O PAÍS MAIS ODIADO DO MUNDO – CHINA
0Existem vários vídeos que circulam na internet mostrando uma China que parece diferente da que conhecemos, mas aparentemente isso é só a ponta do iceberg. Não é de hoje que a China desperta medo e desconfiança ao redor do mundo. Países inteiros a veem como uma ameaça, como uma potência que desafia economias, políticas e até territórios de outros países. Como um país que oprime povos inteiros e controla a liberdade de minorias com mão de ferro. Mas até que ponto isso é verdade? O que a China realmente fez para que tantos países a considerem perigosa? Nesse vídeo, nós vamos entender os motivos e as denúncias que fazem a China ser um dos, senão o país mais odiado da Ásia. Nós vamos conhecer quais países que a vem como perigo e por que eles a enxergam assim. Mas antes de começar o vídeo, eu queria fazer um agradecimento aqui aos novos membros do canal. Se você tá aparecendo aqui, é porque você se inscreveu aí nessa última semana. Muito obrigado por cada um de vocês que apoia esse trabalho aqui e considere também se tornar membro aí do canal. Você consegue alguns benefícios a mais e a gente tá preparando alguns melhores ainda para vocês. Muito obrigado novamente e bora pro vídeo. Toda essa história e fama da China começa lá por volta dos anos 80. E para você entender o porqu de tantos inimigos, a gente vai precisar voltar lá e ver o que que tava acontecendo na época. Durante muito tempo, a China era vista como um grande fracasso. No final dos anos 70, ali bem depois da era Malsetung, o país estava numa crise muito grande. A economia era fechada, a população vivia em condições de miséria e o governo tentava se recuperar das consequências do comunismo radical. Foi nesse cenário que surgiu o Den Shelpin, o líder que acabou mudando os rumos da nação. Ele abriu lentamente as portas da China pro mercado global, criou zonas econômicas especiais e o mais importante, ele permitiu que o dinheiro estrangeiro entrasse no país. E o resultado foi uma transformação que poucos no mundo poderiam imaginar. Em apenas algumas décadas, a China saiu de um país rural atrasado e se tornou a fábrica do planeta. Enquanto outros países demoraram séculos para consolidar a sua economia, Pekin acelerou esse processo em uma velocidade quase inacreditável. Milhões de pessoas foram tiradas da pobreza, cidades inteiras cresceram praticamente do zero e o país começou a se consolidar como uma potência tecnológica e industrial. Porém, nem tudo são coisas bonitas e flores. Esse crescimento muito rápido também trouxe desconfiança. E de repente o mundo começou a perceber que a China já não era mais um país de mão de obra barata e produtos falsificados. Na verdade, ela estava entrando em setores muito estratégicos, telecomunicações, infraestrutura, inteligência artificial e até mesmo a exploração espacial. E o que assustou ainda mais foi a velocidade. Enquanto nações tradicionais como os Estados Unidos, o Japão e a Alemanha mantinham seus ritmos de crescimento bem moderados e lentos, a China avançava a passos muito largos, deixando claro que eles não queriam ser apenas um participante do jogo, eles queriam liderar. Os movimentos da China mudavam a cada ano e parecia que eles estavam saindo do que o mundo da época considerava seguro para ambos. Um país que em poucas décadas saiu da miséria para rivalizar com os Estados Unidos. Isso obviamente não ia passar despercebido. E se tem uma coisa que a Europa e os Estados Unidos nunca gostaram, foi de concorrência perigosa. E foi justamente aqui que as tensões começaram a escalar. O mar do sul da China, expansão territorial. A ascensão da China não incomodou apenas pelo crescimento econômico ou até pela velocidade do mesmo. O que realmente começou a alarmar os países vizinhos e o mundo ocidental foi a forma como Pequim passou a agir no seu entorno, nas regiões ali que circulavam o país. E talvez o exemplo mais claro disso seja o mar do sul da China. Essa região, aparentemente distante e esquecida do mapa, é, na verdade um dos pontos mais estratégicos do planeta. Por ali passam rotas comerciais que movimentam trilhões de dólares todos os anos. Navios que saem do Japão, da Coreia do Sul e até do Oriente Médio, carregados de petróleos e mercadorias, precisam cruzar essas águas. E além disso, existem estudos que apontam que o fundo desse mar guarda enormes reservas de gás natural e de petróleo. Ou seja, controlar o mar do sul da China não é apenas uma questão de orgulho nacional, é você ter poder sobre uma das