O PRIMEIRO BRASILEIRO a CHEGAR na ESTRATOSFERA
0Víor, tem live p a blusa, tá? Vamos tocar o live. Boeira. Boeira. Fred cal mandou R$ 5. Existe alguma pesquisa do uso de anabolizantes para conservar a massa muscular em viagens espaciais? Acho que é para você essa imagem. Ah, né? Ele falou que era para mim. Na verdade, eh, não se sabe ainda. Você não pode utilizar esse tipo de medicamento em voo, né? Eu não sei se tem algum tipo de estudo utilizando célula muscular e algum tipo de simulação aqui em terra. Posso até pesquisar, não sei. O que a gente tem eh são estudos tratando de miostatinas, que são partes constituintes dos músculos no espaço. E tem uma empresa já criando um medicamento ah que funciona na no metabolismo das meostatinas para prevenir a perda de massa muscular. Então, anabolizantes, recursos ergogênicos anabolizantes, não, porque você não pode utilizar isso lá no no astronauta, nas células, em linhagens de células, não sei de nenhum estudo. Posso ver de estudos com simulação, porque é tanto estudo de simulação que eu não sei te dizer, mas o que eu tô te falando é o que realmente está se fazendo lá, que é o estudo das miostatinas. Esse agora não me lembro qual é o laboratório, qual é o a indústria farmacêutica que tá estudando isso, mas esse seria algo um medicamento muito mais promissor na perda de massa muscular, tanto de astronautas, né, como o uso aqui em terra para sarcopenia, que é a perda de massa muscular, que acontece depois dos 50 55 anos. Não sei se respondi a pergunta. Maravilhoso. Valeu, Pat. Eh, temos aqui um live, um super chat também, R$ 2. Valeu, Albinu. Boa noite, Palhares, Rebeca e Patrícia, abraços. Abraços. Obrigada aí. Obrigado. Eh, Marcos, fala um pouquinho agora do da sua experiência com o o CA, né? Aí no final eu pulei, né? Jun. Ó, vocês queriam turismo espacial, só que aqui ganhou de brinde história da aviação, cronia, que tem que contar tudo. Eu acho que maravilhoso isso. A gente gosta de historinha, storytelling, né? Storytelling. Muito bom. Então, eu tava falando que eu eu admirava o Richard Branson pelo caráter da coragem Santos do Mon. Acabei então de dar uma grande narrativa aí sobre isso. Aula, aula família, família picar, né? Então, que são caras assim que, ô, família Picar foi lá no fundo do oceano, né, praticamente tocou nas fossas marianas. Então são caras que realmente que fazem a diferença. A família Picar foi o primeiro ser humano a chegar à estratosfera a bordo de um balão estratosférico. Top demais. Essas pessoas me inspiram e eu comecei a trabalhar pensando nessas pessoas. Olha como é importante a gente ter uma referência na vida, né? Aquele guru que você fala assim: “Putz, o que esse cara faz? como eu adoraria fazer o que esse cara faz. Então eu comecei a minha carreira muito parecido com esses desbravadores, não chegando aos pés, mas tentando na na humildade chegar lá. E o que que eu fiz? Eu, pô, eu sou o cara que pilotou Fórmula Ind, tanque de guerra, submergível, caça e eu quero pilotar uma nave espacial, né? Então eu tô eu tô nessa onda, tô nessa vibe. Voi em microgravidade, utilizei roupa Orlan de cosmonauta, fiz treinamento, né, e ambientalização de EVA, extraveicular activity. Então, fiz várias coisas que eu falo assim, essas coisas vão expandindo a minha mente para buscar mais. E é isso. Então, a minha carreira foi mais ou menos assim, baseado no que eu vi que esses caras conseguiam fazer em épocas, nos primórdios, que a as possibilidades eram muito mais difíceis, menores, a tecnologia era muito mais limitada. Eu falei: “Hoje a tecnologia tá a um braço de distância da gente”. E a gente tem um aparelhinho aqui que tem mais do que a biblioteca de Alexandria, né? Basicamente tudo que tem aqui é o mesmo que o presidente Trump tem ou qualquer pessoa tem acesso. Então eu falei: “Bom, como é que eu aprendo então a voar de caça?” É, fui descobrir lá na Rússia que você podia fazer um voo, seja como turista, seja para um treinamento, seja para você conquistar um certificado de força G. Existiam possibilidades que eram para mim um verdadeiro parque de diversões. Falei para quem gosta disso, ali em Moscou eu me realizei muita coisa. Que legal. E tudo aquilo, na minha visão, era uma forma de eu enriquecer meu currículo para galgar o meu objetivo maior, que é chegar ao espaço. Então, começou com o voo de caça e eu não fazia a menor noção do que era voar num caça até eu realmente embarcar em ter um caça tatuado aqui, ó. Nossa, que da hora. É um P5. Ah, P Mustang. A Segunda Guerra isso aí. Mas você fez treinamento de