertical. É um jeito muito parecido com as imagens que são formadas nas televisões de tubo antigas. Então, se tudo der certo, se eles usarem a agulha direitinho e conseguirem decodificar as imagens, a primeira coisa que eles vão ver é aqui uma circunferência desenhada. Aqui no cantinho a gente tem a representação de um átomo de hidrogênio, que é o átomo que mais existe no universo, porque com base num fenômeno que acontece no no átomo de hidrogênio, a gente consegue calcular distância e tempo. E é essa distância e tempo que tá sendo usada em toda essa comunicação aqui. Pois é, o ET que achar isso, ele vai ter que saber um pouco de física quântica. Mas enfim, é para uma civilização avançada mesmo a mensagem. E finalmente nessa espécie de explosão que tem aqui no canto, a gente tem o nosso endereço do universo. Onde é que fica o sistema solar? Tá aqui a posição do sistema solar em relação a 14 pulsares, que são estrelas que piscam, que pulsam. E elas servem mais ou menos como se fossem faróis de navegação no universo. Então, se esses ETs conhecerem esses pulsares, eles conseguem ver a distância do sistema solar em relação a cada um e calcular onde a gente mora. Mas é, tá muito legal essa história de tudo isso que eles colocaram, mas essas naves foram só até Netuno. Netuno nem tem vida inteligente lá, a gente sabe. É, perderam tempo, né? Calma, meu shoing. Eu disse que tinha ido pra Netuno em 1989. Isso é muito antes de você nascer. É verdade, né? Eu nasci em 2004. É, eu também, no caso. É mais ou menos, né? Então, mas voltando às sondas, depois que elas passaram por Netuno, elas receberam uma nova missão, uma missão interestelar, ou seja, dali pra frente elas iam ser mandadas para fora do sistema solar. E foi isso que aconteceu. Cada uma partiu numa direção diferente. E em 1998, a Voyager 1, ela passou a ser o objeto que o ser humano mandou mais para longe, porque ela ultrapassou em distância uma outra sonda que é tipo uma prima mais velha dela, a Pioneer 10, que já tinha viajado muito longe também. E também levava uma capsulinha do tempo bem mais simples que essa aqui. Em 2012, a Voia G1 ultrapassou outro limite que é o da heliosfera. É uma espécie de bolha protetora aqui do sistema solar, onde os ventos solares eles dominam. Ventos solares são partículas que o sol fica soltando o tempo inteiro e que viajam pelo espaço, a gente chama de vento, porque é uma coisa meio parecida com vento. Da hosfera para fora, você já vai ter mais partículas vindas de outras estrelas do universo em geral. Se você vê notícia da época, até hoje mesmo vai ter muita gente falando que ela saiu do sistema solar, mas não é bem assim. Para sair do sistema solar, para valer, as sondas teriam que ultrapassar a nuvem de Hort, que é uma região ali que fica depois do fim da heliosfera, que tem um monte de pedrinhas de rochas e de gelo e que elas estão ali porque são atraídas pela gravidade do Sol. Então quer dizer que ainda estão sob influência do Sol, fazem parte do sistema solar. Só para vocês terem uma ideia de onde elas estão hoje. Já passaram muito os planetas, tá? ão bem distante. A Voyager 2 tá a 140 unidades astronômicas. Unidade astronômica é a distância da Terra até o Sol. Então ela tá 140 vezes a distância da Terra até o Sol, o que dá mais ou menos 21 bilhões de quilômetros do Sol. A Voia G1 tá a 167 unidades astronômicas, dá 25 bilhões de quilômetros do Sol. Para vocês terem uma ideia também, Plutão, por exemplo, tá mais ou menos a 40 unidades astronômicas do Sol. Então quer dizer que a Voyager 1 tá já mais de quatro vezes a distância de Plutão? Ou se a gente pensar em velocidade da luz, ela tá mais ou menos a um dia luz, ou seja, a luz demoraria um dia para chegar do sol até ela. É muito longe, mas ao mesmo tempo elas ainda estão no nosso quintal. Pra chegar na nuvem de horte, que é aquela região que eu falei ali que tem muitas rochas e gelo e que ainda faz parte do sistema solar, elas ainda vão demorar 300 anos para sair da nuvem de orte, para atravessar inteira a nuvem de orte, vai demorar entre 10 e 30.000 anos. Aí sim elas vão deixar de fato o sistema solar. E a previsão é que elas consigam passar perto da primeira estrela da vida delas, que não seja o sol, daqui a mais ou menos 40.000 anos. E aí talvez você pense: “Poxa, 40.000 1000 anos. A gente não vai estar mais aqui daqui 40.000 anos. Pois é, nem só a gente não vai estar mais aqui. Como essa máquina vai parar de funcionar em breve, a energia dela já tá acabando, vai durar só mais alguns anos e vários instrumentos já foram sendo desligados ao longo do caminho. Então, a gente pode dizer que são sondas que estão morrendo, que estão deixando de transmitir, começa a falhar a comunicação, daqui poucos anos elas vão ser praticamente uma nave morta caminhando pro espaço. Mas é aí que talvez entre a coisa mais legal desse vídeo, porque elas levam uma cápsula do tempo que tá preparada para resistir milhões ou bilhões de anos. E essa informação vai ficar lá. Por mais que a nave já não funcione eletronicamente, esse registro do que era o mundo em 1977 tá gravadinho aqui. E imagina se nessa estrela mais próxima um ET consegue achar esse disco daqui 40.000 anos. Ele vai abrir e talvez a humanidade simplesmente já não exista mais. ou não exista mais do jeito que a gente conhece, ou talvez nem exista mais nenhum registro de que 40.000 anos antes foi mandada uma sonda pro espaço. Esse extraterrestre vai ver coisas que estão muito mais longe do que a gente tentando entender o Egito antigo, a Grécia antiga, por exemplo. E eu tô falando tudo isso de uma estrela próxima, mas pode ser que essa cápsula seja aberta daqui 1 bilhão de anos. E aí a chance de existir algum resquício de humanidade é mínima. Talvez a única coisa, o único risquício que existe da própria humanidade seja o disco que tá aqui. E tudo isso é muito legal pra gente pensar na nossa pequenez, né, em como a gente é quase nada perto do universo. Inclusive, é muito legal a gente pensar também o que aconteceria se amanhã, de repente, a gente descobrisse que tá chegando uma navezinha morta com uma mensagem pra gente que foi deixada há 1 bilhão de anos atrás por uma civilização inteligente que um dia existiu e que a gente tem certeza de que já não existe mais. Se a gente for pensar matematicamente, fazer as contas para valer, a chance de alguém encontrar esse disco é muito, mas muito pequeno. Então, no fim das contas, um objeto como esse talvez seja muito mais importante pra gente mesmo, porque é uma cápsula do tempo do que o mundo foi em 1977. E cápsulas do tempo são muito legais, porque quando a gente olha para trás, a gente também começa a olhar pra frente e imaginar se a gente congelasse o tempo agora, será que ele vai ser melhor ou ele vai ser pior daqui a 30, 50, 100 ou milhões de anos? O que que a gente tá fazendo agora, nesse momento, para que de fato seja melhor? Para quem curtiu

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