principais artérias do comércio global. E a China sabia muito bem disso. Ao longo dos anos, Pequim começou a reivindicar praticamente toda a região como parte do seu território histórico, usando um argumento bem antigo chamado de linha dos nove traços, que atravessa o mapa e engloba áreas disputadas por vários outros países. Mas como assim argumento antigo? Então quer dizer que isso vem antes da ascensão da China? Exatamente. As disputas pelo Mar do sul da China não começaram agora. Lá em 1947, ainda antes da República Popular da China existir, já existia um mapa desenhado por Pequim, que marcava a famosa linha de nove traços. E era uma área que englobava praticamente todo o mar. Só que naquela época esse traçado não assustava ninguém. A China era um país pobre, sem força militar e que não tinha como transformar esse mapa em realidade. O problema é que a partir dos anos 80, o cenário que a gente tá assistindo aqui, isso tudo mudou completamente. Com a economia em ascensão e o poder militar crescendo, Pequin começou a olhar pro Mar do Sul com outros olhos. O que antes era apenas um desenho no papel, agora se tornava uma ambição bem possível. E essa ambição não ficou só no papel. A China começou a construir ilhas artificiais, literalmente criando pedaços de terra no meio do mar. E nessas ilhas ergueu pistas de pouso, portos e até base militares. E isso pros países vizinhos foi um sinal muito claro de expansão. O Vietnã, as Filipinas, Malásia e até a Indonésia se sentiram ameaçados. Esses países não apenas dependem das águas do Mar do Sul para pesca e comércio, como também possuem reivindicações próprias sobre partes da região. E de repente, o que era um espaço compartilhado se transformou em uma arena de disputas, onde a China aparecia cada vez mais como uma potência agressiva que estava na visão desses países roubando um território marítimo. Mas essa não é a única controvérsia dessa história. Isso daqui fica ainda mais estranho. Existe um detalhe muito curioso nessa história é da linha dos nove traços. Ela não foi inventada pela China comunista. Ela na verdade nasceu em 1947, ainda com um governo nacionalista que pouco depois seria derrotado e expulso do continente. Esse mesmo governo, inclusive se refugiou em uma ilha, formou um novo país e continuou dizendo que eles eram a verdadeira China e essa ilha se chama Taiwan. E se no mar do sul da China a disputa já era bem complicada, em Taiwan, a situação se tornaria ainda mais problemática. Afinal, para Peekim, Taiwan nunca deixou de ser parte do seu território. Para os Estados Unidos, por outro lado, apoiar Taiwan se tornou uma forma de conter a expansão chinesa. É, os americanos entrando na história de novo com seus supostos atos heróicos. E é justamente aqui que a gente entra num dos pontos mais delicados da geopolítica mundial, o destino de Taiwan. Quando a gente fala em Taiwan, a gente tá falando de um dos maiores pontos de tensão do século XX. Mas para entender esse conflito, a gente precisa saber o que aconteceu em 1949, quando a guerra civil chinesa terminou. De um lado estavam os comunistas liderados por Maetum, que tomaram o poder no continente e fundaram a república popular da China. Do outro lado, os nacionalistas comandados por Shank, foram derrotados e fugiram pra ilha de Taiwan. E o resultado? Até hoje a gente tem duas Chinas. A gigante continental com mais de 1.4 bilhão de habitantes, reconhecida pela ONU e a pequena ilha de Taiwan, que sobrevive como uma democracia próspera e altamente tecnológica, mas sem ser reconhecida oficialmente pela maioria dos países. E aqui entra um detalhe bastante importante. Para Pequim, Taiwan não é um país, é apenas uma província rebelde que um dia precisa voltar pro controle da China continental. Só que para Taiwan, essa reunificação significa perder a sua liberdade e a sua democracia. E adivinha quem aparece no meio desse impasse? Como sempre, os Estados Unidos da América. Desde a Guerra Fria, Washington viu em Taiwan uma oportunidade de conter o avanço comunista na Ásia. E hoje em dia, mesmo sem reconhecer oficialmente a ilha como um país, os americanos fornecem armas, tecnologia e apoio político a Taipei. Mas é importante deixar claro aqui, os americanos não fazem isso por altruísmo, nem porque querem defender a liberdade de Taiwan, por amor à democracia. Eles fazem isso porque Taiwan é estratégica. Primeiro porque é uma forma de você barrar a expansão da China e segundo porque Taiwan é líder mundial na produção de chips e semicondutores, que