pilot? Você fez a diferença. Oxe, você fez. Eu sou, eu sou alucinada por aviação também. E eu te levo para voar no P51, você sabe. Nossa senhora. Você acha que ele tá ao vivo, hein? Quero ver, eu quero ver. Eu te levo. Você tem que ir comigo lá dos Estados Unidos, chama o maridão, vamos embora. Meu marido vai dizer: “Vai, vai”. Então, a louca. É assim, é assim. Por essa eu te dou terrinha de Marte, hein? É. Então, ó, eu já fiz o o a centrífuga. Eu fui até 5G, 5, 6G. Aí eu comecei a ter visão de túnel. Eu falei assim, ó, para, po, parar, po, parar, po, parar. Ah, 5G já faz um estrago, já já uma par. O caça vai até quantos G? Nossa, até o caça geralmente vai nove. É só no filme Top que vai a 10, tá? O o Tom Cruise consegue tudo. Você precisa ter um treinamento absurdo. É, exatamente. Exatamente. E eu voltei com vários piripx do meu É mesmo. Mas você já era piloto ou você treinou lá na Rússia? Não, não, eu nunca treinei. Nunca fui piloto entre tirar um brevê de paulistinha e e não voar, não ter o avião e e fazer um treinamento num caça de verdade, um MIG 29. Eu falei: “Meu, não tem nem dúvida. Eu quero a Ferrari dos aviões. Vamos embora. E mas como que você conseguiu voar no caça sem treinamento? Naquela época não tinha WhatsApp, os sites eram uma porcaria. Você tinha que meio que confiar. Isso foi em 2009. Então, eh, não tinha vídeo sobre isso, não conhecia ninguém que fazia. Era uma coisa assim, meu, paga. Hum. e confia que você não tá jogando dinheiro no lixo. E olha que já na época era era um esforço de recursos razoável, mas na minha visão era um sonho que eu tinha que eu não poderia perder a chance e hoje eu não me arrependo nada porque a quantidade de portas que me abriu aquele voo de caça, eu não consigo contar hoje, né? Então eu fui o primeiro brasileiro a voar no MIG 29 e chegar na estratosfera. É um feito bacana. A pessoa fala assim: “Ah, é só pagar”. Não é só isso, não é bem assim. Sonhos são muito mais profundos. Uhum. Se você faz alguma coisa só para pagar e fazer e embora aquilo não tem significado nenhum. Quando você tem um sonho, o sonho é uma coisa que tá dentro de você, no teu coração. É uma coisa que você grita pro universo igual um Tarzan e, enfim, a energia ali é gigantesca. E eu falei: “Pô, se chegar na estatosfera, como é que será que é isso?” Tô falando, não tinha vídeo. Não tinha vídeo como é que era. Então, eu fui lá para Rússia. Na Rússia eu fui para uma cidade chamada Nisney Northgr. E nessa cidade que é uma cidade hoje tá sendo, tá participando na guerra, né, a fábrica dos aviões Mikoi Angurev, que é os aviões MIG, você tem uma coisa chamada test drive. Então, se você é o ministro da guerra do Líbano ou se você é um turista com grana, enfim, tem um MIG lá para você poder fazer um teste drive. E logicamente, eh, hoje é uma experiência, enfim, que eu considero hoje uma categoria luxo, digamos assim. Naquela época ainda dava para pensar em fazer. Hoje já você tem que pensar várias vezes, porque realmente confesso que não é para qualquer um, mas o meu interesse era chegar ao espaço e para mim aquilo era uma alavanca. Quando Marcos Pontes subiu ao espaço em 2006, eu fui ver o que que é que ele fez para conseguir chegar ao espaço. E não é porque ele era líder de esquadrilha, isso ajudou, claro, né? Líder de esquadrilha de AMX, né? que é um caça subsônico. Eu voei no supersônico, no caso. Ali ele tinha vários quesitos que ele tinha que cumprir. Era um concurso público, era uma vaga para a Sonauta num país de 200 milhões de habitantes. E ele preencheu com maestria, ou seja, ele fez o dever de casa. Então ele já era engenheiro, ele entendia de atividade espacial, falava inglês fluente, treinou na nos Estados Unidos, enfim, ele cumpriu diversas coisas, tinha força. G, exatamente, né? Um um dos quesitos que simplesmente me distanciavam de pessoas como Marcos Pontes era treinamento em Força G. Uhum. E ali na Rússia eles tinham esse treinamento em Força G. Então, seja você um turista desavisado ou uma pessoa com pretensões de uma carreira daáutica, no caso cosmonautica, ali você pode, como eu te falei, se envolvendo num belíssimo parque de diversões aberto a civis. Então, eu aproveitei, fiz várias coisas lá, né? Fiz centrífuga CF18, que é a mesma que o Marcos Pontes fez no treinamento dele. Eu fiz o o EVA, que é utilizar a roupa Hum de cosmonauta, fazer treinamento de cosmonauta. Então você tá com aquela roupa que você parece um robô gigante, né? A roupa russa, ela é bem interessante, né? A lembra até a roupa do Homem de Ferro, chama MKS, né? A MKS Orlan é uma