são peças essenciais para praticamente tudo que usamos, desde celulares até caças militares. Ou seja, se a China tomasse Taiwan, ela teria em suas mãos não só uma posição geográfica estratégica, mas também o controle de uma das indústrias mais importantes do planeta. E é por isso que essa disputa gera tanto medo. De um lado, a China insiste que Taiwan é parte inseparável do seu território e ameaça com a força, se necessário. E do outro, os Estados Unidos juram defender a ilha caso Pequim tente invadi-la. Só que no fim, a verdade é que ninguém aqui é herói. A China age em nome da sua soberania e ambição e os Estados Unidos agem para proteger os seus interesses estratégicos. O problema é que no meio desse jogo de gigantes, quem corre o risco de pagar o preço é o povo de Taiwan. Mas esse daqui não é nem de longe o único problema que a China enfrenta a nível internacional. Hong Kong, a cidade rebelde. Se o mar do sul da China e Taiwan já colocam pequim contra os seus vizinhos e contra os Estados Unidos, existe ainda um ponto de conflito dentro das próprias fronteiras, Hong Kong. Essa cidade sempre foi diferente do resto da China. Por mais de 150 anos, ela esteve sob o controle britânico. Até que em 1997 ela foi devolvida a Pequim. Mas a devolução veio com uma condição, o acordo conhecido como um país, dois sistemas. A ideia era bem simples, pelo menos no papel, né? Hong Kong faria parte da China, mas manteria o seu sistema econômico capitalista, suas liberdades civis e a sua autonomia política por 50 anos até 2047. Isso incluía a liberdade da imprensa, direito a manifestações e até um certo nível de eleições locais, algo que era impensável na China continental. E por muito tempo esse modelo funcionou como uma espécie de vitrine. Hong Kong mostrava ao mundo que era possível a China se abrir para negócios sem abrir mão do controle político. Só que essa vitrine começou a trincar. Com passados anos, Pequim foi aumentando a sua influência sobre a cidade. E em 2019 tudo isso explodiu. Milhares de pessoas foram às ruas em protestos massivos. contra um projeto de lei que permitiria extradições pra China continental. Para os manifestantes, aquilo era o fim da autonomia de Hong Kong. As imagens correram o mundo inteiro. Milhões de chineses marchando pelas ruas, enfrentando a polícia, pedindo mais democracia e menos interferência de Pequim. E a resposta do governo foi muito dura. A repressão aumentou, líderes de protestos foram presos e em 2020 uma nova lei de segurança nacional deu ainda mais poder a Pequim para controlar a cidade. Pra comunidade internacional, a mensagem foi muito clara. A promessa de um país e dois sistemas estava morta. Muitos passaram a dizer que a China havia acabado com a democracia em Hong Kong. E esse episódio só reforçou a visão de Pequim como um governo autoritário, disposto a sufocar qualquer voz de oposição, mesmo em uma das cidades mais abertas e cosmopolitas do planeta. O que aconteceu em Hong Kong e acontece até hoje mostra que a China não hesita em controlar dissidências e até mesmo se preciso limitar liberdades. Mas a cidade é apenas a ponta do iceberg quando se trata de direitos humanos no país. Repressões de minorias na China. No extremo oeste da China, em Shinjang, vivem osiguris, um grupo muçulmano com uma cultura própria. E é nessa região que surgem as denúncias mais graves, campos de reeducação, como eles gostam de chamar, vigilância em massa e até mesmo trabalho forçado. Existem relatos de sobreviventes, imagens de satélite e investigações de organizações internacionais que documentam uma realidade cruel que chega a ser até difícil de verificar, porque toda e qualquer verificação é controlada pelo governo que restringe a entrada de jornalistas e até mesmo de inspetores independentes. Isso daqui cria um cenário bem delicado. Existem muitas pessoas que negam ou minimizam essas acusações, muitas vezes por interesses políticos ou ideológicos. Por outro lado, a ONU, grupos de direitos humanos independentes e governos ocidentais apresentam muitas denúncias consistentes e detalhadas sobre o caso. O problema é que muitas vezes essas denúncias acabam sendo descartadas como propaganda antiina ou até mesmo propaganda americana, como se todo material documentado fosse somente uma tentativa de prejudicar a imagem do país. Essas visões ideológicas acabam cegando as pessoas, assim como existem pessoas que minimizam problemas de outros países, como os Estados Unidos ou Israel. As pessoas esquecem que a gente tá lidando com vidas humanas, com culturas, povos. E a gente não pode resumir tudo a uma dicotomia idiota e a disputas ideológicas. A tudo que vai contra o que eu acredito, por mais amplamente documentadas que sejam as acusações, se tornam apenas fake news ocidentais. O tema é sensível justamente porque mesmo que seja utilizado como uma arma política contra a China por países que também t históricos questionáveis, como os Estados Unidos, Israel e vários outros, isso daqui não invalida a gravidade das denúncias. Até que ponto um governo pode impor controle sobre minorias em nome da segurança nacional e da unidade territorial. E é justamente nesse ponto que a China acumula muitas críticas internacionais. Isso daqui reforça a percepção de muitos países de que Pequim é uma potência autoritarista e desconfiável que ignora padrões universais de direitos humanos. E bom, se você vai acreditar nisso ou não, isso aí já depende de você. Pesquise mais sobre, conheça relatos reais. Existe uma ampla documentação, pesquisas, documentários feitos sobre esse assunto. Vale a pena você se aprofundar um pouco mais nas denúncias feitas contra a China nesse aspecto? E lembre-se, nem tudo é uma questão de disputa ideológica. Vale a pena analisar as coisas um pouco além dessa visão limitada e dicotômica de que, ah, existe o país bom e o país ruim. Estados Unidos versus China. A vida real é bem mais do que isso. A imagem global da China. Além das questões como Taiwan, Hong Kong e Shinjang, existem outros motivos que fazem muitos países enxergarem a China com desconfiança. Um dos exemplos mais claros é a nova rota da Seda, um projeto de investimento chinês em infraestrutura e comércio em diversos países. Para alguns, essa política é vista como ajuda econômica, mas para outros é uma forma de ganhar influência e controle usando dinheiro, créditos e investimentos estratégicos. Essa preocupação não se limita só à Ásia, tá? A percepção da China varia de país para país. O Japão e a Coreia do Sul tratam o país com uma desconfiança histórica que é reforçada por disputas territoriais e memórias de conflitos passados. Os Estados Unidos é um rival estratégico, especialmente no comércio, tecnologia e poder militar. Já os países do sudeste asiático geralmente são aliados econômicos da China, mas alguns deles vem o país como uma ameaça militar devido à expansão no Mar do Sul. Mas é claro, nem tudo que se fala sobre a China é uma verdade absoluta. Existe também muito interesse político ideológico. Muitos países enxergam a China como inimiga, somente porque isso serve aos seus próprios objetivos estratégicos. A linha entre uma crítica válida baseada em fatos e uma disputa política é muito tênue. E só é possível você enxergar essa linha quando você analisa os dois lados da história com cuidado e muita atenção a contextos locais, globais e várias outras coisas. No fim das contas, a China é, ao mesmo tempo uma potência econômica e militar muito crescente e um país que desperta tanto admiração quanto medo. Entender essa imagem global exige que você olhe além das manchetes, além das narrativas oficiais e dos interesses de cada nação. E é justamente por isso que a gente precisa ter cuidado quando a gente toma lados. A geopolítica global não é uma história de vilões e mocinhos. Existem fatos, existem sim fontes independentes, existem disputas ideológicas e interesses estratégicos. No fim das contas, todos os países estão defendendo seus próprios interesses, cada um à sua maneira. E por isso é importante você ter cautela e atenção quando a gente busca entender temas mais complexos, como essa ideia da ascensão da China. Não se trata de ser pró China ou pró Estados Unidos, nem de simplificar a história em preto e branco. O mundo real não funciona assim. Eu tava querendo falar sobre esse assunto já há algum tempo. É um assunto meio complicado, mas eu queria muito ouvir a opinião de vocês aí nos comentários. Que que vocês acham sobre isso? Como que vocês veem o papel da China no mundo atual? E como que vocês veem essas críticas que ela recebe de outros países? Eu gosto da liberdade de poder discutir visões diferentes. Muito obrigado por assistir até aqui. Eu espero que esse vídeo tenha feito você pensar um pouco mais e entender melhor as complexidades desse cenário. Tente criar uma visão própria baseada em fatos, dados, em múltiplos pontos de vista. Muito obrigado novamente por assistir até aqui e a gente se vê em algum desses vídeos que tá aparecendo aqui na sua tela. Clica aí e eu te vejo lá. [Música] [Música]