roupa assim que você é um robozão que tá de pé, você abre uma portinha, ó, lá atrás, né, no sistema de sobrevivência que tem uma mochila aqui, você pula dentro da roupa literalmente e com uma cordinha, olha só, o sistema russa é fantástico, né, na simplicidade, uma cordinha, você puxa aquela mochila e ela tranca, fecha, ela tranca e você tá lá no robozão. E aí você tem alguns sistemas aqui no peito, igual o Dart Vader, né? Tem uma um espelhinho de moto assim que fica no braço que ali você lê ah o o texto, né? Tá todo escrito ao contrário aqui. Então você sabe o que que é a função de cada botão. Ol em russo você lê em russo. Tá. Você aprendeu russo? Eu aprendi. Ren que legal. Algumas coisas. É, eu tô enferrujado agora que eu tô bastante sempre sem treinar. Mas né? Uau! Minasut Marcos adoro gost de conversar com o Lucas FC. Aí, aí você usa lá aqueles botõezinhos, né, que são teclados, parece teclado de interruptor antigo mesmo, que é grandão porque você tá com uma luva gigantesca, né? A mão tá grande, tá, teu corpo tá gigantão, robozão, né? Então, para você não errar o botão, então tem lá o botão do oxigênio, tem um botão para liberar rádio, tem um botão para desembaçar capacete, tem um botão para liberar água, tem botão para tudo ali, né? É bem bacana. Então você aprende a utilizar essa roupa. É uma nave, né? Basicamente ali de um homem só, né? É uma roupa, na época custava 20 milhões de dólares essa roupa. Eu não sei quanto tá hoje a roupa que tô meio desatualizado. 20 milhões de dólares. 20 milhões de dólares custava isso em 2009. Agora eu não sei, deve tá mais caro ainda uma roupa dessa, né? Já deve ter tido vários aperfeiçoamentos. Eu não sei qual se tá na MK3, 5, 8, não sei qual versão que tá hoje. Mas a que eu utilizei era a roupa atual que tava sendo usada, inclusive tem na ISS, na estação espacial, no segmento russo, né? Então eles têm essa roupa para fazer o EVA, que para quem não sabe o EVA extraveicular activity é você sair fora da estação espacial e fazer as manutenções necessárias ou correções, enfim. Lá você tem um curso para você trocar eh uma antena de um de um segmento, de uma réplica, de uma estação de um segmento, trocar e colocar uma nova. Então, se eu usar algumas chaves de fenda bem diferenciadas ali. E é claro, é uma roupa de 120 kg, então é uma roupa pesada, mas eles eh adaptaram um sistema de molas helicovidais ali que você tem a mesma sensação de gravidade zero. Então, na verdade, você anda com aquela roupa igual um astronauta na Apolo 11 na lua, né? Então você anda nos pulinhos igualzinho. Aí você tem que utilizar ganchos, assim como se usa em escalada de montanha para você se prender a esses módulos e executar as missões. Então eu lembro que a primeira a primeira aula que o cara falou para eu fazer, olha, você tem que entrar naquela cápsula. Eu falei assim naquele círculo redondo ali na pela escotilha. É, é isso. Falei só isso. Simples assim. El falou: “Não, não é simples. Se você erra, se você bate o seu capacete, era esse ponto que eu morre que eu ia chegar. Você tem que passar direitinho. Não tem que ser afobado. Uhum. Tem que ir devagarzinho porque parece simples, mas não é. usa gigantesca e você agora tá em estado de bexiga. Você é uma bexiga flutuando. Você não tem coordenação. Não é fácil. É muito difícil. Então coisas que parecem simples, você fala assim: “Não, isso aí é pra criança, o que ele tá pedindo, ele tá dizendo que é difícil. Não, tô achando que é uma coisa pra criança.” E aí quando você anda com a roupa aí que você entende, você dá o primeiro passo, você tende a cair pro lado assim, aí tem o pessoal lá para te segurar para você não tombar. Então, então tem tudo isso até você se adaptar na roupa. Aí você fala: “Pô, entrar numa escotilha não é uma coisa tão simples mesmo, né? Né? Por isso que tem atenção toda. Antes de um EVA, todo mundo não fica quatro caras em volta de você ali, ó. Só se você cai com uma roupa daquela, o preju que vai dar é é absurdo, né? né? Então fica só uma equipe ali toda em volta de você e aí você vai executando as atividades que são, confesso, são simples, mas ao mesmo tempo existe uma ginga que você tem que treinar para você desempenhar tudo como eles querem que você treine, né? Uhum. Então foi muito legal ter esse certificado porque eu descobri que eu fui o segundo brasileiro, ou seja, o primeiro tinha sido o Marcos Pontes. Nossa. Então falei: “Pô, depois do Marcos Pontes, fui eu que fiz o o curso.” Que legal. Então são coisas que eu falei: “Pô, tô caminhando legal nessa coisa da atividade espacial”.